quinta-feira, 28 de julho de 2016

SANÇÕES E LARILAS

Hora da cafeína num Expresso Curto servido por Miguel Cadete. Vêm as ditas sanções à baila e erradamente dizem que não há sanções. Pois. Chamem-lhe o que quiserem mas a UE prossegue com a perseguição a Portugal e à soberania nacional, ao governo português e, por isso, a quase todos nós. Salvam-se os mais ricos, que apesar da dita “crise” estão a enriquecer cada vez mais. E isto não vos diz nada? Pois leiam:Os milionários portugueses estão mais ricos. Saiba quem são, no Jornal de Notícias.

Razão tem o PCP que não canta vitória, sendo objetivo e conciso: PCP não canta vitória sobre sanções e diz que se mantém pressão e chantagem, no Jornal de Negócios.

É sabido que a UE vem fazendo oposição cerrada ao governo apoiado pela esquerda parlamentar. É o carro de combate do PSD e do CDS para contrariar o que os eleitores portugueses escolheram. A UE quer os seus servidores e bons alunos novamente nos poderes (Passos e restantes salafrários). Ao arrepio da opção democrática que foi eleita e dá origem ao governo de António Costa. Não é por acaso que manteve à tona a chantagem das ditas “sanções”, sabendo-se que tal não iria acontecer por estar envolvido no imbróglio a Espanha e os seus correlegionários servidores (como Passos) chefiados por Rajoy. Confirma-se: um traidor nunca vem só. Para mais porque se sabe agora que Rajoy vai voltar a ser o chefe do governo em Espanha devido à espécie de aliança com o Cidadanos. Se acaso em Espanha acontecesse como em Portugal e a esquerda fosse governo tenhamos a certeza de que as sanções da pesada teriam sido decretadas pela UE. Por uma simples razão: esta UE composta por salafrários de variadas nacionalidades está ao serviço da alta finança, dos Mercados, dos 1% escandalosamente e imoralmente mais ricos do planeta Terra. Desiludam-se, não é a UE ao serviço dos cidadãos europeus. Esta UE tem dono: é o grande capital, os senhores das guerras, do terrorismo. Afinal só persegue as pisadas do diretório global assente nos EUA. Pois. Uns quantos vão dizer que isto é ficção. Então está bem. Pelo visto só vão acordar quando estiverem quase cobertos pela trampa gerada por esse tal diretório. A não ser que nos unamos e o combatamos, contrariando-o. A UE transformou-se em algo sórdido e negro.

Na verdade a abordagem a estas evidências  e constatações de que os líderes europeus e das ilhargas são feios, porcos e maus (olhai, por exemplo, Durão Barroso e vejam para quem tem trabalhado) estragam o humor matinal a qualquer ser humano que se preze e preze os que o rodeiam e o que o rodeia… Mas teve de ser. Foi o que ditou a consciência, o sentir que estamos cercados por nefastas associações de traidores e vendidos que ocupam os poderes na UE e no mundo. São esses que corroem e destroem a democracia e ditam sanções declaradas ou mascaradas com exigências como as que a UE ontem revelou acerca de Portugal, exercendo perseguição e chantagem. E o pior ainda está por revelar. Dai tempo ao tempo. Se deixarmos.

Um desabafo: acaso sabem porque tudo isto acontece? Acontece porque nas nações há sempre traidores e larilas (maricas, medrosos). Daí as ameaças de sanções e as sanções de facto. As elites governam (e governam-se) com base nas mentiras e no medo que incutem aos povos. Falam e aplicam sanções, chantageiam, para fazerem tremer os larilas. E nisso as elites contam com a cumplicidade dos traidores. Temos visto.

Bom dia, se conseguirem que assim seja.

Mário Motta / PG

Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Miguel Cadete – Expresso

Aqui não há sanções. Nem Dalilas

Foi já nos descontos, disseram ontem os sites de informação, que Portugal e a Espanha evitaram uma derrota humilhante. Escaparam a uma penalização que podia ir até 0,2% do PIB por incumprimento dos limites para o deficit. A sanção está prevista no Pacto de Estabilidade, mas em 20 anos nunca foi aplicada. Seria a primeira vez.

As notícias de ontem falam de uma clara vitória das cores lusas e também das de nuestros hermanos, com os respetivos Governos e comissários a envidarem esforços de modo a cortar para canto uma multa que, já se dizia, podia afinal não ser maior do que 0,01% do PIB. Ou que podia mesmo ser zero. Mas não foi uma coisa nem outra.Foi nada.

As notícias dizem que os centrais dos magriços e os seus confrades hispanos cortaram tudo e saíram de Bruxelas, no fim da contenda, seriam 11 horas da manhã em Lisboa, com uma claríssima vitória.
15 – 4.

Parece o resultado de um jogo de andebol marado, em que, pela equipa dos sancionistas apenas votaram quatro comissários: o letãoValdis Dombrovskis, o finlandês Jyrki Katainen, a sueca Cecilia Mälmstrom e o alemão Günther Oettinger.

Juncker porém, estava a jogar a pivot e, logo no início da reunião passou a palavra ao comissário português Carlos Moedas, que fez valer as razões de Portugal, como explica Luísa Meireles norelato do desafio ontem publicado no Expresso Online.

No entanto, quem parece que também meteu a mão neste jogo. certamente uma mão invisível – foi o ministro das Finanças alemão. Wolfgang Schäuble, temível ponta dos germânicos, terá intercedido, na terça-feira, por Espanha e Portugal, conta hoje o “El País”.

Uma reviravolta que pode parecer inesperada para os comentadores mais incautos mas que terá as suas razões. Durante o dia de ontem, o papão teutónico terá feito cobertura homem a homem a vários comissários, com quem trocou impressões pessoalmente e fazendo crer que as sanções “não eram necessárias”.

Diz o diário de Madrid que esta vitória de Portugal e Espanha não foi tanto uma estrondosa defesa de um livre de sete metros por parte dos seus guarda-redes mas sim um falhanço de Bruxelas, que atirou a bola clamorosamente para fora.

Depois do Brexit, depois do crescimento eleitoral da direita (e da esquerda) anti-europeísta, depois de o papel da União Europeia ter sido tão claramente posto em causa, depois da crise do terrorismo e da questão por resolver dos refugiados esta talvez não seja a melhor altura para castigar Portugal e Espanha, sobretudo esta, quando Rajoy se vê em palpos de aranha para poder formar um Governo com apoio no Parlamento.

Ainda assim, a Europa não perdeu a mão. E depois do bombom oferecido prometeu dar mais pau. Martim Silva, do Expresso, que em tempos mais ou menos longínquos também terá jogado andebol, sublinha que “não há almoços grátis”.

E isto quer dizer que as metas do deficit podem ser mais apertadas, que a Europa quer cortes de 450 milhões de euros, que o IVA dos bens essenciais pode vir a aumentar ou que os fundos estruturais podem ser congelados. Mesmo que essas medidas adicionais, com as cativações, já estejam previstas, como sublinhou Pedro Santos Guerreiro na “Edição da Noite” da SIC Notícias marcando as diferenças entre o jogo político em Portugal e o jogo político nas instituições europeias.

Nada de novo: a história de Sansão e Dalila é velha e relha e está escrita no Livro dos livros. Este resumo chega: Dalila traiu o marido, Sansão, trocando o seu segredo capilar por pratas e riquezas. E no fim morreram todos.

OUTRAS NOTÍCIAS

Hillary é a primeira mulher nomeada para concorrer ao cargo de Presidente dos Estados Unidos da América. A mulher de Bill Clinton não só teve o apoio do seu partido como doatual Presidente, que em mais um discurso emocionante e emocionado declarou Donald Trump uma ameaça para a América.

As eleições nos EUA viram porém entrar em cena um novo protagonista: a Rússia. Trump pediu para que os hackers russos desvendassem os emails de Hillary Clinton.

A proximidade entre Vladimir Putin e Donald Trump é aliás um dos temas da entrevista de fundo que a Revista do Expresso publica no próximo sábado com o historiador Timothy Snyder, ex-colaborador de Tony Judt.

Turquia fecha 45 jornais diários e 16 canais de TV. Depois da tentativa de golpe de Estado de 15 de julho, o governo de Erdogan continua uma purga que já afetou 1700 militares e outros 60 mil funcionários públicos alegadamente apoiantes de Fetulá Gülen.

Media franceses optam por não “glorificar” autores dos atentados. O primeiro foi o jornal “Le Monde”, que decidiu não publicar imagens de ataques nem das matanças por eles perpetradas.

Seguiu-se o canal de TV BFM que tomou idênticas medidas. O filósofo Bernard-Henri Lévy apelou a um grande pacto entre todos os órgãos de comunicação social neste sentido.

Mariano Rajoy não conseguiu apoio de qualquer outra formação partidária, depois das segundas eleições em Espanha. Por seu lado, o PNV e a Convergência mostram-se disponíveis para apoiar o PSOE. O Rei continua a ouvir os partidos mas a hipótese de um novo ato eleitoral é cada vez mais plausível.

Ricos cada vez mais ricos. E Américo Amorim é o maior. É a conclusão do estudo que, todos os anos, é publicado pela revista“Exame”, que estabelece o ranking das fortunas portuguesas. Amorim segue no primeiro lugar, Alexandre Soares dos Santosconquista a medalha de prata e a família Guimarães Mello está no terceiro posto depois de ter ultrapassado Belmiro de Azevedo. As fortunas dos 25 mais ricos de Portugal somam 15 mil milhões de euros.

FRASES

“E então temos Donald Trump. Não assobiem, votem!” Barack Obama no discurso de apoio a Hillary Clinton

“Rússia, se estás a ouvir, espero que sejas capaz de encontrar os 30 mil e-mails que estão desaparecidos. Penso que serás poderosamente recompensada pela nossa imprensa”. Donald Trump em conferência de imprensa, na Florida

“É uma guerra de dinheiro e interesses, não de religiões”. Papa Francisco sobre os recentes atentados terroristas

“Não gostei que Passos falasse comigo pelos jornais”. José de Matos, ex-administrador (?) da CGD na comissão parlamentar

“Vitória do governo, da diplomacia e dos partidos”. Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a anulação das sanções a Portugal e Espanha

O QUE ANDO A LER

Só os mais desatentos não tomaram até agora conta das mudanças que, nos últimos cinco anos, tiveram lugar no Museu Nacional de Arte Antiga. Não me refiro somente à quantidade e qualidade das exposições, que as houve, muitas e algumas boas. Por estes dias, além da exposição permanente, existem outras cinco temporárias, entre as quais se conta a “Obra Convidada”, neste caso um autorretrato deDurer vindo do Museu do Prado.

Preferia sublinhar a mudança da imagem e prática deste museu que nos últimos tempos experimentou parcerias com parceiros para garantir a realização de exposições, saíu à rua com a ação “Coming Out” que espalhou por Lisboa algumas das suas mais distintas obras ou a campanha de subscrição pública que culminou com a entrada no acervo do MNAA da pintura “Adoração dos Magos” de Domingos Sequeira, depois de ter sido, em larga medida, excedido o valor necessário para a sua aquisição.

O que estas façanhas não revelam é a ausência de autonomia orçamental deste museu, como de todos os outros em Portugal, e daí a sua incapacidade para gerir uma programação e política adequada.

Vem isto a propósito não só destas ações que voltaram a oferecer relevância ao Museu Nacional de Arte Antiga mas também da sua necessidade de expansão, como agora começa a ser discutido e aceite pelo atual Ministro da Cultura.

O mais curioso é que não há muitos meses foi publicada uma biografia de José de Figueiredo (Caleidoscópio, dezembro 2015), assinada por Joana Baião, que pela primeira vez e de uma só penada trata exaustivamente da vida e obra pública do primeiro diretor do MNAA.

E isto só é curioso porque os problemas e as questões que se levantaram logo desde essa primeira hora – os alvores da República – são exatamente os mesmos de hoje. A falta de autonomia relativamente às tutelas, a dependência de privados senão mesmo de carolas, a incompreensão sobre a inadaptação do Palácio Alvor para acolher o primeiro museu de Portugal mantêm-se passados mais de cem anos.

O livro resulta de uma tese académica e tem por isso todas os benefícios e desvantagens, para o leigo, que se adivinham. Mas é mais do que escorreito a desenhar a ideia de que os avanços que então foram alcançados no Museu Nacional de Arte Antiga foram alcançados por obra e graça pessoal do seu primeiro diretor, que ali se manteve até à sua morte no final dos anos 30.

Toda a importância do museu nesses dias dependia, em grande escala, da sua generosidade senão mesmo do seu voluntarismo, mais o da sua parca equipa. Mais de um século depois seria um sinal de grande atraso civilizacional se tudo se mantivesse na mesma.

Veja pelos seus olhos. Não só o Durer mas também toda a coleção de pintura e escultura portuguesa exposta no agora reaberto e reinaugurado (na presença do Presidente da República) 3º piso do Museu das Janelas Verdes.

Aproveite pois só neste país a mais importante coleção de arte portuguesa pode ter estado fechada durante oito anos sem ninguém praticamente ter notado.

Por hoje é tudo. Toda a informação é atualizada em permanência no Expresso online. Logo mais, às 18 horas, sai mais um Expresso Diário. A não perder: um 2:59 especial, só com falhanços de todos os que tentaram levar até si mais um formato de informação inovador.

Bom dia!

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