quinta-feira, 16 de março de 2017

Nos dias 18 e 19 de março, sábado e domingo | Ciclo de Teatro Amador do Concelho com espetáculos em Cantanhede, Ançã, Cadima e Zambujal


O Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede regressa no próximo fim de semana com duas estreias e uma jornada de itinerância que vai levar dois grupos cénicos a representarem os seus espetáculos fora das comunidades em que estão inseridas.
Já no próximo sábado, 18 de março, o Grupo de Teatro Amador da União Recreativa de Cadima inicia no salão da Junta de Freguesia, às 21h30, a sua participação neste programa de revitalização da atividade teatral promovido pela autarquia cantanhedense. O público vai ter oportunidade de assistir a Um Casamento em Arregalados, adaptação livre de “A Boda”, de Bertolt Brecht, realizada por Maria João Espírito Santo. Trata-se de uma comédia de costumes no contexto da comemoração do casamento de Maria e Jacob juntamente com a família e os amigos mais chegados. Uma festa aparentemente normal com as histórias do pai, a comida da mãe, o flirt da irmã e as intrigas dos amigos, entre outras peripécias.
Também no sábado, igualmente às 21h30, o Novo Rumo – Grupo de Teatro de Amadores de Ançã estreia no Centro de Dia de Ançã “A Bela e o Monstro”, peça de Steve Johnston que surge aqui num registo de comédia adaptada com a ação transposta para a pacata aldeia de Brescos (Alentejo). Vicente Leão, um alentejano rico, apaixona-se por Preciosa, uma pobre moça que vem servir para sua casa, onde Dona Custódia, a governanta, alimenta há muito uma paixão não correspondida pelo patrão. Maquiavélica e astuta, Custódia tenta de tudo para afastar Preciosa de Leão, desde as poções mágicas do Dr. Albright, charlatão lá do sítio, aos conselhos da bruxa Judite, entre outros sortilégios desta hilariante história em que realidade e fantasia se cruzam a cada cena.
Ainda no sábado, o Grupo de Teatro, Arte e Cultura da Pocariça vai à sede do Rancho Regional “OS Esticadinhos” de Cantanhede apresentar, às 21h30, Um Grito Parado no Ar, de Gianfrancesco Guarnieri. A peça reflete uma espécie de desconstrução do processo de montagem de um espetáculo teatral por uma companhia que, confrontada com escasso tempo até à estreia, depara-se com vários outros problemas, como cortes de luz, falta de equipamento e a falta os acessórios de cena que os credores vão levando por não estarem pagos, entre outros. “É uma celebração do mistério do teatro, com as suas mazelas e a sua grandeza, a sua desordem e o seu fascínio”.
Finalmente, no domingo, 19 de março, às 15h30, é a vez de o Grupo Cénico do CSPO – Centro Social e Polivalente de Ourentã se deslocar ao Zambujal para representar, na antiga Escola Primária, A Farsa do Advogado Patelino, comédia de costumes centrada nas peripécias de um causídico esperto e ardiloso que, com a ajuda da sua astuciosa mulher, engana um comerciante simplório. Depois de ter defendido e conseguido a absolvição de um pastor em tribunal, num processo que lhe foi instaurado pelo tal comerciante, o jurista vê-se tomado nas teias que ajudara a tecer: o pastor recorre à estratégia que lhe havia sido instruída e recomendada para agora ludibriar também o próprio advogado.

Sobre o Grupo de Teatro Amador da União Recreativa de Cadima
O Grupo de Teatro Amador da União Recreativa de Cadima (URC) nasceu por iniciativa da direção da URC, no ano 2000. Na sequência da informação recebida por esta associação da realização do II Ciclo de Teatro, promovido pela Câmara Municipal de Cantanhede, a direção decidiu contactar e convidar algumas pessoas com anterior experiência de palco, em Cadima. É dessa forma que o Grupo de Teatro renasce já que, até meados da década de 1980, se ia fazendo algum teatro na coletividade.
Habitualmente, o grupo não recorre a textos próprios. Farsas são o tipo de peça que mais agrada levar à cena. Contudo, e em virtude das dificuldades em encontrar peças deste cariz, cujo conteúdo agrade aos elementos do grupo, tem levado à cena vários dramas, mas também pequenas comédias. É essencial, qualquer que seja o estilo de peça levada à cena, que o texto transmita uma mensagem.
Em 2008, pela dificuldade já mencionada em encontrar peças, o grupo decidiu não integrar o Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede, mas não deixou de receber um dos grupos que estava nele inserido. No mesmo ano, e para não parar a atividade, realizou uma “soirée” com declamação e teatralização de vários textos em prosa e poesia.
Para além das atuações no Ciclo de Teatro, o grupo tem aceitado convites para apresentar o seu trabalho por parte de coletividades do Concelho e fora deste, designadamente Cordinhã, Caniceira e Canelas, em Vila Nova de Gaia, com as quais tem partilhado enriquecedoras experiências, contributos relevantes para a própria dinâmica que o grupo tem assumido.
No ano 2006, um grupo de teatro da Escola Pedro Teixeira acompanhou o grupo nas suas atuações com uma peça da sua autoria.

Sobre o Novo Rumo – Grupo de Teatro de Amadores de Ançã
O Novo Rumo – Grupo de Teatro de Amadores de Ançã é um grupo que nasceu da vontade de muitos amantes desta arte cénica, no ano de 1983, a 28 de março. Após um início conturbado, este grupo entrou numa fase de paragem e reflexão.
Em março de 2002, por convite da Junta de Freguesia de Ançã, na pessoa do então Presidente da Junta de Freguesia Dr. Pedro Cardoso, foram convidados todos quantos já haviam participado no referido grupo, no sentido de fazer reiniciar a sua atividade.
Retomada a atividade regular, o grupo tem vindo a participar ativamente no Ciclo de Teatro do Concelho de Cantanhede e esporadicamente no Ciclo de Primavera do INATEL, registando enorme acolhimento junto do público que o tem recebido.
O Novo Rumo, apesar de muitos anos de existência, começou do zero. Não existiam peças pertencentes ao grupo, não existia qualquer tipo de material cénico (roupas ou qualquer outro tipo de adereços), não tem um espaço próprio, com disponibilidade e condições de trabalho para ensaios e apresentações e os fundos são parcos. Apenas existe muito boa vontade, esforço, entusiasmo e paixão de todos os elementos que compõem o grupo.
Porém, porque sempre foi convicção deste grupo que, criando melhores condições de trabalho e apresentação de peças, este entusiasmo poderia ser ainda maior, dinamizando o público mais jovem para este tipo de arte, foi crescendo e adquirindo equipamento que permitisse melhorar cada vez mais o produto final a apresentar ao público.
Neste momento, dispõe de equipamento de som e luz, vocacionado para este trabalho e de excelente qualidade, adquirido com esforço dos elementos, ajuda dos sócios e a comparticipação da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal.
Desde o reinício do Grupo foram já levadas a cena as seguintes peças: Hora de partir, drama; O Gato, comédia; O meu Amor é traiçoeiro, drama; Os trinta botões, comédia; O amor, comédia; Aqui há fantasmas, comédia; O céu da minha rua, farsa; Sonho de uma noite de verão, comédia.
O Grupo de Teatro “Novo Rumo”, num processo de evolução natural, sentiu necessidade de divulgar as artes cénicas e o gosto por esta forma de arte milenar junto de um público mais infantil, por considerar ser este um desafio que apesar de exigente, poderia dar muitos frutos. Por isso, desde 2006 tem vindo a apresentar peças infantis, que pelo seu sucesso os motiva a fazer mais e melhor! Tem envolvido cerca de 10 crianças por peça e tem sido apresentada localmente, em algumas localidades, escolas do concelho e Hospital Pediátrico de Coimbra, com enorme sucesso. Peças Infantis já apresentadas: Ursinho Guloso – 2007; D. Tão Parlapatão – 2008; Biscoitos de Natal – 2008.
Após um período de interregno, em outubro de 2013, o Grupo de Teatro “Novo Rumo” retomou as suas atividades e participou na 16.ª edição do Ciclo de Teatro Amador, organizado pela Câmara Municipal de Cantanhede, com a peça “Uma Bomba Chamada Etelvina”, uma comédia escrita por Henrique Santana e Ribeirinho, posteriormente representou “dois maridos em apuros” e na última edição levou a palco “Daqui fala o morto” de Carlos Llopis.

Sobre o Grupo de Teatro, Arte e Cultura da Associação Musical da Pocariça
O teatro na Pocariça remonta ao ano de 1895, quando começaram a ser feitas várias representações por um grupo de amadores de Coimbra. Um dos elementos deixou o grupo e decidiu organizar uma sociedade dramática, apenas constituída por amadores da Pocariça, que foi designada de Recreio Artístico. Apesar da saída de alguns membros do Recreio Artístico pouco depois da sua fundação, o agrupamento ainda subiu ao palco em fevereiro de 1896.
Em 14 de julho desse mesmo ano nasceu outro grupo de teatro amador, que foi batizado de Sociedade Dramática Pocaricense e que teve a sua estreia com a peça “Os Milagres de Santo António”.
Um novo grupo dramático foi constituído em 1909 com o objetivo específico de angariar fundos para a construção de uma casa de teatro na Pocariça. Constituído exclusivamente por elementos da localidade, este grupo exibiu as primeiras peças em abril, como a opereta intitulada “Canto Celestial” e outras peças, entre as quais um original de José Gomes Lopes, intitulado “Milagres de Amor”, o mais recordado de todos. Com a receita destas peças e com o produto de uma subscrição pública foi possível instalar um palco, camarins, vários cenários pintados e ainda pano de boca de cena.
Em abril de 1914 foi representada a última récita, uma vez que, pouco tempo depois, o prédio teve novo dono e desapareceu assim o “passatempo” de representar peças teatrais.
O Grupo Cénico da Pocariça surge já na década de 1950, sob orientação de Mário Pereira da Silva. Aí se revelaram nova vaga de atores amadores de grande vocação artística.
Para manter viva esta tradição ligada ao teatro amador, foi criado em 2000 o Grupo de Teatro, Arte e Cultura, no seio de outra coletividade de referência, a Associação Musical da Pocariça. A inspiração para este grupo está ligada ao trabalho artístico da atriz de teatro musical que conquistou fama a nível internacional, Auzenda de Oliveira, nascida na Pocariça em 1888.
O Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede, organizado pelo Município, serviu também de pretexto para trazer de volta a atividade teatral e de lhe dar um caráter sistemático e regular.
Saudades da minha Terra” foi o primeiro êxito desta formação mais reduzida, mas também a opereta “Entre Duas Avé Marias”, peça dos anos 1950, ajudou a cimentar a reputação deste coletivo.
O Grupo participa ininterruptamente no Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede desde a sua 4.ª edição em 2001-2002.

Sobre o Grupo Cénico do C.S.P.O. – Centro Social e Polivalente de Ourentã
Constituído por cerca de 25 elementos, entre atores, atrizes e demais colaboradores, o Grupo Cénico do C.S.P.O. – Centro Social e Polivalente de Ourentã fez renascer na freguesia uma tradição local que há muitos anos se encontrava sem atividade.
A primeira formação teatral conhecida remonta a 1936, cujas atuações permanecem ainda na memória de alguns dos residentes mais velhos como acontecimentos importantes na dinamização sociocultural da comunidade. Depois de vários períodos de interrupção, o último dos quais de vinte anos, devido a dificuldades no relacionamento entre a direção então eleita e o proprietário do imóvel que servia de sede à coletividade (Centro de Recreio Popular de Ourentã), o teatro voltou a ter expressão em Ourentã em 2003, ano em que um conjunto de entusiastas mobilizou esforços e vontades para criar um grupo cénico no âmbito da valência cultural do Centro Social e Polivalente de Ourentã, que havia sido fundado em 1995.
Para além do objetivo de fazer reviver uma tradição antiga na freguesia, na base da iniciativa esteve também a motivação dos promotores em fazer representar a instituição no Ciclo de Teatro Amador, programa da Câmara Municipal com reconhecido alcance cultural e grande notoriedade em todo o Concelho.
Depois do afastamento de Laurindo Francisco, em 2005, por motivos de saúde, Abel Ribeiro ficou a coordenar o grupo, cujos elementos têm participado nas ações de formação que a autarquia cantanhedense tem vindo a promover, sob orientação de atores profissionais.
Segundo os seus responsáveis, estas ações têm sido um fator muito importante na valorização técnica e artística dos intervenientes, ao mesmo tempo que têm permitido tirar melhor partido dos recursos e alargar os horizontes do grupo na produção dos espetáculos.
O financiamento da sua atividade é assegurado pelo CSPO, que também gere as receitas provenientes de outros apoios e subsídios, entre os quais o que é atribuído pela Câmara Municipal no âmbito dos ciclos de teatro.

Os ensaios decorrem normalmente na sede do CSPO ou, quando isso não é possível, num dos salões da Junta de Freguesia de Ourentã. O trabalho é desenvolvido ao longo do ano com a regularidade possível, de acordo com a disponibilidade das pessoas envolvidas, muitas vezes com grande sacrifício.

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