sábado, 23 de abril de 2022

Proença-a-Nova | Caravana pela Justiça Climática percorre zonas afetadas pelos incêndios

 
A Caravana pela Justiça Climática, que pernoitou e passou por diversos pontos do concelho de Proença-a-Nova, como o Parque de Campismo da Aldeia Ruiva e a aldeia de Sobral Fernando nas margens do rio Ocreza, percorreu um total de 400 kms, num trajeto que focou as zonas do país mais afetadas pelos incêndios. Entre os dias 2 e 16 de abril, mais de 120 pessoas participaram na iniciativa, que partiu da Praia da Leirosa e terminou no Parque das Nações, em Lisboa.
Ao longo das estadias, o grupo organizou cirandas e debates, nos quais todos eram convidados a participar. Houve espaço também para a atividade “Devia Haver Aqui”, deslocando-se a fábricas ou empresas que o grupo considerou poluente, onde se apontavam soluções para o que poderia haver naquele espaço. António Assunção, participante da Caravana, assume que “o grande impacto que tentamos ter com a Caravana pela Justiça Climática não é bloquear infraestruturas ou bloquear emissões, mas sim construir uma infraestrutura e universo mais capaz, que não esteja só nas cidades”. Quanto ao apoio sentido das populações locais, António é perentório e refere mesmo que “em todos os sítios por onde passámos, as pessoas ficam a saber que não estão sozinhas, que na questão dos incêndios não estão abandonadas, embora o tenham sentido. Mostramo-nos dispostos a colaborar, por isso o resultado mais prático é a criação de uma conexão mais forte entre as cidades do litoral e do interior para uma ação política conjunta”.

Matilde Ventura, também participante da Caravana, assume as dificuldades em embarcar nesta aventura, mas agradece o apoio demonstrado: “claro que é duro, mas toda a gente tem sido muito gentil e amável para nós, com quem nos cruzámos, tanto as pessoas das localidades, como das Câmaras locais”. A Caravana pela Justiça Climática, ao longo da caminhada, publicou um Diário de Bordo, no qual foram dando nota dos acontecimentos de cada dia. No penúltimo dia, segundo a organização “chegou-se com uma multidão unida, impossível de ignorar. As pessoas saíram à rua, espreitaram às janelas e gritaram connosco”. No último dia, deu-se a chegada ao Parque das Nações, com um almoço em clima de confraternização.



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