quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Ciência | Portugueses estudam impacto do leite materno doado no intestino de bebés prematuros

Resultado de imagem para Portugueses estudam impacto do leite materno doado no intestino de bebés prematuros
Sapo24
Uma equipa de investigadores do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e da NOVA Medical School vai iniciar um estudo que visa analisar o impacto do leite materno doado no intestino de bebés prematuros.
De acordo com o CINTESIS, com este estudo observacional, pretende-se avaliar os fatores que interferem com a microbiota intestinal (bactérias e outros microrganismos que habitam o intestino) de bebés “muito prematuros” hospitalizados numa unidade de cuidados intensivos neonatal nacional.
Em análise estão a dieta materna, o tipo de parto (vaginal ou cesariana) e o tipo de alimentação disponibilizada aos bebés nesta fase da vida (leite materno, leite materno doado fortificado e não fortificado ou fórmulas industriais).
“O leite materno é rico em probióticos e em prebióticos devido ao conteúdo rico em oligossacarídeos, que ajudam a modular a microbiota intestinal. Por isso, a Organização Mundial de Saúde recomenda o aleitamento materno em exclusivo nos primeiros seis meses de vida”, explica, em comunicado, Juliana Morais, investigadora do CINTESIS envolvida neste trabalho, que é coordenado por Conceição Calhau.
De acordo com a nutricionista, “quando o leite materno não está disponível, o leite humano doado deve ser a primeira alternativa. Embora este leite passe por um processo de pasteurização, acredita-se que o resultado na microbiota dos bebés será semelhante à do leite materno”.
“Já as fórmulas industriais têm sido associadas a uma menor diversidade de ‘bactérias boas’ e a maior obesidade aos 18 meses de idade”, acrescenta.
Os investigadores acreditam que o tipo de alimentação provocará diferenças significativas na composição da microbiota intestinal dos bebés nascidos entre as 28 e as 32 semanas de gestação, que são particularmente suscetíveis de sofrerem um desequilíbrio entre microrganismos benéficos e microrganismos prejudiciais, chamado de disbiose intestinal.
“Ao contrário do que se pensava antigamente, esta alteração precoce do tipo, quantidade e diversidade de bactérias e outros micróbios presentes no intestino não será temporária. Ela afetará a ‘programação’ do metabolismo e da imunidade muito para além da infância, influenciando o desenvolvimento de várias doenças na idade adulta”, refere a investigadora.
O projeto conta com a colaboração da Maternidade Dr. Alfredo da Costa/Centro Hospitalar de Lisboa Central e do único Banco de Leite Humano existente em Portugal.
Lusa / Madremedia

Nenhum comentário:

Postar um comentário