sexta-feira, 2 de agosto de 2024

JÁ SE COZEM PEÇAS CERÂMICAS NUM FORNO A HIDROGÉNIO NO CTCV

No dia 31 de julho, a equipa do Laboratório Hipocarbónico do CTCV, assinalou os primeiros testes de cozedura de produtos cerâmicos, com misturas de Hidrogénio e gás natural.
Trata-se de um estudo pioneiro para a indústria cerâmica nacional, impulsionado pela necessidade de acompanhar e propor soluções que visem a transição energética e a neutralidade carbónica desta indústria.
Os primeiros resultados mostram-se promissores e a adoção desta fonte energética está a corresponder às espectativas. Serão realizados futuramente mais ensaios com misturas variáveis de fontes de energia.
Com o enorme desafio da descarbonização que se coloca às indústrias intensivas em energia, a introdução de gases renováveis, como o hidrogénio verde, é uma abordagem disruptiva à atual matriz energética destas indústrias.
Estes ensaios irão permitir testar, à escala laboratorial a utilização de energias renováveis para que a indústria no futuro possa minimizar os riscos aquando da realização de investimentos tecnológicos com vista à descarbonização.
Este é um passo importante para o objetivo de tornar esta indústria mais sustentável, explorando alternativas energéticas que reduzam as emissões de carbono e contribuam para a descarbonização do setor. Os resultados destes ensaios serão avaliados de forma comparativa com os obtidos usando apenas gás natural e eletricidade.
Os ensaios decorrem num forno hibrido (gás e eletricidade), desenvolvido e instalado no Laboratório Hipocarbónico do CTCV, com o apoio do parceiro Induzir - Efficiency in Firing, tendo o parceiro PRF - Gas Solutions desenvolvido e instalado o sistema de mistura de gases.
Estão em análise várias dimensões do processo de cozedura, tais como as características técnicas dos produtos, nomeadamente a qualidade, durabilidade e aparência dos produtos finais; a eficiência energética, como medição e avaliação comparativa do consumo de energia durante o processo de cozedura; e as emissões de gases associadas, como análise das emissões de carbono e outros poluentes, resultantes do processo de combustão (gás natural e misturas de Hidrogénio e gás natural).
Estes desenvolvimentos são realizados no âmbito da Agenda Ecoceramica e Cristalaria de Portugal, cofinanciada pelo PRR.
No CTCV estamos continuamente motivados para desenvolver soluções que permitam à indústria uma atuação mais inovadora, mais sustentável, em linha com a evolução tecnológica emergente e na resposta aos desafios impostos pelos mercados e pelas políticas europeias.

*Nuno Nossa

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