segunda-feira, 9 de maio de 2016

“BICICLETA” DA UE TEM PNEUS FURADOS, ESTÁ PARADA, JÁ CAIU E É UM CHAÇO

Hoje é dia da triste e vergonhosa Europa


Mário Motta, Lisboa

A União Europeia é detentora de quase todas as fronteiras da Europa. Hoje é o dia em que devíamos celebrar a Europa com orgulho e alegria. Em vez disso celebrasse o caos, o desastre, a tristeza e a vergonha que a Europa representa pelos desvios que veio fazendo ao que fora projetado e implementado após a sua fundação, a fundação de uma União Europeia dos cidadãos, para os cidadãos. Em vez disso assistimos à ocupação dos mais altos cargos na UE por tecnocratas e outros serviçais em sujeição aos que são adversários da democracia, da justiça, das liberdades e direitos dos cidadãos: os mercados, a alta finança, os menos de 10% que mandam no mundo.

Para assinalar este Dia da Europa, da triste e vergonhosa Europa, Martin Schultz, presidente do Parlamento Europeu declarou em entrevista na TSF que a UE avança como "bicicleta com pneu furado". A deputada do BE, em resposta, inspirada pela ciclo-declaração de Schultz, respondeu que “uma bicicleta parada cai”.

Prostrada e a causar desníveis sociais cujos fossos cavados nestes 10 últimos anos se têm vindo a agravar e a resultar na miséria de países e povos já está a Europa da UE. Há muito que a “bicicleta” passou de pneus furados para parada e estatelada na lama. Atualmente a “bicicleta” é um grande e vergonhoso chaço. Foi para onde a conduziram “iluminados”, só nos seus umbigos, como Durão Barroso e muitos outros capangas que atualmente estão a abarrotar com as côdeas daquilo que tem sido roubado aos cidadãos europeus, principalmente cidadãos dos países do sul da UE.

É esta a Europa que sobra depois da queda ciclista. A pobreza aumentou triste e vergonhosamente para vantagens de alguns. Barroso que o diga. Esse tal que depois de, na Cimeira dos Açores, fazer o favor aos EUA (invasão do Iraque), a Bush presidente sem vergonha, se viu compensado com a Presidência da Comissão Europeia por modo de pagamento do “favor”. Cargo com que nem por sombras havia sonhado vir a ocupar.

A esse Barroso agora é vê-lo a despejar a sapiência e experiência diarreica adquirida, demonstrando que ainda vale menos que nada – que era aquilo que valia quando foi primeiro-ministro de Portugal, entrando em fuga traidora e gananciosa para fugir para a UE.

Em compacto vai ter as notícias da TSF (com áudios no original) relacionadas com o tema abordado. O último artigo, sobre a pobreza, é mais uma mostra do grande chaço em que acabou a “bicicleta” europeia. (MM / PG)

Martin Schulz: UE avança como "bicicleta com pneu furado"

Passados 66 anos anos desde que Robert Schuman proferiu a célebre declaração que inspirou o projeto de integração, conduzindo àquilo que é hoje a União Europeia.

Numa entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, o presidente do Parlamento Europeu compara a União Europeia a "uma bicicleta de pneus furados". Com "muitos problemas por resolver", mas que, apesar de tudo, continua a ser um espaço de promoção da Paz, Segurança e do Desenvolvimento Económico.

"Continuamos a ser uma bicicleta, mas nos tempos actuais não temos ar nos pneus. Temos inúmeros problemas para resolver. Continuamos a pedalar. Mas, os nossos instrumentos não estão na melhor forma", diz o presidente.

Perante as múltiplas crises e os egoísmos nacionalistas com que a Europa se depara, Martin Schulz receia que o aprofundamento das relações transnacionais, que fazem a União Europeia, se traduzam num enfraquecimento da União.

"Esses que querem destruir a União Europeia estão agora a ganhar eleições. Ainda não têm a maioria na Europa. A maioria ainda são os que acreditam na cooperação transnacional como o melhor para a Europa. Mas, essa é uma maioria silenciosa. E, a minoria hostil é muito ruidosa, activa e mobilizada", afirma.

O presidente do parlamento europeu diz que muita coisa mudou e, "hoje, há primeiros-ministros que vêm a Bruxelas, dizendo: eu tenho de defender o melhor interesse do meu país - em Bruxelas. Isto é o pressuposto de que o interesse de um país é atacado em Bruxelas e por isso tem de ser defendido".

"Os primeiros-ministros portugueses - todos os primeiros-ministros portugueses -, especialmente o que está em funções, são muito fortes e convictos na defesa de um aprofundamento da integração europeia", salienta o presidente do Parlamento Europeu, considerando eu a falta de integração não é um problema criado pela União Europeia.

"O nosso problema são os Estados-Membros da União Europeia. Uma parte deles decidiram ir numa direcção [colocando os] interesses nacionais em primeiro e a Europa em último lugar", lamenta, lembrando que "noutros tempos, as gerações de políticos entenderam melhor que uma Europa forte é a melhor protecção para os Estados nacionais".

João Francisco Guerreiro – TSF

BE: "Portugal não pode ficar à espera da Europa para resolver os seus problemas"

Referindo-se a uma entrevista de hoje - em que se assinala o dia da Europa - do presidente do Parlamento Europeu à TSF e ao DN, a porta-voz bloquista realçou que "as bicicletas que não andam, caem".

A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE) defendeu esta segunda-feira que Portugal "não pode ficar à espera da Europa para resolver os seus problemas", até porque, "nos últimos anos", o projeto europeu tem assentado no "nivelar por baixo" de direitos.

"Portugal não pode ficar à espera da Europa para resolver os seus problemas", vincou Catarina Martins, que falava em Évora na abertura de dois dias de jornadas parlamentares do BE.

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse na referida entrevista que a Europa continua a ser uma "bicicleta, mas sem ar nos pneus" e demonstrou receio de que a União fique mais fraca devido às crises que atingem o continente.

O Bloco, por seu turno, sustenta que a ideia de "integração europeia" que durante muito tempo passou por um "nivelar por cima" dos países em áreas como desenvolvimento e ambiente, por exemplo, passa agora por "nivelar por baixo" de direitos dos cidadãos.

"Um país que se leva a sério não pode ter como projeto uma ideia europeia de 'dumping' social", concretizou a bloquista.

E acrescentou: "Em boa medida, o BE nestas jornadas parlamentares quer discutir propostas e projetos que ajudam a combater os problemas do nosso país e a não ficar eternamente à espera da Europa".

Na tarde de hoje, os parlamentares bloquistas farão várias visitas nos distritos de Évora, Beja e Portalegre: o Alqueva, o hospital de Elvas e as Minas de São Domingos, em Mértola, são alguns dos locais por onde passará a comitiva do BE.

À noite, está agendado um jantar em Évora, que contará com intervenções, entre outros, da porta-voz Catarina Martins e da deputada Mariana Mortágua.

Na terça-feira, haverá uma reunião de trabalho do grupo parlamentar bloquista e o encerramento das jornadas - com a apresentação de novas propostas legislativas do partido - será feita ao começo da tarde, pelo líder parlamentar, Pedro Filipe Soares.

Lusa, em TSF

Pobreza: "Balanço social do ajustamento é quase trágico"

No Encontro Nacional de Associados da Rede Europeia Anti-Pobreza, o investigador Carlos Farinha Rodrigues promete desfazer "dois mitos" relacionados com o processo de ajustamento português.

Na conferência de abertura do Encontro Nacional, em Santarém, destinado a celebrar os 25 anos da Rede Europeia Anti-Pobreza, Carlos Farinha Rodrigues promete demonstrar que, ao contrário do que muitos afirmam, a classe média não foi a mais penalizada no período de ajustamento económico e o que a crise não poupou os "mais pobres dos mais pobres".

O professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) diz que os mais pobres foram de longe os que mais sofreram entre 2009 e 2013, "O rendimento dos 10% mais ricos desceu 8%. Quando analisámos a quebra do rendimento dos 10% mais pobres verificámos que desceu 24%" no período entre 2009 e 2013.

Apesar de não ter havido cortes nos salários mais baixos, Carlos Farinha Rodrigues justifica a quebra de rendimentos dos mais pobres com a redução das prestações sociais.

O investigador diz que há outro mito relacionado com o programa de ajustamento português que é preciso destruir. A classe média "teve um forte recuo nos seus rendimentos , mas comparando com os indivíduos mais pobres, claramente" a queda da classe média "foi bastante mais reduzida".

Analisados os números disponíveis, Carlos Farinha Rodrigues conclui que a taxa de pobreza em Portugal se agravou muito. " O balanço social deste processo de ajustamento é , quase que poderíamos dizer, trágico. Regredimos em termos de indicadores de pobreza e exclusão social praticamente para o ínicio do século".

O professor do ISEG diz que este diagnóstico já não é baseado em opiniões. É sustentado nos números disponíveis.

Joaquim Ferreira - TSF

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