segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

FUNCIONÁRIO DA GOOGLE PROCESSA A EMPRESA POR ESPIAR OS EMPREGADOS


 
Todas as empresas têm normas internas e regras de funcionamento, mas será que essas regras podem ser tão exageradas ao ponto de serem ilegais? Um funcionário da Google acha que sim, e avançou com um processo nos tribunais contra a empresa.
Poderá parecer loucura um único indivíduo querer enfrentar uma das mais poderosas empresas do planeta, mas as situações que relata, a confirmarem-se, pintam uma imagem bastante sombria da Google – muito distante dos seus tempos de “do no evil”.
Segundo o The Information, um dos pontos da longa lista de queixas que o funcionário apresenta refere um verdadeiro programa de espionagem interna, em que os funcionários são incentivados a denunciar outros funcionários que pensem estar a fornecer informações à imprensa.
As pontos sensíveis continuam, com alegadas instruções da Google de que nenhum funcionário deverá fazer referência por escrito a qualquer actividade potencialmente ilegal que detectem no interior da empresa.
Essa regra aplica-se mesmo que o objectivo seja fazer chegar essa informação aos seus advogados – isto para o Google se precaver contra informação negativa que pudesse ser revelada caso uma ordem judicial exigisse o acesso à sua documentação.
Há até uma cláusula que impede os funcionários de escreverem histórias sobre alguém que trabalhe numa empresa de tecnologia, sem antes obterem a permissão da Google.
O funcionário queixoso, que permanece anónimo, diz ter sido alvo de uma das tais denúncias, em que foi apontado como tendo fornecido informação à imprensa.
O processo apresentado ao tribunal alega que as leis de trabalho na Califórnia garantem que os funcionários deverão ter a liberdade para discutir as condições de trabalho e reportar actividades ilegais, sem recear consequências.
Caso o processo se decida contra a Google, a empresa poderá ser obrigada a pagar uma multa de 3.8 mil milhões de dólares, sendo que parte desse valor reverteria a favor dos seus 65 mil funcionários.
Cada um deles “arrisca-se” a receber cerca de 14.600 dólares.

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