terça-feira, 22 de agosto de 2017

5 Mini-Histórias de Sabedoria

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Budismo vem da palavra “budhi”, que significa despertar. Por essa razão, a filosofia budista é considerada a filosofia do “processo de despertar”. Um processo pelo qual não apenas abrimos os olhos, como também o resto dos sentidos e o nosso intelecto, de uma forma plena através de diferentes formas.
Queremos encoraja-lo com estas cinco mini-histórias a deixar para trás a apatia, desenvolver uma maior compreensão e se transformar numa pessoa mais sábia. Esperamos que aprecie e que experimente a sabedoria que carregam.

A chávena de chá

“O professor chegou na casa de um mestre zen e apresentou-se, fazendo questão de envaidecer todos os títulos que havia alcançado ao longo dos seus vários anos de estudo. Depois, o professor comentou o motivo da sua visita, que não era outro senão conhecer os segredos da sabedoria zen. Em vez de lhe dar explicações, o mestre convidou-o a sentar-se e serviu-lhe uma chávena de chá. Quando o chá transbordou da chávena, o sábio, aparentemente distraído, continuou derramando a infusão de modo que o líquido espalhou-se pela mesa. O professor não deixou de evitar chamar a atenção: “A chávena está cheia, já não cabe mais chá”, avisou. O mestre deixou a chaleira de lado para afirmar: “És como esta chávena, chegaste cheio de opiniões e preconceitos. Salvo que a sua chávena esteja vazia, não poderá aprender mais nada.” A primeira destas cinco mini-histórias relacionadas com o Budismo ensina que estando a mente cheia de preconceitos é impossível aprender e considerar novas crenças. É preciso  “esvaziar-se” de velhos preconceitos e hábitos e estar aberto a novos ensinamentos.

O presente

“Buda estava transmitindo os seus ensinamentos para um grupo de discípulos quando um homem se aproximou e o insultou com a intenção de agredi-lo. Frente ao olhar dos presentes, Buda reagiu com absoluta tranquilidade, ficando quieto e em silêncio. Quando o homem foi embora, um dos discípulos – indignado com tal comportamento – perguntou a Buda por que havia deixado que aquele estranho o maltratasse dessa forma. Buda respondeu com serenidade:“Se eu dou-te de presente um cavalo mas não o aceitas, de quem é o cavalo? O aluno, depois de ponderar por um instante, respondeu: “Se a pessoa não o aceitar, continuaria sendo seu”. Buda concordou e explicou que, mesmo que algumas pessoas decidissem gastar o seu tempo presenteando insultos, sempre poderemos escolher se queremos aceitá-los ou não, como faríamos com qualquer outro presente. “Se pegares nesse insulto, estarás aceitando-o, e se não o aceitares, quem te insulta fica com o insulto na suas próprias mãos”.

Os monges budistas e a mulher formosa

“Dois monges budistas, um velho e outro jovem, passeavam fora do mosteiro perto de um riacho de água que havia inundado os arredores. Uma bela mulher aproximou-se dos monges e pediu-lhes  ajuda para atravessar o riacho. O jovem monge estava horrorizado perante a ideia de levá-la nos seus braços, mas o velho com total naturalidade pegou nela e levou do outro lado. Depois, os monges continuaram caminhando. O jovem não podia deixar de pensar no incidente e finalmente questionou:“Mestre! Sabe que juramos abstinência. Não nos permitem tocar uma mulher dessa forma. Como foi capaz de levar essa bela mulher nos seus braços, deixá-la colocar as mãos em redor do seu pescoço, o peito junto ao seu peito e levá-la através do riacho, dessa forma? O monge ancião respondeu: “Meu Filho, és tu que ainda a carregas contigo mesmo! ”
A terceira destas mini-histórias budistas ajuda-nos a entender que às vezes carregamos o passado com emoções de culpa ou ressentimento, e o tornamos mais pesado do que foi verdadeiramente. Aceitando que o incidente não é parte integral do nosso presente, podemos livrarmo-nos de um grande peso emocional.

Inteligência

“Uma tarde as pessoas viram uma anciã procurando alguma coisa na rua fora da sua casa. ‘O que aconteceu, o  que estás  à procurar?” perguntaram a ela. ‘Perdi a minha agulha’ – respondeu. Todos os presentes começaram a procurar a agulha com a anciã. Com o passar do tempo alguém comentou: “A rua é comprida e uma agulha é algo muito pequeno. Por que não nos diz exactamente onde caiu?” “Dentro da minha casa” – indicou a anciã. “Está maluca? Se a agulha caiu dentro da sua casa, por que está procurando-a aqui fora?– disseram. “Porque aqui tem luz, mas dentro da minha casa não”, disse ela.
A quarta mini-história budista lembra-nos que muitas vezes, por conforto, procuramos no exterior o que reside no nosso interior. Por que procuramos a felicidade fora de nós mesmos? Por acaso a perdemos ali?

Não somos os mesmos

“Ninguém desenvolveu a benevolência e a compaixão como Buda na sua época. Entre os seus primos estava o malvado Devadatta, que sentia sempre inveja do Mestre e estava sempre empenhado em deixá-lo numa situação menos boa, inclusive disposto a assassiná-lo. Um dia, Buda estava passeando tranquilamente quando o seu primo Devadatta mandou uma rocha pesada desde o cume de uma colina. A rocha caiu ao lado de Buda e Devadatta não conseguiu acabar com a sua vida. Buda, mesmo percebendo o que tinha acontecido, permaneceu imperturbável, nem sequer perdendo o sorriso. Dias depois, Buda cruzou-se com o seu primo e cumprimentou-o afectuosamente. Muito surpreendido, Devadatta perguntou: “Não estás zangado?” “Não, claro que não”, assegurou Buda. Sem sair do seu assombro, Devadatta continuou: “Porque?” E Buda respondeu: “Porque nem tu és mais aquele que lançou a rocha, nem eu sou mais aquele que estava ali quando foi arremessada”.

Fonte: PB

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