terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Peças em pedra esculpida de antiga igreja voltam ao Jardim Botânico de Coimbra

As estruturas em pedra esculpida da antiga igreja de São Bento, na Alta de Coimbra, demolida há oito décadas, vão voltar à Cerca de São Bento, hoje integrada no Jardim Botânico, anunciou a Universidade de Coimbra (UC).
“Mais de 80 anos depois da sua demolição, o que resta (estruturas pétreas esculpidas) da antiga Igreja de São Bento volta ao seu recinto original: a Cerca de São Bento, área que hoje corresponde ao Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (JBUC)”, revela uma nota da Universidade enviada à agência Lusa.
O espólio, que tem estado depositado na Escola Secundária José Falcão, em Coimbra, permitirá “a salvaguarda, a conservação e o estudo criterioso” daquelas peças, afirma a UC.
Trata-se de materiais que são fiéis representantes das preferências arquitetónicas da Coimbra do primeiro quartel do século XVII, sustenta Maria de Lurdes Craveiro, professora de História de Arte da Faculdade de Letras da UC, que tem acompanhado o processo.
O regresso às origens do material pétreo da Igreja de São Bento – que ainda não está concluído – surge na sequência das obras de requalificação da Escola Secundária José Falcão.
Os ‘restos’ da igreja – demolida em 1932, quando fazia parte daquela estabelecimento de ensino (então denominado Liceu José Falcão), que nessa época estava instalada no Colégio de São Bento, contíguo ao Jardim Botânico – ‘migraram’ com a escola secundária para o seu atual edifício, na Avenida Afonso Henriques, também na Alta da cidade.
Agora, sob proposta da Direção Regional de Educação do Centro, e com acordo e acompanhamento da Direção Regional de Cultura do Centro, as estruturas esculpidas em pedra “estão de regresso à Cerca dos beneditinos, para serem inventariadas e estudadas, para que posteriormente a Universidade, em conjunto com especialistas e as entidades competentes, defina um plano de valorização deste património”, refere o diretor do JBUC, António Gouveia, citado pela UC.
O interesse do acervo pétreo – que “corresponde aos caixotões que definiam a abóbada da capela-mor da igreja e a outros registos decorativos que acompanhavam os arcos de entrada das capelas laterais” – é evidente, salienta a UC.
“O regresso do material pétreo da Igreja de São Bento ao espaço do Colégio de São Bento reveste-se de particular importância”, afirma Maria de Lurdes Craveiro.
“A partir do processo de ‘musealização’ destas estruturas, a Universidade tem a capacidade de proteger um espólio rico que lhe está associado e que mostra a especificidade do trabalho artístico em Coimbra que, no primeiro quartel do século XVII [a igreja foi sagrada em 1634] e ao arrepio do que se passava no resto do país, mantinha a sedução pela decoração arquitetónica e pela cultura humanista do Renascimento”, descreve, citada pela UC, Maria de Lurdes Craveiro.
Além de se tornar um “objeto de eleição para compreender” essa época histórica, o regresso às origens do que resta da Igreja de São Bento “vem também estimular a capitalização do Jardim Botânico, que agora se vê preenchido com a memória acrescida de outro tempo, construída a partir da articulação entre a Universidade e a Ordem de São Bento”, conclui a docente de história de arte.
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