quinta-feira, 30 de setembro de 2021

CUBA E O SUBMARINO

 

  • Plinio Corrêa de Oliveira

Se há no mundo atual um reduto revolucionário onde a bandeira comunista parece insultar os raios do sol com sua presença, esse reduto é Cuba.

Um pouco por toda parte, os comunistas ficaram estarrecidos e desconcertados com a espetacular degringolada do bloco soviético. Ora, o constatar que a Rússia soviética de repente se pulveriza, representou um baque psicológico espantoso para os comunistas no mundo inteiro.

Entretanto, é um fator de alento para todos eles ver que, na pequenina Cuba, ainda arde uma Tróia comunista, irradiando para as três Américas os seus malfazejos eflúvios eletro-políticos.

A Ilha-prisão das Antilhas, porém, está imersa no caos. Castro parece estar com falta de ar, e a única saída possível para a sua delicada situação é o apoio propagandístico que lhe venha do exterior. Nesse sentido, caravanas faceiras de forâneos não têm faltado para lhe dar o indispensável respaldo.

Alegres próceres da esquerda católica brasileira, como Frei Betto, Frei Boff e quejandos, lá estiveram. Fazendo coro com ecologistas e tribalistas, esses homens-show da Teologia da Libertação entregaram-se à mesma lengalenga de sempre, cujos termos são mais ou menos os seguintes: ‘Em Cuba, vive-se feliz. Lá há miséria, é verdade. Mas qual é a diferença entre miséria e pobreza? E, no total, uma suportável pobreza não será melhor do que o consumismo?’

Não podendo fazer outra defesa da Ilha-cárcere, seus propugnadores entregam-se a essas desajeitadas defesas do miserabilismo. E pouco se incomodam de, por essa forma, concorrerem para que ali se perpetuem as brutalidades, as inclemências e os crimes do comunismo staliniano, fracassado no Leste europeu.

Tudo isso não obstante, o melhor proveito da presente situação cubana para os interesses do comunismo internacional ainda acaba sendo aquele de porta-bandeira.

Só para comparar, afigure-se o leitor um submarino no qual o periscópio, ademais de sua função ótica, exercesse também outra, à maneira de escafandro, sendo responsável pela introdução do ar no interior da nave.

Pois bem, Cuba, de momento, representa o papel desse periscópio hipotético. Em meio à tripulação comunista subaquática, imersa nas águas da miséria, minguada, desanimada e asfixiada à vista do naufrágio do comunismo russo, ela introduz o ar nesses pulmões. De maneira que, se eles ainda respiram, é porque Cuba respira.”

(Fonte: “Agência Boa Imprensa”, julho/1992).

ABIM

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