quinta-feira, 18 de agosto de 2016

O CONGRESSO DO MPLA

Jornal de Angola, editorial
O sétimo Congresso do MPLA, o maior partido de Angola, vai iniciar-se hoje em Luanda, e é inegável o facto de este acontecimento estar a suscitar a atenção de todos os angolanos, até porque é o partido dos “camaradas” que está no poder e que tem assumido a grande responsabilidade de contribuir para a consolidação da democracia e da paz, para a promoção da reconciliação nacional e para o crescimento e desenvolvimento do país.

Os partidos políticos são formações de suma importância na nossa democracia. A nossa Lei Fundamental dispõe que “os partidos políticos (...) concorrem, em torno de um projecto  de sociedade e de programa político, para a organização e para a expressão da vontade dos cidadãos, participando na vida política e na expressão do sufrágio universal  por meios democráticos e pacíficos, com respeito pelos princípios da independência  nacional, da unidade nacional  e da democracia política.” Os congressos dos partidos são fóruns em que são debatidas grandes estratégias, para  o exercício do poder, sendo normal que os cidadãos estejam atentos ao que se discute nesses órgãos máximos das formações políticas, que concorrem  para  a conquista ou manutenção do poder.  

O MPLA é um partido que soube sempre adaptar-se aos diferentes momentos da nossa vida nacional.  Desde que foi instituído o multipartidarismo, nos anos 90 do século passado,  foi notório o facto de o MPLA protagonizar acções de grande vulto no sentido da consolidação do nosso regime democrático. O partido maioritário esteve sempre preocupado com a consolidação da democracia, mesmo  numa altura  em que estávamos  em guerra. O MPLA deu sempre prova de grande tolerância, ao mesmo tempo que garantia o funcionamento das instituições democráticas, mesmo no tempo em  que havia um partido que fazia oposição no Parlamento em simultâneo com acções armadas contra as populações, destruindo importantes infra-estruturas que muita falta faziam ao povo, obrigando a que hoje o partido no poder esteja a fazer um esforço titânico para que os angolanos possam  viver com dignidade.

O MPLA , enquanto partido no poder, tem elevadas responsabilidades no processo de construção  do progresso de Angola.  Muita coisa foi feita no sentido de atingirmos a prosperidade, mas tem de se trabalhar muito ainda para erradicarmos a pobreza, termos um ensino de elevada qualidade e  assegurarmos uma boa qualidade de vida para todos os angolanos. 
     
O sétimo Congresso do MPLA realiza-se numa  altura  em que enfrentamos uma crise económica e financeira, e compreende-se que  os cidadãos  esperem  que saiam daquele  magno acontecimento  estratégias  que  estejam centradas  na superação dos nossos actuais  problemas. O MPLA soube sempre enfrentar os problemas, mesmo os mais complexos. Há uma grande expectativa  em relação ao que se pretende fazer nos próximos anos. A definição de estratégias implica  a avaliação  profunda do que se fez no passado, não devendo haver hesitações em se proceder a mudanças profundas, ali onde forem necessárias. Deve-se mudar o que está errado, acabando-se com tudo o que possa prejudicar a nossa marcha rumo ao desenvolvimento. Um partido da dimensão do MPLA, do qual muito se espera, deve ter permanentemente capacidade de proceder a mudanças para a superação de crises. O MPLA teve sempre capacidade para ultrapassar crises. Foi o MPLA, partido histórico, que conduziu o povo angolano à independência em momentos dramáticos vividos antes e depois do  11 de Novembro de 1975. Foi ainda o MPLA, partido histórico, que conduziu o processo para que, por via legislativa,  se instituísse um regime multipartidário em Angola, numa conjuntura complexa.  Hoje  todos nós sentimos  os benefícios do regime democrático, em que  é possível haver diversidade de ideias e em que vários partidos políticos podem manifestar livremente as suas posições sobre  os mais diferentes  assuntos da vida da Nação.

É verdade que há ainda problemas  por resolver.  A consolidação da democracia é um processo em que todos os actores políticos, no poder ou fora dele, são chamados a contribuir para que  Angola seja um país  em que todos  possam  conviver de forma  pacífica, independentemente das opções ideológicas, políticas ou filosóficas  de cada um. O MPLA está atento a todos os problemas que ocorrem na sociedade e de qualquer natureza,  e está sempre determinado a resolvê-los, quer enquanto partido no poder, com responsabilidades governativas, quer num quadro multipartidário.

O MPLA congrega no seu seio cidadãos de todas as regiões do país e raças , tendo-se transformado num partido de dimensão nacional, com elevado prestígio  em Angola e fora do país.  O país tem neste momento pela frente uma  gigantesca tarefa que é a de ultrapassar a crise  económica e financeira. Já foram dados  passos no sentido de a superar, por via da diversificação  da economia, um assunto que certamente   deverá estar no centro dos debates  dos delegados ao sétimo  Congresso do partido dos “camaradas”. Há uma grande esperança de que o sétimo Congresso do MPLA, em virtude das circunstâncias em que ele se realiza, venha a estabelecer estratégias orientadas para resolução de muitos problemas que afligem os angolanos, em particular os mais carenciados.

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