sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

O SANGUE É UM TECIDO CONJUNTIVO LÍQUIDO


O sangue é um tecido conjuntivo líquido que circula pelo sistema vascular sanguíneo dos animais vertebrados e que tem como função a manutenção da vida do organismo.
O sangue é constituído por diversos tipos de células (ocasionalmente chamadas de corpúsculos); esses elementos figurados (ou formadores) constituem a parte "sólida" do sangue e cerca de 45% de volume total. Já os 55% restantes são formados de uma parte líquida chamada plasma (ou soro - plasma sem fibrinogénio) e de aproximadamente 45% de outros componentes que agrupados constituem os elementos figurados do sangue. São divididos em Leucócitos (células de defesa) electrócitos (transporte de Oxigénio) e Plaquetas (factores de coagulação sanguínea).

Lâmina de sangue humano:
a – hemácias
b – neutrófilo
c – eosinófilo
d - linfócito Anatomia do sangue dos mamíferos
As células do sangue de mamíferos são de 3 tipos: hemácias (ou eritrócitos, glóbulos vermelhos), leucócitos (ou glóbulos brancos) e plaquetas (ou trombócitos). O plasma, o componente líquido, é formado por 90% de água, 1% de substâncias inorgânicas (como potássio, sódio, ferro, cálcio), 7% de proteínas plasmáticas (albumina, imunoglobulinas e fibrinogénio, principalmente) e 1% de substâncias orgânicas não protéicas, resíduos resultantes do metabolismo, hormonas (hormónios).
Apresenta dissolvidos gases como oxigénio e Gás carbónico. Devido à presença da molécula da hemoglobina nas hemácias, nos animais vertebrados o sangue é de cor vermelha. A quantidade total de sangue no Homem representa cerca de 8% de sua massa total.

Sangue em um Dedo Doação
A doação de sangue é um processo no qual um doador de sangue voluntário tem seu sangue recolhido para armazenamento em um banco de sangue ou para um uso subsequente em uma transfusão de sangue.

Transfusão
A transfusão sanguínea é realizada para repor a perda do fluído corpóreo devido a alguma doença ou trauma grave que venha a trazer perda substancial que não possa ser reposta pela própria pessoa.

Veja também Hemoterapia.
Saúde e doença
Diagnóstico
O exame de sangue e de pressão sanguínea estão entre os mais comumente métodos de diagnóstico investigativo que envolve o sangue.
Patologia
Problemas com a circulação sanguínea desempenham um papel importante em diversas doenças, por exemplo:
•Isquemia
•Hemofilia
•Leucemia
•O sangue é um importante factor de infecção por HIV, o vírus que causa a AIDS.

Tratamento
A transfusão de sangue é o modo mais directo de uso terapêutico de sangue. Ele é obtido através da doação de sangue. Como existem diferentes tipos de sangue, e a transfusão de um tipo errado pode causar muitas complicações no receptor, são feitos exames de compatibilidade.
Outros produtos do sangue administrados intravenosamente são as plaquetas, plasma sanguíneo e concentrados de factor de coagulação específicos.
Muitas formas de medicação (dos antibióticos à quimioterapia) são administradas intravenosamente, já que elas não podem ser prontamente ou adequadamente absorvidas pelo trato digestivo.
Como dito acima, algumas doenças ainda são tratadas com a remoção de sangue da circulação.

Transfusão de sangue
A transfusão de sangue é uma prática médica que consiste em injectar sangue a um paciente que tenha sofrido de grande perda ou que esteja afectado por uma doença no seu próprio sangue. A primeira transfusão de sangue foi efectuada em 15 de Junho de 1667. É um tipo de terapia que tem se mostrado muito eficaz em situações de choque, hemorragias ou doenças sanguíneas. Frequentemente usa-se transfusão em intervenções cirúrgicas, traumatismos, hemorragias digestivas ou em outros casos em que tenha havido grande perda de sangue.
Durante algum tempo no passado muitas pessoas tinham receio de aceitar transfusão com medo de contraírem uma doença infecto-contagiosa. Hoje não precisamos ter este tipo de preocupação, pois o sangue colhido de um doador passa por diversos testes antes de ser transfundido em um paciente.

Bolsa de sangue História
As primeiras transfusões de sangue foram realizadas em animais no século XVII por Richard Lower, em Oxford, no ano de 1665.
Dois anos mais tarde, Jean Baptiste Denis, médico de Luís XIV, professor de filosofia e matemática na cidade de Montpellier, através de um tubo de prata, infundiu um copo de sangue de carneiro em Antoine Mauroy, de 34 anos, doente mental que perambulava pelas ruas da cidade que faleceu após a terceira transfusão. Na época, as transfusões eram heterólogas e Denis defendia sua prática argumentando que o sangue de animais estaria menos contaminado de vícios e paixões. Esta prática considerada criminosa e proibida inicialmente pela Faculdade de Medicina de Paris, posteriormente em Roma e na Royal Society, da Inglaterra.
Em 1788, Pontick e Landois, obtiveram resultados positivos realizando transfusões homólogas, chegando à conclusão de que poderiam ser benéficas e salvar vidas. A primeira transfusão com sangue humano é atribuída a James Blundell, em 1818, que após realizar com sucesso experimentos em animais, transfundiu mulheres com hemorragias pós-parto.
No final do século XIX, problemas com a coagulação do sangue e reações adversas continuavam a desafiar os cientistas.
Em 1869, foram iniciadas tentativas para se encontrar um anticoagulante atóxico, culminando com a recomendação pelo uso de fosfato de sódio, por Braxton Hicks. Simultaneamente desenvolviam-se equipamentos destinados a realização de transfusões indiretas, bem como técnicas cirúrgicas para transfusões diretas, ficando esses procedimentos conhecidos como transfusões braço a braço.
Em 1901, o imunologista austríaco Karl Landsteiner descreveu os principais tipos de células vermelhas: A, B, O e mais tarde a AB. Como conseqüência dessa descoberta, tornou-se possível estabelecer quais eram os tipos de células vermelhas compatíveis e que não causariam reações desastrosas, culminado com a morte do receptor.
A primeira transfusão precedida da realização de provas de compatibilidade, foi realizada em 1907, por Reuben Ottenber, porém este procedimento só passou a ser utilizado em larga escala a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Em 1914, Hustin relatou o emprego de citrato de sódio e glicose como uma solução diluente e anticoagulante para transfusões, e em 1915 Lewisohn determinou a quantidade mínima necessária para a anticoagulação. Desta forma, tornavam-se mais seguras e práticas as transfusões de sangue.
Idealizado em Leningrado, em 1932, o primeiro banco de sangue surgiu em Barcelona em 1936 durante a Guerra Civil Espanhola.
Após quatro décadas da descoberta do sistema ABO, um outro fato revolucionou a prática da medicina transfusional, a identificação do fator Rh, realizada por Landsteiner.
No século XX, o progresso das transfusões foi firmado através do descobrimento dos grupos sanguíneos; do fator Rh; do emprego científico dos anticoagulantes; do aperfeiçoamento sucessivo da aparelhagem de coleta e de aplicação de sangue, e, do conhecimento mais rigoroso das indicações e contra indicações do uso do sangue.
Após a Segunda Guerra Mundial, com os progressos científicos e o crescimento da demanda por transfusões de sangue, surgiram no Brasil os primeiros Bancos de Sangue.

Tipos Sanguíneos
O sangue é um tecido vivo que circula ininterruptamente pelas nossas artérias e veias, levando oxigénio e nutrientes a todos os órgãos do corpo e trazendo o gás carbónico. É composto por plasma, plaquetas, hemácias e leucócitos. O sangue é produzido na medula óssea dos ossos chatos, vértebras, costelas, quadril, crânio e esterno.

Sistema Rh
O sangue é classificado em grupos (positivo e negativo) pela presença ou ausência de um antígeno de superfície da hemácia que foi encontrado primeiramente no macaco ''''Rh'esus'''', dando nome ao fator Rh Assim, o sangue Rh negativo não possui este antígeno na superfície, e o Rh positivo o possui. A incidência destes grupos varia de acordo com a raça, pois trata-se de um fator hereditário.
Rh+> Sangue aglutinina pelos anticorpos ANTI Rh (maioria)
Rh-> Sangue não reage com anticorpos ANTI Rh (minoria)

Sistema ABO
O sangue também é classificado como do tipo A, B, AB ou O. Esta classificação teve origem na descoberta de dois antígenos de superfície, para os quais foram dados os nomes de A e B. Quando a hemácia possuía o antígeno A era chamado de sangue tipo A, quando possuía B, tipo B, quando possuía os dois, tipo AB. Quando não possuía nem A nem B, era assinalado com um número zero (0). As pessoas começaram a ler o zero como a letra O, dando origem ao sistema ABO.
AA ou Ia,Ia> GRUPO A BB ou Ib,Ib > GRUPO B
AO ou Ia,i> GRUPO A BO ou Ib,i > GRUPO B
AB ou Ia,Ib> GRUPO AB OO ou ii > GRUPO O

Compatibilidade Sanguínea
O sangue doado é separado nos seus componentes principais - os hemocomponentes, e estes são fraccionados em seus diversos elementos - os hemoderivados, para a aplicação terapeutica somente da fracção necessária. Se for necessário uma transfusão de sangue total, os hemocomponentes podem ser reunidos.

Hemácias
É o glóbulo vermelho, que transporta o oxigénio. Pessoas com sangue Rh positivo podem receber hemácias do tipo Rh negativo. O contrário não é verdadeiro. Pessoas do grupo O só podem receber hemácias do grupo O. Pessoas do grupo AB podem receber hemácias do grupo O, A e B. Pessoas do grupo B podem receber hemácias do grupo O e B, mas não do A e nem do AB. Pessoas do grupo A podem receber hemácias do grupo O e A, mas não do B e nem do AB.

A pessoa portadora do tipo de sangue O negativo é tida como sendo doador universal,seu sangue serve para qualquer paciente (estando na forma de concentrado de hemácia ) mas no caso de transfusão, o ideal é o paciente receber sangue do mesmo tipo que o seu.
A pessoa portadora do sangue AB positivo é tida como receptor universal, podendo receber transfusão de qualquer tipo de sangue, mas só pode fazer doação para quem tem sangue do mesmo tipo (e esse é considerado um dos sangues mais raros que existe).
Cada componente do sangue tem propriedades especiais e pode ser separado para tratar de problemas específicos de cada paciente.


Doação de Sangue
Os Centros Hemoterápicos necessitam de muito sangue para suprir às necessidades da população, devido ao grande número de acidentes e doenças sanguíneas que necessitam de transfusões. Não existem substitutos para todas as funções do sangue. Geralmente, restabelece-se o volume líquido do sangue mediante soluções salinas ou gelatinosas e estimula-se a produção acelerada de hemácias. Mas nos casos de hemorragias masivas necessitam de hemácias. Também os hemofílicos necessitam dos factores de coagulação (Factor VIII e Factor IX), para a qual não existe substituto. A molécula da hemoglobina artificial ainda encontra-se em ensaios pré-clínicos.
O doador não corre nenhum risco, já que são utilizadas para a colecta do sangue bolsas e agulhas estéreis descartáveis, isto é, utilizadas apenas uma vez.
Para doar sangue o indivíduo deve ter entre 18 e 60 anos, mais de 50 quilos, estar de boa saúde, não ser toxicodependente ou estar tomando certos medicamentos e realizar apenas "sexo seguro". A doação deve ser voluntária e não remunerada, como maneira de evitar a doação de sangue doente.
Pessoas do grupo O em alguns casos especiais podem receber todos os tipos de sangue.

Alternativas Actualmente Disponíveis
Alternativas médicas ao sangue, o que inclui os substitutos do sangue, frequentemente chamados por sangue artificial, são usados para encher o volume de fluido e transportar o oxigénio e outros gases ao sistema circulatório.Os termos preferidos e mais exactos são: expansores do volume e terapias de oxigénio. Nos últimos anos, muitas técnicas modernas e inovadoras tem sido desenvolvidas para tratamentos e cirurgias sem sangue. Ao passo que novos métodos usados em tratamentos médicos e cirurgia sem sangue, tornam-se disponíveis, estes tem sido a escolha de muitos pacientes.
Muitos médicos têm reconhecido, que a posição contrária à transfusão de hemocomponentes por parte das Testemunhas de Jeová, incentivou a pesquisa de tratamentos alternativos, permitindo efectuar cirurgias complexas sem a necessidade do uso de sangue total e hemoterapia, técnicas que beneficiam tanto as Testemunhas como outros pacientes. Uma parte da comunidade médica, porém, continua crítica em relação a opção religiosa, recusando-se a dar tratamento ou submeter a cirurgias a menos que seja permitida a transfusão sanguínea. Isto obriga estes pacientes a buscar tratamento em outros hospitais ou buscar um médico disposto a utilizar as diversas técnicas disponíveis para se evitar transfusões.

Complicações
As transfusões não são uma prática médica isenta de riscos, sendo que a decisão do uso do sangue é tomada pelos médicos quando acreditam que os benefícios são maiores que os riscos. Entre as complicações há : falha humana, falta de controle de qualidade, hemólise e contaminação. Entre as doenças e infecções passíveis de transmissão constam : hepatite, Aids, citomegalovírus, hemocromatose secundária e sensibilização, entre outras.



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