domingo, 16 de setembro de 2018

A poesia e a religião da natureza


Num dos seus livros o filósofo cordovês Séneca disse que Deus e a Natureza não são diferentes, a Natureza é o Todo que vemos, e Deus é o Todo absoluto, ou seja, o mesmo, com a sua Alma e Espírito Universal. Os poetas, abençoados pelo céu para serem sensíveis às suas vozes, ecos e linhas de força espiritual, abrem as portas da sua alma ao infinito. E este os impulsiona a criar, a fazer, a dar forma, ritmo, imagens mentais, e a música da linguagem a estas visões, a converter em poemas estas vivências. Vivências certamente sagradas, pois permitem-nos entrar em comunhão se somos sensíveis à influência dos seus versos , com o coração de tudo o que vive, abrirmo-nos ao mistério do coração do universo. Aí estão as fontes de uma religiosidade natural, a que mais além de raças, crenças ou cultos nos irmana a todos. A canção dos regatos de água, o crepitar da chama, os reflexos da luz, os murmúrios dos bosques, o branco sudário da lua, etc… convertem-se nas vozes desse infinito que espera, em mensagem de eternidade, um retorno ao sagrado em que os poetas são sacerdotes de um culto que nasceu com a consciência humana, ou talvez antes, com a dança dos primeiros átomos e estrelas, pois estas danças eram já versos de fogo escritos por Deus.

Autores como Fernando Pessoa, Guerra Junqueiro, Florbela Espanca, Antero Quental ou Miguel Torga são em Portugal, claros expoentes deste retorno ao sagrado através da poesia, sacerdotes de uma nova Beleza, que por sê-lo nos aproxima da Verdade, e portanto do mistério de Deus.

A conferência será proferida pelo Prof. José Carlos Fernández (Escritor e Director Nacional da Nova Acrópole

O local e a hora estão sujeitos a alteração . Portanto esteja atento ao evento.

Nova Acrópole Aveiro, Rua de Anadia, nº33, 3800-208 Aveiro, Portugal.

Oct 04 2018 at 08:10 pm to 09:10 pm 

A entrada é gratuita

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