quarta-feira, 5 de outubro de 2016

MENINA DE 7 ANOS RELATA A GUERRA EM ALEPPO PELO TWITTER


 
Bana Al-Abed / Twitter
Bana, menina síria de 7 anos, relata no Twitter que está "a ler para esquecer a guerra".
Bana, menina síria de 7 anos, relata no Twitter que está “a ler para esquecer a guerra”.
Bana Al-Abed é uma menina de 7 anos que sonha em ir à escola para se tornar professora. Mas está condenada a ficar fechada em casa, enquanto as bombas caem sobre Aleppo, a cidade síria onde vive. É este relato do cerco e da guerra na Síria que conta pelo Twitter.
No passado dia 24 de Setembro, Fatemah, uma síria de 26 anos, criou uma conta no Twitter na qual relata pelos olhos da filha Bana Al-Abed, de 7 anos, o conflito que prossegue sem fim à vista em Aleppo, cidade síria que está nas mãos dos rebeldes e que o Governo de Bashar Al-Assad tem cercada há cerca de três meses.
Nos últimos meses, os aviões russos, aliados de Assad, intensificaram os bombardeamentos sobre a cidade e Bana conta no Twitter como é o dia-a-dia daqueles que vivem neste cenário de guerra.
Numa das publicações na rede social, a menina conta como uma bomba caiu mesmo ao lado da sua casa ou como outra destruiu a casa da sua melhor amiga, matando-a.
Outro dos posts que ficou bastante conhecido é um com uma fotografia sua na qual diz que está “a ler para esquecer a guerra”.
Há também um vídeo em que Bana mostra o jardim da sua casa depois de um bombardeamento, lamentando que costumava lá brincar e que agora não tem onde o fazer.
Noutra publicação, a mãe da menina conta que estão a tentar dormir enquanto se ouvem as bombas a explodir no exterior e deixa a promessa de que voltará a publicar um tweet no dia seguinte “se estivermos vivos”.
Bana também lamenta como o seu irmão mais novo, Mohamed, “está a chorar” enquanto caem as bombas. “Prefiro morrer a deixá-lo morrer”, desabafa a menina.
“Ainda estamos vivos” é a mensagem que a mãe de Bana escreve noutra publicação no Twitter, a par de um vídeo com os seus três filhos a acordarem.
Noutro post, Bana pede aos russos e ao presidente sírio que parem com os bombardeamentos para poder ter “paz” para ir à escola e tornar-se professora.
A menina não pode ir à escola há vários meses e até a mãe deixou de ir à universidade por causa dos bombardeamentos.
Ao jornal britânico The Guardian conta que a escola local foi bombardeada no ano passado e que, como as outras são demasiado longe, é muito arriscado tentar lá chegar.
Assim, Bana fica em casa com a mãe e os irmãos à espera da paz que tarda em chegar.
“Não somos terroristas”, queixa-se a menina numa conversa com um jornalista do canal de televisãoITV News. “Somos crianças, temos direito a viver”, diz.
“Queremos que o mundo nos ouça, Bashar al-Assad e Putin matam crianças, bombardeiam escolas e hospitais e cercam civis”, queixa-se ainda a menina, lamentando que começa a faltar tudo na cidade.
“Não há água”“não há leite” e nos hospitais “não há remédios”, conta ao mesmo canal de televisão.
Já depois destas entrevistas e de o seu caso ter começado a ter repercussão um pouco por todo o mundo, Bana escreveu no Twitter que quer “viver como as crianças de Londres”.
Já a mãe apela aos russos “que se preocupam com a humanidade” para se “levantarem” pela paz de Aleppo. A jovem diz na ITV News que os seus filhos “são como os filhos” de todo o mundo e que“merecem uma vida”.
SV, ZAP
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