segunda-feira, 18 de abril de 2022

Crónica Postal: INDEPENDENTES DA RÚSSIA DE PUTIN


Em 2014, há oito anos portanto, numa das visitas à Ucrânia a trabalho, escrevi nestas crónicas que a Russia não ia desistir. “Precisa dele” [do território da Ucrânia], escrevi. Foi o que senti.

A Rússia não vai desistir de dominar a Ucrânia. Direta ou indiretamente.

Uma parte dos países da Europa central, sobretudo a Alemanha, adotaram o princípio da garantia da paz através da interdependência do comércio bilateral. Ao ponto de dependerem do gás russo. Não deu certo.

A ressaltar que, desta ameaça à paz na Europa, os países ocidentais e os que fazem parte da União Europeia uniram-se. Esqueceram as divergências. Perante uma espécie de inimigo comum. Quase todo o Mundo voltou as costas à Rússia de Putin.

Ouvi, há cerca de duas décadas, numa conferência na Europa, Kissinger, o secretário americano de Nixon no tempo da guerra da Coreia, dizer que a Europa não devia “mandar embora” os americanos, pois nós não nos entendíamos. Achei arrogante. Hoje compreendo que estava certo.

Felizmente para nós, portugueses, a nossa economia não está dependente da Rússia. E parece que seremos uma opção para a entrada do gás para a Europa central. A nossa boa posição geográfica beneficia-nos. O mundo ocidental aprendeu que não pode depender da Rússia.

Mas, ninguém quer uma guerra. Não beneficia ninguém! O sofrimento de milhões de seres humanos da Ucrânia não nos deixa indiferentes. No século vinte e um e na civilizada Europa é inaceitável!

EDUARDO COSTA, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional




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