quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Brasil. MICHEL TEMER ACUSADO DE CORRUPÇÃO POR MINISTRO DEMISSIONÁRIO


Desde que tomou posse após o afastamento de Dilma Rousseff, o Presidente do Brasil já viu três ministros abandonarem o Governo por alegações de corrupção, fraude e subornos

O presidente do Brasil, Michel Temer, foi esta semana acusado de práticas corruptas por um ministro demissionário que diz que o chefe de Governo o pressionou para que aceitasse ajudar um outro ministro do Executivo num negócio privado em São Salvador da Bahia.

Marcelo Calero, ministro da Cultura do governo do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) que apresentou a sua demissão na semana passada, diz que Temer lhe pediu que ajudasse o ministro Geddel Vieira Lima, secretário da presidência, a obter autorização para construir um condomínio de apartamentos de luxo num distrito histórico de Salvador.

Anteriormente, Calero tinha bloqueado esses planos e, ao anunciar a sua demissão há uma semana, disse à polícia federal que sofreu pressões da parte de Lima para que revertesse a decisão quanto a uma propriedade que o ministro da presidência tinha acabado de comprar na Bahia. Temer nega as acusações de corrupção, mas admite que falou sobre o projeto com o seu ex-ministro da Cultura.

Desde que tomou posse interinamente em maio, após o Congresso brasileiro ter suspendido Dilma Rousseff da presidência por 90 dias até uma maioria dos membros da câmara terem votado pela sua destituição em agosto, Temer já perdeu três ministros por suspeitas de corrupção. O novo escândalo envolve uma propriedade comprada por Vieira Lima que Calero diz ser património protegido.

Esta semana, depois de Calero ter denunciado que sofreu pressões de Lima e do próprio Temer, o Supremo Tribunal passou o caso para a procuradoria-geral da república, que decidiu abrir uma investigação formal ao secretário da presidência. Temer tem recusado as exigências para despedir Lima, dizendo que o ministro indiciado vai permanecer no cargo.

Temer tomou posse como Presidente efetivo no final de agosto, depois de uma maioria dos membros do Congresso terem votado pela destituição de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, sob acusações de manipulação orçamental que remontam a 2014, quando uma maioria dos eleitores brasileiros a reconduziram na presidência.

A ex-líder e os seus apoiantes acusam Temer e o PMDB de orquestrarem um golpe parlamentar para chegarem ao poder, quando muitos dos membros do partido, incluindo membros do Governo, são suspeitos de fraude, subornos e corrupção no âmbito do caso Petrobras. Temer vai ficar na presidência do Brasil até 2019.

Joana Azevedo Viana – Expresso

Na foto: Marcelo Calero acusa Temer de o pressionar para que aceitasse ajudar outro ministro do Governo um negócio privado / Evaristo Sá

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