quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Edgar Pinto diz-se inocente e remete alegadas suspeitas para anos pré-W52-FC Porto


Edgar Pinto disse hoje estar inocente, após ter sido suspenso preventivamente pela União Ciclista Internacional (UCI) "por suspeitas de indícios de irregularidade no passaporte biológico", antes de assinar pela W52-FC Porto, afirmando que as mesmas são "infundadas".

"Tendo sabido que a UCI tomou a decisão de me suspender da atividade [velocipédica], por suspeitas de indícios de irregularidade no passaporte biológico, venho garantir a minha inocência e a minha vontade de afastar essas suspeitas, que são infundadas, tratando-se de amostras obtidas durante os anos de 2015, 2016 e 2017, em alturas de grande sofrimento, nas quais fui sujeito a diversas intervenções cirúrgicas resultantes de várias quedas graves", vinca em comunicado enviado à agência Lusa.

O corredor de Albergaria-a-Velha precisa ainda que na base da suspensão estão "análises referentes a um período anterior" à sua contratação pela equipa W52-FC Porto, "que nada tem, por isso, a ver com este processo", e onde deseja prosseguir a sua carreira, depois de provar a sua inocência.

"Apelo a todos que respeitem tanto a mim como a minha família", conclui na nota.

Edgar Pinto está suspenso provisoriamente por "uso de métodos e/ou substâncias proibidas", segundo a lista atualizada de suspensões da UCI, hoje publicada.

Nos anos referidos, o ciclista, de 35 anos, representou a Skydive Dubai (2015 e 2016) e a LA Alumínios-Metalusa (2017), tendo-se mudado para os 'dragões' apenas em 2019, quando foi quinto classificado na Volta a Portugal, na edição ganha pelo seu companheiro João Rodrigues.

"A equipa W52-FC Porto tomou hoje conhecimento da suspensão preventiva do seu corredor Edgar Pinto. Os factos que estão na origem da investigação são todos eles anteriores à contratação do Edgar pela nossa equipa, contudo, aguardaremos o desfecho do processo, esperando que o corredor, que sempre teve, ao nosso serviço, um comportamento exemplar, possa provar a sua inocência e que continue a demonstrar o seu valor ao serviço da nossa equipa", lê-se na nota enviada à Lusa pela formação 'portista' e assinada pelo seu presidente, Adriano Quintanilha.

Edgar Pinto, que este ano falhou a edição especial da Volta a Portugal por lesão, tem uma carreira marcada por quedas graves.

Esta temporada, o ciclista, que foi quarto na prova rainha do calendário nacional em 2013 e 2018, apenas completou a Volta ao Algarve, do calendário internacional, no 34.º lugar, tendo em 2019 um ano de maior projeção lá fora: foi quinto na Volta à Turquia, quarto na Volta às Astúrias, quinto na Volta a Aragão e 10.º na Volta à Dinamarca.

O esclarecimento feito quanto aos anos sobre os quais incidem "as suspeitas de indícios de irregularidade no passaporte biológico" poderá dever-se ao caso de Raúl Alarcón, vencedor da Volta a Portugal em 2017 e 2018 e colega de equipa de Edgar Pinto na W52-FC Porto, que está também suspenso preventivamente por "uso de métodos e/ou substâncias proibidas".

De acordo com as normas da UCI, a principal equipa nacional sujeitar-se-ia a ser suspensa por ter tido duas suspensões por doping no espaço de 12 meses -- a suspensão de Alarcón foi anunciada precisamente há um ano.

Lusa

 

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