quinta-feira, 18 de agosto de 2016

BAN KI-MOON QUER UMA MULHER NA ONU E PORTUGAL NÃO GOSTOU NADA


 
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon
O secretário-geral das Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, disse esta terça-feira que “está na hora” de uma mulher assumir o cargo quando o seu mandato chegar ao fim. O Governo português não reagiu bem a esta declaração.
“Temos muitas mulheres distintas e eminentes em governos nacionais e outras organizações, ou até em comunidades empresariais, políticas, culturais e em todos os aspetos das nossas vidas. Não há razão para não haver nas Nações Unidas”, declarou Ban Ki-Moon.
Sem citar nomes, o secretário-geral da ONU disse que há “líderes motivadas que podem realmentemudar o mundo”, mas deixou claro que “isso é uma decisão dos Estados membros”.
Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, afirmou ao Diário de Notícias que “como o próprio disse, não compete ao secretário-geral em funções escolher o próximo“.
Santos Silva recordou a entrevista realizada pelo Expresso a Ban Ki-Moon, em maio, na qual o dirigente não quis responder à pergunta sobre se Guterres teria boas possibilidades de atingir o cargo.
O secretário-geral da ONU sublinhou, na altura, a necessidade de “ser neutral e imparcial” neste processo, mostrando-se “confiante no novo processo de escolha” do sucessor.
Mas o ministro dos Negócios Estrangeiros não foi o único a expressar a sua indignação sobre a opinião do atual líder da ONU.
É uma declaração infeliz e que jamais deveria ser proferida por alguém que deveria ser imparcial e manter a neutralidade, e muito menos num momento como este em que já estamos nesta fase avançada da votação”, expressou o embaixador Francisco Seixas da Costa.
A ex-deputada do PSD e especialista nas questões da ONU, Mónica Ferro, defende que Ban Ki-Moon tem toda a legitimidade para promover a igualdade entre géneros nas nomeações da organização, “mas teve dez anos para o fazer e não o fez”.
Para a especialista,Ban Ki-moon podia “ter nomeado para vice-secretário-geral uma mulher“.
A carta da ONU foi o primeiro tratado internacional que declarou a igualdade entre homens e mulheres, mas a organização nunca teve uma mulher à frente – em 70 anos, foram oito homens a ocupar o lugar de secretário-geral.
Para suceder ao cargo de secretário-geral da ONU estão a concorrer 11 candidatos – seis homens e cinco mulheres.
atual favorito é António Guterres, ex-Primeiro-Ministro de Portugal, que foi até 2015 o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.
BZR, ZAP
Comentário: estas declarações são bem reveladoras dos sinais dos tempos. Os imprevisíveis provocam abanões, criam instabilidade, reflexões e decisões inconvenientes.
Se é ou não justo colocar naquele lugar uma mulher, para mim tanto faz desde que acabe com o sofrimento dos povos inocentes, principalmente os que vivem em guerras estúpidas, elimine os ditadores, termine com a fome, as epidemias, contribua para a implementação da paz neste mundo cada vez mais desumano.
Provavelmente, António Guterres vai ter que digerir esta opinião imprevista.

J. Carlos

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