sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Cabaz de alimentos: Pescada e arroz carolino duplicaram de preço no último ano. Dos cereais à batata, conheça os produtos que mais aumentaram

 O cabaz de bens alimentares essenciais está agora avaliado em 224,67 euros, uma ligeira descida face à semana passada (224,95 euros), que foi o valor mais elevado registado desde o início do ano passado. Face à mesma semana de janeiro do ano passado, a dia 19 desse mês de 2022 o mesmo cabaz de produtos custava menos 36,97 euros, pelo que registou-se uma subida em um ano de 19,70% nos preços, segundo análise da DECO.

Se se comparar com o valor a 23 de fevereiro de 2022, véspera da invasão da Ucrânia pela Rússia, a subida foi de 41,04 euros, ou seja, de 22,35%. Desde o início do ano de 2023, o cabaz avaliado pela DECO regista uma subida de 5,27 euros (2,40%).
Segundo a análise da DECO, a pescada foi um dos produtos que mais aumentou desde o início da guerra na Ucrânia. Entre 4 e 18 de janeiro deste ano, já aumentou 3,39 euros (41%) e custa atualmente 11,59 euros por quilo.
“Aliás, entre 23 de fevereiro de 2022 e 18 de janeiro de 2023, a pescada foi um dos produtos que mais viram o seu preço subir, com um aumento de 92%, ou seja, de 5,56 euros por quilo. Em rota ascendente destaca-se também o arroz carolino, que desde essa data já aumentou 94%, de 1,14 euros para 2,21 euros”, assinala a DECO, referindo este outro produto que já regista um aumento de quase 100%.
Entre os dias 11 e 18 de janeiro, os dez produtos com maiores subidas de preço foram os cereais integrais (14%, mais 42 cêntimos), o atum posta em azeite (7%, mais 12 cêntimos), o arroz carolino (7%, mais 15 cêntimos por quilo), o esparguete (7%, mais oito cêntimos), o pão de forma sem côdea (7%, mais 14 cêntimos), o fiambre da perna extra (7%, mais 16 cêntimos), o sal grosso (5%, mais 3 cêntimos), a dourada (5%, mais 7 cêntimos) e a batata vermelha (5%, mais 6 cêntimos por quilo).
Já entre 23 de fevereiro de 2022 e 18 de janeiro de 2023 os produtos alimentares que mais aumentaram de custo na carteira dos portugueses foram o arroz carolino (mais 94%), a pescada fresca (92%), a alface frisada (61%), açúcar branco (49%), a cenoura (49%), a polpa de tomate (41%) ,o leite meio-gordo (41%), a couve-coração (41%), a bolacha maria (38%) e o salmão (38%).ao carapau e o leite meio-gordo (43%) e a bolacha maria e a couve-coração (38%).
A associação de defesa do consumidor tem monitorizado todas as semanas os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.
A associação explica que este aumento se deve ao facto de Portugal estar “altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno”, que “representam atualmente apenas 3,5% da produção agrícola nacional: sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16%).
“E se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o País a importar cerca de 80% dos cereais que consome”, acrescenta a Deco.
O organismo esclarece que “a invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um setor há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks”.
“A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor”, sublinha.

Multinews/Deco


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