quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Amnistia acusa grandes marcas de lucrarem com trabalho infantil e forçado

Amnistia Internacional acusa grandes marcas de lucrarem com trabalho infantil e forçado nas plantações de um óleo que está em grande parte dos produtos que compramos no supermercado.
Provavelmente nunca reparou, mas muitos produtos que se encontram nos supermercados têm na sua composição óleo de palma. Um óleo com origem numa lucrativa palmeira que tem ajudado a arrasar florestas tropicais em dezenas de países sul-americanos, africanos e asiáticos.
Um relatório da Amnistia Internacional acusa agora várias grandes marcas mundiais como a Colgate-Palmolive, Kellogg"s, Nestlé, Procter & Gamble, Reckitt Benckiser e Unilever de ganharem com a existência de trabalho forçado e de trabalho infantil na produção de óleo de palma.
A organização não-governamental de defesa dos direitos humanos entrevistou mais de uma centena de trabalhadores em duas ilhas gigantes da Indonésia que trabalham para uma empresa registada em Singapura, a Wilmar, que concentra 43% do mercado mundial de óleo de palma e o vende para muitas grandes marcas.
A representante da Amnistia Internacional em Portugal, Susana Gaspar, sublinha que, apesar de ter origens muito distantes, é certo que este óleo de palma produzido na Indonésia chega à Europa e também a Portugal.
Pelas suas características, o óleo de palma é usado em centenas de produtos de grande consumo como pastas de dentes, champôs, chocolates ou cereais... A lista é interminável.
O relatório da Amnistia tem por título "O grande escândalo do óleo de palma".

A organização de defesa dos direitos entrevistou mais de uma centena de trabalhadores em Sumatra e Kalimantan (na Indonésia) e todos contaram a mesma história: trabalho sem condições, a dois ou menos euros por dia, com recurso a herbicidas que já foram banidos da União Europeia porque fazem mal à saúde.
O relatório aponta ainda casos concretos de trabalho infantil de crianças com idades dos 8 aos 12 anos que deixam a escola para ajudar os pais em trabalhos físicos altamente exigentes.
TSF

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