sábado, 15 de janeiro de 2022

ALBERTO ABRANTES PRESIDENTE HONORÁRIO DA SOCIEDADE COLUMBÓFILA VOLTA A SER RECORDARDO

Na passagem do décimo primeiro aniversário do falecimento do Presidente Honorário Alberto Abrantes, Lurdes Silva, Presidente da Direcção Geral da Associação de Solidariedade Social Sociedade Columbófila Cantanhedense, em representação de todos os restantes membros dos órgãos sociais, associados e colaboradores, daquela Associação e Fernanda Abrantes, esposa do homenageado, que estava acompanhada pela sua filha Maria João Abrantes, seu genro e netos, colocaram no Cemitério Municipal, na sepultura de Alberto Abrantes uma coroa de flores, assinalando simbolicamente a data do seu falecimento, tendo sido igualmente, celebrada uma missa por intenção da sua alma, na Igreja Matriz de Cantanhede.

Privados de promover a já habitual romagem de saudade, que foi realizada nos anos anteriores e que congregava o encontro de familiares, dirigentes, sócios e amigos, não quis a Direcção Geral da Sociedade Columbófila, deixar de recordar, a memória daquele que mais trabalhou para o progresso associativo conhecido naquela Associação.

Nascido a 15 de junho de 1947, Alberto Abrantes foi admitido na Sociedade Columbófila Cantanhedense, a 13 de outubro de 1962, na qualidade de associado concorrente.

Alberto Abrantes, que dedicou à Columbófila, mais de 40 anos da sua vida, muitos na qualidade de presidente da Direcção, é nos dias de hoje um dos maiores vultos da história da Sociedade Columbófila e dos que mais contribuiu para o progresso associativo no concelho de Cantanhede.

Falecido prematuramente na madrugada de 15 de janeiro de 2011, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, Alberto Abrantes de 63 anos de idade, é hoje recordado com muita saudade na Sociedade Columbófila, sendo o seu “legado” um verdadeiro tesouro daquela Colectividade e a sua atitude em vida, um exemplo para os mais jovens da sua dedicação pelo próximo.

A Direcção Geral da Associação da cidade de Cantanhede em colaboração com a sua Secção de Columbofilia e também para homenagear Alberto Abrantes, irá novamente instituiu o Troféu “Alberto Abrantes”, que será atribuído ao associado concorrente que vencer a Taça de Honra na Campanha Desportiva que se avizinha.

“… a nossa obra é também de todos…”
Alberto Abrantes – Setembro de 1975

Portugal regista 38.136 novos casos de Covid-19 e mais 33 mortes

Estão internados mais 34 doentes em enfermaria e um em unidades de cuidados intensivos.

Estão confirmadas mais 33 mortes devido à Covid-19 em Portugal, num total de 19.270, de acordo com o último boletim epidemiológico emitido pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Nas últimas 24 horas, foram contabilizadas 38.136 novas infeções, e há registo de 1.852.703 casos desde o início da pandemia em Portugal.

Estão agora interadas 1.733 pessoas infetadas com o vírus SARS-CoV-2, mais 34 do que na sexta-feira, sendo que 163 delas estão em unidades de cuidados intensivos (mais uma do que há 24 horas).

Os 33 óbitos das últimas 24 horas registaram-se em Lisboa e Vale do Tejo (14), na região Norte (12), no Centro (cinco), no Alentejo (um) e na Madeira.

Neste momento, há 309.633 casos ativos (mais 10.036 do que na sexta-feira).

Morreu César Batalha, pai do Coro de Santo Amaro de Oeiras

O maestro tinha 76 anos.

Morreu César Batalha. A notícia foi revelada pelo coro de Santo Amaro de Oeiras, através da rede social Facebook.

César Batalha, fundador do coro de Santo Amaro de Oeiras, faleceu na sexta-feira, aos 76 anos. Nas redes sociais, o coro recorda o maestro como "uma personalidade forte, cheia de vida e de garra", alguém que "conquistou corações de miúdos e graúdos, Portugal fora".

O maestro fica na memória de todos também pela criação de músicas como "Eu vi um Sapo" e "A Todos um Bom Natal" .

Corria o ano de 1980 e este era o sapo mais conhecido do país. A canção de César Batalha, na voz de Maria Armanda, com apenas quatro anos, haveria de dar a vitória a Portugal no festival infantil Sequim de Ouro, em Itália.

Leonor Marques, diretora artística do coro, ainda recorda o primeiro dia em que cantou com o grupo que o país inteiro conhece. Em todas as memórias, tem presença viva o maestro César Batalha, de quem fala como descrevendo um génio. "Vou recordar um homem genial, que fundou um coro com muita coragem e audácia, e que o dirigiu durante 50 anos", assegura, em declarações à TSF.

A condução por César Batalha, rememora, "é uma direção completamente diferente", porque "ele dirigia com a alma, dirigia com o olhar, dirigia com o sorriso". E o coro "é o filho do maestro, o maestro não deixou filhos", complementa a diretora artística do coro de Santo Amaro de Oeiras.

"Vamos honrar o nosso pai e fazer crescer o coro. Neste momento de dor, esta família está mais unida do que nunca."

Leonor Marques ingressou no coro de Santo Amaro de Oeiras aos sete anos de idade, já lá vão 43. Foi nessa altura que conheceu César Batalha. Emocionada, diz que não seria quem é sem o maestro. "Aprendi tudo, ele orientou a minha vida, no fundo. Hoje posso dizer que sou quem sou porque conheci uma pessoa como o maestro César Batalha. Todo o meu percurso profissional e pessoal está ligado ao coro de Santo Amaro de Oeiras."

A diretora artística do coro não tem dúvidas de que há uma canção do repertório que não será esquecida. "Vamos cantar sempre o 'A Todos um Bom Natal', esse será quase o hino nacional de Natal em Portugal", garante.

Há dez anos que César Batalha já não estava no coro.

O município de Oeiras publicou, no seu site, uma nota de "pesar pela morte" do autor do hino da cidade, cujo auditório municipal tem o nome do maestro.

Segundo a nota de pesar do Coro de Santo Amaro de Oeiras enviada à agência Lusa, César Batalha estava hospitalizado há dias no Hospital Egas Moniz, em Lisboa, onde morreu na sexta-feira, pelas 22h00.

O coro diz estar "em luto" e recorda as "centenas" de "amigos, conhecidos e alunos que, ao longo da vida (...) admiraram e estimaram" o maestro, de quem guardam "uma marca de bondade, dedicação e amor".

César Batalha - autor de obras conhecidas do grande público e cantadas por várias gerações, como "Eu vi um sapo" ou "A todos um bom Natal" - fundou o Coro de Santo Amaro de Oeiras em 1960, com apenas 15 anos, tendo aí dirigido "mais de 1200 pessoas", segundo a mesma nota.

Maestro, compositor, organista e professor, César Batalha recebeu vários prémios nacionais e internacionais ao longo da sua carreira, como o Melhor Coro do Ano (1980) e a Medalha de Mérito Artístico da Câmara Municipal de Oeiras (1981).

TSF/Lusa

Imagem: Jornal SOL

Ruben Semedo atacado por encapuzados

O jogador Ruben Semedo, a jogar no Olympiacos, da Grécia, foi atacado por indivíduos encapuzados, à porta da sua casa em Atenas.

O ataque ocorreu na noite de sexta-feira, pelas 23h45, e segundo a imprensa grega, o jogador português encontrava-se na altura com um amigo.

Os atacantes – que logo se colocaram em fuga – usaram um bastão para agredir o jogador nas pernas, nos braços e nos ombros, tendo provocado ferimentos também na boca.

Depois do ataque, foi chamada uma ambulância e o jogador já apresentou queixa nas autoridades gregas.

O clube já condenou o sucedido.

MUNDO | EUA dizem estar preparados caso Rússia invada Ucrânia

As negociações diplomáticas com a NATO não estão a ter qualquer avanço. A Rússia não cede a mantém presença militar na fronteira com a Ucrânia. Os EUA dizem-se preparados para agir se a Rússia invadir a Ucrânia.

Foi o segundo encontro em Viena, na Áustria, mas foi terceiro encontro no total para discutir o conflito Ucrânia-Rússia. A NATO e os países membros tentam mediar os avanços militares russos na fronteira com a Ucrânia. A Rússia quer garantir que o país vizinho não entra na Aliança Atlântica e ganhe apoio de vários países, como por exemplo os EUA, que acreditam que a Rússia está a planear uma invasão à Ucrânia.

Jake Sullivan, Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, admitiu numa conferência de imprensa que os EUA estão "preparados para continuar com a diplomacia" sobre a estabilidade no euro-atlântico, mas que estão "igualmente preparados" se a Rússia "escolher um caminho diferente".

A Rússia parece preferir um caminho diferente. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia continua a não descartar a possibilidade de enviar recursos militares para Cuba e para a Venezuela caso a NATO não pare com as atividades militares de defesa à Ucrânia.

A Rússia insiste na mensagem de querer negociar. Uma negociação que para alguns especialistas não existe, como acredita Jamie Shea.

Em entrevista à Euronews, o antigo vice-secretário-geral adjunto da NATO diz que tudo depende da Rússia. "A bola está no lado de Putin.", diz Shea. Putin está, de acordo com Shea, a "maximizar exigências inaceitáveis para não encontrar nenhuma solução" e para "usar o fracasso das negociações como pretexto para invadir a Ucrânia.".

A Lituânia, que também faz fronteira com a Rússia, fala da maior ameaça de conflito desde a Segunda Guerra Mundial e já prepara vários cenários, incluindo o de confronto militar direto.

Fonte: euronews

Quase 250 quilos de pescada apreendidos na Nazaré

O Subdestacamento de Controlo Costeiro da Nazaré, na sexta-feira, apreendeu 248 quilos de pescada subdimensionada, no porto de abrigo da Nazaré.

No âmbito de uma ação de fiscalização levada a cabo com o objetivo de controlar a comercialização de pescado fresco, no porto de abrigo da Nazaré, os militares da Guarda detetaram um homem de 44 anos, nas imediações da lota, na posse da pescada sem que tivesse a medida mínima estipulada por lei para ser comercializada, resultando na sua apreensão.

No decorrer desta ação de fiscalização foi elaborado um auto de contraordenação, cuja coima pode ascender aos 37 500 euros.

O pescado apreendido, depois de submetido ao controlo higiossanitário, foi doado a várias instituições de solidariedade social.

A GNR alerta que uma medida de gestão sustentável do pescado é o respeito das medidas mínimas de captura, cujo objetivo é melhorar a rentabilidade potencial do recurso.

Candidatos a Deputados do PS em Coimbra e na Figueira da Foz destacam as verbas do PRR e do Portugal 2030 destinados às empresas.


Na sexta-feira, os candidatos a Deputados do Partido Socialista estiveram em visita à IEFF – Incubadora de Empresas da Figueira da Foz, onde salientaram que o Plano de Recuperação e Resiliência e o Portugal 2030 destina-se especificamente para apoio às empresas 12,2 mil milhões de euros.

As verbas acumuladas dos dois programas perfazem um acréscimo de 75% face ao que as empresas receberam no Portugal 2020.

A transição digital e o combate às alterações climáticas são algumas das principais prioridades destes fundos europeus, que irão acrescentar novos sectores, novos empregos e novas exportações para que o País possa ser mais competitivo economicamente.

Na Figueira da Foz constou ainda da agenda visitas aos Bombeiros Voluntários e aos Bombeiros Sapadores.

Em Coimbra os candidatos visitaram a Freguesia das Torres do Mondego e a União de Freguesias de Eiras e São Paulo de Frades.

Entrevista com o bisneto da Princesa Isabel

 

Dom Bertrand de Orleans e Bragança fala aos leitores de Catolicismo sobre a personalidade de uma alma verdadeiramente católica: a “Redentora” dos escravos brasileiros, Princesa de admirável firmeza de princípios, exemplo de como se pode ser verdadeira e inteiramente mulher, esposa e mãe, merecedora de ser elevada às honras dos altares.

Fonte: Revista Catolicismo, Nº 853, Janeiro/2022

Em 14 de novembro passado comemorou-se o centenário do falecimento da Princesa Isabel, herdeira presuntiva do Império do Brasil. Uma das marcas históricas de sua vida consistiu no seu empenho em abolir a escravidão no País, com a aprovação da Lei Áurea no histórico dia 13 de maio de 1888.

Catolicismo publicou então uma matéria sobre a vida da “Redentora” no Brasil, o banimento da Família Imperial e seu exílio decorrente das artimanhas de ateus republicanos que articularam o golpe de 15 de novembro de 1889.

Naquele mês desejávamos também publicar uma entrevista com o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, bisneto da Princesa Isabel, a qual devido às suas inúmeras atividades só se tornou possível para esta edição de janeiro.

Quando pedimos ao Príncipe essa entrevista, ele imediatamente acedeu, dizendo: “É com sumo gosto que atendo ao pedido de Catolicismo de uma entrevista sobre a Princesa Isabel, de quem me honro descender”.

Nosso nobre entrevistado é irmão do atual Chefe da Casa Imperial do Brasil, Dom Luiz de Orleans e Bragança, trineto de Dom Pedro II e bisneto da Princesa Isabel. Formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, coordenador e porta-voz do movimento Paz no Campo, Dom Bertrand tem percorrido o Brasil, participando de eventos, concedendo entrevistas, fazendo conferências para produtores rurais, empresários e estudantes, em defesa do sagrado direito à propriedade privada e da livre iniciativa. Nessas conferências, alerta para os efeitos deletérios da Reforma Agrária e dos movimentos ditos sociais, que desejam afastar o Brasil dos rumos benditos da civilização cristã.

Quais foram para Dom Bertrand os traços essenciais da Princesa Isabel?

Para se compreender bem a formação de seu caráter e de sua personalidade, cumpre considerar que ela possuía a visão de estadista de Dom João VI, que o moveu a transferir a capital do Império português para o Rio de Janeiro; de Dom Pedro I ela herdou o temperamento forte, o gênio voluntarioso, os gostos enérgicos e corajosos, junto com uma natureza expansiva, comunicativa e franca; de Dom Pedro II, o gosto do estudo, o desapego dos bens materiais, a consciência do dever pelo bem da Pátria; da mãe, Dona Teresa Cristina, o que esta tinha de melhor: a Fé católica e a piedade solidamente haurida de seus maiores.

         A Princesa Isabel era católica, militantemente católica, de onde lhe vinha uma personalidade única. Ao mesmo tempo, generosa e disposta a perdoar, mas nunca a ceder em questões de princípio nem de ordem moral.

Estava profundamente compenetrada daquilo tão bem explicitado pelo Papa Pio IX na encíclica Quanta Cura, de que “os Estados subsistem quando tomam por fundamento a Fé católica”, e de que “o poder real não foi dado unicamente para o governo deste mundo, mas acima de tudo para a proteção da Igreja”.

Em contraste com certo feminismo desabrido hoje em voga, a Princesa Isabel era um exemplo de como se pode ser verdadeira e inteiramente mulher, esposa, mãe e, ao mesmo tempo, acompanhar os mais altos assuntos e interesses da sociedade e da Nação.

Uma alma verdadeiramente católica!

Toda a atuação da Princesa Isabel foi pautada pela Fé, pelos princípios do Evangelho, bem como pelo amor à Pátria e a consciência de uma missão a cumprir pelo bem do seu País. Era fervorosamente católica, mas não tinha nada de beatices… Muita sensibilidade, admirável clareza de ideias, firmeza de princípios inabalável. Suas devoções centrais eram à Sagrada Eucaristia e à Santíssima Virgem. Acompanhava o calendário litúrgico e prestigiava a vida paroquial.

Como foi a formação da Princesa Isabel?

         Dom Pedro II amargou muito a perda, em tenra idade, dos dois filhos varões, Dom Afonso Pedro (1847) e Dom Pedro Afonso (1850), em quem anelava ver seu sucessor para a direção do grande Império no qual se transformava o Brasil.

O mesmo anelo se voltou então para as duas filhas, Dona Isabel, sobre a qual recaía imediatamente a sucessão imperial, e Dona Leopoldina, que se lhe seguia.

Importava proporcionar a ambas primorosa formação para as futuras responsabilidades. Dom Pedro encontrou preceptora à altura em Luísa Margarida de Barros Portugal, Condessa de Barral, indicada por sua irmã mais velha, Dona Francisca de Bragança, Princesa de Joinville, de quem era dama de companhia em Paris.

Depois de ajustadas negociações que envolviam suas obrigações, e suas exigências, a Condessa veio para o Rio de Janeiro acompanhada de um filho menor. Inteligente, culta, com muita personalidade, soube cativar as duas meninas e desincumbiu-se eximiamente de sua tarefa.

         Punha-se então a questão do casamento das duas Princesas, e Dom Pedro recorreu novamente à Dona Francisca. Irmã do Imperador do Brasil e da Rainha de Portugal, nora do exilado Rei Luís Filipe I, a Princesa de Joinville desfrutava de alta posição na sociedade francesa e soube encontrar candidatos à altura para o duplo consórcio, ambos netos do mesmo Rei Luís Filipe e primos entre si, o Príncipe Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, Duque de Saxe, destinado à Princesa Isabel, e o Príncipe Gastão de Orleans, Conde d’Eu, destinado à Princesa Leopoldina.

         Dom Pedro II, movido talvez por sua experiência pessoal, fez questão de que os candidatos conhecessem as pretendidas antes da celebração de qualquer compromisso, e nessa condição embarcaram os Príncipes para o Rio de Janeiro em 1864. Sucessivas reuniões proporcionaram oportunidade para o mútuo conhecimento, e logo ficou claro que as empatias se davam em sentido cruzado. “Deus e nossos corações decidiram de outra maneira”, escreveria depois a Princesa Isabel.

Com a pompa requerida, o matrimônio da Princesa Isabel e do Conde d’Eu se realizou no dia 15 de outubro de 1864 na Capela Imperial do Rio de Janeiro, recebendo o casal a bênção nupcial do Arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil. O enlace da Princesa Leopoldina e do Duque de Saxe ocorreria no dia 15 de dezembro.

Mas logo eclodiria a Guerra do Paraguai, e o Imperador acorreu ao front no Rio Grande do Sul acompanhado dos genros, cuja pertença à nova Pátria ficava assim selada por uma campanha militar.

Para melhor compreendermos a sucessão dinástica, Dom Bertrand poderia falar dos filhos da Princesa Isabel?

Dona Isabel (sentada) e Dona Leopoldina

A maternidade é um dom sublime e, para uma Princesa herdeira, uma bênção. Mas para a Princesa Isabel foi também ocasião de muitas penas e não pequena angústia. Consumado o casamento, os anos se iam escoando sem que chegasse o rebento que o Imperador e os brasileiros aguardavam. Gestações penosas e frustradas se sucederam ao longo de 11 anos. A Princesa recorreu a meios humanos — médicos de renome no Brasil e na França, águas termais, e sobrenaturais —, a peregrinação a Santuários — ao de Nossa Senhora Aparecida, no Brasil, em 1868, quando formulou o propósito de doar à Imagem uma coroa de ouro cravejada de diamantes se sua súplica fosse atendida, promessa cumprida em novembro de 1888; e de Lourdes, na França, em 1873; também à cidade de Caxambu, em 1868, para um tratamento com suas famosas águas, quando prometeu erigir uma capela em honra de Santa Isabel da Hungria se lograsse engravidar, edificação a seu tempo concretizada.

Afinal, em 1875 nasce, não sem dificuldades, o primogênito, que recebeu o nome do avô materno, Pedro de Alcântara; em 1878 nasce Dom Luiz, meu avô, e em 1881, Dom Antônio. A Divina Providência atendia assim a instante súplica da Herdeira do Trono.

Como foi sua preparação para a vida pública?

A Princesa Isabel, seu esposo, o Conde d’Eu, e seus três filhos Dom Pedro de Alcântara, Dom Luiz e Dom Antônio.

― Meu pai, um dia esse povo me pertencerá?

― Não, minha filha, você é que pertencerá a esse povo!

Essa troca de palavras entre o Imperador aclamado e a princesinha encantada reflete bem o cuidado que teve Dom Pedro II em formar as filhas na noção do cumprimento do dever e do despojamento de interesses pessoais.

Dom Pedro II fez questão de lhes proporcionar apurada formação, em tudo condizente com seu nascimento e futuras responsabilidades. Tiveram os melhores professores do tempo, alguns dos quais haviam lecionado para o próprio Dom Pedro, e ele mesmo se incumbia de lhes ensinar latim, geometria e astronomia.

Três vezes foi a Princesa chamada a exercer a Regência, nas prolongadas viagens de Dom Pedro II ao Exterior em 1871, 1876 e 1887. Contou assim com seu longo aprendizado, mas também com seu próprio descortino para haver-se com os grandes homens do Segundo Reinado que presidiam em cada uma delas (a primeira com 25 anos) o Conselho de Ministros, a saber, o Visconde do Rio Branco, o Duque de Caxias, o Barão de Cotegipe e o Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira.

Foi então seu juramento: “Juro manter a Religião Católica Apostólica Romana, a integridade, a indivisibilidade do Império, observar e fazer observar a Constituição política da Nação brasileira e mais Leis do Império e a prover o bem do Brasil quanto a mim couber. Juro fidelidade ao Imperador e entregar-lhe o governo logo que cessar a causa de seu impedimento”.

Sua Alteza poderia nos falar dos períodos nos quais a Princesa Isabel exerceu a Regência do País?

A “Revista Ilustrada”, de Rio de Janeiro, assim homenageava a Princesa Isabel, em 1888

A Primeira Regência foi marcada pela aprovação, e a promulgação pela Regente, da Lei do Ventre Livre, primeiro grande passo para a abolição da escravidão no Brasil.

A Segunda foi marcada pelas consequências da Questão Religiosa, que opôs o Governo Imperial aos Bispos que reivindicavam os direitos da Igreja face ao regalismo vigente. A Princesa Isabel obteve do Imperador a comutação da pena de quatro anos de trabalhos forçados que fora imposta aos Bispos D. Vital de Oliveira e D. Macedo Costa.

         Na Terceira Regência a causa da abolição da escravatura ganhava cada vez mais espaços na opinião pública, mas ao mesmo tempo se encrespava a oposição dos escravocratas, que tinham no Presidente do Conselho, o Barão de Cotegipe, que julgava inoportuna a medida, um aliado de ocasião. A Princesa Isabel, movida por profunda convicção religiosa, mas também discernindo as circunstâncias, julgou que deveria intervir. Manobrou para que Cotegipe renunciasse e chamou para a chefia do governo um sincero abolicionista, com vasta folha de serviços ao Império, o pernambucano João Alfredo Corrêa de Oliveira. Em apenas dois meses logrou ele que o Parlamento votasse a lei da abolição, promulgada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1988 em meio a grandes festejos populares ― a Lei Áurea.

         Cotegipe havia vaticinado à Regente que a abolição da escravidão acarretaria a perda do Trono. “Mil outros tronos houvera, mil outros tronos sacrificaria” foi sua animosa réplica da Princesa.

Ela ficou conhecida como “A Redentora”. Esse título esgota o papel histórico da Princesa?

A libertação dos escravos, tendo em vista suas vastas implicações, era por si só de molde a imortalizar sua autora. Mas isso não esgotava as cogitações da Princesa Isabel. Pensando na qualificação dos negros que seriam libertos, excogitou ela, em 1886, pedir a São João Bosco a fundação no Brasil de escolas profissionalizantes, resultando daí uma troca de correspondência entre os dois, de grande elevação e beleza, e a criação de duas Casas Salesianas, uma em Niterói, outra em São Paulo.

Quando chamada a exercer a Regência, a Princesa Isabel cumpriu seu dever com discernimento e determinação, chegando mesmo a operar uma troca na Chefia do Gabinete, mas não buscou criar um espaço permanente para si. Retornava sempre à vida social que lhe tocava, exercendo aí um grande papel pela irradiação pessoal e pela influência. Em sua residência levava uma vida social intensa, dando um exemplo de família autenticamente católica. Fomentava a cultura, a música, tocava admiravelmente piano e violino. Uma vez por semana recebia para jantar o Imperador e a Imperatriz. Dava o exemplo de uma grande dama de seu tempo: nobre, maternal e bondosa.

         “A Redentora”. Assim cognominou a posteridade aquela que integrou o elemento negro de nossa nacionalidade. Desde logo aflorou esse pensamento, e propuseram então lhe erigir um monumento com tal título. “Não à Redentora, mas ao Redentor”, declinou a Princesa, indicando que o monumento deveria ser levantado em honra de Nosso Senhor Jesus Cristo e no topo do Corcovado. O advento da República obliterou momentaneamente esse anseio, que voltaria com força mais tarde, congregando múltiplas contribuições e resultando afinal na inauguração da portentosa imagem no dia 12 de outubro de 1931. Isso há 90 anos. No lançamento da pedra fundamental em 1922 havia estado presente minha avó, nora da Princesa Isabel, a Princesa Dona Maria Pia.

Assim, o monumento que se tornaria símbolo universal do Brasil cristão teve sua origem num desapegado e reconhecido movimento de alma da grande Princesa.

O gesto da Regente do Império do Brasil não passou despercebido ao Papa Leão XIII, ele mesmo um fervente abolicionista, que no mesmo ano conferiu a Rosa de Ouro ― honraria concedida pelos Papas a personalidades católicas de grande destaque e benemerência ― à Princesa Isabel, como reconhecimento por sua generosidade e determinação.

E como foi a vida da Princesa Isabel no Exílio?

“No exílio, em lugares públicos, numa igreja, num teatro, num parque, em cerimônias, quando discernia brasileiros fazia questão de convidá-los para ir à sua casa, onde buscava que se sentissem ‘em casa’”.

         Mais da metade dos anos de sua vida adulta passou-os a Princesa Isabel no exílio na França. Entretanto, lá não cessou seu devotamento ao Brasil. Pelo contrário, aproveitava todas as ocasiões para fazer bem à Pátria e aos brasileiros distantes.

Amargou primeiramente a morte de Dona Teresa Cristina, em Portugal, na cidade do Porto, ainda em 1889 e a de Dom Pedro II, em Paris, em 1891. Com o Conde d’Eu e os três filhos estabeleceu-se em Boulogne e mais tarde no castelo d’Eu, na Normandia. Cuidou então da formação dos filhos, em boas escolas francesas e posteriormente em academias militares da Áustria. Cônscia da importância da preservação da Dinastia brasileira, que apenas havia deixado o poder, buscou para eles casamentos à altura, matéria aliás já suficientemente versada.

Ademais da condição de Imperatriz de jure do Brasil, ostentava a de Princesa de França, títulos que lhe conferiam uma alta posição na sociedade parisiense, na qual era mesmo uma das figuras mais destacadas.

Em lugares públicos, numa igreja, num teatro, num parque, em cerimônias, quando discernia brasileiros fazia questão de convidá-los para ir à sua casa, onde buscava que se sentissem “em casa”.

Poderia nos dar exemplos desse tipo de relacionamento privilegiado que, durante o exílio, a Princesa dispensava aos brasileiros?

Uma dessas visitas foi a da família do Dr. João Paulo Corrêa de Oliveira, sobrinho de seu antigo Ministro. O filho deste, o então menino Plinio Corrêa de Oliveira, viria a ser grande amigo e apoio de meu Pai, Dom Pedro Henrique e, a seu pedido, orientador dos filhos dinastas, um dos quais é o entrevistado de hoje.

Foram inúmeros os casos de sua atenção a brasileiros. Sabedora dos experimentos de Santos Dumont ― o Pai da Aviação ―, mandava levar-lhe lanches no Bois de Boulogne para que não interrompesse sua atividade com deslocamentos. E numa ocasião acrescentou um bilhete: “Sr. Santos Dumont, envio-lhe uma medalha de São Bento, que protege contra acidentes. Aceite-a e use-a na corrente de seu relógio, na sua carteira ou no seu pescoço. Ofereço-a pensando em sua boa mãe, e pedindo a Deus que o socorra sempre e ajude a trabalhar para a glória de nossa Pátria”.

Atenta, acompanhava também o que acontecia na Pátria. O Banco do Brasil, sólido no Império, havia chegado em duas décadas de República a uma situação falimentar. O Presidente Hermes da Fonseca viu no íntegro Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira o homem para assumir a presidência do Banco. Convicto monarquista, João Alfredo não quis aceitar sem a anuência da Princesa Isabel. “Se é para o bem do Brasil peço que aceite”, foi a resposta da Princesa. E o Banco do Brasil foi inteiramente recuperado.

Mas a dilatação da Fé é o que merecia sua melhor atenção. A Princesa assinou em 8 de setembro de 1900 uma petição assuncionista, rogando ao Papa a declaração do dogma da Assunção de Nossa Senhora. E, já anteriormente, em 1877, unindo-se à voz do Episcopado brasileiro, pedia ao Papa a canonização do Padre Anchieta: “Queira, pois, Vossa Santidade resolver que é lícito aos católicos brasileiros venerarem em seus altares a imagem de tão santo varão”.

A morte seguida de dois filhos ― Dom Antônio em 1918, Dom Luís em 1920 ― abalou mais a saúde da Princesa, já comprometida, e Deus Nosso Senhor a chamou antes de que pudesse voltar ao Brasil para os festejos do Centenário da Independência em 1922, como desejava.

Mas deixou belos testemunhos. “Minhas forças não são o que eram, mas o meu coração é o mesmo para amar minha Pátria e todos aqueles que lhe são dedicados. Toda a minha amizade e confiança” (carta ao Conselheiro João Alfredo) e “Quero morrer na religião Católica Apostólica Romana, no amor de Deus e no dos meus e de minha Pátria” (do seu testamento).

No Brasil, o Presidente Epitácio Pessoa decretou luto oficial e promoveu, para aquela que fora Regente do Império, exéquias de Chefe de Estado.

Há um pedido de processo de beatificação em curso. Como anda tal processo?

“Em contraste com certo feminismo desabrido hoje em voga, a Princesa era exemplo de como se pode ser verdadeira e inteiramente mulher, esposa, mãe e, ao mesmo tempo, acompanhar os mais altos assuntos”

Depois da glória do 13 de maio, destacou Francisco Lemes: veio ”a traição, o abandono, o exílio, a morte dos pais, o esquecimento, a ingratidão”. De maneira que há muitos registros e documentos, como também testemunhos tanto de sua época, como das décadas posteriores, da sua força moral e espiritual, que faz dela uma presença de bondade e amor de dimensão universal, cuja santidade certamente um dia será confirmada pela Igreja, para que ela seja elevada às honras dos altares, do mundo inteiro.

         Em 2011, na continuidade de um anelo que suavemente se avolumava, tomou corpo o propósito de introduzir na Igreja um processo formal para a beatificação da Princesa Isabel. Numa sessão solene promovida em São Paulo pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira no mês de novembro, na presença de descendentes da Princesa, fizeram uso da palavra qualificados oradores encarecendo tal iniciativa, e o Prof. Hermes Rodrigues Nery, estudioso do tema, apresentou o que seria uma peça introdutória ao processo. Depois disso mais de 80 mil documentos sobre a vida da Princesa foram analisados por uma comissão e esse conteúdo está sendo transformado em um imenso dossiê, a ser submetido ao Cardeal Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, quem poderá dar andamento ao processo de beatificação e posterior canonização da catolicíssima Princesa Isabel.

ABIM

Atividade semanal da GNR por todo o país

Na semana de 7 a 13 de janeiro

Detenções:

355 detidos em flagrante delito, destacando-se:

  • 122 por condução sob o efeito do álcool;
  • 90 por condução sem habilitação legal;
  • 24 por tráfico de estupefacientes;
  • 11 por furto e roubo;
  • 11 por posse ilegal de armas e arma proibida;.

Apreensões:

  • 830,7 doses de cocaína;
  • 106,092 doses de liamba;
  • 34 armas de fogo;
  • 1494 munições;
  • 20 viaturas.

Trânsito:

Fiscalização

8 377 infrações detetadas, destacando-se:

  • 2 683 excessos de velocidade;
  • 674  por falta de inspeção periódica obrigatória;
  • 423 relacionadas com anomalias nos sistemas de iluminação e sinalização;
  • 347 por falta ou incorreta utilização do cinto de segurança e/ou sistema de retenção para crianças;
  • 293 por uso indevido do telemóvel no exercício da condução;
  • 260 por falta de seguro de responsabilidade civil;
  • 228 por condução com taxa de álcool no sangue superior ao permitido por lei;
  • 215 relacionadas com tacógrafos.

Gabinete de Boris Johnson pede desculpa à família real por festas durante luto nacional

O gabinete do primeiro-ministro britânico pediu hoje desculpas à família real devido à realização de duas festas de funcionários em Downing Street na véspera do funeral do príncipe Filipe no ano passado, em transgressão das restrições anti-covid-19 em vigor.

“É profundamente lamentável que isto tenha ocorrido num momento de luto nacional. O número 10 [de Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro] pediu desculpas ao Palácio [de Buckingham]”, disse um porta-voz do gabinete de Boris Johnson.

As festas de despedida do antigo diretor de comunicações de Boris Johnson, James Slack, atualmente diretor-adjunto do tabloide The Sun, e de um fotógrafo do primeiro-ministro, terão decorrido em espaços separados no edifício da residência oficial, em Downing Street, na noite de 16 de abril.

De acordo com o jornal Daily Telegraph, as festas incluíram bebidas e dança e acabaram por se fundir no jardim, onde o baloiço do filho de Boris Johnson, Wilf, foi danificado por um dos participantes.

No dia seguinte, realizou-se o funeral do marido da rainha Isabel II, no qual a monarca teve de se sentar sozinha e afastada do resto da família por causa das regras de distanciamento social em vigor para travar a disseminação do novo coronavírus.

Na altura, Inglaterra estava na segunda fase do plano para sair do confinamento, que limitava a sociabilização a grupos de seis pessoas em espaços fechados, ou a dois agregados familiares ao ar livre.

James Slack também reconheceu hoje que a festa “não deveria ter acontecido no momento em que aconteceu” e pediu desculpa “sem reservas pela raiva e mágoa causadas”.

De acordo com a comunicação social britânica, Boris Johnson não estava presente em nenhuma das festas.

Porém, estas notícias vêm juntar-se a outras alegações de mais festas e eventos que terão violando as restrições para conter a pandemia de covid-19 em 2020, incluindo uma no jardim de Downing Street, onde o primeiro-ministro reside e trabalha, na qual o próprio esteve presente.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu “desculpas sinceras” e remeteu quaisquer consequências para o resultado de um inquérito em curso liderado por uma funcionária pública, mas a oposição pediu a demissão do chefe do Governo.

Vários deputados do Partido Conservador também concordaram com a demissão, mas são necessários 54 para desencadear uma moção de desconfiança.

A maioria dos membros do Governo defendeu Johnson, como foi o caso da ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss.

“Ele pediu desculpas, acho que agora precisamos seguir em frente”, disse hoje a chefe da diplomacia britânica em declarações aos jornalistas.

Portugal perde com Islândia na estreia do Euro2022 de andebol

A seleção portuguesa estreou-se hoje no Euro2022 de andebol com uma derrota frente à Islândia, por 28-24, em jogo referente ao grupo B, numa partida disputada em Budapeste, na Hungria.

Portugal não teve uma estreia feliz na competição e ao intervalo já perdia frente aos islandeses por quatro golos de diferença (14-10), com a equipa a não ser capaz de inverter o rumo da partida e a sair derrotada pela mesma margem no final.

Com este resultado, a Islândia partilha com os Países Baixos, que na quinta-feira derrotaram a anfitriã Hungria, a liderança do grupo, enquanto portugueses e húngaros ainda não pontuaram.

O próximo jogo de Portugal é no domingo, frente à Hungria, na segunda jornada do grupo, sendo apuradas para a fase seguinte os dois primeiros de cada agrupamento.

Madremedia/Lusa

Afastamento de trabalhadoras grávidas continua a bater recordes. Máximos foram atingidos durante a pandemia

De acordo com a Comissão de Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), houve mais de duas mil comunicações a este organismo devido ao afastamento de trabalhadoras cujos contratos não foram renovados devido a uma gravidez ou a uma licença parental. Valor indica um aumento de 20%

De acordo com o Relatório sobre o Progresso da Igualdade entre Mulheres e Homens no Trabalho relativo ao último ano, citado pelo Jornal de Notícias, a CITE, em 2020, recebeu 2107 comunicações por não renovação de contratos a prazo.

Estes valores significam um aumento de 20% face a 2019 e representam o maior número de casos de sempre. Quando um contrato não é renovado, os empregadores são obrigados a justificar os motivos do afastamento dos trabalhadores. Não fazê-lo incorre numa multa dos 612 aos 9690 euros por violação das leis laborais.

Segundo o JN, porém, a publicação formulada pelo Ministério do Trabalho indica que em 2020 não houve casos de despensas sem comunicação prévia, ao contrário de 2019, em que houve 139 casos.

O aumento para novos máximos do número de afastamentos tem condicionantes especialmente graves, tendo em conta que ocorreu no primeiro ano da pandemia, tendo penalizado sobretudo contratados a prazo. De acordo com o JN, os trabalhadores a termo caíram 14,6% de 2019 para 2020, representando a perda de 121 mil empregados.

A queda foi igualmente expressiva para homens e mulheres, com a percentagem de empregados de cada um dos sexos a reduzir-se em cerca de três pontos percentuais.

Por outro lado, os dados do relatório acompanham a tendência de anos anteriores. A subida anual a dois dígitos no número de comunicações tem sido uma constante desde 2014, quando a CITE registava o afastamento de 697 trabalhadoras (a lei não abrangia ainda homens em licença parental). Em 2019, o crescimento no número de trabalhadores nesta situação foi de 17%, para 1759.

A CITE também lidou com um grande número de casos de recusas de acesso a regimes de flexibilidade de horário e de part-time a pais com filhos pequenos. Foram 562, abaixo dos 613 do ano anterior.

Madremedia

Número de mortos por Covid em Portugal é o mais alto desde março. Terceiro dia com 40 mil novos casos

No dia 2 de março de 2021, Portugal registou 38 mortes e 691 casos de Covid-19.

Estão confirmadas mais 34 mortes devido à Covid-19 em Portugal, num total de 19.237, de acordo com o último boletim epidemiológico emitido pela Direção-Geral da Saúde (DGS). O número de pessoas infetadas pela doença é agora de mais 40.090 e há registo de 1.814.567 casos desde o início da pandemia em Portugal.

A incidência de infeções com o coronavírus SARS-CoV-2 subiu para 3813,6 casos por 100 mil habitantes em Portugal, enquanto o índice de transmissibilidade (Rt) desceu para 1,19, anunciou esta sexta-feira a Direção-Geral da Saúde.

Segundo o relatório da situação epidemiológica da DGS, estão internados 1699 doentes em enfermaria e 162 em Unidades de Cuidados Intensivos, sem qualquer alteração em relação ao dia anterior.

Os casos ativos voltaram a aumentar nas últimas 24 horas, totalizando 299.597, mais 12.632 do que na quinta-feira, e recuperaram da doença 27.424 pessoas, o que aumenta o total nacional de recuperados para 1.495.733.

Das 34 mortes, 13 ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo, 12 na região Norte, quatro no Centro, três na Madeira e uma no Alentejo e Algarve.

Por regiões, Lisboa e Vale do Tejo soma o maior número de casos confirmados de Covid-19 (718.425), com 14.513 novos casos nas últimas 24 horas. Segue-se o Norte com 602.742, mas esta foi a região com o maior aumento de número de casos no último boletim epidemiológico, com mais 15.914 casos nas últimas 24 horas. A fechar a contagem está o Centro com 243.383 (mais 4589), o Algarve com 70.926 (mais 1224) e o Alentejo com 60 866 (mais 1 207).

Nas regiões autónomas, a Madeira contabiliza 60.866, dos quais 2193 surgiram nas últimas 24 horas, e os Açores 16.760 (mais 450).

TSF

Câmara de Lisboa multada em 1,2 milhões por entregar dados de manifestantes à Rússia

Comissão Nacional de Proteção de Dados tinha identificado 225 contraordenações nas comunicações feitas pelo município no âmbito de manifestações, comícios ou desfiles.

A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) multou a Câmara de Lisboa em 1,2 milhões de euros no processo relativo ao tratamento de dados pessoais de participantes em manifestações, confirmou hoje à Lusa fonte oficial do município.

A CNPD tinha já anunciado em julho de 2021 – quando a autarquia era ainda liderada pelo socialista Fernando Medina - a identificação de 225 contraordenações nas comunicações feitas pelo município no âmbito de manifestações, comícios ou desfiles.

O processo foi aberto devido a uma participação - que deu entrada na CNPD em 19 de março de 2021 - relativa à comunicação à embaixada da Rússia em Portugal e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros russo de dados pessoais dos promotores de uma manifestação realizada junto à embaixada.

A coima relativa à contraordenação pela ausência da avaliação do impacto sobre a proteção de dados poderia atingir 10 milhões de euros, enquanto as restantes 224 poderiam ir, cada uma, até aos 20 milhões de euros.

"Herança pesada" condiciona orçamento da autarquia

A atual liderança da Câmara de Lisboa diz que a multa da Comissão Nacional de Proteção de Dados “é uma herança pesada” e que condiciona medidas previstas no orçamento apresentado.

“Esta decisão é uma herança pesada que a anterior liderança da Câmara Municipal de Lisboa [sob a presidência do socialista Fernando Medina] deixa aos lisboetas e que coloca em causa opções e apoios sociais previstos no orçamento agora apresentado”, lê-se numa reação escrita enviada à Lusa pela Câmara Municipal de Lisboa, atualmente liderada pelo social-democrata Carlos Moedas.

“Vamos avaliar em pormenor esta multa e qual a melhor forma de protegermos os interesses dos munícipes e da instituição”, indicou a Câmara de Lisboa, liderada pelo social-democrata, que governa sem maioria absoluta.

Lusa