segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

EMPRESAS DO BIOCANT PARK DESENVOLVEM PROJETOS EM TEMPO RECORD PARA RESPONDER À PANDEMIA DA COVID-19

Cantanhede, 22 de dezembro de 2020 - Desde o início da pandemia da COVID-19 as empresas de biotecnologia sediadas no Biocant Park, em Cantanhede, envolveram-se e apostaram na criação de soluções inovadoras nas áreas de diagnóstico, tratamento e prevenção, baseadas na experiência, prática e conhecimento das suas equipas de investigadores.

Um medicamento à base em células estaminais para tratar doentes graves com COVID-19, uma infraestrutura que permite a execução em escala de testes de diagnóstico à COVID-19, uma vacina por inalação, e o projeto ArCovid19, que passa pelo desenvolvimento de uma metodologia para deteção da presença de SARS-CoV-2 em amostras de ar, são alguns dos projetos desenvolvidos pelas empresas e laboratórios sediados neste parque tecnológico.

A Crioestaminal, laboratório líder em células estaminais em Portugal e um dos maiores da Europa, desenvolveu um medicamento experimental à base de células estaminais do tecido do cordão umbilical expandidas para tratar doentes graves com COVID-19. O medicamento experimental, já disponível para utilização hospitalar, foi desenvolvido na recente unidade de produção de medicamentos de terapia celular da Crioestaminal, num investimento de cerca de 1 milhão de euros. De acordo com André Gomes, diretor geral da Crioestaminal, a empresa "está em condições de produzir cerca de duas dezenas de doses por semana, com a possibilidade de expandir a produção, se necessário”.

Num investimento superior a 35 mil euros e com uma equipa de cinco profissionais, a HeartGenetics, em parceria com o Biocant Park, desenvolveu uma infraestrutura para a execução em escala de testes de diagnóstico à COVID-19. O projeto COVID-LAB ficou operacional em maio, “altura em que havia escassez de testes de diagnóstico em Portugal, e após aprovação de utilização desta tecnologia de diagnóstico pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)”, recorda Ana Teresa Freitas, CEO da HeartGenetics.

Utilizando uma sala limpa disponibilizada pelo Biocant para a manipulação de amostras em elevada segurança, esta tecnologia de genotipagem tinha capacidade para realizar 800 testes por dia.

Outro dos projetos em desenvolvimento é o de uma vacina para a SARS-COV-2 pela Immunethep, “motivada pelo desenvolvimento de uma solução nacional que permita vacinar e proteger os portugueses o quanto antes”, refere Bruno Santos, CEO da empresa. Esta empresa utilizou a experiência que detém na área da imunoterapia para levar a cabo o desenvolvimento desta vacina, administrada por inalação, e que se encontra agora em fase de ensaios com animais, numa parceria com o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S), no Porto.

ArCovid19 é o nome que o Laboratório de Microbiologia, a unidade especializada em microbiologia do Biocant – Associação de Transferência de Tecnologia, em parceria com a empresa Biocant R&D, deu à metodologia inovadora e única em Portugal que permite detetar a presença de SARS-CoV-2 em amostras de ar. Segundo Joana Branco, diretora executiva da Associação Biocant, esta metodologia “pode ser relevante em ambientes críticos como Unidades de Cuidados Intensivos, Cuidados Continuados, Lares de Idosos e serviços hospitalares diversos, por forma a detetar precocemente a presença do vírus e, assim, prevenir novas cadeias de transmissão”. O consórcio prevê que, num segundo momento, seja possível aplicar a tecnologia desenvolvida noutros espaços como transportes públicos ou centros comerciais, espaços onde a aglomeração de pessoas e possibilidade de propagação do SARS-CoV-2 é mais elevada.

O Biocant Park é um parque de ciência e tecnologia especializado em Biotecnologia que tem como missão fomentar o bioempreendedorismo e apoiar iniciativas empresariais centradas na valorização económica do conhecimento na área das ciências da vida. Através da disponibilização de espaços laboratoriais especializados e plataformas tecnológicas o parque acolhe atualmente cerca de 35 empresas do setor, bem com um polo de capacitação em biotecnologia do Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra. Este ecossistema contempla ainda um núcleo de Bioindústrias destinado às empresas já em fase de produção em escala.

Em atividade há mais de 15 anos, o parque representa um veículo de crescimento que tem sido essencial para o setor no panorama nacional.


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