quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

“Era impossível aguentar até ao fim da campanha”. Jerónimo assume risco na cirurgia, mas espera regressar à estrada na próxima semana

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, assumiu hoje que há sempre um risco quando se tem de ser submetido a uma cirurgia de urgência, mas prometeu regressar "à estrada" daqui a uma semana.

"Tem um risco relativo, mas tem sempre um risco. Era impossível aguentar até ao fim da campanha e creio que, enfim, a vida tem destas coisas", declarou Jerónimo de Sousa, admitindo, "com a arte e sorte, daqui a uma semana já estar outra vez na estrada".

Jerónimo de Sousa agradeceu aos camaradas e aos jornalistas e amigos do PCP toda a solidariedade.

"Foi importante para mim as demonstrações de muitos homens e mulheres, homens e mulheres importantes, as manifestações de apreço de jornalistas e até de comentadores num quadro de manifestação de simpatia, de apreço e de solidariedade. É das coisas melhores para quem anda na vida política, porque é um valor que não determina nem vai esmorecer o combate político", disse.

Jerónimo revela que será operado na 5.ª feira

O secretário-geral do PCP revelou hoje que deverá ser operado na próxima quinta-feira e manifestou-se confiante de que daqui a uns dias o país poderá contar com ele para “o bem e para o mal”.

“Irei amanhã ser internado. No dia seguinte, em princípio, serei operado, embora com esta ou aquela data a fixar, e confiar que a coisa saia bem. Isto a vida tem destas coisas. Ter este sentimento de confiança de que mais uns dias e podem contar comigo para o bem e para o mal”, declarou Jerónimo de Sousa, à margem da ação de campanha eleitoral da CDU que hoje decorreu em Matosinhos, a última antes da cirurgia.

Questionado pelos jornalistas sobre se a cirurgia de urgência iria prejudicar a campanha eleitoral e os resultados da CDU, o secretário-geral do PCP respondeu com um “não" categórico.

“Não. O meu partido foi claro e inequívoco ao dar prioridade ao atendimento do problema [de saúde]. A urgência em concretizar um esforço muito grande por parte dos meus camaradas de partido, particularmente da direção. A pressa, ou a prioridade, não teve a ver com a falta, maior ou menor, na campanha eleitoral. O meu partido fê-lo por razões que são óbvias em termos de saúde, não definiu aqui metas, objetivos calendarizados de forma rígida (…). Acho que tenho forças para corresponder àquilo que são os anseios do meu partido, da CDU, de muitos democratas”, declarou o secretário-geral do PCP.

À margem da ação de campanha eleitoral da CDU para as eleições legislativas em que Jerónimo de Sousa interveio sobre os direitos dos trabalhadores, os jornalistas questionaram também Jerónimo de Sousa sobre o porquê da escolha de João Ferreira e João Oliveira para o substituir na campanha eleitoral.

Jerónimo de Sousa disse que, “em primeiro lugar”, foi porque fazem parte da direção do partido, da sua comissão política, do Comité Central.

“Em segundo lugar, porque são candidatos às eleições e têm este valor intrínseco, correspondendo assim a esta situação excecional, procurando dar a sua contribuição. Mais do que isto, é uma contribuição valiosa de dois dirigentes do partido também candidatos à Assembleia da República”, acentuou.

Jerónimo de Sousa agradeceu a solidariedade que tem recebido de todos os quadrantes políticos, designadamente do primeiro-ministro e do Presidente da República, bem como dos seus camaradas do partido, adversários políticos, jornalistas, entre outros, devido ao seu estado de saúde.

“Foi num quadro de exames de rotina que se verificou um problema que resulta da obstrução de uma válvula e uma equipa multidisciplinar médica considerou que, com a subjetividade do grau de risco, havia uma questão incontornável da urgência em realizar a intervenção cirúrgica e, como medida de segurança, tendo em conta os tempos em que a campanha [eleitoral] vai decorrer, há essa decisão", disse.

Questionado sobre os riscos de voltar ainda para a campanha eleitoral depois da cirurgia, o secretário-geral do PCP admitiu que “qualquer esforço superior" poderia "ter consequências”, manifestando a intenção de acatar as decisões médicas quanto ao regresso ao trabalho.

“Essa preocupação e esse aconselhamento penso naturalmente acatar e ter esta perspetiva em que o andamento será definido conforme a capacidade de recuperação deste problema”, precisou.

Madremedia/Lusa

Nenhum comentário:

Postar um comentário