Uma em cada dez pessoas enfrentará o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) alguma vez na vida; mesmo assim, o entendimento geral sobre esse distúrbio mental ainda é limitado.É como se sua resposta “lutar ou fugir” nunca se desligasse. Assim, essas pessoas são obrigadas a fazer adaptações em suas rotinas diárias.
Soa triste, não? Infelizmente, isso é apenas o começo. O TEPT é uma condição complexa que muitos não compreendem.
O transtorno de ansiedade pode ser desencadeado por qualquer evento que um indivíduo considere traumático, tais como estupro, bullying, o testemunho de um crime ou o nascimento de uma criança. Os sintomas incluem flashbacks e insônia, e as pessoas afetadas também podem sofrer outros tipos de problemas de saúde, como a depressão.
1. O TEPT pode afetar qualquer pessoa
Para começo de conversa, o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) não afeta apenas os veteranos de guerra. Todo mundo passa por momentos de medo, mas para quem sofre de transtorno de estresse pós-traumático, o pavor assume vida própria.
As pessoas com TEPT já passaram por situações que a maioria de nós nem consegue imaginar. É verdade que cada um se recupera de traumas de modo diferente, mas, no caso de quem tem TEPT, o estresse se prolonga e atrapalha sua vida diária.
2. O tempo levado para a condição se desenvolver varia.
Às vezes os sintomas não aparecem de imediato. Existem dois tipos estresse pós-traumático, segundo pesquisadores. Há o TEPT de curto prazo ou agudo, do qual a pessoa pode se recuperar depois de alguns meses, e o crônico, no qual os sintomas tendem a persistir por mais tempo.
3. O estresse pós-traumático não é incomum.
Estima-se que quase 2 milhões de adultos brasileiros sofrem de TEPT . Além disso, 8% da população geral apresenta TEPT em algum momento da vida.
4. Os sintomas tomam conta de sua vida.
Os efeitos do estresse pós-traumático não são apenas de natureza emocional. A condição é ligada a problemas físicos, como saúde cardiovascular prejudicada e problemas gastrointestinais . Ela se caracteriza também por episódios de medo paralisante, pela fuga de situações que engatilham esses medos e por mudanças de humor, como sentimento extremo de culpa, preocupação acirrada ou perda de motivação.
5. Existe um estigma enorme que cerca a condição.
As pessoas com estresse pós-traumático muitas vezes são cercadas de estereótipos negativos, como ocorre com a maioria das doenças mentais. É um problema enorme, porque o estigma muitas vezes leva as pessoas a não buscar tratamento adequado.
6. Os tratamentos de estresse pós-traumático variam segundo cada pessoa.
As doenças mentais não são iguais para todos, e os tratamentos, tampouco. As pessoas com TEPT provavelmente terão que experimentar terapias, medicamentos e outras técnicas diferentes para descobrir o que funciona melhor para elas.
7. Não está “tudo na cabeça da pessoa”.
A mente é o órgão mais complexo do corpo, e as doenças relacionadas devem ser tratadas como tais. Pesquisas mostram que o estresse traumático afeta regiões do cérebro. Em outras palavras, o TEPT não é algo que a pessoa pode superar, simplesmente, nem é uma atitude que ela adota para tentar chamar a atenção.
8. Os gatilhos não são universais.
Como o TEPT tem sua origem em experiências traumáticas diferentes, os gatilhos que agravam a condição e levam a pessoa a reviver a experiência traumática não são os mesmos para todo o mundo. A condição pode ser administrada, mas sempre existe o risco de que uma pessoa com quem você topa na rua, um som que ouve no supermercado ou até um comentário feito por um parente possam desencadear medo paralisante. É uma realidade difícil de se encarar diariamente.
9. É possível ter uma vida saudável e produtiva com TEPT.
O fato de alguém ter estresse pós-traumático não quer dizer que essa pessoa seja incapaz de funcionar ou ter uma vida que a realiza. Novamente, o tratamento correto é necessário. Como um câncer ou uma gripe, uma doença é apenas um aspecto da realidade da pessoa, uma das peças que compõem seu quebra-cabeça total. A doença não define a pessoa, e essa é a verdade mais importante a lembrar.
Debora Oliveira
Psicóloga Clínica
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