No Centro Paroquial S. Pedro, em 17 de junho
Cantanhede recebe colóquio sobre
“Gândara e Cultura Popular em Carlos de Oliveira”
“Gândara e Cultura Popular em Carlos de Oliveira” é o tema do colóquio que se vai realizar no auditório do Centro Paroquial S. Pedro, Cantanhede, no próximo sábado, 17 de maio, a partir das 15 horas. Organizado no âmbito de uma parceria entre a Câmara Municipal de Cantanhede, o Museu do Neo-Realismo do Município de Vila Franca de Xira e o Centro de Literatura Portuguesa, o colóquio conta com a participação de reputados especialistas do movimento neorrealista em Portugal e, mais especificamente, da obra do autor de Finisterra. Paisagem e Povoamento e de Uma Abelha na Chuva.
O mote é uma confissão de Carlos de Oliveira expressa em O Aprendiz de Feiticeiro, segundo a qual a Gândara o tinha “tatuado” e, daí, a “pouca distanciação” com que dela falava. Perceber e analisar o alcance dessa “tatuagem” e quais as dimensões da Gândara, e da cultura popular (a local e a não local), que é possível rastrear na obra do escritor é o que se propõem os académicos e críticos literários que vão reunir-se para o efeito na Biblioteca Municipal de Cantanhede.
O colóquio começa com uma comunicação intitulada “Tocar a terra para criar”, da autoria de Ida Alves, professora na Universidade Federal Fluminense, Niterói, Brasil, a que se seguirá uma abordagem às “Representações da Gândara na poesia de Carlos de Oliveira. Um percurso de despojamento”, por Rui Mateus, do Centro de Literatura Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
O programa prossegue com a apresentação de dois estudos, um sobre “Sinais de chuva. O pensamento da paisagem de Carlos de Oliveira e Ruy Duarte de Carvalho”, de Sónia Miceli, do Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, outro que tem como tema “’O fim é sempre um recomeço’: a Gândara como génese da Finisterra não publicada”, de Ricardo Namora, leitor da Universidade de Estocolmo, Investigador do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra.
Por fim, Gustavo Rubim, professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, falará de “Carlos de Oliveira: romance e etnografia da pobreza”, e Osvaldo Manuel Silvestre, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, encerrará a sessão com “Dois fotógrafos da Gândara: Ângela e Carlos de Oliveira”.
O colóquio “Gândara e Cultura Popular em Carlos de Oliveira” faz parte da programação paralela da exposição “Carlos de Oliveira: a parte submersa do iceberg”,que está patente ao público no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, até 29 de outubro. A exposição assinala o 10.º aniversário da instalação definitiva da unidade museológica no edifício projetado pelo arquiteto Alcino Soutinho, um imóvel criado “para albergar o legado cultural neorrealista, materializado nos milhares de documentos que constituem os espólios literários, a biblioteca especializada e as centenas obras de arte, dos diversos autores do movimento”, conforme referiu na ocasião o presidente da edilidade vila-franquense, Alberto Mesquita.
Sobre a exposição, o seu curador, Osvaldo Silvestre, sublinha que nesta “primeiraexpedição ao espólio [de Carlos de Oliveira] começamos a perceber que a parte submersa é tão fascinante como a parte visível. A obra de Carlos de Oliveira, esse mundo que Mário Dionísio descrevia como ocupando “pouco mais de um palmo de estante”, é hoje, como sucede com a posteridade de todos os escritores, a parte mais visível do iceberg que foi a sua vida”.
Além do colóquio de Cantanhede a programação paralela da exposição contemplou várias outras iniciativas idênticas, das quais faltam realizar ainda sessões sobre “Carlos de Oliveira e a geração neo-realista coimbrã”, na Casa da Escrita, em Coimbra, no dia 17 de julho, e sobre “Carlos de Oliveira e a ideia do Modernismo”, na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, no dia 15 de setembro.
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