segunda-feira, 29 de maio de 2017

Eu, Psicóloga: O que é TOC, o transtorno obsessivo compulsivo?

A doença afeta 2% da população, mas ainda assim muitos acreditam que são somente manias

Todo mundo gosta de falar que possui algum tipo de TOC: “Não consigo ver livro desarrumado, preciso ajeitar. É tipo TOC!”, “Nossa é só eu voltar pra casa e já tenho que lavar a mão. Meu TOC não deixa, preciso ficar limpo!” são algumas das coisas que ouvimos por aí.

O transtorno obsessivo-compulsivo está longe de ser uma simples mania. A doença obriga seus portadores a realizarem compulsões — certos atos físicos ou mentais — destinados a aliviar a ansiedade e o incômodo causados por pensamentos de conteúdo desagradável que aparecem sem cessar na mente dos pacientes.

“O pensamento ruim vem, gera um incômodo, e então o portador sente a necessidade de realizar algum tipo de comportamento, uma compulsão, um ritual, para se livrar dele”, explica Daniel Costa, psiquiatra do Projeto Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo (PROTOC), grupo de pesquisa e tratamento associado ao Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo (USP).

Acredita-se que 2% da população geral sofra desse mal. Os picos de incidência do TOC estão entre as crianças de período escolar e os jovens adultos, na faixa etária dos 18 e 20 anos. A disseminação de informação, portanto, é um dos pontos principais para a o tratamento da doença, que pode afetar crianças que, muitas vezes, não entendem que até mesmo seu cérebro é capaz de escravizá-las.

O conteúdo dessas obsessões, chamadas também de “pensamentos intrusivos”, varia amplamente. “Obsessões de agressão, como o medo de que alguém querido morra, receio de ter um impulso violento, de se ferir por não ser cuidadoso o suficientemente” são alguns dos exemplos dados por Costa.
Preocupações com contaminação ou sujeira, nojo excessivo, obsessões religiosas e sexuais, como temor de ter cometido incesto, de ser homossexual, de ter cometido pecado ou de blasfemar contra alguma ordem divina são outros casos típicos envolvidos nas fixações do portador do TOC.

Com a crescente tensão resultante desses pensamentos, as compulsões são a saída (provisória) encontrada pelos pacientes. “Pode ser tanto um comportamento observável como um ritual mental”, detalha Costa. Verificar se a porta está trancada, lavar-se por determinado número de vezes, repetir rezas, fazer contagens, redesenhar linhas, dar pulos, alinhar objetos, organizar roupas. Tudo pode ser um ritual, assim como tudo pode ser uma obsessão.

Como refém

Como nem um milhão de repetições consegue acabar por definitivo com as obsessões, as horas escoam. Com o tempo perdido para realizar os rituais, aqueles que sofrem com o TOC começam a desenvolver o que Costa chama de “fenômeno da esquiva”. “Isso é pouco estudado. A pessoa começa a evitar as situações relacionadas à obsessão dela justamente para evitar os rituais que precisaria realizar”, explica.

As consequências acabam sendo o isolamento e a paralisação. “O TOC é uma das condições mais incapacitantes existentes. A gente acha que não só os comportamentos aparentes dela contribuem para esse comprometimento funcional mas fenômenos como o da esquiva também são responsáveis”, diz Costa.

É por isso que ele alerta: “Sintoma obsessivo-compulsivo é amplamente disseminado na população, todo mundo já teve um pensamento intrusivo. Mas a regra é que para estabelecermos um diagnóstico psiquiátrico, é preciso ter um comprometimento funcional muito grande. Só dá para falar em transtorno quando o comprometimento funcional ou sofrimento subjetivo pessoal é evidente”.

Procure ajuda

O tratamento envolve duas linhas de ação: a medicamentosa — acompanhada exclusivamente por psiquiatras — e a psicoterapia. “O tratamento do TOC é feito com alguns antidepressivos, os inibidores seletivos da recaptura de cerotonina”, diz Costa. Esses remédios também são utilizados no tratamento da ansiedade, visto a proximidade que ela possui com o transtorno. A diferença, porém, é que o ansioso preocupa-se de forma exagerada com assuntos cotidianos, enquanto o obsessivo-compulsivo possui pensamentos dos quais não consegue livrar-se a menos que realize os rituais.

A doença porém, possui evolução crônica. O médico explica que os sintomas podem ser controlados e até mesmo desaparecerem por um tempo, mas voltam em algum momento da vida.

As causas ainda são desconhecidas. “Fatores genéticos estão implicados, isso não há dúvida. Parentes de primeiro grau com pessoas que possuem o transtorno são mais propensos a tê-lo. Não existe um gene específico, porém”, conta Costa. Pelo que observam os pesquisadores, fatores ambientais, como traumas e abusos, podem disparar os sintomas, mas não esses "gatilhos" ainda não foram confirmados em estudos.

Debora oliveira

Taça dos Clubes Campeões Europeus de Corta-Mato de 2018 em Mira

Depois do Nacional Longo em 2017, Pista de Corta-Mato de Mira recebe a prova que define o campeão da Europa de clubes.
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A Associação Europeia de Atletismo atribuiu a Mira a organização da Taça dos Clubes Campeões Europeus de Corta-Mato de 2018, revelou hoje à Lusa o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), Jorge Vieira.
A competição, que atribui o título de campeão da Europa coletivo aos escalões de juniores e seniores (masculinos e femininos), está agendada para o dia 4 de fevereiro de 2018 e levará à Pista de Corta-Mato da Praia de Mira mais de 400 atletas oriundos de mais de 20 países.
"A escolha da Pista da Praia de Mira é uma distinção para Portugal e o reconhecimento do bom trabalho que tem vindo a ser feito pelo nosso país", diz Jorge Vieira, lembrando que a escolha resultou de uma candidatura apresentada pela FPA e pela Câmara de Mira, com o apoio técnico da Associação de Atletismo de Coimbra.
O presidente da FPA recorda que Portugal já tinha sido escolhido para acolher, em Lisboa, os europeus de atletismo em corta-mato (troféu individual) de 2019, competição que já se realizou em Oeiras (1997) e Albufeira (2010).
O presidente da Câmara Municipal de Mira já expressou a satisfação pela decisão da Associação Europeia de Atletismo, prometendo que a autarquia "vai empenhar-se" no sucesso da prova, que será transmitida em direto para Portugal através da RTP e para outros países membros da EUB (European Brodcasting Union).
"Uma prova deste género, realizada fora da época turística, é extremamente importante para a economia local e até regional, pois irá ter impacto na hotelaria e na restauração durante largos meses e dará muita visibilidade ao concelho", resume Raul Almeida.
O autarca assegura que o concelho, o único do mundo que ostenta há 31 anos consecutivos a Bandeira Azul, vai continuar a "apostar fortemente" no turismo de desporto e aventura como forma de "escapar" à sazonalidade.

Seca vai provocar quebra de 50% na produção de arroz no vale do Sado

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A produção de arroz no vale do Sado deverá sofrer uma "quebra de cerca de 50% na campanha deste ano" devido à falta de água nas barragens, admitiu hoje a Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal (AADS).

"Não tem chovido e as barragens não têm água suficiente para a produção habitual", disse à Agência Lusa Joaquim Manuel, da AADS, adiantando que "alguns agricultores nem sequer vão iniciar a lavra porque sabem à partida que não vão ter água".

"Os produtores de arroz precisam de cerca de 15.000 metros cúbicos de água por hectare, mas a Associação de Regantes do Vale do Sado só está a disponibilizar 8.500 metros cúbicos por hectare de terreno", acrescentou o representante da AADS, que representa cerca de 60 produtores de arroz do vale do Sado.

Contactada pela agência Lusa, a Associação de Regantes do Vale do Sado confirmou as restrições no fornecimento de água aos cerca de 200 agricultores associados.

"Neste momento, as barragens do Pego do Altar e Vale de Gaio (concelho de Alcácer do Sal) estão muito abaixo da capacidade máxima de armazenamento de água", disse à agência Lusa um funcionário da associação.

"A barragem do Pego do Altar, que tem uma capacidade de armazenagem de 97 milhões de metros cúbicos de água, tem apenas 27,9 milões, o que corresponde a pouco menos de 30% da capacidade de armazenamento, e a barragem de Vale de Gaio, que tem capacidade para 63 milhões de metros cúbicos, tem apenas 32,7 milhões de água, ou seja cerca de 52% da capacidade máxima", disse.


A direção da AADS disse à agência Lusa que está a avaliar a situação junto dos agricultores afetados, tendo em vista uma eventual tomada de posição, que só deverá acontecer no início da próxima semana.

Fonte: Lusa
Foto: © Reuters

Macroscópio – Trump. Desencontros que foram muito para além dos apertos de mão

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Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

Donald Trump veio à Europa. Visitou o Papa, esteve numa cimeira da NATO, falou com líderes da União Europeia e por fim participou em Itália num encontro do G7. Houve apertos de mão falhados, curiosidade em torno dos vestidos de Melanie Trumpempurrões para ficar melhor na fotografia e outros casos menores. Mas houve sobretudo a sensação de um enorme desencontro. Ttump queixou-se a Juncker que "os alemães são maus, muito maus", Merkel lamentou-se no fim-de-semana dizendo que “EUA e Reino Unido já não são parceiros fiáveis”, o seu ministro dos Negócios Estrangeiros considerou mesmo que "Trump está a colocar a paz da Europa em risco". Ecos de uma cimeira da NATO tumultuosa, marcada pela omissão, no discurso do Presidente dos Estados Unidos, às obrigações de auxílio mútuo estabelecidas no Artigo 5º dos tratados, a par com as suas muitas referências ao pouco queos parceiros europeus gastam em Defesa. No G7 o clima foi porventura ainda mais gelado ao verificarem-se as primeiras cisões no que se refere aos compromissos comuns relaticos ao aquecimento global.
 
Manuel Villaverde Cabral, no Observador, não ficou surpreendido com todos estes sinais de uma desordem internacional ao rubro: “Guerras já havia, declaradas ou não, e neste clima só podem continuar, como a guerra que o terrorismo islâmico move diariamente contra a Europa que o deixou medrar dentro de si. Não é, pois, de admirar que a desordem internacional se tenha multiplicado e esteja hoje ao rubro. Exemplo flagrante disso foi a reunião no fim de semana passado do chamado G7, com os murros na mesa que o Sr. Trump não é capaz de deixar de dar”.
 
Mas mais do que constatar a surpresa de muitos – afinal o que Trump disse em Bruxelas e na Sicília não é muito diferente daquilo que sempre disse em campanha: que os parceiros europeus têm de gastar mais com a Defesa e não contarem apenas com a protecção dos Estados Unidos, e que não iria assinar os acordos de Paris – importa ver como reagir. Os analistas dividem-se entre os que sublinham sobretudo a indignação com as acções de Trump e aqueles que, apesar de tudo, entendem que os Estados Unidos têm bons argumentos para pedirem à Europa uma contribuição maior para as obrigações comuns de Defesa.
 
Teresa de Sousa, no Público, está claramente com os primeiros. Em Não é o dinheiro, são os valores, mesmo reconhecendo que “a Europa descansou demasiado na protecção americana” e “podia ter acordado mais cedo”, a ênfase vai para a natureza da NATO: “Por que razão a aliança transatlântica sobreviveu às mudanças tectónica que o mundo está a viver, incluindo a sua poderosa aliança militar? Porque assentava no património comum dos valores da democracia liberal e da defesa dos direitos humanos, que via como universais, para além dos interesses comuns que ainda hoje partilha. É a ruptura com este património comum que torna a presidência de Trump tão preocupante.”
 
Já António Barreto, no Diário de Notícias, em Quem deve teme, preferiu destacar que “dos 28 membros da NATO, apenas cinco cumprem” as suas obrigação, “todos os outros ficam abaixo dos 2%”. Isto porque “Preferem gastar com coisas mais agradáveis e entregar-se à protecção do poderio americano. A ideia é simples: tudo quanto ameaça a Europa ameaça também os americanos. Como estes são mais fortes e mais ricos, eles que se ocupem disso.” Não é uma atitude que aprecie: “Faz lembrar a de tantos que entendem que os credores devem obedecer aos devedores e que aqueles a quem devemos dinheiro têm de fazer o que queremos e aceitar as nossas condições. Há quem faça disso um programa político: viver à custa dos outros!”
 
Na imprensa internacional não falta quem tenha uma aproximação muito próxima da de Teresa de Sousa, caso da historiadora Anne Applebaum, também colunista do Washington Post, e que em For the U.S.-European alliance, everything has changed é muito ácida no balanço que faz desta incursão europeia do inquilino da Casa Branca: “As a result of this trip, American influence, always exercised in Europe through mutually beneficial trade and military alliances, is at its rockiest in recent memory. The American-German relationship, the core of the transatlantic alliance for more than 70 years, has just hit a new low: (...) The Russian government, which has long sought to expel the United States from the continent, is overjoyed: On Russian television, Trump was said to have turned NATO into a “house of cards.
 
Num registo porventura mais analítico, Edward Lucas, um jornalista da The Economist, fez um balanço igualmente pessimista numa coluna no site CapX – Nato has become a loveless marriage: “The heart of the alliance is being hollowed out. The transatlantic relationship increasingly resembles a loveless marriage. The bills are paid (amid a lot of squabbling about who picks up which tab). The house and car are maintained. The kids are educated. There is food in the fridge. There are even regular trips abroad. But at least one side thinks privately that if not already married, they would be arranging things differently.” Mais: “But as the love drains out of a marriage, temptations abound and standards slip. Sometimes the damage can be too great to repair. If that happens with Nato, America, as well as Europe, will be the loser.”
 
Ora este é precisamente o ponto de vista de Kori Schake que, numa longa análise na conservadora The American Interest – NATO Without America? – começa por reconhecer que os Estados Unidos têm boas razões para se queixarem, só que têm também de admitir que não têm melhores parceiros do que os actuais. Na verdade as queixas de Washington até são antigas – “Every American President of the past thirty years—actually longer, for the plaint goes back to the early years of the Nixon Administration—has dreamt up a NATO initiative to cajole greater defense expenditures out of our European allies. Defense Secretary Robert Gates’s dire warning in 2011 that American patience was wearing thin went largely unheeded.” – e desta vez até havia um bom pretexto para o protesto, pois a nova sede da NATO estava a ser inaugurada “Coming in over time and over budget, the headquarters cost $1.3 billion, 22 percent of which was paid for by the United States”. Só que, acrescenta-se mais adiante depois de uma exposição detalhada da situação internacional, “Our NATO allies are important validators of the American-led order and important contributors to its sustainment. We will want their help as challenges grow in the Middle East, Russia corrodes further, and China rises (assuming it actually will). We should take care not to throw those allies overboard until we have better allies to replace them with, and that is highly unlikely to occur any time soon.” Por outras palavras: “Like democracy, our European allies are our worst option except for all the others. The Europeans need us, and we need them—let’s not call the whole thing off.
 
A fechar este breve apanhado de referências ainda acrescento um texto “On militarism, exhaustion, and decadence” de Robert D. Kaplan na Foreign Policy: Trump’s Budget Is American Caesarism. O interessante deste texto é que analisa a proposta orçamental da administração Trump, considerando, por exemplo, que o investimento na Marinha não produzirá efeitos se não servir para projectar a influência diplomática dos Estados Unidos, e esta pode ser comprometida pelos costes no Departamento de Estado. É que, lembra este analista, “The United States, while not a formal empire, has been in an imperial-like situation since the end of World War II, when America began to construct a liberal world order in Europe and Asia. That world order has been characterized — like Rome, Venice, Britain, and France at their zeniths — by a dynamic combination of military, intellectual, economic, and cultural power. Each element is as important as the others.”
 
E por hoje é tudo. Tenham um bom descanso, boas leituras, e preocupem-se com a desordem internacional. Há razões para isso.
 
 PS. Amanhã não deverei fazer Macroscópio pois, ao fim da tarde, pelas 18h00, estarei a moderar a segunda conversa da série "Observamos mais", uma parceria do Observador e o Banco Popular. Desta vez o convite é para conversar sobre a importância do tempo nas nossas vidas e falarei com cinco convidados: Isabel Vaz, presidente executiva da Luz Saúde; Manuel Caneira, cirurgião plástico, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética; Eliana Madeira, coordenadora nacional do Banco de Tempo; Eduardo Sá, psicólogo; e João Pedro Marques, historiador e autor de romances históricos. Ao vivo no Espaço Conversas Soltas Popular (na sede do Banco Popular), transmissão em directo no site do Observador. 
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INE confirma corte à cabeça de 13,88% nas reformas antecipadas deste ano

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As reformas antecipadas pedidas este ano terão um corte à cabeça de 13,88%, tendo em conta os dados da esperança média de vida, de que depende o fator de sustentabilidade a aplicar àquelas pensões, esta segunda-feira confirmados pelo INE.

Os dados definitivos da esperança média de vida aos 65 anos, hoje publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), indicam que este indicador é de 19,31 anos, confirmando-se assim as estatísticas provisórias avançadas em novembro.

Fonte do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social disse hoje à Lusa que estes dados farão com que "o fator de sustentabilidade a aplicar às pensões atribuídas este ano seja de 13,88%".

Isto significa que as reformas antecipadas deste ano terão uma penalização à cabeça de 13,88%, tanto no caso das pensões da Segurança Social como no caso das da Caixa Geral de Aposentações.

A este corte acresce ainda um outro que varia em função do tempo que o trabalhador pretende antecipar a sua reforma, tendo uma redução de 0,5% por cada mês que falte para a idade da reforma (atualmente nos 66 anos e três meses).

As regras de atribuição e cálculo das reformas antecipadas estão a ser revistas e negociadas entre o Governo e os parceiros sociais, sendo que a última proposta do executivo eliminava o fator de sustentabilidade, que faz depender a evolução das pensões da esperança média de vida e é determinado a cada ano, para todas as reformas antecipadas, mas não determinava a partir de quando deixará de ser aplicado.

As novas regras deverão também permitir que os pensionistas com carreiras contributivas muito longas (48 ou mais anos de descontos) e os que tenham carreiras contributivas longas (pelo menos 46 anos) e que tenham começado a trabalhar antes dos 15 anos que se reformem antecipadamente sem qualquer perda do valor da pensão a receber.

Esta proposta não acolhe as exigências das centrais sindicais, que exigiam que trabalhadores com 40 anos de descontos e 60 anos de idade pudessem aceder à reforma antecipada sem penalizações, uma situação que o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, justificou com a necessidade de proteger a sustentabilidade financeira da Segurança Social.

A penalização de 0,5% por mês por cada ano de antecipação da reforma deverá manter-se para a generalidade dos trabalhadores, prevendo a proposta do executivo um alívio desta penalização, para os 0,4% por cada mês de antecipação, apenas para aqueles que começaram a trabalhar antes dos 16 anos de idade e que tenham pelo menos 60 anos de idade e 40 anos de descontos à data da reforma.

Fonte: Lusa
Foto: vix.com

34 migrantes resgatados no Mediterrâneo pela Força Aérea Portuguesa após explosão

Foram encaminhados para terra em dois barcos espanhóis
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Um grupo de 34 migrantes a bordo de uma embarcação que explodiu no mar Mediterrâneo foi resgatado numa operação comandada pela tripulação de uma aeronave C-295, divulgou esta segunda-feira a Força Aérea Portuguesa (FAP).
Segundo a FAP, os 34 migrantes foram todos resgatados "com sucesso" e encaminhados para terra em duas embarcações espanholas, a "Guardamar Polimnia" e a "Salvador Alcor".
Em comunicado, a FAP adianta que a embarcação foi detetada pela tripulação de uma aeronave C-295 da Força Aérea Portuguesa, ao serviço da agência europeia de controlo de fronteiras, Frontex.
A embarcação "sem razão aparente explodiu, tendo os seus tripulantes ficado à deriva no mar", descreve a FAP.
Após a explosão, a tripulação do C-295 "assumiu o comando das operações de resgate no local, tendo lançado um bote salva-vidas e coordenado, com conjunto com o Centro de Busca e Salvamento de Almeria, Espanha, o encaminhamento de vários meios de socorro", que incluíram um pesqueiro e um helicóptero de salvamento, é referido.
Segundo a FAP, o "kit" de salvamento lançado pela aeronave C-295, da Esquadra 502, "permitiu salvar grande parte dos migrantes" que, antes da chegada do helicóptero e dos meios marítimos, apenas contavam com o bote salva-vidas.
O destacamento português opera a partir da Base Aérea de Málaga, em Espanha, onde estará até ao final do mês de junho. Neste destacamento, a Esquadra 502 - "Elefantes" - está a monitorizar situações de narcotráfico, de imigração ilegal e de poluição marítima pretendendo promover a estabilidade e a segurança em todo o Mar Mediterrâneo
Fonte: Lusa

Olhão Assina Contrato de Elaboração do Novo Quartel dos Bombeiros

Está assinado o contrato de aquisição de serviços para a elaboração do projecto do novo quartel dos Bombeiros Municipais de Olhão, celebrado entre a autarquia e a empresa Trialgar – Arquitetura e Engenharia, cujo preço base é de 60.600 euros.
A nova casa dos Bombeiros terá lugar na zona nascente da cidade de Olhão, junto ao nó de acesso à A22, num terreno propriedade da Câmara. O valor final da obra edificada não deve ultrapassar um milhão de euros, prevendo-se um financiamento do Programa Operacional Temático e Valorização do Território.
A edificação de um novo quartel para os Bombeiros de Olhão surge da necessidade de dotar os soldados da paz de melhores condições para o desempenho das suas funções, em termos de localização, funcionalidade e operacionalidade.
Na cerimónia de assinatura do contrato, a 24 de Maio, António Miguel Pina, presidente da Câmara de Olhão, referiu que a construção do novo quartel “é muito importante para os nossos Bombeiros e para o concelho de Olhão. Finalmente, o sonho começa a concretizar-se”.
O caderno de encargos prevê a elaboração do estudo prévio, do anteprojeto, do projeto base, do projeto de execução, e o respectivo acompanhamento e apoio técnico durante a execução da empreitada.
Fonte: postal|Cátia Marcelino / Henrique Dias Freire

Bombeiros de Portugal e Espanha Vão Cooperar em Emergências

Bombeiros vão poder intervir numa faixa de 25 quilómetros a contar da fronteira.
As corporações de bombeiros portuguesas e espanholas vão cooperar em situações de emergência numa faixa de até 25 quilómetros além de cada um dos lados da fronteira. Neste momento, o limite está fixado nos 15 quilómetros. O JN apurou que esta será uma das medidas aprovadas entre os governos liderados por António Costa e Mariano Rajoy na XXIX Cimeira Luso-Espanhola, que hoje começa, em Vila Real, dedicada à cooperação transfronteiriça.
Fonte: JN|Alexandra figueira

Bombeiros em “Brasa” Ameaçam Partir para a Guerra

Apesar de serem “Soldados da Paz”, os bombeiros portugueses estão dispostos “a desenterrar o machado da paz para fazer a guerra”.
O alerta foi deixado este domingo, por ocasião do Dia do Bombeiro Português, comemorado em Cascais, pelo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses Jaime Marta Soares que, segundo avança o jornal online Cascais24, também está a ser alvo de criticas por parte da Federação Distrital de Lisboa por alegada “incapacidade e incompetência nas negociações” com a tutela.
Intervindo na presença do Presidente da República e da ministra da Administração Interna, Jaime Marta Soares questionou: “Porque é que os poderes públicos não respondem favoravelmente às propostas que lhe são apresentadas pela Liga?”.
A ministra Constança Urbano de Sousa, que tutela a Autoridade Nacional de Proteção Civil, da qual, por sua vez, dependem os corpos de Bombeiros, elogiou o papel dos “Soldados da Paz” e destacou a sua importância, mas não respondeu a qualquer crítica ou exigência da Liga.
Já o Presidente da República falou breves minutos, afirmando apenas que o fazia com “emoção e orgulho”, orgulho de ser Presidente “de uma pátria que tem os melhores bombeiros do mundo”.
A revolta e o descontentamento dos bombeiros portugueses prende-se, por um lado pela falta de investimento e, por outro nas recentes declarações do secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, o qual, na apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais no Parlamento, afirmou que a “comparticipação aos bombeiros que integram o dispositivo vai manter-se nos 45 euros por dia, sublinhando que um bombeiro recebe, ao final do mês, 1.350 euros, montante que totaliza uma despesa para o Estado de 22 milhões de euros por ano”.
Estas afirmações do governante “incendiaram” os corpos de Bombeiros, que exigem um pedido de desculpas, uma vez que o secretário de Estado “omitiu que os bombeiros não podem ser escalados 24 horas consecutivas durante 30 dias seguidos”, assegurou, a Cascais24, um responsável pela Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa, que esteve ausente das comemorações em sinal de protesto. A Federação congrega 56 associações humanitárias e corpos de Bombeiros, que mobilizam mais de 8 mil voluntários.
A lei de financiamento às associações humanitárias de bombeiros, aprovada em 2015 pelo anterior Governo PSD/CDS-PP, constitui outro sinal de descontentamento. É que, apesar do financiamento manter-se nos 25,7 milhões de euros de 2016, este ano há 210 corporações de bombeiros que vão receber menos dinheiro, enquanto outras 203 viram o seu orçamento aumentado. “O problema é que, com esta lei, o financiamento às corporações de bombeiros passou a ser feito de acordo com critérios assentes no risco e na atividade dos corpos de bombeiros, como índice do risco de incêndio, número de ocorrência, população, área geográfica e número total de operacionais”, avança o Cascais24, que cita a mesma fonte da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa, segundo a qual “a própria Liga dos Bombeiros Portugueses tem “demonstrado incapacidade e incompetência em negociar e defender os reais interesses do setor”.
Momentos altos da comemoração do Dia do Bombeiro Português, este domingo, em Cascais, foram o acendimento da pira com o facho trazido pela corporação de Faro e a entrega da Bandeira Nacional ao estandarte da Liga dos Bombeiros Portugueses.
Fonte: JN

Balanços do Dia do Bombeiro Português

Um dia de festa para os Bombeiros de Portugal e para as pessoas e instituições que apoiam e suportam as corporações.
Esta cerimónia que contou com a presença do Presidente de República e com a Ministra da Administração Interna serviu para as já habituais entregas de prémios.
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa presidiu à Cerimónia Comemorativa do Dia Nacional do Bombeiro tendo entregado o Estandarte Nacional à Liga dos Bombeiros Portugueses.
Decorreu também atribuição do Prémio Quartel Electrão promovido Amb3E – Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos a que se associaram 164 corporações de Bombeiros Voluntários, que ao longo de 4 meses reuniram 1.080 toneladas de equipamentos eléctricos e pilhas usadas. Estes resultados geraram um apoio directo aos Bombeiros Voluntários no valor de cerca de 70 mil euros que permitiram a entrega simbólica das chaves da ambulância de transporte múltiplo à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Amarante.
Foram ainda entregues 10 cartões de combustível, no valor de 500€, às Associações de Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra, Vila Franca das Naves, Pampilhosa da Serra, Pinhão, São João da Pesqueira, Vila Nova de Tazem, Fornos de Algodres, Caxarias, Mira de Aire e Alandroal, 1.500€ em Equipamentos de Protecção Individual às corporações de Bombeiros Voluntários da Pampilhosa e de Marco de Canaveses
Foram entregues também menções Honrosas às Câmaras Municipais de Vila Franca de Xira, Almada e Odivelas, premiando assim, aquelas autarquias pelos apoios concedidos às associações de bombeiros dos seus concelhos.
A menção honrosa “Dirigente Associativo” foi atribuída a João Machado Coelho Tinoco presidente da Direção da Associação Humanitária do BV de Vila Nova de Famalicão, dirigente desta Associação há 27 anos com um empenhamento que importa sublinhar e premiar.
A menção honrosa “Elemento Quadro de Comando” atribuído exaequo ao comandante José António Beleza Ferraz dos Bombeiros Voluntários de Barcelinhos e ao comandante Bruno Miguel Oliveira Alves dos Bombeiros Voluntários Famalicenses pelo excelente trabalho desenvolvido à frente dos respectivos corpos de bombeiros.
A Menção “Personalidade Empresarial ou Empresa” atribuída também exaqueo às empresas LBC Tanquipor SA e Vieira de Castro – Produtos Alimentares SA pelo apoio continuado às associações de bombeiros das suas zonas.
Menção “Personalidade da Sociedade Portuguesa” atribuída ao Comendador Jorge da Conceição Lopes benemérito que tem dedicado particular atenção à sua terra natal, Figueiró dos Vinhos, e em especial aos bombeiros locais.
Foram também ainda atribuídas mais duas Menções Honrosas, à Câmara Municipal de Cascais pela colaboração empenhada prestada à organização do Dia do Bombeiro Português e ao Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras.
Foi entregue também o Prémio Bombeiro de Mérito de 2016 à bombeira de 3ª da Associação Humanitária dos BV Carvalhos, Dulce Adriana Teixeira Leitão, e ao subchefe da Associação Humanitária BV Almada, Paulo Armando Martins Oliveira.
A bombeira Dulce Leitão foi alvo desta distinção porque quando prestava assistência às vítimas de um acidente de viação ocorrido Autoestrada nº 4, e quando se dirigia em coluna para Marco de Canaveses para rendição de meios no âmbito do combate aos incêndios florestais, foi atingida por uma viatura ao proteger, com o seu corpo, o jovem ferido e evitando que este sofresse danos causados pelo abalroamento. A bombeira Dulce Adriana Leitão encontra-se ainda a recuperar das consequências do seu gesto.
Já o subchefe Paulo Oliveira interveio no salvamento de uma criança de dois anos de um elevador. Verificando-se que a criança se encontrava com o braço preso nesse equipamento e que o mesmo se encontrava imobilizado a uma altura correspondente a 6 andares, o subchefe Paulo Oliveira, com o apoio dos seus companheiros, desenvolveu um trabalho de desencarceramento complexo, sensível e perigoso, a partir do fosso do elevador com risco da própria vida e que foi coroado de êxito.
Por Despacho da Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, a bombeira de 3ª Dulce Adriana Teixeira Leitão e o subchefe Paulo Armando Martins Oliveira foram ainda agraciados com a medalha de mérito de proteção e socorro, no grau ouro e distintivo azul.