segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Portugueses em St. Martin desesperados pedem ajuda

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João Amado, um empresário português que vive em St. Martin, uma das ilhas fustigadas pelo furacão Irma, diz que a situação está pior a cada dia que passa. E faz um apelo: "Tenho a minha família que queria que evacuassem. Pelo amor de Deus". João vive na parte holandesa com a mulher e dois filhos, de três e oito anos. O Governo português garantiu já que vai retirar 52 portugueses que estão em St. Barths e St Martin.

"Não há água, não há luz, não há supermercados porque foram todos pilhados". João Amado vive há alguns anos em St. Martin. Ao telefone com a <i>Antena 1</i>, o empresário diz que a situação piora dia após dia.

Falta tudo, há pilhagens por todo o lado, e teme pela segurança da família. "Não há gasolina. Há muita gente que tem geradores para pôr as suas casas a funcionar só que ao acabar a gasolina dos geradores começaram a assaltar os carros para roubar a gasolina para pôr nos geradores", contou. "É uma anarquia total. Uma loucura. Nós temos medo de sair à rua".

João Amado diz que por enquanto ainda têm água, porque "comprámos para uma semana". Mas os alimentos que estavam no frigorífico apodreceram porque o "frigorífico já não funciona". "Estamos a cozer verduras, a cozer ovos. O que sobra ainda. Mas já está tudo a acabar".

E faz um apelo ao Governo português. "Tenho a minha família, que queria que evacuassem. Pelo amor de Deus. Tenho uma filha de 3 anos e um filho de 8. E a minha mulher. Queriam pelo menos que eles fossem evacuados antes que acabasse a papa Cerelac que estamos agora a comer".

Portugal garante que vai retirar 52 portugueses de St. Barths e St. Martin

O secretário de Estado das Comunidades garante que 52 portugueses vão ser retirados das ilhas de St. Barths e St. Martin.

José Luís Carneiro revelou à Lusa que, nas últimas horas, subiu de 30 para 52 o número de portugueses "que pediram ajuda" e que o Estado vai retirar daquelas duas ilhas nas Caraíbas, numa embarcação fretada, em direção à ilha de Guadalupe, de onde os nacionais viajarão, num avião C-130, para Portugal.

São 46 emigrantes residentes em St. Barths e seis em St. Martin.

João Amado é um dos portugueses que contactou o gabinete de emergência consular para pedir ajuda. "Disseram-se para aguardar para que eles resolvessem a situação", disse. "Pediram para ir ao campo de refugiados para dar o nome para ser evacuado. No entanto o campo de refugiados não tem militares. Não há polícia. A polícia fugiu. A única coisa que lá está são pessoas a comer sopa. Protocolo não existe. Não existe nada".

Diz ainda este português que a zona do aeroporto foi tomada pelos americanos. "Têm spray na parede a dizer USA e uma fila de americanos a serem retirados pelos C-130. E a própria marinha holandesa disse-me: não há voos para a Europa tão cedo. Deixe lá os americanos sair primeiro que a gente logo desenrasca".

Da ilha de Guadalupe está prevista a saída, ainda hoje se as condições atmosféricas o permitirem, de um grupo de 15 portugueses a bordo de um avião francês, em direção de Paris, de onde prosseguirão depois viagem para Portugal.

Também este número subiu em relação aos 12 portugueses mencionados anteriormente pelo secretário de Estado.

O Governo espera ainda que este número continue a aumentar.

"É natural que à medida que as notícias vão surgindo e à medida que se confirma a decisão de retirada dos portugueses destas ilhas, a palavra vá passando e outros possam, entretanto, ainda surgir", disse José Luís Carneiro.

Nos últimos dias, o gabinete de emergência consular recebeu por telefone, e-mail e por via da intervenção do consulado-geral em Paris e do consulado-honorário em Palm Coast e ainda das embaixadas de Havana, México e Washington, cerca de 1.200 pedidos de informação, de procura de familiares e de apoio ao regresso", referiu.

Até cerca das 23:00 de Lisboa, as autoridades nacionais conseguiram falar com 205 portugueses: 114 na ilha de Saint-Barths, 29 em St. Martin; 18 em Guadalupe; 34 em Miami e Key West e dez em Havana e Varadero.

O Governo recomenda que os portugueses encaminhem os seus pedidos para os consulados ou para o gabinete de emergência consular (através dos números de telefone 21 792 97 14 ou 961 706 472 ou do endereço gec@mne.pt) e também descarreguem para os dispositivos móveis a plataforma gratuita Registo Viajante, que permite acionar pedidos de apoio e receber informação.

Fonte: RTP Notícias
Foto: João Amado

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