terça-feira, 24 de maio de 2016

Novo governo do Brasil atingido por escândalo

Ministro do Planeamento suspende funções depois da divulgação de gravação onde afirma que a destituição de Dilma é pacto para "estancar a sangria" representada pela operação “Lava Jato”.

O ministro brasileiro do Planeamento, Romero Jucá, vai suspender esta terça-feira funções até que o Ministério Público Federal apresente um parecer sobre as gravações em que aparece a falar da Operação “Lava Jato”.

Segundo o jornal “Folha de São Paulo”, em conversas ocorridas em Março, Romero Jucá, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), sugeriu ao ex-presidente da Transpetro, uma empresa subsidiária da Petrobrás, Sérgio Machado, que uma "mudança" no Governo resultaria num pacto para "estancar a sangria" representada pela “Lava Jato”.

De acordo com o jornal, os diálogos entre os dois investigados na operação anti-corrupção, gravados de forma oculta, ocorreram semanas antes da votação do pedido de afastamento da Presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.

Romero Jucá justificou esta segunda-feira que se referia a "estancar a sangria da economia, que está ocorrendo com o país".

Em declarações aos jornalistas ao final do dia, em Brasília, o governante disse que vai levar a questão ao Ministério Público Federal, acrescentando: "Amanhã [terça-feira] eu estarei de licença. Até que o Ministério Público se manifeste quanto às condições da minha fala".

Enquanto estiver fora, o Ministério será liderado pelo assessor Diogo Oliveira.

"Sou presidente nacional do PMDB [Partido do Movimento Democrático Brasileiro], sou um dos construtores" deste Governo, frisou num tom chateado, mostrando-se contra "qualquer manipulação".

O ministro do Planeamento realçou que "poderia ficar" no cargo, mas prefere "aguardar com tranquilidade" a manifestação "isenta" do Ministério Público Federal.

"Não quero que paire nenhuma dúvida sobre o governo", afirmou para justificar o seu pedido, reforçando que tem defendido "separar o joio do trigo" na questão da corrupção no país.

"O meu gesto é um exemplo de que nós somos transparentes e nada temos a esconder", vincou.


Fonte: rr.sapo.pt

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