domingo, 16 de outubro de 2016

RADIAÇÃO CÓSMICA AFECTARÁ CÉREBRO DOS ASTRONAUTAS QUE VIAJAREM A MARTE


 
    Curiosity / Mars Science Laboratory aproximando-se de Marte, conceito de artista
Curiosity / Mars Science Laboratory aproximando-se de Marte, conceito de artista
O CEO da SpaceX Elon Musk já deixou bem claro que quem quiser participar no seu plano mirabolante de colonizar Marte precisa de concordar em entrar numa missão suicida.
Segundo o visionário empresário, há um pequeno aumento na probabilidade de os passageiros desenvolverem cancro, mas não era algo com que estivesse preocupado de momento.
Mas um estudo realizado por cientistas da Universidade da Califórnia pode fazer com que Elon Muskcomece a preocupar-se com a radiação durante a viagem ao planeta vermelho.
Segundo a pesquisa, publicada na Scientific Reports, os cientistas bombardearam cobaias com oxigénio ionizado e titânio, os tipos de partículas carregadas encontradas nos raios cósmicos galácticos que são mais propensos a atravessar a blindagem das naves espaciais.
Astronautas em missões longas devem passar por essas condições, e o preocupante é que os resultados não foram nem um pouco animadores.
Os raios cósmicos simulados causaram danos aos neurónios e inflamação cerebral, que ainda se encontravam presentes seis meses após a experiência.
Nesse estado, os astronautas podem ter dificuldades em tomar decisões ou realizar tarefas, além de sofrerem variações de humor.
Há ainda um efeito prejudicial da radiação sobre um processo cerebral, chamado “extinção do medo” – isto é, a nossa capacidade de esquecer traumas anteriores para que não vivamos num estado constante de ansiedade.
Estudos como este já foram antes realizados, com resultados quase tão alarmantes.
Algumas pesquisas financiadas pela NASA demonstraram mesmo danos neurológicos parecidos em roedores, mas este é o primeiro estudo que mostra como o dano é prolongado, explica o professorCharles Limoli, investigador da Universidade da Califórnia, à Phys.org.
“O ambiente no espaço coloca desafios e levanta problemas únicos aos astronautas”, realça Limoli, autor principal do estudo.
Vale a pena lembrar que os astronautas da Estação Espacial Internacional não sofrem com os raios cósmicos galácticos porque a estação está ainda dentro da magnetosfera, que protege a Terra da maior parte da radiação cósmica.
Todos sabemos que enviar uma missão tripulada a Marte vai ser perigoso. A nova preocupação agora é saber qual será o estado dos futuros colonizadores quando eles pousarem no planeta vermelho.
ZAP / Canaltech

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