segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Brasil: PCP considera que está em curso “poder de cariz ditatorial”

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O PCP reagiu ontem à eleição de Jair Bolsonaro como Presidente do Brasil considerando que está em curso "a imposição de um poder de cariz ditatorial" naquele país, com promoção mediática também em Portugal.
Num comunicado de imprensa, o PCP defende que a vitória do candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro constitui "um gravíssimo desenvolvimento da ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e do povo brasileiro, corporizado num programa de intensificação da exploração e ataque aos direitos sociais, de agressão às liberdades e à democracia".
Está em curso um programa "de abdicação da soberania nacional e subordinação ao imperialismo, de promoção de valores profundamente reacionários e de imposição de um poder de cariz ditatorial no Brasil", acrescentam os comunistas.
Segundo o PCP, "este resultado é inseparável da sistemática ação de branqueamento dos reais objetivos e de apoio à candidatura de Bolsonaro promovida pelos grandes meios de comunicação social - incluindo em Portugal - e através das redes sociais".
A candidatura vencedora conta com o apoio "dos grandes grupos económicos e financeiros, do grande latifúndio e dos setores mais retrógrados e golpistas pela degradação da situação no Brasil", referem os comunistas.
Neste contexto, o PCP "apela ao fortalecimento da solidariedade com as forças democráticas e progressistas brasileiras, com os trabalhadores e o povo brasileiro e a sua luta para retomar e aprofundar o caminho de progresso social, de desenvolvimento soberano, de cooperação e de paz aberto em 2002 com a eleição de Lula da Silva como Presidente do Brasil".
Os comunistas portugueses saúdam os seus camaradas brasileiros "e as demais forças democráticas e progressistas brasileiras que convergiram na candidatura de Fernando Haddad e Manuela D'Ávila" e o seu "expressivo e importante resultado obtido, em condições extraordinariamente difíceis".
De acordo com o PCP, esse resultado "é, em si mesmo, um valor para continuar a enfrentar com determinação a ameaça fascista e defender a democracia".
Os comunistas enquadram estas eleições presidenciais "na sequência do golpe de Estado institucional que destituiu a legítima Presidente Dilma Rousseff em 2016 e da prisão arbitrária e do impedimento da candidatura de Lula da Silva".
O candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro (PSL) venceu ontem a segunda volta das eleições presidenciais brasileiras, registando 55,6% dos votos quando estavam 92,08% das secções de voto apuradas, sendo eleito Presidente da República Federativa do Brasil.
A segunda volta das eleições presidenciais no Brasil foi disputada entre Jair Bolsonaro, de 63 anos, capitão do Exército na reserva e deputado federal há 27 anos que passou por diversas forças políticas e este ano se filiou no PSL, e Fernando Haddad, de 55 anos, professor universitário, do PT, que foi ministro da Educação nos governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff e prefeito de São Paulo.
Jair Bolsonaro, que elogia o período de ditadura militar no Brasil e se declarou "favorável à tortura", tinha sido o candidato mais votado na primeira volta das presidenciais brasileiras, no dia 07 de outubro, com cerca de 46% dos votos, e liderou sempre as sondagens contra o seu adversário Fernando Haddad na segunda volta.
Haddad foi indicado como candidato do PT à presidência há um mês e meio, após o antigo Presidente Lula da Silva, que cumpre pena de prisão de doze anos, condenado por corrupção passiva e branqueamento de capitais, ter sido impedido pelo Tribunal Superior Eleitoral de se recandidatar nestas eleições.
Lusa

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