terça-feira, 11 de agosto de 2020

Santos & Pecadores demarcam-se de Olavo Bilac contra quem decorre processo judicial

A banda Santos & Pecadores demarcou-se hoje de "qualquer atitude ou posição" tomada pelo cantor Olavo Bilac, lembrando que "não realiza espetáculos desde 2014" e que está a decorrer um processo judicial contra o músico.

A banda enviou hoje à agência Lusa um comunicado "com o propósito de esclarecer os fãs e o público em geral", e por "nos últimos dias terem surgido nos órgãos de comunicação social e nas redes sociais diversas notícias que põem em causa o bom nome dos Santos & Pecadores", bem como o seu "património".
Olavo Bilac, que fez parte, entre outros, dos Santos & Pecadores, Resistência e Zeca Sempre, atuou no sábado num jantar-comício do Chega, em Leiria, e o líder do partido, André Ventura, tornou o momento público ao partilhar nas redes sociais uma 'selfie' com o cantor.
No comunicado enviado à Lusa, os músicos Pedro Cunha, Pedro Almeida, Pascoal Simões e Rui Martins esclarecem que "a banda Santos & Pecadores não realiza espetáculos desde o ano 2014" e que "já foi dado início ao processo da banda Santos & Pecadores contra o sr. Olavo Bilac".
De acordo com os músicos, o processo foi interposto "por usurpação, abuso e delapidação do património da banda, assim como o incumprimento do contrato" que os liga a Olavo Bilac, "e que o impede de utilizar e tocar ao vivo qualquer obra do grupo em situações a solo, o que tem feito durante vários anos contra a vontade da banda ao mesmo tempo que (...) impede a banda de retomar a sua normal atividade".
O grupo decidiu divulgar o comunicado para "se demarcar de qualquer atitude ou posição tomada unilateralmente pelo sr. Olavo Bilac".
A banda Santos & Pecadores, que se popularizou na década de 1990 devido sobretudo ao tema "Não Voltarei a Ser Fiel", foi fundada em 1987 por Olavo Bilac, Rui Martins, Pedro Almeida, Pascoal Simões e Pedro Cunha.
Nos últimos dias, Olavo Bilac foi criticado nas redes sociais por ter atuado no jantar-comício do Chega.
Na segunda-feira, o cantor, através de um comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, partilhou que devia "uma explicação a toda a gente", além de a si próprio.
"Sim, é verdade que fui atuar profissionalmente a um jantar privado do partido Chega, com o qual não tenho nenhum tipo de relação política ou afetiva. Sim, sou eu na 'selfie' tirada pelo André Ventura, num momento final da minha atuação. Confesso que na altura encarei isto só mesmo como mais uma atuação e mais uma 'selfie', especialmente numa altura em que eu, os músicos que me acompanham e os técnicos têm quase a totalidade do seu ganha-pão cancelado desde março... Mas percebo que errei", escreveu Olavo Bilac.
Olavo Bilac salientou que "nunca" teve intenção de "apoiar o Chega", tal como "nunca" apoiou qualquer força política, para as quais tocou "ao longo de toda a carreira".
O cantor admitiu que "devia ter tido o discernimento para perceber que não era só mais um concerto para mais um partido e das implicações que esta atuação profissional iria desencadear...".
"Peço desculpa ao meu público que de algum modo se tenha sentido ofendido por esta situação, uma vez que sempre defendi valores enquanto cidadão independente bem diferentes do que aqueles apregoados por este partido. Peço desculpa também aos meus pares da indústria, músicos que já tantas vezes hipotecaram o dia devido aos seus princípios. Às vezes peco por nunca dizer que não ou recusar uma foto, relativizando as situações privadas em favor das outras pessoas. Desta vez não pensei naqueles que me estão mais próximos...", concluiu.
Lusa

Escultura de rosto de Miguel Torga em raiz gera polémica e atrai curiosos a Sabrosa

A escultura do rosto de Miguel Torga na raiz de um negrilho está a gerar polémica e durante o dia de hoje foram muitos os curiosos que foram ver a peça a São Martinho de Anta, em Sabrosa.

A iniciativa é da responsabilidade da Junta de Freguesia de São Martinho de Anta e Paradela de Guiães, a escultura foi feita por Óscar Rodrigues, um artista que trabalha com uma motosserra, e o objetivo foi homenagear Miguel Torga na data do seu aniversário, que se assinala na quarta-feira.
José Gonçalves, presidente desta junta de freguesia, disse à agência Lusa que durante o dia de hoje foram muitas as pessoas que se deslocaram à localidade para verem a peça, que vai ficar instalada no largo do Eirô, local original onde estava o negrilho de grande porte, que secou há uns anos e ficou imortalizado na obra do escritor e médico.
A raiz tem aproximadamente três toneladas. De um lado pode ver-se o rosto de Torga, onde se percebem traços característicos do autor como o nariz longo e os lábios finos, e do outro mantiveram-se as enormes ramificações que se entrelaçam e se fundem.
A peça está a gerar muitas reações, principalmente nas redes sociais, entre os que elogiam a intervenção e os que criticam, os quais, em muitos casos, defendem que a raiz deveria ter ficado inalterada.
Entretanto, a Câmara Municipal de Sabrosa e o Espaço Miguel Torga demarcaram-se e esclareceram que são "totalmente alheios" à intervenção na raiz do negrilho.
Questionado pela Lusa, João Luís Sequeira, diretor do Espaço Miguel Torga, apenas disse que poderia "ter havido mais diálogo" entre as várias entidades sobre a forma como poderia ser usada a raiz e que poderiam ter sido "consideradas outras opções".
Na sua opinião, por um lado o "negrilho valia por si, era uma árvore sumptuosa" e, por outro lado, "havia uma memória coletiva do negrilho" e a "memória que o Torga deixou com o poema".
O autor escreveu o poema "Negrilho" inspirado naquela árvore de grande porte.
O presidente da Câmara de Sabrosa, Domingos Carvas, esclareceu que a raiz e a intervenção são "inteiramente da responsabilidade da junta", referiu que ainda não viu a peça e adiantou que, provavelmente irá a São Martinho de Anta na quarta-feira, dia de aniversário de Torga.
Por sua vez, José Gonçalves afirmou que a raiz estava a entrar em podridão e que, por isso, "foi preciso agir o mais rápido possível", tendo-se optado pela escultura do rosto daquele que é um dos autores mais conhecidos do Douro e Trás-os-Montes.
"Tem muito mais sentido fazer esta intervenção no negrilho, árvore que ele imortalizou através da sua escrita. A alma, a essência, está nisso", afirmou o escultor Óscar Rodrigues.
Depois de terminada a escultura, a madeira foi tratada com vista à sua preservação e proteção.
O autarca de freguesia acredita que a peça que foi chamada "Torga e as suas raízes" vai "atrair muita gente" a esta localidade do distrito de Vila Real e salientou que não quer "alimentar mais polémicas".
Torga, cujo nome de batismo era Adolfo Correia da Rocha, nasceu a 12 de agosto de 1907 em São Martinho de Anta e morreu, em Coimbra, em 1995.
Muitos visitantes chegam já à sua terra natal de Miguel Torga guiados pela sua obra e ali é possível ver a casa onde residiu e que está a ser alvo de uma intervenção por parte da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) ou subir à capela da Senhora da Azinheira.
Entre algumas das suas obras destacam-se os "Contos da Montanha", "Bichos", "A Criação do Mundo", "Senhor Ventura" ou "Vindima", e na poesia "Rampa", "Abismo", "Lamentação", "Libertação" ou "Poemas Ibéricos".
Lusa

PJ deteve suspeita de atear fogo florestal no Parque Nacional da Peneda-Gerês

A suspeita, uma doméstica de 57 anos, reside na freguesia onde ateou o incêndio, tendo recorrido a um artefacto retardante da ignição.

A Polícia Judiciária (PJ) de Braga deteve uma mulher de 57 anos suspeita de atear um incêndio florestal registado em 4 de Agosto no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), no concelho de Terras de Bouro.
Em comunicado, a PJ refere que o local onde o incêndio teve início é uma zona de “difícil acesso”.
Existiam condições de enorme risco de propagação à vasta mancha florestal envolvente, designadamente derivado a carga combustível do PNPG e pela orografia própria da região, o que se traduz num elevadíssimo perigo concreto para as pessoas, para os bens e para o ambiente, em particular para a área protegida em apreço”, acrescenta.
Segundo a PJ, o incêndio consumiu cerca de dois hectares de vegetação herbácea, mato e arvoredo, “não tendo atingido maiores proporções devido à rápida intervenção dos bombeiros”.
A PJ acrescenta que a arguida, doméstica, reside na freguesia onde ateou o incêndio, tendo recorrido a um artefacto retardante da ignição.
“Foram recolhidos substanciais elementos de prova, que conduziram à detenção”, lê-se ainda no comunicado.
Na operação, a PJ contou com a colaboração do Grupo de Trabalho do Norte de Redução das Ignições Florestais e da GNR.

A suspeita, de 57 anos, vai ficar provisoriamente num estabelecimento prisional, até serem instalados, na sua habitação, os mecanismos necessários para a prisão domiciliária, com vigilância eletrónica.


Lusa

Clube Desportivo de Assafarge recebe certificação com 2 Estrelas

Após reanálise do processo do Clube filiado na AF Coimbra, a Comissão Nacional de Certificação atribuiu ao Clube Desportivo de Assafarge a certificação de 2 Estrelas, Futebol Masculino, o que reforça os resultados muito positivos alcançados pela Associação conimbricense.

A Direção da AF Coimbra saúda o Club Desportivo de Assafarge pelo resultado obtido no Processo de Certificação de Entidades Formadoras para a temporada 2020/2021.
Os 15 clubes certificados nas modalidades Futebol Masculino, Futebol Feminino e Futsal e o número alargado em processo de certificação, refletem o desenvolvimento dos Clubes do Distrito de Coimbra e o contributo dos dirigentes, técnicos e atletas para este momento marcante para o futebol, futebol feminino e futsal regionais, dando sequência à estratégia de crescimento e afirmação no contexto nacional definida pela Direção liderada pelo Prof. Horácio Antunes.
A lista completa de Clubes Certificados e em Processo de Certificação é a seguinte:
ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE COIMBRA
Processo de Certificação de Entidades Formadoras
Época 2109/2020
Futebol Masculino
4 ESTRELAS

Associação Académica de Coimbra – OAF
Associação Académica de Coimbra – SF
Associação Naval 1893
3 ESTRELAS
Ginásio Clube Figueirense
Clube Desportivo Lousanense
Mocidade Futebol Clube
União Desportiva de Tábua
Clube Condeixa
2 ESTRELAS
Clube Desportivo de Assafarge
Associação Recreativa Casaense
União Desportiva da Tocha
Associação Desportiva de Poiares
Em Processo de Certificação
Clube Desportivo de Assafarge
Esperança Atlético Clube
Futebol Clube O. Hospital
Clube Operário Jardim do Alva – COJA
Clube Recreativo O Vigor da Mocidade
Clube Recreativo da Praia da Leirosa
Associação Desportiva Nogueirense
Clube de Futebol Os Marialvas
Clube Atlético Mirandense
Clube Desportivo Pampilhosense
União Futebol Clube
Associação Educativa e Recreativa de Góis
União Clube Eirense
Grupo Desportivo de Sepins
Real Clube de Brasfemes
Grupo Desportivo Cova Gala
Sanjoanense Atlético Clube
Associação Desportiva Lagares da Beira
Futebol Feminino
Centro Básico Formação Futebol
Clube Recreativo da Praia da Leirosa
Em Processo de Certificação
União Recreativa de Cadima
Associação Desportiva de Souselas
Futsal Masculino
3 ESTRELAS

Centro Social de São João
2 ESTRELAS
Casa do Povo - Centro de Cultura e Desporto de Miranda do Corvo
Em Processo de Certificação
Associação da Granja do Ulmeiro
União Popular e Cultural de Chelo
Núcleo SP Condeixa
Grupo Desportivo Pampilhosense
Futsal Feminino
Em Processo de Certificação

ARCD Venda da Luísa

Apreendidos mais de 1500 artigos contrafeitos em Vilarinho do Bairro

A GNR de Aveiro, através do Destacamento Territorial de Anadia, no dia 9 de Agosto, apreendeu 1 501 artigos contrafeitos, com um valor estimado de cerca de 70 mil euros, na localidade de Vilarinho do Bairro, concelho de Anadia.

No âmbito de uma ação de fiscalização ao mercado semanal de Vilarinho do Bairro, os militares da Guarda detetaram várias bancas com diverso material contrafeito, que tinham como destino a introdução e venda ao público, o que culminou na apreensão daquela quantidade de artigos de vestuário.
Na sequência desta ação foram identificadas três mulheres e quatro homens, com idades compreendidas entre os 19 e os 36 anos, por suspeita do crime de contrafação e uso ilegal de marca, tendo os factos sido remetidos ao Tribunal Judicial de Anadia.
Esta ação contou com o reforço do Destacamento de Intervenção (DI) de Aveiro.

Anadia vai promover vacinação e identificação eletrónica de cães

O Município de Anadia vai levar a efeito, de 19 a 28 de agosto, em doze locais do concelho, uma campanha de vacinação antirrábica e de identificação eletrónica de cães. Esta ação segue o Plano Nacional de Luta e Vigilância Epidemiológica da Raiva Animal e Outras Zoonoses, e também as determinações da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária.
A vacinação antirrábica é anual e obrigatória para todos os canídeos com mais de três meses, e só pode ser realizada em cães que se encontrem identificados eletronicamente, com microchip. A raiva é uma doença mortal, que pode ser transmitida aos seres humanos através da mordedura de um animal infetado ou do contacto da saliva deste com uma ferida.
Simultaneamente, irá também decorrer a identificação eletrónica, que é obrigatória para todos os cães. A colocação do microchip é um ato único e vitalício de identificação do animal, permitindo, em caso de perda ou furto, encontrar o respetivo dono.
A campanha começa no dia 19 de agosto, às 9h00, em Vilarinho do Bairro, no largo da Casa do Povo, prolongando-se até ao dia 28 de agosto. Após esta data, a vacinação e a identificação eletrónica poderão apenas ser feitas às terças e quintas-feiras, entre as 14h00 e as 17h00, no Consultório Municipal, localizado no Mercado Municipal de Anadia. Para mais esclarecimentos, os interessados devem contactar o Município de Anadia através do número de telefone 231 510 730 ou do email gabveterinario.m.anadia@gmail.com.

LOCAIS:


→ Vilarinho do Bairro – Largo da Casa do Povo - 19 de agosto (09h00-10h30)
→ S. Lourenço do Bairro – Largo de Couvelha – 19 de agosto (14h30-16h00)
→ Amoreira da Gândara e Ancas – Largo da Igreja de Ancas – 20 de agosto (09h00-10h30)
→ Paredes do Bairro – Largo da Igreja – 21 de agosto (09h00-10h30)
→ Tamengos e Óis do Bairro – Largo da Junta - 21 de agosto (14h30-16h00)
→ Aguim – Largo Dr. Luís Navega – 24 de agosto (09h00-10h30)
→ Vila Nova de Monsarros – Largo da Igreja – 24 de agosto (14h30-16h00)
→ Moita – Largo da Feira – 25 de agosto (09h00-10h30)
→ Avelãs de Caminho – Largo da Igreja – 26 de agosto (09h00-10h30)
→ Avelãs de Cima – Largo da Junta – 26 de agosto (14h30-16h00)
→ Sangalhos – Largo da Igreja – 27 de agosto (09h00-10h30)
→ Arcos e Mogofores – Largo das Festas de Famalicão – 28 de agosto (09h00-10h30)

Praia de Copacabana será a primeira com reserva no areal para banhistas

A praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Brasil, será o local de testes de um sistema de marcação de lugares no areal através de uma aplicação digital criada pela prefeitura 'carioca' para evitar a disseminação da covid-19.

O anúncio de que uma das praias mais famosas do Brasil vai abrigar este projeto-piloto foi feito pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella.
"Tem duas maneiras de ir à praia, uma é por ordem de chegada. Quem chegar primeiro, ocupa o quadrado. A outra é fazer reserva no aplicativo", explicou Crivella, numa transmissão ao vivo na rede social Facebook na noite de segunda-feira.
O autarca já tinha anunciado o projeto cujo objetivo é evitar que este locais se tornem focos de transmissão do novo coronavírus.
Para tanto, a prefeitura do Rio de Janeiro informou que pretende desenhar quadrantes na areia de Copacabana usando fitas de marcação para evitar aglomerações. Este projeto-piloto será testado durante os dias da semana, de segunda-feira até sexta-feira.
Em cada quadrante poderão ficar grupos de até quatro pessoas.
No Rio de Janeiro já eram permitidos, há cerca de duas semanas, banhos no mar e atividades desportivas nas praias - com recurso ao uso de máscaras -, mas não era permitido permanecer no areal para desfrutar da paisagem ou apanhar sol.
Contudo, tem ficado evidente a indisciplina dos 'cariocas', cuja presença é cada vez mais frequente nas praias de Copacabana e Ipanema e também nas da Barra de Tijuca, na zona oeste da cidade, e a prefeitura de câmara resolveu tentar organizar a permanência dos banhistas nas praias.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 3 milhões de casos e 101.752 óbitos), depois dos Estados Unidos da América.
Lusa

Covid-19: Lar de Reguengos de Monsaraz diz ter feito “tudo” para “salvar vidas”

A direção do lar de Reguengos de Monsaraz (Évora) onde surgiu o surto de covid-19 que causou 18 mortos garantiu hoje ter feito “tudo” ao seu “alcance” para “salvar vidas”, nesta “crise” com “contornos dramáticos”.

A Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS) fez “tudo o que estava ao seu alcance e dentro das suas competências, com a ajuda de várias dezenas de instituições e pessoas que, ao nosso lado, lutaram para salvar vidas humanas, numa crise de saúde pública que assumiu contornos absolutamente dramáticos”, pode ler-se no comunicado enviado hoje.
Segundo o comunicado da fundação que detém a Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) onde, a 18 de junho, foi detetado o primeiro caso de covid-19, a partir desse momento, a instituição seguiu as instruções das autoridades de Saúde e da tutela.
“A partir da eclosão do surto, todas as decisões que envolveram os utentes desta resposta social respeitaram integralmente as instruções técnicas da Autoridade de Saúde Pública (ASP) e restantes autoridades de saúde e Segurança Social, neste último caso enquanto entidade tutelar”, vincou.
A Lusa solicitou há mais de um mês, no dia 10 de julho, informações ao Instituto da Segurança Social (ISS), nomeadamente se estava averiguar as circunstâncias do surto no lar de Reguengos de Monsaraz, mas não obteve qualquer resposta até meio da tarde de hoje.
O comunicado emitido pelo conselho de administração da FMIVPS, órgão presidido por José Calixto, igualmente presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz e Autoridade Municipal de Proteção Civil, é a primeira informação pública que a instituição presta desde que foram divulgadas, na quinta-feira passada, conclusões de uma auditoria ao lar feita pela Ordem dos Médicos (OM).
Nesse relatório, ao qual a agência Lusa teve acesso, a comissão da OM que realizou a auditoria disse que o lar da FMIVPS não cumpria as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) e apontou responsabilidades à administração, à Autoridade de Saúde Pública e à Administração Regional de Saúde (ARS).
O conselho de administração da FMIVPS afiançou hoje ter demonstrado, “desde o momento inicial” do surto da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 no lar, “uma total disponibilidade para colaborar com todas as entidades” e para “prestar toda a informação relevante sobre este processo”.
“Isso mesmo aconteceu com o inquérito” da OM, mas, apesar de os membros do conselho de administração se terem deslocado ao local onde a comissão “esteve durante algumas horas”, o órgão “não foi ouvido”, nem se pôde “pronunciar por escrito”.
A instituição diz, por isso, que “não conhece qualquer documento resultante dessas averiguações ou auditoria”, exceto o que foi veiculado na comunicação social.
Ainda assim, a FMIVPS esclarece que dispõe, “desde março passado”, de “um Plano de Contingência Covid-19”, que é “do pleno conhecimento” da OM e foi “classificado em sede de reuniões da Comissão Distrital de Proteção Civil como um dos mais completos do Alentejo Central”.
O lar “cumpre nos termos da lei todos os requisitos de prestação de cuidados de saúde ao nível de cuidados clínicos (através dos respetivos médicos de família), cuidados de enfermagem” e outros, além de possuir “um quadro de pessoal composto por mais de 50 trabalhadores, respeitando integralmente os indicadores definidos pelo artigo 12.º da Portaria nº67/2012, conforme evidências oficiais em nosso poder”, lê-se no comunicado.
Quando o surto eclodiu, o lar tinha “um número de utentes inferior ao previsto no acordo de cooperação com a Segurança Social”, esclarece também a fundação.
No total, este surto, que já foi considerado como resolvido pela Autoridade de Saúde, provocou 162 casos de infeção, a maior parte no lar (80 utentes e 26 profissionais), mas também 56 pessoas da comunidade, tendo morrido 18 doentes (16 utentes e uma funcionária do lar e um homem da comunidade).
O mais recente boletim da situação epidemiológica do concelho, publicado hoje pela Autoridade Municipal de Proteção Civil, com dados até final de domingo, indica que continuam ativos nove casos, dois deles hospitalizados em Évora, em enfermarias.
A Procuradoria-Geral da República adiantou à Lusa, na sexta-feira, que foi instaurado um inquérito sobre o surto de covid-19 neste lar e que está a analisar o relatório da OM.
A Ordem dos Advogados (OA) revelou igualmente à Lusa que vai fazer "o enquadramento jurídico" das conclusões do inquérito dos médicos para determinar consequências.
Lusa

Abertas candidaturas para bolsas de estudo para estudar no interior


Até 15 de novembro estão abertas as candidaturas para o Programa +Superior para o ano letivo de 2020-2021, destinado a incentivar e apoiar estudantes que optem por estudar em instituições de ensino superior público em regiões do país com menor procura e menor pressão demográfica. Para este apoio são elegíveis estudantes que tenham sido colocados numa instituição abrangida por este programa, não terem residência habitual no concelho onde a instituição se localiza e beneficiarem de uma bolsa de estudo de ação social no mesmo ano letivo. A formalização das candidaturas é feita através da plataforma BeOn da Direção-Geral do Ensino Superior. 

As novas bolsas previstas são distribuídas pelas várias regiões, registando-se um aumento no número de bolsas disponíveis em todas as regiões, estando 800 bolsas previstas para a região Centro, mais 33% que no ano letivo anterior. O valor de cada bolsa individual do Programa +Superior é de 1700 euros (montante atribuído anualmente). 

O Regulamento do Programa +Superior para o ano letivo de 2020-2021 foi aprovado pelo Despacho 7647/2020 (2.ª série), de 4 de agosto, e terá no total 2230 novas bolsas disponíveis, correspondendo a um aumento de 18% em relação ao ano letivo atual, duplicando o número de bolsas desde o ano letivo em que foi criado. No caso dos estudantes que ingressam em cursos técnicos superiores profissionais, bem como aqueles que integram o contingente do concurso especial para a frequência do ensino superior destinado a maiores de 23 anos, a bolsa atribuída é superior em 15%. 

O prazo para candidatura à atribuição de novas bolsas de mobilidade terá início em simultâneo com a candidatura à 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso 2020, a 7 de agosto, e decorre até ao dia 15 de novembro de 2020.

CONDICIONAMENTOS DE TRÂNSITO - Gravação da nova novela da TVI “Bem Me Quer” -


De acordo com o divulgado publicamente, a TVI e a Plural encontram-se na Cidade de Aveiro durante a presente semana, de 10 a 14 de agosto, para o início da produção da nova novela do canal, intitulada “Bem Me Quer” e que tem o apoio da Câmara Municipal de Aveiro (CMA).
O momento de início das gravações do enlace foi assinalado no final de tarde desta segunda-feira, 10 de agosto, no Centro de Congressos de Aveiro, com a assinatura de um protocolo de colaboração entre a CMA, TVI e a Plural, que contou com a presença do Presidente da CMA, Ribau Esteves, o Diretor-Geral da TVI, Nuno Santos e o Diretor-Geral da Plural, Tiago Pires.

Condicionamentos de Trânsito
Para a realização e produção da telenovela será necessário proceder a alguns cortes e condicionamentos de trânsito temporários, ao longo de toda a semana, em vários pontos da Cidade e que agora divulgamos:
Quarta-feira, 12 de agosto – 07h30 – 19h00:
  • Rua Belém do Pará: cortes e condicionamentos de trânsito ao longo do dia; Estacionamento condicionado;
  • Cais do Côjo: trânsito condicionado;
  • Cais dos Botirões: cortes e condicionamentos de trânsito ao longo do dia;
  • Largo da Apresentação: trânsito condicionado e estacionamento cortado;
Quinta-feira, 13 de agosto – 07h30 – 19h00
  • Rua dos Arrais, Travessa das Falcoeiras e Rua das Tricanas: Trânsito cortado.
  • Cais dos Botirões: trânsito condicionado;
  • Rua António de Santos Lé: trânsito condicionado;
  • Travessa de São Roque: trânsito condicionado;
  • Largo do Rossio: trânsito condicionado;
  • Rua Dr. Barbosa de Magalhães: trânsito e estacionamento condicionado;
  • Travessa do Tenente Rezende: trânsito condicionado;
  • Rua do Tenente Rezende: trânsito condicionado;
  • Rua Trindade de Coelho: trânsito condicionado;
  • Rua de João de Afonso de Aveiro: trânsito e estacionamento condicionado;
Sexta-feira, 14 de agosto – 07h30 – 19h00
  • Largo do Conselheiro Queiroz / Rua Clemente de Melo Sagres de Freitas: trânsito condicionado;
  • Cais do Paraíso: estacionamento condicionado
A CMA apela assim à melhor compreensão e colaboração dos nossos concidadãos ao longo de toda a semana, dando nós próprios por esta via um importante contributo na divulgação e promoção de Aveiro e das suas gentes.

Limite de freguesias entre Valongo do Vouga e Trofa, Segadães e Lamas do Vouga em discussão pública


O período de participação pública decorrerá entre 15 de agosto e 6 de setembro.

Numa iniciativa conjunta das freguesias de Valongo do Vouga e Trofa, Segadães e Lamas do Vouga, com o apoio da Câmara Municipal de Águeda, está a ser desenvolvido um Procedimento de Delimitação Administrativa (PDA), que visa estabelecer o limite administrativo entre freguesias, que está errado na Carta Administrativa Oficial de Portugal – CAOP. 

Considerando todas as questões administrativas e sociais que os erros de delimitação territorial têm acarretado ao longo dos anos, é assim fundamental a clarificação do território, quer para atos de gestão das freguesias quer para a resolução dos problemas que daí advêm para os cidadãos. 

Para além dos trabalhos desenvolvidos pela Câmara Municipal de Águeda e Juntas de Freguesia, foram várias as pessoas que, de forma voluntária e participada, ajudaram na identificação do limite territorial, ora prestando informações, ora facultando documentação que atestava a relação de um determinado prédio com a respetiva freguesia. 

Não obstante o trabalho técnico já realizado, todos os interessados podem participar, analisando, e eventualmente discutindo, a proposta de limite administrativo. Esta proposta está disponível no serviço municipal “Eu Participo”, em https://euparticipo.cm-agueda.pt/. 

O período de participação pública decorrerá entre 15 de agosto e 6 de setembro.

Castelo de Paiva | Empreitada ultrapassa um milhão de euros

CONCURSO PÚBLICO PARA REABILITAÇÃO
DA ESCOLA EB 2.3 DE SOBRADO

Foi já publicado em Diário da República, a abertura do procedimento para o Concurso Público para a Reabilitação da EB 2/3 de Sobrado, localizada na União de Freguesias de Sobrado e Bairros, cujo valor orçamentado da empreitada é de 1.099.029,20 euros, uma obra que terá um prazo de execução de 365 dias e que será financiada pelo Programa Norte 2020 em 85%, cabendo ao Município paivense uma comparticipação de 15%.
O presidente Gonçalo Rocha congratula-se com a oportunidade de avançar o concurso desta empreitada, referindo a satisfação de ter sido concluído o Acordo de Cooperação Técnica que permitiu o arranque do concurso para a obra de reabilitação da antiga Escola Básica 2 3 de Castelo de Paiva, em Sobrado, uma vez que é urgente a sua requalificação, tendo em conta a necessidade de melhorar as condições de acolhimento neste estabelecimento de ensino, que recebe os alunos do Ensino Básico e Jardins de Infância pertencentes a este Agrupamento Escolar.

Carlos Oliveira 

Estoril recebe Mundial de paraciclismo em Junho de 2021

O campeonato do mundo de paraciclismo de 2021 a decorrer em Portugal foi reagendado para entre 9 e 13 de Junho, anunciou hoje a União Ciclista Internacional (UCI).

Portugal preparava-se para receber o Mundial em agosto de 2021, mas a passagem dos Jogos Paralímpicos Tóquio2020 para o próximo ano obrigou a uma mudança de planos, que acaba por valorizar a competição que irá decorrer em Cascais.
A bicicleta continua a afirmar-se em Portugal com cada vez mais vigor, e a realização deste evento constituirá uma ocasião histórica para promover a modalidade ao mais alto nível competitivo", referiu o vice-presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) e coordenador do Programa Nacional Ciclismo para Todos, Sandro Araújo.
Para este dirigente, esta também será "uma oportunidade para estimular a prática desportiva para pessoas com deficiência, celebrando o desporto na sua dimensão mais inclusiva".
As corridas vão realizar-se no circuito do Estoril, movimentando largas centenas de participantes e de acompanhantes, numa edição especial dos Mundiais, uma vez que, em 2020, devido à pandemia de covid-19, a competição não se realizou.
Entre 9 e 13 de junho, os melhores paraciclistas do mundo terão uma oportunidade para competirem ao mais alto nível no Estoril, preparando-se para os Jogos Paralímpicos, marcados para decorrer entre 24 de agosto a 05 de setembro de 2021.
Lusa

PRESENTAÇÃO DO FESTIVAL DUNAS DE SÃO JACINTO 2020 21 a 23 de agosto - Edição Especial 2020 adequada ao tempo de Pandemia


O Festival Dunas de São Jacinto, promovido pela Câmara Municipal de Aveiro (CMA), regressa de 21 a 23 de agosto e apresenta-se numa Edição Especial, adaptando-se às limitações impostas pelo Combate à Pandemia do Coronavírus / Covid-19.
Mantêm-se, no entanto, as principais caraterísticas do evento, aliando cultura, natureza e desporto, em mais um contributo da CMA de diferenciação dos Festivais de verão nacionais, proporcionando um conjunto variado de atividades gratuitas nesta localidade situada entre a Ria e o Mar.
Em termos de investimento, a CMA reduz o orçamento desta edição em 40%, passando de um investimento de 160.000€ em 2019, para apenas 95.000€ na presente edição de 2020, procurando um bom equilíbrio entre a qualidade e a necessidade de redução da dimensão dos espetáculos e aumento da segurança para todos os espectadores e participantes.
No arranque do evento (dia 21 de agosto), o destaque vai para o primeiro de dois espetáculos do “Aeroshow” (sexta e sábado), sempre às 23h00, onde dois planadores ingleses farão acrobacias aéreas sincronizadas com um espetáculo piromusical, num momento único no céu da baía de São Jacinto, que deixará os espetadores maravilhados-.
Antes, pelas 17h00, o Dj Moniz terá a honra de inaugurar o Palco Ondas, localizado na praia de São Jacinto, num Sunset “Ondulado”, que se repetirá nos três dias do evento.
Ao longo de todo o dia 21 será possível experimentar várias atividades desportivas e relacionadas com a bicicleta, que aliadas a ações de sensibilização ambiental irão permitir a todos os participantes desfrutar do território de São Jacinto, com especial destaque para a Avenida Marginal, que se encontrará fechada ao trânsito durante todo o Festival.
No sábado, dia 22 de agosto, teremos a segunda edição de um dos principais sucessos da edição do ano passado, ou seja, o PRIO Air Show, pelas 15 horas.
Numa parceria entre a CMA e a empresa PRIO, São Jacinto será uma vez mais, palco da adrenalina dos voos acrobáticos de várias aeronaves, num evento que junta diversas companhias aéreas portuguesas. A PRIO participará nesta tarde de adrenalina com o seu avião, aos comandos do Comandante Luís Garção.
O “PRIO Air Show” vai concentrar na tarde de sábado muitas atenções, garantindo um equilíbrio entre as atrações no ar e em terra, com diversas atividades que complementarão o espetáculo aéreo.
As 17 horas será a vez do Dj Mexican Job animar o Palco Ondas e, das 21 às 23 horas teremos um Trio Elétrico a percorrer as principais vias de São Jacinto, animado pela artista BÁRBARA TINOCO.
A noite de dia 22 de agosto terminará com o segundo espetáculo piromusical do Aeroshow.
No domingo, dia 23 de agosto, o destaque vai para o espetáculo musical dos Ganda Malucos, em Trio Elétrico, das 17 às 19 horas, nas principais vias de São Jacinto, sendo que a edição de 2020 do Festival Dunas de São Jacinto terminará, pelas 19 horas, com uma performance artística na Avenida Marginal.

Desporto, Ambiente e Música nos três dias
O programa do Festival contempla também de forma muito relevante atividades de caracter desportivo, ambiental e musical, sendo que algumas delas se vão desenvolver nos três dias, este ano com destaque para a ação piloto da Associação Patrulheiros na praia de São Jacinto e que visa sensibilizar a população e criar uma comunidade de voluntariado ambiental em Portugal.
As sessões de stand up paddle (SUP) e de canoagem, organizadas pelo Centro de Alto Rendimento de Surf (CAR Surf), o “Eco-Táxi”, ou animações performativas na Avenida Marginal, são algumas das principais propostas para os três dias de festival.
Os valores ambientais são outra das apostas deste evento, com várias ações de sensibilização ambiental e visitas à Reserva Natural das Dunas de São Jacinto e ao Centro de Interpretação.

Ferryboat” dedicado e travessias a metade do preço
A CMA em estreita parceria com a AveiroBus disponibiliza nos dias do evento 21, 22 e 23 de agosto, um circuito especial de travessias com a redução do preço dos bilhetes em 50 por cento, para os festivaleiros que se deslocarem a pé, de bicicleta ou de autocarro (linha 13), facilitando desta forma as acessibilidades a São Jacinto, e a participação da população na 4.ª edição do “Festival Dunas”.

O respeito pelas atuais normas de segurança ditou várias alterações ao formato desta edição, pelo que também serão disponibilizadas máscaras a todos os interessados e gel desinfetante para as mãos.

Equipa internacional analisa a história da medicalização do nascimento na China e no Japão nos séculos XX e XXI


A história da medicalização do nascimento na China e no Japão é o tema de uma secção especial da Technology and Culture, revista oficial da Society for the History of Technology, nos Estados Unidos da América, e uma das revistas mais conceituadas no domínio de estudos sociais de ciência e tecnologia, que acaba de ser publicada.

Gonçalo Santos, docente do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e investigador integrado do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA), Universidade de Coimbra, é um dos coordenadores desta secção especial (e também autor de dois artigos, um introdutório e outro sobre a China), onde são analisadas as tensões sociais e morais causadas pelo processo de medicalização do nascimento nestes dois países do leste asiático. Inclui artigos escritos por antropólogos e historiadores e é uma contribuição interdisciplinar importante para a análise crítica de processos de medicalização do nascimento no leste da Ásia e no mundo.

Com o crescimento institucional da medicina científica, o nascimento passou do espaço doméstico para o hospital e começou a ser abordado como um evento perigoso que requer intervenção obstétrica para minimizar riscos e salvar vidas. Este processo de medicalização foi intensificado ao longo do século XX, culminando na normalização de um modelo de assistência ao nascimento que impõe às mulheres a necessidade de estruturar o parto em função de uma cascata de intervenções obstétricas. «Na China e no Japão, como na Europa e nos Estados Unidos, esta transformação foi acompanhada por tensões morais crescentes entre partidários do modelo tecnocrático dominante e defensores de um modelo mais humanizado do nascimento, mas existem poucos estudos sobre os contornos destas ‘guerras de parto’. Esta secção especial dá um primeiro pequeno passo nessa direção», afirma Gonçalo Santos.
Tanto no Japão como na China de hoje, a assistência ao nascimento é largamente dominada por valores tecnocráticos, especialmente na China, onde a taxa de cesarianas está entre as mais altas do mundo, «bem acima dos 10-15% recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Em ambas as sociedades, a medicalização do nascimento gerou um sistema de valores tecnocráticos muito poderoso que não foi contestado como na Europa e nos Estados Unidos por movimentos sociais radicais questionando a lógica da medicalização e defendendo um retorno a práticas mais “naturais” e sem qualquer tipo de intervenção médica», salienta Gonçalo Santos.
Existem na China e no Japão movimentos sociais que defendem um modelo mais humanizado do nascimento e que valorizam as abordagens mais naturais das medicinas tradicionais, mas estes movimentos não rejeitam a autoridade dos médicos e dos hospitais. «Isto resulta numa espécie de duplo vínculo moral que coloca demandas irreconciliáveis às mulheres: por um lado, é preciso aceitar dar à luz no hospital com intervenções médicas constantes; por outro lado, é preciso cultivar um “corpo natural” e procurar evitar intervenções médicas desnecessárias sem pôr em risco o bem-estar do bebé. Esta secção especial mostra a génese histórica e os contornos etnográficos deste duplo vínculo moral no período contemporâneo», nota.
O artigo sobre a China do docente da FCTUC debruça-se sobre o crescimento exponencial das taxas de cesariana em zonas rurais a partir do virar do milénio, ilustrando esta transformação com materiais etnográficos coletados ao longo de duas décadas de visitas de trabalho de campo a uma comunidade rural no sul da China.
O autor compara as experiências de nascimento de duas gerações diferentes de mulheres, mostrando que estas diferentes experiências geracionais resultaram em visões radicalmente distintas do significado e do valor moral da crescente popularidade de cesarianas. «A China é um exemplo perfeito de modernidade reprodutiva comprimida, ou seja, é uma economia emergente que passou de um sistema low-tech de nascimento para um sistema high-tech no espaço de uma geração. Este processo de “leapfrogging tecnológico” gerou muitas tensões geracionais e é importante perceber o papel destas tensões nos processos de negociação familiares que ajudam a moldar as preferências e experiências de nascimento das mulheres», declara Gonçalo Santos.
A relevância das experiências das mulheres desta pequena comunidade rural vai muito para além das zonais rurais da China ou da própria China como um todo. As mulheres de outros países no leste asiático e noutras partes do mundo «estão também a ser confrontadas com uma dinâmica de medicalização sem precedentes. Uma importante contribuição dos artigos desta secção especial é chamar a atenção para a importância do ponto de vista das próprias mulheres sobre as dinâmicas de medicalização e de tecnologização em curso. Em suma, pretendemos chamar a atenção para a importância de desenvolver políticas de saúde pública que tomem em consideração o ponto de vista das mulheres», conclui.

Esta publicação foi apoiada pelo Research Grants Council of Hong Kong, pela Universidade de Hong Kong e pelo Smith College (East Asian Studies Fund) e é uma iniciativa de um grupo de pesquisa internacional sobre tecnologias de trabalho reprodutivo no leste da Ásia, liderado por Gonçalo Santos, por Jacob Eyferth (University of Chicago) e por Suzanne Gottschang (Smith College). Para realizar este projeto, o docente da FCTUC, que atualmente coordena a rede internacional Sci-Tech Asia (https://www.scitechasia.org), beneficiou de uma Visiting Scholar Fellowship atribuída pelo Max Planck Institute for the History of Science, em Berlin, em 2018/2019.

Cristina Pinto

SOS Racismo vai fazer queixa ao Ministério Público por “parada Ku Klux Klan”

A SOS Racismo vai apresentar uma queixa ao Ministério Público depois de um grupo de "nacionalistas" se manifestar em frente à sua sede, em Lisboa, no passado fim de semana. Grupo levou máscaras brancas para cobrir o rosto e tochas. Associação fala em ameaças e ofensas à integridade física.

Há um mês a sede da associação, em Lisboa, foi vandalizada com a frase "Guerra aos inimigos da minha terra". Na madrugada do último sábado, uma dezena de pessoas juntou-se à frente daquele edifício com a cara coberta por máscaras brancas e tochas a fazer lembrar as manifestações dos supramacistas brancos Ku Klux Klan, nos Estados Unidos.
Segundo o Público, a associação vai apresentar queixa ao Ministério Público por ameaças à "ameaças à integridade física, ofensas morais e danos patrimoniais e incitamento ao ódio e violência", mais concretamente com a "parada Ku Klux Kan". De acordo com aquela fonte, existem elementos naquele grupo que são antigos militantes da Nova Ordem Social (suspensa por Mário Machado), do Partido Nacional Renovador e dos Portugal Hammer Skins.
Ao jornal, um dos dirigentes da associação, Mamadou Ba, indicou que esta ação é "uma escalada", pois uma coisa seria organizar uma manifestação "no espaço público em que assumem uma posição política contra o anti-racismo", outra será elegerem "uma organização anti-racista como alvo a abater" e "fazer ameaças de morte". 
De acordo com o Público, foi feita uma publicação numa página de Facebook ("Resistência Nacional") em que é referido que alguns membros estiveram à frente da sede do SOS Racismo numa manifestação contra o "racismo anti-nacional" e numa "homenagem aos polícias mortos em serviço": "A sede do SOS Racismo recebeu hoje uma visita nossa". 
Madremedia

Empresas com novo apoio à retoma recebem ajuda para subsídio de Natal em 2021

As empresas que recorrerem ao apoio à retoma, medida que sucedeu ao 'lay-off' simplificado, têm de pagar o subsídio de Natal na íntegra, mas o apoio da Segurança Social chegará em 2021, segundo um esclarecimento prestado.

Numa sessão informativa 'online' organizada pelo Instituto da Segurança Social (ISS) em parceria com a Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), a jurista Alexandra Marcelino explicou que o trabalhador com redução de horário no âmbito do novo apoio extraordinário à retoma progressiva da atividade "tem direito a subsídio de Natal por inteiro".
"Caso a data de pagamento do subsídio coincida com o período de aplicação do apoio, o valor do subsídio de Natal é comparticipado pela Segurança Social, nos seguintes termos: um duodécimo de metade da compensação retributiva relativa a cada um dos meses de atribuição do apoio", disse ainda a jurista.
"O empregador paga o montante restante por forma a assegurar o subsídio de Natal por inteiro", acrescentou.
O pagamento da comparticipação do subsídio de Natal pela Segurança Social "apenas será efetuado finda a aplicação do apoio em função do número de meses de atribuição", afirmou Alexandra Marcelino, acrescentado que este pagamento "apenas será efetuado após 31 de dezembro de 2020".
Os trabalhadores abrangidos pela redução de horário têm também direito a receber o subsídio de férias por inteiro, podendo marcar e gozar férias durante o período em que a empresa está a beneficiar do apoio.
"O tempo de redução do período normal de trabalho não afeta o direito e a duração do período de férias nem prejudica a sua marcação e o respetivo gozo, nos termos gerais, não implicando a suspensão do apoio", afirmou a jurista do ISS.
O novo apoio à retoma, medida que sucedeu ao 'lay-off' simplificado, dirige-se a empresas com quebra de faturação igual ou superior a 40% e varia consoante a quebra de faturação.
Ao contrário do 'lay-off' simplificado, que terminou em julho para a grande maioria das empresas, o novo apoio não prevê a suspensão dos contratos de trabalho, mas apenas a redução dos horários de trabalho.
As empresas em situação de crise devido à pandemia de covid-19 podem assim, entre agosto e dezembro, reduzir horários de trabalho, tendo de pagar as horas trabalhadas na íntegra, exceto as que têm quebra de faturação igual ou superior a 75%, que têm direito a um apoio de 35% sobre as horas trabalhadas.
Os trabalhadores recebem ainda uma compensação pelas horas não trabalhadas que será financiada em 70% pela Segurança Social e em 30% pela empresa.
Essa compensação pelas horas não trabalhadas corresponde a dois terços da retribuição normal ilíquida em agosto e setembro e a quatro quintos entre outubro e dezembro e tem como limite máximo três salários mínimos (1.905 euros).
Segundo o Governo, isso significa que os trabalhadores recebem pelo menos 77% da sua remuneração normal ilíquida em agosto e setembro e pelo menos 88% entre outubro e dezembro.
No caso de empregador com quebra de faturação igual ou superior a 40%, a redução do horário por trabalhador, pode ser, no máximo de 50% em agosto e setembro, e de 40% de outubro a dezembro.
Já as empresas com quebra igual ou superior a 60%, podem reduzir os horários até 70% em agosto e setembro e até 60%, nos meses de outubro, novembro e dezembro.
Para as empresas com quebra de faturação igual ou superior a 75%, além da comparticipação por parte da Segurança Social sobre as horas não trabalhadas, as empresas recebem um apoio adicional de 35% relativo às horas trabalhadas, que será pago em setembro, segundo o Governo.
O apoio prevê ainda isenções ou descontos na Taxa Social Única (TSU), dependendo da dimensão da empresa, mas apenas sobre a compensação retributiva pelas horas não trabalhadas.
Lusa