quinta-feira, 10 de março de 2016

Jornalistas do “Diário Económico” cumprem greve de 24 horas

Trabalhadores exigem o pagamento de salários em atraso. O Económico, incluindo televisão e jornal, emprega cerca de 138 pessoas.
Os trabalhadores do "Diário Económico" e da Económico TV vão estar, esta quinta-feira, em greve para reclamar o pagamento dos salários em atraso, numa semana em que a direcção editorial apresentou a demissão.
De acordo com o pré-aviso, "esta greve constitui uma forma de luta contra o atraso no pagamento dos salários de Janeiro e Fevereiro últimos, bem como do subsídio de Natal, e ainda contra a drástica degradação das condições de trabalho que impõem um esforço totalmente desproporcionado aos trabalhadores para assegurarem o funcionamento dos órgãos de informação para que trabalham, sem que se vislumbre qualquer solução para a situação que vivem".
O Económico, incluindo televisão e jornal, emprega cerca de 138 pessoas.
O Sindicato dos Jornalistas está a acompanhar a situação e teve representantes à porta da redacção. "Obviamente que manifestamos a nossa solidariedade", disse à Lusa a presidente em exercício do Sindicato dos Jornalistas (SJ), Ana Luísa Rodrigues, que apontou a "situação que os trabalhadores vivem há meses, fazendo sair um jornal em condições adversas", com salários em atraso.
Além da preocupação com a actual situação dos trabalhadores, o SJ está também preocupado com o futuro da publicação, que tem uma "marca emblemática".
"A diversidade informativa também está em causa", disse a sindicalista.
Na semana passada, os trabalhadores do "Diário Económico", Económico TV e Economico.pt entregaram o pré-aviso de greve de 24 horas, através do SJ e do Sindicato Democrático dos Trabalhadores das Comunicações e dos Media (Sindetelco), adiantando que a paralisação seria desconvocada ou suspensa logo que fossem pagos os salários de Janeiro.
Entretanto, a direcção editorial do apresentou na terça-feira a demissão do cargo, tendo o administrador Gonçalo Faria de Carvalho afirmado, numa comunicação interna, que iria procurar encontrar "com maior brevidade possível" uma alternativa para a condução do projecto.
Na carta de demissão enviada à administração, a que a Lusa teve acesso, o director, Raul Vaz, e os subdirectores Bruno Faria Lopes, Francisco Ferreira da Silva e Tiago Freire afirmam que, na "sequência da comunicação de 23 de Fevereiro, e na ausência de soluções para os constrangimentos às condições de trabalho no Económico então reportadas, a direcção editorial apresenta a sua demissão".
"Naturalmente, e no espírito construtivo que sempre a moveu, a direcção está disponível para assegurar o normal funcionamento do jornal, televisão e `site`, aguardando que a administração tome, o mais depressa possível, as decisões relativas ao futuro da direcção do Económico", referem na carta.

A Ongoing Strategy Investments, holding do grupo que detém o "Diário Económico", entrou na semana passada em processo especial de revitalização (PER) de empresas devido às dificuldades financeiras, tendo sido nomeado já um administrador judicial provisório.
Fonte: Lusa

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