segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Cantanhede | Recital de Canto e Piano “Canções de Fernando Lopes-Graça, sobre textos de Carlos de Oliveira” encerra Colóquio “Carlos de Oliveira, uma escrita tatuada”

A sala de leitura de adultos da Biblioteca Municipal de Cantanhede acolheu, ao fim da tarde de sábado, 20 de novembro, um grande recital de canto e piano que encerrou o colóquio dedicado ao autor gandarês. Carla Simões, soprano, e Carolina Figueiredo, mezzo-soprano, duas extraordinárias cantoras líricas deram voz às letras de Carlos de Oliveira, por meio de temas musicados por Fernando Lopes Graça, acompanhadas ao piano por Ricardo Martins.

O tema do recital foi “Canções de Fernando Lopes-Graça, sobre textos de Carlos de Oliveira”, durante o qual estes extraordinários artistas interpretaram Canto da Paz; Terra e Céu; Mãe Pobre; Três Cantares - 1. O viandante; 2. Cantiga dos cravos; 3. Canção da jorna; Músicas Fúnebres - Perpétua para a campa de Carlos de Oliveira (instrumental); Os burlescos e os burlados e Livre.

Foi um momento de enorme elevação artística pela exímia qualidade das interpretações, num registo musical bastante peculiar como é a própria música de Fernando Lopes-Graça, concretizado num contexto também muito especial, que não é alheio o facto de se realizar na sala de leitura, no meio dos livros, da literatura, encerrando com chave de ouro, o colóquio que reuniu diversos académicos e estudiosos da obra de Carlos de Oliveira, também na Biblioteca Municipal – “Carlos de Oliveira, uma escrita tatuada”.

Tratou-se, sem dúvida, de um recital notável, repleto de significado artístico e de grande beleza, que por meio da expressão musical veio abrilhantar as Comemorações do Centenário do Nascimento de Carlos de Oliveira, em cumprimento do vasto e eclético programa que proposto pelo Município de Cantanhede.

Sobre Carla Simões, Soprano

Natural de Lisboa estreou-se nos palcos como Pamina, em A Flauta Mágica, e tem vindo a desenvolver um vasto repertório operático de onde se destacam outros papéis Mozartianos como Donna Anna (Don Giovanni), Fiordiligi (Così fan Tutte), Cherubino (Les Nozze di Fígaro), Clarice e Lisetta (Il Mondo della Luna, Avondano), Nora (Riders to the Sea, Vaughn Williams), Condessa Ernesta (As Damas Trocadas) e Rosina (O Basculho da Chaminé) de Marcos Portugal, Norina (Don Pasquale) e Rita de Donizzeti, Paride e Pallade (Paride ed Elena, Glück), Peppa (A Vingança da Cigana) e Albina (A Saloia Enamorada) de Leal Moreira, Crobyle (Thaïs, Massenet), Anna (Nabucco, G. Verdi), Juliette (Romeo et Juliette, Gounod), IV Mägd (Elektra, R. Strauss), Mercédès (Carmen, Bizet) e Mrs. Gobineau (The Medium, Menotti) entre outros.

Sob a direção de prestigiados Maestros nacionais e estrangeiros, trabalhou com agrupamentos musicais de referência, como a Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Sinfonietta de Lisboa ou a Orquestra da Fundação Calouste Gulbenkian, marcando presença em numerosos festivais culturais e nos mais importantes palcos nacionais como o Teatro Nacional de S. Carlos, Teatro Municipal de S. Luiz, Teatro Nacional de S. João, Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, entre outros.

Recebeu o 2.º Prémio Voz Feminina no Concurso Nacional de Canto Luísa Todi, em 2011, e tem sido convidada para a estreia de vários trabalhos de compositores contemporâneos.

A sua versatilidade vocal permitiu-lhe também integrar o elenco do Musical Sweeney Todd, de S. Sondheim, no papel de Johanna, em cena durante três meses no Teatro Aberto, com direção de João Paulo Santos e encenação de João Lourenço.

Foi recentemente lançado o seu primeiro registo fonográfico, como solista, com a ópera Il Mondo della Luna de Avondano, gravada pela primeira vez e ao vivo, para a editora Naxos no Teatro Thalia, em setembro de 2017.

Sobre Carolina Figueiredo, Mezzo-Soprano

Formou-se em Canto na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa em 2005, trabalhando hoje regularmente com Manuela de Sá. Participou de masterclasses com Susan Waters, Lucia Mazzaria e Tom Krause, e ainda de diversos projetos da rede ENOA. Integrou o Coro Gulbenkian entre 1998 e 2011.

Colabora hoje como solista com grandes coros e orquestras nacionais, tendo-se apresentado nalgumas das mais conhecidas obras de reportório.

Participou das estreias modernas de obras de compositores portugueses como Quatro Absolvições de Bomtempo, Magnificat e Missa a 4 vozes de António Leal Moreira, Te Deum e Missa em Fa de Francisco António de Almeida.

Nos palcos do Teatro Nacional de S. Carlos, Fundação Gulbenkian, CCB e Teatro D. Maria II integrou o elenco de Eugene Onegin (Tchakovsky) - Condessa Lárina; Roméo et Juliette (Gounod) - Gertrude; La Traviata (Verdi) - Annina; Madama Butterfly (Puccini) - Kate Pinkerton; L’enfant et les sortilèges (Ravel) - Maman, Tasse Chinoise e Libellule -; Beaumarchais (Pedro Amaral) - Condessa Rosina; Der Zwerg (Zemlinsky) - 3ª Camareira; Dialogues des Carmelites (Poulenc) - Mère Jeanne.

Apresenta-se também regularmente em recitais de música barroca e romântica, acompanhada ao órgão ou piano, sendo convidada, igualmente, por diversos agrupamentos de música de câmara. Destaca-se a participação no certame dos Dias da Música 2019, num recital a solo sob o tema de Shakespeare. Protagoniza regularmente produções de música contemporânea, de compositores como Carlos Marecos, Jorge Salgueiro e Hugo Ribeiro, cujas obras estreou e gravou.

Sobre Ricardo Martins, Piano

Começou os seus estudos musicais no Instituto Gregoriano de Lisboa, em 1998, com Manuel Fernandes. Nesta fase dos seus estudos, foi laureado com uma bolsa de estudos da Livraria Barata e foi finalista para uma bolsa de estudos da Yamaha Music Foundation of Europe.

Entre 2004 e 2008, frequentou a licenciatura em piano na Escola Superior de Música de Lisboa, estudando com Jorge Moyano. Mais tarde, reingressou na Escola Superior de Música de Lisboa para o mestrado em ensino da música, com supervisão de Jorge Moyano e Miguel Henriques, com “Leitura à primeira vista ao piano” como tema de dissertação.

Ricardo Martins tocou em masterclasses com alguns dos melhores músicos da Europa, participou em workshops para correpetidores, recitativo acompanhado, e direção (inserido nos cursos da European Network of Opera Academies).

Como acompanhador e correpetidor, participou em várias produções de ópera, destacando-se Ohneama, de João Gilherme Ripper, com Marcelo de Jesus e o Coro do Teatro Nacional de São Carlos (2016), para o festival Terras sem Sombra, e Die Zauberflöte (2017-2018) e Don Giovanni (2018-2019) de Mozart, para o Atelier de Ópera da Orquestra Metropolitana de Lisboa, com encenação de Jorge Vaz de Carvalho e direção de Pedro Amaral. Trabalhou também com o Teatro Nacional de São Carlos e o maestro Graeme Jenkins na produção de Alceste, de Gluck, com encenação de Graham Vick, para a temporada 2018-2019.

Ensaia frequentemente com o Coro Gulbenkian como acompanhador. Como instrumentista convidado, participou em vários concertos com a Orquestra Gulbenkian, Orquestra Metropolitana de Lisboa, e Orquestra Sinfónica Portuguesa.

Leciona como acompanhador e professor de piano na Escola de Música Nossa Senhora do Cabo, mantendo em paralelo a sua atividade como acompanhador e correpetidor freelancer.

Como solista, participou em recitais em várias salas de concerto, como o Museu Nacional da Música e o Auditório CGD do Instituto Superior de Economia e Gestão.


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