Jimmy P: «Acho que é muito difícil tu fazeres um bom tema de rap se não tiveres profundidade nas palavras.»
No passado dia 3, começou a edição deste ano do Festival da Francesinhaem Peso da Régua. Foram quatro noites nas quais pudemos ver atuar Quim Barreiros, Matias Damásio, Jimmy P e Mickael Carreira.
Na noite de sábado, dia 5, foi a vez de Jimmy P subir ao palco. O cantor lançou, em 2016, o álbum Essência e, alguns minutos antes do concerto, falou-nos um pouco acerca da sua música e do seu percurso.
Boa noite! O Jimmy diz que o poder da rima vai ser sempre central na sua música. Porquê?
Porque acho que isso é uma característica do género, portanto, acho que o rap é, sobretudo, um género que incide sobre a palavra. Aliás, neste caso, tudo o que envolve o universo musical no hip hop acho que tem sempre a prevalência da palavra, daí eu ter dito isso. Acho que é muito difícil tu fazeres um bom tema de rap se não tiveres profundidade nas palavras.
Sendo filho de um futebolista e tendo vindo para Portugal para jogar futebol, porque é que optou pela música?
Não foi uma opção premeditada. Eu vim para cá com o objetivo de jogar futebol, mas foi nessa altura que eu descobri a música como executante, como intérprete e como criador. E, felizmente, percebi atempadamente que se calhar gostava mais de fazer música do que de jogar futebol, apesar de ser apaixonado por futebol. Tenho muito mais prazer em fazer música do que tinha a jogar e a treinar na altura. Portanto, foi uma consequência natural da minha vinda para cá. Ou seja, ao vir para cá percebi que, sim, gostava mais de fazer música.

E ao longo deste tempo, o que é que foi mudando para o seu estilo de música ser ainda mais seu e destacá-lo dos restantes artistas?
Eu acho que para as pessoas que conhecem o rap, e para as que têm uma primeira impressão daquilo que é o rap como género, existem muitas ideias pré-concebidas daquilo que é o rap e elas existem por alguma razão. Existem algumas coisas que se associam ao rap, como o facto de algumas músicas terem algumas expressões que se associam à homofobia ou denegrirem as mulheres ou ser uma mensagem demasiado materialista... Portanto, existem pequenos pormenores que são reais e que fazem com que as pessoas tenham essa perceção. E naquilo que me diz respeito, eu pretendo que a minha música não seja nada disso, ou seja, o que eu pretendo veicular são coisas saudáveis para as pessoas que ouvem. Não pretendo, de todo, ser uma pessoa que veicula essas ideias pré-concebidas que as pessoas associam ao rap. Assim, a música que eu faço tem muita melodia. Tem uma coisa que habitualmente não se vê no rap. Eu tento fazer música verdadeiramente, ou seja, rodear-me de músicos, fazer arranjos... Pegar no rap e transformá-lo numa canção.

Numa letra diz “Entre as estrelas vens ensinar-me a sorrir”. Toda a gente canta esta música, porque ela tem um significado especial. Todos a sentimos de alguma forma. Para si é importante que a música seja isso: transmitir uma mensagem com que as pessoas se identifiquem?
Eu acho que isso é o mais importante. Acho que isso é o propósito maior de fazer música. Aliás, eu acredito que, muito mais do que as pessoas baterem palmas ou gritarem, o que importa é fazeres a diferença na vida delas de alguma forma. E o meu percurso tem-me ensinado isso, que a música que eu faço é extremamente pessoal. Não estou habituado a fazer música ou a falar de coisas que não me dizem respeito. Então, eu partilho histórias e coisas que me dizem respeito e, felizmente, as pessoas conseguem identificar-se e rever-se nelas. No caso deste tema, a verdade é que foi uma letra que eu escrevi num espaço de duas horas, a fazer uma viagem de Londres para o Porto, porque foi o período em que fui lá para estar com uma pessoa que me era muito querida e que estava nos últimos dias de vida. No fundo, esse sou eu a expressar uma experiência que me foi profundamente traumática e essa música, para mim, teve uma função terapêutica. Não esperava sequer que se tornasse naquilo que se tornou.

É a primeira vez que está a atuar aqui, em Peso da Régua... Quais as expectativas?
É! Já estive para vir cá noutra ocasião, mas o concerto acabou por não se concretizar e, para ser sincero, já tenho alguma expectativa. Porque eu costumo vir aqui algumas vezes passar alguns dias com a minha família, no Pinhão, e gosto muito desta zona. E gosto muito dos vinhos que fazem aqui (risos). Portanto, já tinha alguma expectativa em vir aqui, porque tenho sempre alguma curiosidade em saber como é que vai ser e como é que as pessoas vão reagir. Vamos ver.

Jimmy, qual é a sua Essência?
Essa é uma pergunta um bocado difícil de responder. Aliás, quando nos fazem perguntas sobre nós é sempre mais difícil de responder. Mas, resumindo, eu acho que aquilo que eu procuro ser é sempre o mais sincero e o mais honesto possível naquilo que faço, porque não gosto de ser enganado pelas pessoas e também não gosto de enganar as pessoas. Então, na música que eu faço, o que eu procuro é ser o mais sincero e mais honesto possível e, no fundo, só espero que as pessoas se consigam rever e apropriar-se daquilo que eu estou a transmitir.

Sendo filho de um futebolista e tendo vindo para Portugal para jogar futebol, porque é que optou pela música?
Não foi uma opção premeditada. Eu vim para cá com o objetivo de jogar futebol, mas foi nessa altura que eu descobri a música como executante, como intérprete e como criador. E, felizmente, percebi atempadamente que se calhar gostava mais de fazer música do que de jogar futebol, apesar de ser apaixonado por futebol. Tenho muito mais prazer em fazer música do que tinha a jogar e a treinar na altura. Portanto, foi uma consequência natural da minha vinda para cá. Ou seja, ao vir para cá percebi que, sim, gostava mais de fazer música.

E ao longo deste tempo, o que é que foi mudando para o seu estilo de música ser ainda mais seu e destacá-lo dos restantes artistas?
Eu acho que para as pessoas que conhecem o rap, e para as que têm uma primeira impressão daquilo que é o rap como género, existem muitas ideias pré-concebidas daquilo que é o rap e elas existem por alguma razão. Existem algumas coisas que se associam ao rap, como o facto de algumas músicas terem algumas expressões que se associam à homofobia ou denegrirem as mulheres ou ser uma mensagem demasiado materialista... Portanto, existem pequenos pormenores que são reais e que fazem com que as pessoas tenham essa perceção. E naquilo que me diz respeito, eu pretendo que a minha música não seja nada disso, ou seja, o que eu pretendo veicular são coisas saudáveis para as pessoas que ouvem. Não pretendo, de todo, ser uma pessoa que veicula essas ideias pré-concebidas que as pessoas associam ao rap. Assim, a música que eu faço tem muita melodia. Tem uma coisa que habitualmente não se vê no rap. Eu tento fazer música verdadeiramente, ou seja, rodear-me de músicos, fazer arranjos... Pegar no rap e transformá-lo numa canção.

Numa letra diz “Entre as estrelas vens ensinar-me a sorrir”. Toda a gente canta esta música, porque ela tem um significado especial. Todos a sentimos de alguma forma. Para si é importante que a música seja isso: transmitir uma mensagem com que as pessoas se identifiquem?
Eu acho que isso é o mais importante. Acho que isso é o propósito maior de fazer música. Aliás, eu acredito que, muito mais do que as pessoas baterem palmas ou gritarem, o que importa é fazeres a diferença na vida delas de alguma forma. E o meu percurso tem-me ensinado isso, que a música que eu faço é extremamente pessoal. Não estou habituado a fazer música ou a falar de coisas que não me dizem respeito. Então, eu partilho histórias e coisas que me dizem respeito e, felizmente, as pessoas conseguem identificar-se e rever-se nelas. No caso deste tema, a verdade é que foi uma letra que eu escrevi num espaço de duas horas, a fazer uma viagem de Londres para o Porto, porque foi o período em que fui lá para estar com uma pessoa que me era muito querida e que estava nos últimos dias de vida. No fundo, esse sou eu a expressar uma experiência que me foi profundamente traumática e essa música, para mim, teve uma função terapêutica. Não esperava sequer que se tornasse naquilo que se tornou.

É a primeira vez que está a atuar aqui, em Peso da Régua... Quais as expectativas?
É! Já estive para vir cá noutra ocasião, mas o concerto acabou por não se concretizar e, para ser sincero, já tenho alguma expectativa. Porque eu costumo vir aqui algumas vezes passar alguns dias com a minha família, no Pinhão, e gosto muito desta zona. E gosto muito dos vinhos que fazem aqui (risos). Portanto, já tinha alguma expectativa em vir aqui, porque tenho sempre alguma curiosidade em saber como é que vai ser e como é que as pessoas vão reagir. Vamos ver.

Jimmy, qual é a sua Essência?
Essa é uma pergunta um bocado difícil de responder. Aliás, quando nos fazem perguntas sobre nós é sempre mais difícil de responder. Mas, resumindo, eu acho que aquilo que eu procuro ser é sempre o mais sincero e o mais honesto possível naquilo que faço, porque não gosto de ser enganado pelas pessoas e também não gosto de enganar as pessoas. Então, na música que eu faço, o que eu procuro é ser o mais sincero e mais honesto possível e, no fundo, só espero que as pessoas se consigam rever e apropriar-se daquilo que eu estou a transmitir.
Jimmy P e a sua equipa subiram ao palco pouco antes das 23h. O público vibrou e respondeu. Uma noite repleta de energia e boa música naquela que foi a terceira noite do Festival da Francesinha, em Peso da Régua.

Por Cátia Sofia Barbosa, Licenciada em Jornalismo e Comunicação pela UC
Fotos. Sofia Rodrigues