sábado, 11 de dezembro de 2021

Peixe-lua com quase 3 toneladas encontrado morto junto a porto da Horta, nos Açores


Um peixe-lua (Mola Mola) com quase três toneladas de peso foi encontrado já sem vida à entrada do porto da Horta, nos Açores, estando biólogos a estudar as causas da morte, foi hoje divulgado.

“Já estava morto quando foi encontrado, aqui na superfície do porto da Horta”, disse à Lusa Pedro Afonso, biólogo marinho na Universidade dos Açores, adiantando que o exemplar “de grandes dimensões”, com 2.740 quilos, tem quase o tamanho semelhante ao maior indivíduo desta espécie descoberto em todo o mundo, que pesava cerca de três toneladas.

As causas de morte deste peixe-lua não foram ainda determinadas, embora apresente um corte na parte frontal da cabeça que poderá indiciar uma possível colisão com alguma embarcação, explicou.

“Estamos ainda a tentar saber, um pouco melhor, o que é que se passou. Verificámos que havia uma contusão grande na zona frontal, por cima da cabeça, que provavelmente poderá indicar uma colisão. Se essa colisão ocorreu antes ou depois da morte, é um pouco difícil, nesta altura, de determinar”, adiantou Pedro Afonso.

O biólogo da Universidade dos Açores lembra que o reporte de colisões de peixes deste porte com embarcações de lazer, de pesca, de transporte de passageiros ou de mercadorias, “é extremamente raro” nos mares dos Açores.

“A verdade é que estes peixes-lua são conhecidos por fazerem, durante o dia, um comportamento em que se colocam de lado, à superfície, numa espécie de natação letárgica, e também poderá ter acontecido que, nestas situações, haja mais probabilidade de existirem colisões”, explicou.

Christophe Pharm, outro biólogo da Universidade dos Açores, explicou à Lusa que já foram retirados o estômago e o intestino do peixe-lua para posterior análise, no sentido de perceber se ingeriu lixo ou plástico que possa ter causado a sua morte.

“Para nós, este tipo de trabalho é bastante desafiante, por que se trata de um indivíduo muito grande, mas conseguimos retirar o estômago, e parte do intestino, e vamos agora avaliar se havia plástico dentro do estômago e depois tentar relacionar isso com a morte”, referiu o biólogo.

O peixe-lua foi, entretanto, enterrado, prevendo-se que a sua estrutura óssea possa vir a ser recuperada, daqui a alguns anos, para posterior exibição na Fábrica a Baleia de Porto Pim, na cidade da Horta.

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