sexta-feira, 27 de abril de 2018

Presidente da Junta da Praia de Mira abandona reunião de Assembleia Municipal em sinal de protesto

"A tentativa de silenciamento é notória e antidemocrática. Já chega de ser mandado calar durante 4 anos e meio. Basta!"
Na passada quarta-feira, dia 26 de Abril, a reunião de Assembleia Municipal tinha iniciado há pouco tempo, estando no período “antes da ordem do dia”, quando fui surpreendido com a proibição de falar.
Tinha realizado uma intervenção elencando um conjunto de observações e questões ao Presidente da Câmara entre as quais, a seguinte: “Na última reunião de Assembleia perguntei ao Sr. Presidente da Câmara qual o motivo do cancelamento do curso para nadadores salvadores e o Sr. Presidente respondeu-me que não havia inscrições suficientes. Depois disso vejo que a Câmara Municipal de Mira passado poucos dias volta a abrir outro curso com uma nova empresa. Qual o motivo disto? Até o Sr. Adjunto, do Sr. Presidente foi à rádio falar sobre o tema.”
ata de 20 de Fevereiro, página 25, diz o seguinte: “Interveio o Sr. Presidente da Câmara que começou por responder que o curso de nadadores salvadores tinha estado aberto mas que não tinha havido número suficiente de inscrições.” (resposta Dr. Raul na última reunião!)
Na presente reunião, após a minha intervenção o Presidente de Câmara não respondeu ao assunto, tendo delegado a resposta ao seu Adjunto. Este respondeu que afinal havia mais motivos para o cancelamento do referido curso, entrando claramente em contradição com o seu Presidente.
Após esta resposta pedi a palavra para obter explicações complementares sobre o assunto, tendo sido proibido pelo Presidente da Assembleia Municipal numa atitude claramente antidemocrática e que em nada contribui para a transparência tão apregoada. Afinal qual era o problema de haver mais esclarecimentos?
Como fui proibido na Assembleia de fazer uma intervenção à qual tenho direito, utilizo esta via para partilhar alguma da informação que tenho em minha posse que em nada coincide com os esclarecimentos do executivo.
Passo a transcrever um email enviado pelo Adjunto, do Presidente no dia 20 de Fevereiro, às 12h28m para a empresa responsável pelo 1º curso: “Exmos Senhores, No seguimento das conversas tidas durante a semana passada com várias pessoas da ANS Delfins (principalmente com o responsável pela formação), encarrega-me o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Mira, de informar que o Curso de Nadador Salvador, a iniciar no dia 16 de Março, na Piscina Municipal de Mira, fica sem efeito.(…)”
Resumindo: a 20 de Fevereiro às 12h28m cancelam o curso por vontade própria e às 19h no mesmo dia dizem que o curso foi cancelado porque “não tinha havido número de inscrições.” Passado uns dias abrem novo curso com outra empresa. Não acham isto no mínimo estranho? Depois mandam calar-me quando questiono este assunto. Sinceramente, acho isto descabido. Quais serão os motivos para esta forma de atuar?
Após este acontecimento fico com mais dúvidas. Afinal quem são as pessoas destas empresas e quem são os formadores? Que ligação têm à contratação dos nossos nadadores salvadores? E quanto foi pago nos últimos anos por estes serviços? Não havendo nenhum “jogo de interesses”, qual o incómodo em falar neste tema?
E será que um Presidente de Junta eleito pelo povo já não tem direito de questionar estes assuntos?
Algo aqui não bate certo…
Ainda ontem comemoram, supostamente, o 25 de Abril e a Liberdade! Hoje, 26 de Abril um eleito pelo Povo já não pode falar…registo o “bom exemplo”!

Francisco Soares Reigota

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