quarta-feira, 7 de julho de 2021

Luís Filipe Vieira detido. Não será ouvido pelo juiz Carlos Alexandre esta quarta-feira


O líder do Benfica e o empresário José António Santos foram alvo de buscas esta quarta-feira. A TSF sabe que Vieira não será ouvido esta quarta-feira.

O presidente do Sport Lisboa e Benfica, Luís Filipe Vieira, e o empresário José António Santos foram detidos esta quarta-feira para interrogatório, sabe a TSF. O líder encarnado e o empresário conhecido por "O Rei dos Frangos" foram alvo de buscas por suspeitas de crimes de burla qualificada ao fundo de resolução bancária, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais. Contudo, haverá mais detidos neste caso.

A TSF sabe que Luís Filipe Vieira está no Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, em Moscavide, onde vai aguardar até ser ouvido por um juiz, o que não deverá acontecer ainda durante esta quarta-feira. Segundo o jornal O Jogo, o juiz em causa é Carlos Alexandre.

De acordo com informação da RTP, a direção do Benfica vai reunir-se de emergência ainda esta quarta-feira. O Estádio da Luz também foi alvo de buscas, com vários pontos do recinto encarnado encerrados.

Segundo avançava o jornal SOL esta manhã, o presidente dos encarnados é também suspeito do crime de abuso de confiança referente a ganhos milionários que obteve na venda de 25% do capital da Benfica SAD a um empresário estrangeiro. A investigação tem origem no processo Monte Branco, a conhecida rede suíça de fraude fiscal e branqueamento de capitais que operava em Portugal e foi desmantelada em 2011.

Esta operação acontece três dias depois de o clube encarnado ter lançado uma nova emissão obrigacionista para arrecadar 35 milhões de euros.

Leia o comunicado do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) na íntegra:

"NEGÓCIOS DO FUTEBOL. DILIGÊNCIAS
Ao abrigo do disposto no art.º 86.º, n.º 13, alínea b), do Código de Processo Penal, informa-se:

No âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal cuja investigação se encontra a cargo da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e conta com a estreita colaboração da Polícia de Segurança Pública (PSP), foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca, abrangendo instalações de sociedades, domicílios, escritórios de advogados e uma instituição bancária. Estas buscas decorrem nas áreas de Lisboa, Torres Vedras e Braga.

No decurso das diligências foram detidas quatro pessoas, dois empresários, um agente desportivo e um dirigente desportivo.Detenções efetuadas atendendo aos indícios já recolhidos, com vista a acautelar a prova, evitar ausências de arguidos e a prevenir a consumação de atuações suspeitas em curso.

Os detidos serão presentes, previsivelmente no decurso do dia de amanhã, a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação, considerando a gravidade dos crimes e as exigências cautelares, de medidas coação diferentes do termo de identidade e residência.

No processo investigam-se negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades.

Em causa estão factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente e suscetíveis de integrarem a prática, entre outros, de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento.

No cumprimento dos mandados participaram 66 Inspetores Tributários, sendo 25 da Direção de Finanças de Braga, 8 da Direção de Finanças do Porto, 26 da Direção de Finanças de Lisboa e 2 da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais (DSIFAE), para além de 9 elementos do Núcleo de Informática Forense desta Direção.

Participaram ainda 4 magistrados do Ministério Público, 3 Juízes de Instrução Criminal e 74 polícias da PSP, 9 dos quais a exercerem funções no DCIAP.

O inquérito encontra-se em segredo de justiça."

Gonçalo Teles / TSF

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