Imagem: Jornal de Negócios |
Marcelo Rebelo de Sousa vai jurar a
Constituição original de 1976, perante 550 convidados no parlamento decorado
para a posse do novo Presidente com cerca de duas mil rosas com as cores da
bandeira nacional.
Tal como há dez anos, a cerimónia de
tomada de posse do novo Chefe de Estado terá a particularidade de dispor na
mesa da Assembleia da República três cadeiras de Presidente, mas desta vez
conta com uma inédita acreditação: a rádio de Celorico de Basto.
A Constituição original de 1976,
datilografada e encadernada a vermelho com letras douradas, será o exemplar da
Lei Fundamental usado para Marcelo Rebelo de Sousa jurar cumprir e fazer
cumprir.
Toda a Assembleia da República estará
mobilizada para o acontecimento, de tal forma que os bares vão abrir mais cedo,
pelas 07:30, mas a grande responsabilidade recai na divisão de Protocolo e no
gabinete de Relações Públicas, que se regem pelo chamado cerimonial, um guião,
com regras e horários discriminados mas que sofre adaptações.
"A base de todas as posses
encontra-se escrita há muito tempo, mas é evolutivo. Vamos buscar o cerimonial
de há dez anos e adaptar a algumas questões e circunstâncias colocadas no 25 de
Abril", contou à Lusa Manuela Azóia, do Protocolo da Assembleia da República.
A cerimónia do 25 de Abril é o grande
exercício de cerimonial anual do parlamento e há especificidades importantes da
tomada de posse do Presidente que na primeira já existiram e depois caíram em
desuso: a sessão de cumprimentos é a mais relevante.
A ordem de precedência de cumprimentos
dos convidados está escrita a 'bold' no cerimonial e foi nesse passo que há
cinco anos o então primeiro-ministro José Sócrates protagonizou uma falha de
protocolo, ao atrasar-se para ser o primeiro a cumprimentar o Presidente.
O exercício de evolução do guião para
quarta-feira que teve de fazer Rita Ferreira, diretora do Gabinete de Relações
Internacionais e Protocolo, levou em conta a inexistência de cônjuge do
Presidente eleito que vá tomar o lugar da mulher do Presidente cessante, Maria
Cavaco Silva.
A questão tem sido muito mediatizada mas
no parlamento resume-se a um passo: "O momento em que os dois Presidentes
da República trocam de posição. Esse momento não tem reflexo relativamente à
tribuna em que está a anterior primeira-dama, porque não há nova primeira-dama
para trocar. É a tal adaptação à realidade concreta", contou Rita Ferreira
à Lusa.
Particularmente envolvido na cerimónia
devido ao grande afluxo de imprensa a querer cobrir o evento é também o
Gabinete de Relações Públicas, chefiado por Vítor Pires da Silva, que ainda não
dispõe do total de meios de comunicação social acreditados, entre imprensa
estrangeira e publicações que normalmente não seguem os trabalhos parlamentares
mas estão presentes nesta cerimónia, as chamadas revistas 'cor-de-rosa'.
Uma coisa é certa, a rádio de Celorico
de Basto quis acreditação e os pedidos são em tal volume que justificam que a
sala do Senado vá servir como desdobramento da sala das sessões para os
jornalistas que não tiverem lugar na bancada de imprensa acompanharem a
cerimónia.
Quanto à indumentária a usar, Rita
Ferreira é taxativa: "Não há indicação de 'dress code', confiamos no bom
senso de cada um. Do nosso lado, será o mais discreto possível".
Fonte: Lusa
Nenhum comentário:
Postar um comentário