quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Ana Gomes considera convite do PS Lisboa a Sócrates “profundamente errado”

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Eurodeputada entende que dirigentes não devem marcar presença na iniciativa organizada pela FAUL, mas, dentro do partido, várias vozes pedem um "normalizar" da relação com o antigo primeiro-ministro.
"Acho profundamente errado um que um convite dessa natureza tenha sido feito por um órgão do partido como é a FAUL (Federação da Área Urbana de Lisboa do Partido Socialista) ", diz à TSF Ana Gomes, depois de confrontada com o convite para que José Sócrates seja um dos oradores de uma conferência organizada pelas Mulheres Socialistas de Lisboa.
No entender da eurodeputada, ainda que, no âmbito da "Operação Marquês", não exista uma acusação formal ao antigo primeiro-ministro, a "conduta" de José Sócrates é "incompatível com um mínimo de credibilidade que se exige a um politico sério".
"Não poderia ir à conferência, mas, se pudesse, não iria, para expressar a minha profunda discordância", vinca Ana Gomes, que, abordando a ausência de António Costa do evento, acrescenta: "Penso que outros líderes do partido não deveriam estar presentes. E, questiono-me sobre quem esta por detrás desta iniciativa que não dá credibilidade ao PS e que se presta a todo o tipo de especulações".
A participação do antigo secretário-geral do PS na "Universidade de Verão" socialista não é bem vista por algumas vozes dentro do partido, que consideram que seria benéfico aguardar o desenrolar da investigação em torno do antigo chefe de Governo, mas, em sentido contrário, são vários os dirigentes ouvidos pela TSF que defendem que sem uma acusação formal, o PS não deve bloquear a participação de Sócrates nesta e noutras iniciativas.
"Há que começar a normalizar a relação do partido com José Sócrates", diz uma dirigente socialista, que considera que o convite e a presença devem ser encarados com "normalidade".
Resultado de imagem para Ana GomesÀ TSF, um dos membros da direção do partido diz mesmo que o convite já era conhecido pelo Secretariado Nacional e que, mais do que a presença na conferência, foi sobretudo o adiamento da investigação que "caiu mal" nas hostes socialistas.
Já um dos oradores que irá marcar presença na conferência organizada pela estrutura da FAUL, e que não se arrepende de ter dado resposta positiva à organização, sublinha que se trata apenas de uma participação de um "militante de base" que "ainda tem muito para dar" ao partido.
Ouvido pela TSF, também Joaquim Barreto, deputado e presidente da Federação Distrital de Braga do PS, não tem dúvidas de que a participação numa iniciativa promovida pelo partido é "normal e desejável", salientando que o antigo primeiro-ministro "não está limitado nos direitos de cidadão nem de militante".
"O PS tem de habituar-se a este contacto com José Sócrates. Vai apontando para um normalizar da atividade que ele irá retomar", afirma um ex-membro do segundo governo liderado pelo socialista.
A conferência em que José Sócrates irá falar sobre "Política Externa e Globalização" arranca esta sexta-feira e conta, entre outros oradores, com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e com o ministro do Trabalho, Vieira da Silva.
TSF

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