terça-feira, 25 de setembro de 2018

Mãe, promete-me que lês

Mãe: As reacções ao livro devastador de Luis Osório

Se os tops significam alguma coisa, o livro chegou, viu e venceu. Mãe, promete-me que lês está nas bocas do mundo, da mesma forma que há um mundo de devastadores sentimentos nas páginas desta pérola literária de Luís Osório. Ou será Miguel?
Apostas ganhas numa rentrée são, nos dias de hoje, uma probabilidade difícil de calcular, mas ainda há bombas literárias, munidas com o condão de fazer parar o tempo e levar pessoas às livrarias.
E se a lotação esgotada no clandestino pré-lançamento na Fnac Chiado, e depois ainda mais, no lançamento oficial na nova sala de «Âmbito Cultural» do El Corte Inglés, com a entrada nos tops da Fnac, bem como entrada directa para o primeiro lugar no Top do El Corte Inglés, eram já indicadores de sucesso para a maioria, este livro que evoca a figura  da «Mãe» ousa ainda mais.
É que além das vendas há o valor literário e o reconhecimento dos pares.  Este livro já despertou – 7 dias decorridos – inúmeras reacções, a começar na de Fernando Pinto do Amaral, poeta e tradutor de Jorge Luis Borges. Pinto do Amaral rendeu-se às 160 páginas deste livro, que afirma ser um «comovente relato apoiado em memórias familiares por onde passa um certo Portugal das últimas décadas do século XX, este surpreendente livro-carta de Luís Osório consiste, acima de tudo, numa descida a essa zona desconhecida de nós próprios onde germinam sempre as emoções menos visíveis à luz do dia».
É um livro pessoalíssimo, com muito de Luís, Miguel para as mulheres que o criaram, mas também muito de todos nós, porque, como afirma Fernando Pinto do Amaral, este livro terá na sua leitura «um modo de cada um de nós se aventurar por esse caminho – um caminho obscuro e só nosso, em que tentamos fazer as pazes com todos os sonhos e todos os fantasmas que foram ficando para trás, sabendo que as suas cicatrizes continuam connosco».
O autor faz questão de nomear as mulheres da sua vida como o esteio da sua educação, desde logo com a avó Joaquina a assumir o papel de matriarca. Já, devido à ausência do pai, as figuras paternas de substituição, terão surgido apenas na idade adulta, quando Luís conheceu homens como Daniel Sampaio. O Psiquiatra e escritor lisboeta é mais do que um amigo, mas faz questão de falar de «Mãe» como leitor: «Numa emocionante tentativa de (re)construir a sua identidade, Luís Osório escreve um texto onde a ternura e o desespero alternam e o passado ilumina o futuro. Um livro que não deixará ninguém indiferente porque tem a ver com a construção do sentido de vida para cada um de nós», eis a síntese de Daniel Sampaio.
Também do universo musical português chegam notícias da leitura eufórica desta obra editada pela Guerra & Paz. Pedro Abrunhosa, hábil construtor das palavras, autor de canções que marcaram as últimas duas décadas e meia, disse acerca deste «Mãe, Promete-me Que Lês»:
«Luís Osório conduz-nos sem que achemos que estamos a ser conduzidos. Na sua escrita a carpintaria não está à mostra, não há ruídos, adjectivação ou juízos de valor. Literariamente maduro e com a vida dentro. Os livros de Luís Osório têm morte. Violência. Amor. Sexo. Culpa e redenção. Um escritor do século XXI.»
As reacções somam-se e o número de leitores sedentos de ler esta obra também. Logo, logo a carta chegará ao Porto, a Leiria e a Coimbra, pelas mãos do remetente. Depois virá Torres Novas.
Até onde poderá ir “Mãe, Promete-me Que Lês”? Esperamos que às mãos da mãe de «Miguel» - é nas mãos da mãe que deve acabar a carta de um filho.

Luís Osório
Ficção / Literatura
160 páginas · 15x23 · 14,90 €
Nas livrarias desde 18 de Setembro
Guerra e Paz Editores


R. Conde Redondo, 8, 5.º Esq.
1150-105 Lisboa | Portugal
Tel.  (+351) 213 144 488
  



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