quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Editorial | Eleições Autárquicas 2017

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Imagem: Antena Livre
É já no próximo domingo (1 de Outubro) que se realizam as eleições autárquicas. Estas eleições para as autarquias são um acontecimento importante, talvez mesmo, dos mais importantes, na vida das comunidades locais, apesar das promessas levantarem suspeitas no seu cumprimento. Promete-se agora, depois logo se vê.
Votar significa participar na vida da colectividade. É um acto que define a maioridade política de um povo, pelo menos assim devia ser.
Votar é também sinónimo de responsabilidade e de compromisso. Responsabilidade na pessoa que escolhemos, compromisso de ajuda para com a pessoa que escolhemos. É que o acto de votar não termina no momento em que depositamos na urna o sim aos candidatos escolhidos. Nesse momento empenhamos também uma atitude compromisso, de empenhamento e de colaboração apesar dos políticos a desbaratarem.
Devemos ser muito exigentes na pessoa que escolhemos mas não podemos negar-lhe o contributo e a colaboração que estiverem ao nosso alcance, apesar das desilusões que surgem a seguir à contagem dos votos. Todos somos responsáveis, com a pessoa que elegemos, na busca de soluções para os problemas da nossa comunidade.
De modo muito particular o dador de sangue, mais do que qualquer outro, tem que estar preparado para aceitar responsabilidades cívicas e não se pode esquivar se lhe pedirem colaboração.
Como dadores de sangue devemos ter uma atitude de verdade e de esclarecimento para com as pessoas menos preparadas. É importante consciencializá-las de que votar é um dever importante. Quem não vota perde a autoridade para criticar.
Não votar significa voltar as costas aos destinos da comunidade, essa atitude não é compatível com o nosso estatuto cívico na área da saúde.
Os políticos devem alterar os seus desígnios pessoais, não sobrepondo os seus interesses à causa que dizem defender. A falta de escrúpulos dos políticos (salvas as excepções) que são capazes de cometer todos os actos malabaristas para se elevarem, é combatida pelo receio da derrota.
O povo, influenciado para a obediência e pela propaganda eloquente dos políticos, habituou-se a dizer «sim» com a cabeça, como sinal de aprovação a tudo o que, com a estudada arte de convencer dos políticos, se disponha à aprovação. Mais tarde torcem a orelha. Não deve haver pactos com a indiferença.
A concordância surge normalmente bem intencionada, mas em muitos casos, mesmo em presença dos defeitos detectáveis, não se contraria quem sobre nós pode exercer domínios ou de onde poderemos esperar favores legítimos ou ilegítimos.
Não obstante a política ser imprescindível na qualidade de abelha mestra do grande enxame que é o homem, mais importante que ela são as sãs manifestações de fraternidade intercomunitária. Nenhuma razão antagónica entre a política pode ter bases para quebrar a amizade de dois indivíduos que podem ser úteis à boa administração da coisa pública. P. f. entendam-se.
No homem da imprensa está a voz do povo. Trazê-la bem afinada deve ser a preocupação constante de quem se propõe falar bem a linguagem dos outros. Dever que se deixou de praticar, na medida em que temos uma imprensa regional de conveniências, de amigos, grupinhos, de caras lindas, discriminatória, falsa, desrespeitando assim com tais práticas o próprio estatuto editorial.
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O voto não tem rosto, mas decide o teu futuro.
Estamos numa altura propícia dos candidatos visitarem as redacções da imprensa regional e liquidarem as contas da publicidade vencida. Infelizmente ainda existem jornalistas que não compreenderam o alcance (engodo) destas visitas, deixando-se embrulhar pelas influências político-partidárias, dando cobertura a fretes políticos. Esses tais não são dignos de serem considerados jornalistas, desonram assim a designação e a profissão.
Como cidadão eleitor e na qualidade de dirigente associativo sinto-me defraudado na confiança que depositei votando em determinados sujeitos nas últimas eleições autárquicas. Os eleitores não pensam na dimensão e nas consequências que seu voto pode produir em determinada pessoa, menos ainda na forma como vai ser usado e abusado. Uma vez depositado na urna, não à lugar a retorno, nem o eleitor ressarcido pelos danos causados. O sentimento de ter sido defraudado é terrível.
Os leitores que quiserem saber o motivo desta minha posição, convido-os ler o que se segue: Comunicado à Imprensa | Câmara Municipal de Aveiro discrimina a ADASCA no apoio financeiro http://www.adasca.pt/node/935. Quem não é por nós, é contra nós, ainda que não abra a boca. As atitudes são bem reveladoras, nem são difíceis de descodificar.
O conceito que se foi formando acerca dos dadores de sangue é miserável, duma baixeza inqualificável, revela-nos uma formação cívica deficiente, basta lembrar-nos do modo como fomos desconsiderados no período de governação PSD/CDS, triste memória. Com uma governação autárquica da mesma linhagem o que podíamos esperar, ainda que tenhamos sido surpreendidos? Uma autarquia que não tem em consideração os seus munícipes não pode exigir do governo central o que não pratica em sua casa. Temos pena.
Os dadores de sangue devem ser comparados aos bombeiros: quando toca a sirene, os bombeiros cumprem com o seu dever, vão mas, não sabem se voltam, então quando se faz sentir escassez de sangue nos hospitais, como funcionam os apelos? Quem prega o que pratica, ou, pratica o que prega? Não façam de nós tão estúpidos.
Deixem-se de discriminações miseráveis, surrealistas, antidemocráticas.
A minha opinião vai no sentido que devemos ser consequentes, assumir uma atitude de coragem e de terminação. Com tal gesto assumimos a nossa integral soberania.

J. Carlos

Director do Litoral Centro – Comunicação e imagem ONLINE

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