segunda-feira, 25 de abril de 2016

25 DE ABRIL, SEMPRE! A DIREITA RESSABIADA NO PARLAMENTO

São várias as comemorações do 25 de Abril por todo o país, ressalta de todas elas a sessão solene ainda a decorrer na Assembleia da República, no parlamento, onde os eleitos pelos portugueses tecem os discursos alusivos.
Alusões que exibem sem rodeios as reações ressabiadas de uma direita neoliberal a roçar o neofascismo, até a uma esquerda, suporte do governo PS, que reafirma Abril e faz notar os retrocessos infligidos pelo governo de Passos Coelho / Paulo Portas durante os quatro anos passados. Retrocessos com o apoio do maior desastre político, económico e suspeitosamente mafioso de nome Cavaco Silva, recentemente apeado da Presidência da República. Por quatro anos, pelo menos, a negação de Abril ocupou os poderes e votou à miséria mais de dois milhões de portugueses, incluindo os que se viram na necessidade de abandonarem o país e emigrarem.

Preferimos a página da TSF para trazer aqui o apontamento sobre as comemorações a decorrerem na Assembleia da República. De notar a presença dos militares de Abril, os militares da Revolução dos Cravos, da revolução do povo em 1974. Militares que não compareceram nas comemorações na AR durante a vigência do governo que escalavrou a democracia e a Constituição, vulgarmente chamado de governo de Passos, de Portas e de Cavaco.

Resumos do constante na página da TSF é o que apresentamos em seguida. Recomendamos que visitem a fonte para obter o pleno da reportagem da equipa TSF. Acompanhem ali a emissão em direto se essa for a vossa preferência. (PG)

25 de abril, sempre!

42 anos depois, o Parlamento assinala o 25 de abril, com a tradicional sessão de discursos. Maior expectativa reside na intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa, a primeira como Presidente da República.

PSD faz a crítica mais dura à esquerda. E diz que quer consensos

Paula Teixeira da Cruz é a escolhida do PSD. Começa pelos heróis desconhecidos de abril, mas rapidamente passa à palavra "Democracia". "A palavra às vezes mostra-se de aparente normalidade, de efeito anestesiante que por vezes a corrói."

A indiferença corroi a democracia. A coisa pública é de todos, não apenas de alguns, muitas vezes para fins ilegítimos.

A intolerância. Para os que transportam diferenças, para com o direito à liberdade de expressão, para os que pensam de maneira diferente.

A banalização dos conceitos. Quantas vezes não se evoca liberdade e democracia em nome de práticas intoletrantes, subversivas e iníquas. Em nome de interesses instalados e obscuros. 

João Torres, PS: Um jovem socialista propõe outros 3 d's

Uma outra estreia num 25 de abril: João Torres, da JS, é quem fala pelos socialistas, começando pelo "obrigado" aos militares de abril, que hoje voltaram às comemorações.

A primeira nota é de ataque aos off-shores: "Não podemos aceitar como normal o que não o é".

Outra contra a emigração forçada, "refugiados da nossa incapacidade económica e social". E contra o emprego precário.

A voz dos jovens, clara o deputado, pede resultados da ação governativa. "Inquestionável vontade de devolver esperança, de recuperar a Europa. Um novo ideal de justiça". E pede uma "sociedade decente, fundada em três D: defender, dinamizar, desafiar." Desafiar a cartilha neoliberal, acrescenta.

O cravo no peito não é condição suficiente para cumprir abril. "É dar a todos a igualdade de oportunidades. A liberdade e a igualdade não nos afastam, aproximam-nos".

Jorge Costa, do Bloco, critica a Europa

A democracia encolhe-se perante a UE. A irresponsabilidade da Europa empurra o país para ser "colónia de dívida". Critica Draghi, que veio recomendar novas leis eleitorais. 

CDS: "Não podemos repetir os erros do passado"

Nuno Magalhães começa por recordar os que foram perseguidos, "antes do 25 de abril e durante o PREC (uma farpa ao PCP). Fala dos erros que se lamentam que o país tenha cometido nos últimos 15 anos, base do sofrimento registado desde o eclodir da crise. 

CDS ataca Plano de Estabilidade

"É pouco credível nas projecções, é pouco prudente nas finanças públicas, é pouco ambicioso na confiança", sublinha Nuno Magalhães, acrescentando que o documento é também "muito preocupante quanto ao investimento, ao crescimento e à esperança de emprego".

Representantes da Associação 25 de Abril assistem à sessão

Rita Rato, do PCP: PCP ataca a direita. E marca terreno

Rita Rato fala pelo PCP. Tem 33 anos, fala agora daquele dia em abril e dos dias que se seguiram, quando o PCP era maior do que hoje. 

E depois ataca os últimos anos de governação PSD e CDS. "A derrota significa uma vitória da Constituição, repondo os valores políticos e sociais que desprezou". Por um país mais justo, para cumprir abril. "Quando comemoramos 42 anos da revolução, reafirmamos o compromisso de sempre", diz a deputada: que os direitos sociais sejam assegurados.

José Luís Ferreira do PEV: Verdes otimistas. "Já estivemos mais longe de abril"

Agora é a vez de José Luís Ferreira, um histórico dos Verdes, que regressa a 1974 para lembrar os sonhos de liberdade e de paz. "Era uma vontade grande grande que ali estava".
Chegamos ao resto do nosso futuro, com o desejo de um país mais justo, que não passe pela destruição de riqueza.

"Já estivémos mais perto de abril, também já estivémos mais longe"

"Pode ser tímido, mas não deixa de ser um regresso, desde logo à normalidade constitucional: a constituição voltou a ser respeitada, sem ingerências. Um regresso ao respeito pelas pessoas. Discutimos quanto se devolve às pessoas, discutimos qual vai ser o universo das pessoas isentas de taxas moderadoras. É o regresso da nossa soberania. É o regresso dos militares de abril à casa da Democracia".

André Silva do PAN em estreia no 25 de Abril:  Índice médio de felicidade, mote do PAN

André Silva, do PAN, com cravo na lapela, sobe ao plenário.

"Não vemos a democracia como algo estático", diz o deputado estreante no 25 de abril.

"A realização e felicidade não pode ser proporcional à sua capacidade produtiva". André Silva pede que se mudem os indicadores do sucesso público, para "reescrever o destino em direção a uma sociedade mais equitativa. O exemplo vem do reino do... Butão:

"A única maneira de sustentar uma ilusão é quando é partilhada por todos".


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