2022 poderá ser o ano da retoma integral da atividade da Biblioteca Municipal de Cantanhede (BMC). Para além de se assinalarem 30 anos da inauguração das atuais instalações, o objetivo passa agora por recuperar os índices de afluência, não só dos leitores regulares mas também dos participantes nas diversas ações culturais desenvolvidas pelos serviços - algumas das quais ainda se têm realizado embora sem a mobilização de antes da pandemia de Covid-19.
Reconhecida como equipamento de grande qualidade e um exemplo no processo de certificação a BMC é muito mais do que um espaço de leitura e estudo, oferecendo um leque variado de serviços e produtos culturais que suscitam uma crescente procura.
Os anos de 2020 e 2021, marcados pela pandemia Covid-19, foram atípicos no que diz respeito ao acesso a este tipo de equipamentos, mas a BMC soube adaptar-se à nova realidade, disponibilizando outros serviços, nomeadamente através do projeto “Levamos a biblioteca perto de si”, cujo principal objetivo foi promover e divulgar a cultura, facultando, para isso, a cedência de livros, CD de música e filmes em DVD aos utilizadores, permitindo, desta forma, o acesso contínuo aos documentos da biblioteca sem necessidade de sair de casa.
Com a fase pandémica em acentuada curva descendente, o objetivo passa agora por recuperar os índices de frequência de 2019, durante o qual a BMC registou 71.644 entradas – uma média de quase 200 entradas/dia. Nesse mesmo ano, o espaço foi palco de 294 sessões diversas, entre exposições, visitas guiadas, encontros, lançamentos de livros, etc, nas quais participaram quase 18 mil pessoas.
Integrada na Rede Nacional de Leitura Pública desde 1992, ano em que se mudou para as atuais instalações, a BMC desenvolve ações de promoção do livro e de incentivo à leitura orientadas para públicos de diferentes idades, organiza exposições temáticas e dinamiza um grupo de teatro infantojuvenil.
Da atividade de Biblioteca Municipal merecem ainda destaque o serviço de biblioteca itinerante – que desde 1999 está ao serviço das escolas, jardins de infância e instituições de solidariedade social do Município, e a pólo sazonal a funcionar na Praia da Tocha durante o período de verão, bem como a bebeteca, e o serviço da Biblioteca do Hospital.
Dotado de instalações modernas e funcionais, dispõe de um auditório com lotação de 100 lugares – para a realização de conferências, colóquios e debates -, um átrio com condições privilegiadas para exposições, uma sala de leitura, um espaço dedicado às crianças que inclui ludoteca e bebeteca, sala de audiovisuais, além de um bar e outros serviços de apoio.
O seu fundo bibliográfico é constituído por um total de 56.282 documentos, dos quais 44.021 são livros, e inúmeros produtos em suporte digital, tais como CD-ROM's, DVD's, diapositivos e cassetes de vídeo e áudio.
História da Biblioteca
A Biblioteca Municipal de Cantanhede teve origem numa doação do arcebispo D. João Crisóstomo de Amorim Pessoa, que em testamento deixou à Câmara Municipal 3.000 volumes, conforme refere o ofício camarário dirigido à Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, em 27 de maio de 1892. Esse legado comporta atualmente apenas 2.300 títulos, o que se fica a dever à falta de instalações indispensáveis ao seu adequado acondicionamento e, também, ao facto de não ter sido ainda possível garantir a sua total catalogação.
Tendo sofrido várias mudanças de instalações ao longo de quase 80 anos, a BMC fixou-se no edifício dos Paços do Concelho no final da década de 60, tendo a mudança para as atuais instalações, acontecido a 25 de julho de 1992, numa cerimónia que contou com a presença do então presidente da Assembleia da República, Barbosa de Melo.
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