domingo, 9 de outubro de 2016

OS SALAFRÁRIOS BIZARROS


Mário Motta, Lisboa
João Galamba, deputado do PS, diz que "É "bizarro" ver PSD e CDS a "acusar Governo de saques fiscais", compreende-se que o deputado, considerando a sua posição e desempenho, deva ser brando e o mais diplomático possível. Essa postura não é a que têm muitos portugueses conscientes do esbulho que o governo do CDS e PSD teve por prática nos quatro anos que governaram. Para esses cidadãos não só é “bizarro” o que em impostos e outras medidas agora defendem como significam mostra comprovativa de quanto são hipócritas, vigaristas e aldrabões. Quanto perigosos demonstram ser e são para os portugueses eleitores que se deixam iludir por esse mestre da trapaça, o nefasto e vende-pátria Passos Coelho, agora coadjuvado por essa tal Cristas do CDS em substituição de Paulo Portas, o submarino impune. 

É verdade que os impostos têm de ser alterados para maior contribuição para aqueles de maiores rendimentos. Não para os de menores rendimentos, como foi política fiscal de Passos Coelho, de Vítor Gaspar e de Maria Luís Albuquerque. E os impostos indiretos têm de ser ampliados nos produtos considerados de luxo e noutros itens que só depois de tudo esclarecido e ser digerido pelo conhecimento público é que nos devemos pronunciar. Não fará caminho nas políticas fiscais do governo de Costa sobrecarregar os que mais têm sido vítimas da crise gerada pelos mais ricos, pelos banqueiros, pelos recorrentes aos offshores, aos geradores da crise global que de ano para ano têm vindo a aumentar os seus lucros, os seus aforros, as suas “lavagens de capital” e de fugas aos impostos.

O governo de Costa não é perfeito mas sem sombra de dúvida que apesar de estar entalado entre tantas pressões da esquerda e da direita, dos mais pobres e dos mais ricos, da classe média, do FMI, da UE, etc., tem vindo a governar com algum mérito e a aliviar um pouco a sobrevivência dos que viram as suas vidas despedaçadas através das políticas e roubos inauditos do governo PSD / CDS. O tal de Passos e de Cristas, os comprovados salafrários que no governo, felizmente ido, esbulharam os portugueses, condenaram imensos à miséria, à fome, ao desabrigo, à implosão de famílias, à morte devido aos cortes na saúde que vitimaram centenas de idosos e outros cidadãos que antes podiam contar com um SNS que quase era exemplar e reconhecido como tal por imensas organizações internacionais da área.

Não é liquido que o governo de Costa vá ser exemplar no que se refere a mais equitativa distribuição da riqueza produzida. Nem é liquido que a justiça social apregoada seja devidamente cumprida. O que não há dúvida é que o governo de Costa é o mal-menor para a maioria dos portugueses, por isso os partidos à esquerda o apoiam parlamentarmente e “puxam-no” para a tomada das medidas possíveis que aliviem a carga dos explorados, miserabilizados e oprimidos, vítimas do governo de má-memória de Passos-Portas e Cavaco Silva. Foi um período neoliberal-fascista que, pelo visto, está a ser revertido e que os portugueses devem apoiar e exigir que seja completamente abolido para que respiremos alguma democracia de facto, alguma justiça social e reversão do fosso das desigualdades que impera e tem por artesãos os salafrários bizarros do costume.

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