terça-feira, 4 de outubro de 2016

Contrafação de tabaco disparou 109% em Portugal

Há mais cigarros ilegais à venda e Estado perdeu em 2015 o equivalente a 35 milhões de euros em receitas fiscais. 
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Lucília Tiago
Foto: REUTERS/Fabrizio Bensch
Foto: REUTERS/Fabrizio Bensch
A venda e consumo de tabaco ilegal mais do que duplicou entre 2014 e 2015 e uma parte significativa desta subida foi justificada pelo agravamento da carga fiscal que tem visado a generalidade dos produtos e de forma mais particular os cigarros e tabaco de enrolar. Após vários anos de queda, a contrafação e contrabando de tabaco ganhou novo fôlego. De acordo com um estudo da consultora KPMG, para a Imperial Tobacco e mais três tabaqueiras multinacionais, depois de em 2014 o volume de cigarros ilegais ter baixado para 100 milhões (o número mais baixo desde 2009), registou uma subida para os 210 milhões em 2015 (mais 109%).

Esta evolução fez com que os cigarros ilegais tenham representado em 2015 cerca de 2,3% do consumo total deste tipo de tabaco. Um ano antes pesava 1,1%. O comércio ilícito não se resume aos cigarros, sendo também um fenómeno com cada vez mais expressão no tabaco de enrolar, segundo revela o mesmo estudo que teve por base a recolha de amostras de maços de tabaco em vários pontos do país. Parte deste tabaco ilícito, revela ainda o estudo, está relacionado com o aumento de entradas vindas de Angola e também com fluxos crescentes de marcas brancas ilegais

Os cigarros ilegais foram em 2015 cerca de 2,3% do consumo total deste tipo de tabaco

Estes dados agora apresentados são mais um sinal de que em Portugal verifica-se uma tendência de desvio de consumo de produtos legais para o comércio ilícito”, afirma Julio Pascual, diretor da Imperial Tobacco Portugal. O mesmo responsável acentua ainda que em outras categorias de tabaco, “nomeadamente o de enrolar, a situação também é preocupante”. O contrabando de tabaco tem também um forte impacto ao nível das receitas fiscais. De acordo com o estudo da KPMG, se o volume de tabaco ilícito tivesse sido transacionado de uma forma legal, o Estado português teria arrecadado mais cerca de 35 milhões de euros. Julio Pascual vê uma estreita relação entre o aumento do comércio ilegal de cigarros e a evolução da carga fiscal que incide sobre o tabaco. “À explicação deste fenómeno não será alheia ao acentuado aumento de impostos verificado nos últimos anos, que tem incidido com maior peso nas categorias de produtos mais baratos e consumidos preferencialmente por pessoas com menor rendimento disponível”, precisou.

Se o volume de tabaco ilícito tivesse sido transacionado de uma forma legal, o Estado português teria arrecadado mais cerca de 35 milhões de euro

A explosão do fenómeno do contrabando de tabaco não é um problema que se coloque apenas a Portugal, revelando uma dimensão ibérica, e vai estar em destaque no II Congresso contra o contrabando de tabaco, que se realiza quinta-feira e que vai reunir em Sevilha representantes das autoridades portuguesas e espanholas. Portugal será representado pelo atual subdiretor-geral das Alfândegas, António Brigas Afonso, e pelo tenente-coronel Paulo Messias, da Unidade de Ação Fiscal da GNR. Na linha da frente deste encontro estará a análise da situação e a discussão de medidas que possam travar o contrabando. Um outro estudo realizado pela consultora IPSOS e que analisa a situação em vários países europeus, revela que 2,6% do tabaco consumido em Portugal. Uma análise feita com base na recolha de maços de tabaco vendidos nas ruas de 10 cidades portuguesas Lisboa, com 3,6%, Porto com 2,9% e Vila de gaia com 2,7% são os locais com maior concentração de tabaco com origem não nacional.

Fonte:dinheirovivo.pt/economia


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