quarta-feira, 22 de junho de 2016

Hoje os franceses aceitam melhor a tortura

Após os atentados de 2015 em França, a maioria dos franceses aceita a utilização da tortura por parte das forças de segurança, segundo um estudo de uma associação que luta contra esta prática.

"Suspeitávamos que havia uma aceitação cada vez maior da tortura no contexto do auge do terrorismo, mas não nos dávamos conta de que a evolução era tão dramática", comentou à AFP Jean-Etienne de Linares, delegado-geral da Ação dos Cristãos para a Abolição da Tortura (Acat). Segundo o relatório anual da Acat, 54% dos franceses inquiridos consideram justo que um polícia aplique descargas elétricas num suspeito de colocar uma bomba de forma a fazê-lo falar.

Em 2000, somente 34% concordava com isso, segundo inquérito da CSA para a Aministia Internacional. Uma percentagem de 36% das pessoas interrogadas, aceita "em alguns casos" a utilização da tortura, o que evidencia um aumento de 11 pontos em comparação com a pesquisa da Amnistia Internacional em 2000.

A evolução de uma tolerância crescente à prática da tortura de Estado por parte da opinião pública francesa é acompanhada por um desconhecimento do fenómeno da tortura, segundo a associação. A tortura não permite, segundo a Acat, obter informações confiáveis, e, ao invés, valida que os regimes autoritários aterrorizem seus opositores.

A Acat também observou o desenvolvimento na última década de um fenómeno novo: a tortura usada contra os migrantes por grupos criminosos com o objetivo de cobrar resgates, especialmente no Sinai egípcio e na Líbia, mas também no México com os migrantes da América Latina como alvos.

Fonte: rr.sapo.pt

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