Um estudo da Universidade de Coimbra (UC), que avaliou o impacto da Covid-19 nas férias de verão dos portugueses, conclui que a pandemia proporcionou oportunidades de (re)descoberta do país, de determinados territórios, especialmente dos territórios rurais.
Os resultados do estudo, afirmam os autores, Susana Silva e Paulo Carvalho, do Departamento de Geografia e Turismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), representam «uma oportunidade para mudar o paradigma do turismo para um modelo mais sustentável, há muito reivindicado, especialmente através da redistribuição dos fluxos turísticos, e para apostar no mercado interno e no turismo doméstico, não só a curto prazo, mas devendo-se prolongar e intensificar no pós-pandemia».
Esta investigação contribui também, acrescentam, «para os diversos atores territoriais e operadores turísticos se adaptarem às tendências de consumo decorrentes da pandemia».
Intitulado "Impact of COVID-19 on summer holiday behaviours: evidence from Portugal" e publicado na revista internacional de investigação em Turismo e Hotelaria Anatolia, o estudo teve como objetivo avaliar o impacto da pandemia de Covid-19 nas tradicionais férias de verão dos portugueses.
Para tal, os investigadores aplicaram um questionário após o período de férias de verão, direcionado a todos os turistas nacionais que realizaram pelo menos um período de férias em Portugal, entre junho e setembro de 2020, tendo obtido uma amostra válida de 685 participantes de diversas zonas do país.
Em comparação com as férias antes da pandemia, as praias continuaram a ser o destino mais popular para a maioria dos entrevistados, embora tenha havido um ligeiro declínio. No entanto, o campo, montanhas e rios do interior ganharam popularidade.
Ainda de acordo com o estudo, cerca de 34% dos entrevistados passaram pelo menos um período de férias na sua zona de residência (NUTS II); 10% tiveram pelo menos um período de férias na sub-região de residência (NUTS III) e aproximadamente 25% nas sub-regiões vizinhas.
O perfil sociodemográfico da amostra indica um maior número de entrevistados do sexo feminino, com idades entre 40 e 64 anos (particularmente 45-54), com formação universitária e ocupações profissionais distintas.
O artigo científico está disponível em: https://doi.org/10.1080/13032917.2022.2048404.
Cristina Pinto
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