O BPI comunicou que o acordo alcançado há uma semana ficou sem efeito. E acusa Isabel dos Santos de desrespeitar o que tinha ficado acordado. Banco está a negociar com o BCE.
O primeiro-ministro lamentou que o acordo entre o CaixaBank e a Santoro tenha fracassado, mas mostrou-se confiante nas decisões que serão tomadas pelo BPI, dizendo que o Governo sairá de cena.
A 23 de abril assinalam-se os 400 anos da morte do autor inglês e muito continua ainda por saber sobre William Shakespeare - quem foi, por onde andou ou com quem se dava. Mas não faltam teorias.
Um sismo de magnitude 7.8 na escala de Richter no Equador provocou a morte de 233 pessoas. O abalo foi seis vezes mais forte do que o sentido no Japão.
A marcha contra o terror e o ódio, agendada para esta tarde, irá passar pela Praça da Bolsa e terminar na Praça Fontainas. Por esta hora já estão 1.000 pessoas reunidas na Estação do Norte.
Para o processo de "impeachment" seguir para o Senado são precisos pelo menos 342 votos de um total de 513 deputados. O início da votação está marcada para as 20h de Lisboa.
O segundo dia de sessões terminou às 3h42 (7h32 em Lisboa), depois de quase 50 horas de debate. A votação do processo de "impeachment" de Dilma Rousseff terá início neste domingo.
O presidente da Câmara dos Deputados do Brasil é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro e poderia perder o seu mandato. A ação, no entanto, é julgada por deputados aliados do próprio Cunha.
Partidos da oposição brasileira anunciaram que irão à Polícia Federal para apresentar uma queixa-crime contra Dilma Rousseff, e o seu antecessor, Lula da Silva, por alegada compra de deputados.
Responsáveis do partido que foi aliado de Dilma Rousseff garantem haver 367 deputados a favor do processo de destituição da líder brasileira. O debate em Brasília decorre há quase 30 horas.
Nos últimos dias, Lisboa habituou-se à chuva, apesar das inundações e poças de água por todo o lado. O ministro da educação não tem razão: Lisboa funciona mesmo sob chuva.
Julgo que a ideia do banco mau acima de tudo visa recapitalizar a Caixa e resolver o seu crédito malparado. Como aconteceu em Espanha, também em Portugal o banco público constitui o principal problema
Certo, certo é que todos perderão se os europeus ocidentais não aprenderem a respeitar-se mais a si mesmos, tanto quanto sempre aprenderam com a história a respeitar os outros povos.
Azeredo Lopes pouparia um importante embaraço a António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa se apresentasse a sua demissão, colocando assim um ponto final na triste novela que ele próprio desencadeou
Mais pessoas vão gostar da Hora de fecho. Partilhe:
A CMSC, Lda. é uma empresa de referência na sua área de atuação Metalomecânica e Construção Civil, procurando a melhoria permanente e contínua das suas técnicas e dos seus serviços, a constante formação dos seus profissionais e os cumprimentos das normas de higiene e segurança e do ambiente, contribuindo assim, para a máxima satisfação dos seus clientes.
Procuramos contribuir de forma positiva para a sua obra, fornecendo pessoal qualificado, de elevado rigor e qualidade, garantindo assim todos os serviços efetuados.
Estamos vocacionados para efetuar outsourcing de equipas de trabalho, nomeadamente:
Metalomecânica-Construção Civil:
·Pedreiros
·Pintores
·Encarregados
·Serralheiros Montadores
·Serralheiros Civis
·Serralheiros Mecânicos
·Tubistas
·Soldadores: TIG
·Soldadores: MIG/MAG
·Eletricistas
·Operadores CnC
·Ajudantes, Etc
Procuramos estabelecer uma relação confiança com todos os nossos clientes, oferecendo todo o apoio necessário através de atendimento personalizado e focado nas suas necessidades.
Estamos à disposição para esclarecer eventuais dúvidas e aguardamos o seu contato.
Atenciosamente.
C.M.S.C.-Serviço Prestado a Metalomecanica, Lda.
Directorcomercial: Sr. Carlos Caldeira Telem.: (+351) 96 336 62 66
Las redes sociales pueden ser un increíble aliado para tu negocio, pero es muy importante que no olvides que las redes son tus aliadas, no tus vendedoras. Ese es el error en el que incurren muchas PyMEs y profesionales independientes, pretender que Facebook, Twitter o hasta Instagram se convertirán en sus vendedores, cosa que nunca pasará y desperdiciaran tiempo, recursos y hasta acabaran con sus redes sociales, porque inundan su time line con actualizaciones enfocadas en la venta.
Creo que lo más importante antes de abrir una red social, sea la que sea, es entender su esencia pero principalmente entender que las redes sociales son únicamente una forma de comunicación divertida para entablar dialogo con clientes, consumidores y diversos públicos; entendiendo eso de dejará de vender a través de estos medios y se usará de manera efectiva su poder para generar consciencia de marca e incluso fidelización de un cliente. Ese es el objetivo principal de todo buen plan de marketing y publicidad eficiente, y esto se traducirá finalmente en una venta de forma indirecta.
Pero, ¿cómo puede usarse Instagram para tu negocio?
Bien, yo recomiendo siempre Instagram para restaurantes, cafeterías, sectores de servicio y moda; digo, es lo obvio, pero hay otras empresas como mascotas, tiendas de arte, belleza y hasta regalos que pueden usar la influencia de esta red social que más que un vendedor se convierte en un escaparate en el que una buena foto puede convertir a muchas personas curiosas en potenciales clientes.
Esto sucede porque Instagram permite que tus productos, o mejor dicho, las fotos de tus productos puedan llegar a muchas personas, pero en vez de tomar una foto y ponerle un precio, como el típico catálogo de productos, cuando tomas una foto que cuente una historia, las persona se involucran más con tu marca.
Alguém
comparou a presidente Dilma Rousseff a Josef K., personagem do romance "O
Processo", de Franz Kafka. Disse que, a exemplo de Josef K., ela também
não sabe do que está sendo acusada. A comparação não procede. O infeliz K. vaga
pelas instâncias e antecâmaras da burocracia sem que lhe digam o que têm contra
ele. Mas Dilma, se folhear os relatórios do Tribunal de Contas da União e o da
comissão especial da Câmara que propõe o seu impeachment, ambos tomando hoje
dezenas de volumes, será informada das irregularidades que cometeu.
Se ainda
assim Dilma continuar não sabendo, é caso de voltar imediatamente à cartilha.
Aliás, por seu peculiar uso das palavras ao expressar-se, isso já deveria ter
sido providenciado.
Enquanto
muitos de nós levamos a vida tentando acumular conhecimentos que nos permitam
entender o mundo, a especialidade de Dilma é não saber. Enquanto ministra das
Minas e Energia, presidente do Conselho de Administração da Petrobras e
ministra-chefe da Casa Civil, os desvios de bilhões de reais nos órgãos pelos quais
era responsável não lhe provocaram um simples arqueio de suas sobrancelhas
artificiais. E talvez esteja aí a explicação: se Dilma não sabia o que os
aliados faziam, como saberá o que fazem os adversários?
Ou talvez
o mundo exterior só lhe provoque tédio e irritação. É o que ela aparenta
enquanto o país desmorona ao seu redor, com o número recorde de falências,
investimentos que minguaram ou nunca serão feitos e a inflação e o desemprego
galopando para os dois dígitos -tudo isso enquanto se apura a quantidade de
dinheiro queimado pela corrupção de seus correligionários ou por sua simples
incompetência.
Dilma
gosta de falar de seu histórico na luta armada. Faria bem em pular essa parte.
Com ela como militante, a luta armada não podia dar certo.
O
suicídio recente de duas adolescentes em consequência da difusão de imagens
íntimas trouxe à esfera pública um debate ainda recente no Brasil: o que fazer
para evitar que se repitam fatos como esses? Têm sido pensadas medidas no
âmbito legal, mas é preciso ter cuidado para não se deixar levar pelo calor dos
acontecimentos: corre-se o risco de criminalizar além da conta e não encarar o
problema em sua complexidade.
Ainda
estamos começando a compreender as mudanças sociais que vêm com as novas
tecnologias de comunicação. As leituras possíveis são parciais, muitas vêm
carregadas de optimismo utópico ou pessimismo catastrófico. Como qualquer
invenção humana de grande impacto social, há alguns efeitos mais, outros menos
interessantes: é o preço que pagamos por não sermos uma sociedade tradicional
onde tudo é sempre igual.
Queiramos
ou não, a linguagem dos tempos de hoje é outra, os jovens a aprendem desde
pequenos. Há adultos que se esforçam para compreendê-la, outros preferem nem
tentar, disfarçando sua ignorância com desdém. O saudosismo de épocas menos
virtuais presente na fala de tantos críticos oculta o medo de encarar que é
este o mundo no qual vivemos. Lamentar que as coisas não sejam como outrora não
apenas não muda nada, mas produz alienação.
Os
suicídios das adolescentes nos lembram que as mudanças subjectivas não
acompanham o ritmo da tecnologia. Os adolescentes de hoje não são tão
diferentes dos de ontem: seguem deixando os pais inconformados por escaparem às
suas expectativas, anunciando um futuro no qual não terão mais o controle.
Apesar de se esforçarem por mostrar o contrário, a adolescência segue sendo um
período de grande fragilidade em relação à auto-imagem. Caminha-se sobre uma
corda bamba entre a infância e a vida adulta, sem pertencer a nenhuma delas. Um
pequeno abalo narcísico pode ter efeito de terremoto, que dependendo da
magnitude pode ter efeito mortífero.
Os pais
da jovem de Veranópolis, Rio Grande do Sul, apesar da inimaginável dor que os
atingiu, não ficaram presos à demanda de justiça. Fizeram um apelo aos outros
pais para que a perda de sua filha ajude a evitar casos semelhantes.
A
mensagem, a qual subscrevo, é de que não tenham medo de se aproximar de seus
filhos e desse mundo virtual que parece ser só deles. Por mais diferente que o
mundo seja daquele no qual nós crescemos, e por mais desenvoltura que aparentem
ter nele, crianças e adolescentes seguem precisando da mão seus pais e
cuidadores para aprender a trilhar o sempre incerto caminho da vida.
Eu estou
contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior
demonstração pela liberdade na história de nossa nação.
Cem anos
atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a
Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol
de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da
injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus
cativeiros.
Mas cem
anos depois, o Negro ainda não é livre.
Cem anos
depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da
segregação e as cadeias de discriminação.
Cem anos
depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de
prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da
sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós
viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.
De certo
modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os
arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição
e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória
para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que
todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam
garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade.
Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de
honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem
fundo, um cheque que voltou marcado com “fundos insuficientes”.
Mas nós
nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a
acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós
viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as
riquezas de liberdade e a segurança da justiça.
Nós
também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o
momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranquilizante do
gradualismo.
Agora é o
tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.
Agora é o
tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol
da justiça racial.
Agora é o
tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a
pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma
realidade para todos os filhos de Deus.
Seria
fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante
do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador
outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo.
Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento
despertar se a nação votar aos negócios de sempre.
Mas há
algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao
palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não
devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de
liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que
conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos
permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente
e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força
física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à
comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas
brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença
deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino.
Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa
liberdade. Nós não podemos caminhar só.
E como
nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à
frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os
devotos dos direitos civis, “Quando vocês estarão satisfeitos?”
Nós nunca
estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da
brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos,
pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das
estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um
Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele
não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não
estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de
uma poderosa correnteza.
Eu não
esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos.
Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de
vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas
tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o
veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento
imerecido é redentor.
Voltem
para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul,
voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e
guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação
pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.
Eu digo a
você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e
amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho
americano.
Eu tenho
um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado
de sua crença – nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos,
que os homens são criados iguais.
Eu tenho
um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes
de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar
junto à mesa da fraternidade.
Eu tenho
um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que
transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será
transformado em um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho
um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde
elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu
tenho um sonho hoje!
Eu tenho
um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador
que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia
no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos
brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho
um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas
virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão
endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.
Esta é
nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós
poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé
nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela
sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar
juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e
quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando
todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.
“Meu
país, doce terra de liberdade, eu te canto.
Terra
onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,
De
qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!”
E se a
América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.
E assim
ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New
Hampshire.
Ouvirei o
sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.
Ouvirei o
sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.
Ouvirei o
sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.
Ouvirei o
sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.
Mas não é
só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.
Ouvirei o
sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.
Ouvirei o
sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.
Em todas
as montanhas, ouviu o sino da liberdade.
E quando
isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós
deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda
cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus,
homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos,
poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho espiritual negro:
Em sociedades antigas onde as hierarquias sociais estavam tomando forma, sacrifícios humanos rituais alvejam pessoas pobres, ajudando os poderosos a controlar as classes mais baixas e mantê-las em seu lugar
Martin Luther King: líder da luta pelos direitos civis proferiu um dos discursos mais famosos dos EUA
São Paulo – Em 28 de agosto de 1963, o pastor e líder do movimento contra a segregação racial nos Estados Unidos Martin Luther King discursou sobre seu sonho de uma América (e um mundo) com igualdade entre negros e brancos.
O discurso foi proferido em Washington, durante uma marcha que reuniu cerca de 250 mil pessoas contra as políticas racistas e pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.
Suas palavras ecoaram em um contexto de divisão e segregação racial no país que se colocava como moderno e como liderança mundial. Enquanto os norte-americanos possuíam as mais avançadas tecnologias e armas, negros eram impedidos de dividir espaços com brancos, o casamento entre negros e brancos era proibido e jovens afrodescendentes tinham acesso limitado à educação. Na Guerra Fria, os Estados Unidos faziam a propaganda de que aquele era o regime e o país onde todos gostariam de viver - exceto os negros, que tinham de se limitar aos assentos reservados nos ônibus.
Desde que o pastor proferiu seu discurso há 50 anos, muitas leis segregacionistas foram derrubadas no país e muitos direitos foram garantidos aos negros. Ainda assim, as palavras do homem que virou símbolo da luta por vias não-violentas ainda têm a mesma força e urgência das décadas passadas.
Confira abaixo o vídeo do evento e o discurso na íntegra. A tradução é de Clara Allain.
"Estou feliz em me unir a vocês hoje naquela que ficará para a história como a maior manifestação pela liberdade na história de nossa nação.
Cem anos atrás um grande americano, em cuja sombra simbólica nos encontramos hoje, assinou a proclamação da emancipação [dos escravos]. Este decreto momentoso chegou como grande farol de esperança para milhões de escravos negros queimados nas chamas da injustiça abrasadora. Chegou como o raiar de um dia de alegria, pondo fim à longa noite de cativeiro.
Mas, cem anos mais tarde, o negro ainda não está livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro ainda é duramente tolhida pelas algemas da segregação e os grilhões da discriminação. Cem anos mais tarde, o negro habita uma ilha solitária de pobreza, em meio ao vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro continua a mofar nos cantos da sociedade americana, como exilado em sua própria terra. Então viemos aqui hoje para dramatizar uma situação hedionda.
Em certo sentido, viemos à capital de nossa nação para sacar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república redigiram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração de Independência, assinaram uma nota promissória de que todo americano seria herdeiro. Essa nota era a promessa de que todos os homens, negros ou brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis à vida, à liberdade e à busca pela felicidade.
É evidente hoje que a América não pagou esta nota promissória no que diz respeito a seus cidadãos de cor. Em lugar de honrar essa obrigação sagrada, a América deu ao povo negro um cheque que voltou marcado "sem fundos".
Mas nós nos recusamos a acreditar que o Banco da Justiça esteja falido. Nos recusamos a acreditar que não haja fundos suficientes nos grandes depósitos de oportunidade desta nação. Por isso voltamos aqui para cobrar este cheque --um cheque que nos garantirá, a pedido, as riquezas da liberdade e a segurança da justiça.
Também viemos para este lugar santificado para lembrar à América da urgência ferrenha do agora. Não é hora de dar-se ao luxo de esfriar os ânimos ou tomar a droga tranquilizante do gradualismo. Agora é a hora de fazermos promessas reais de democracia. Agora é a hora de sairmos do vale escuro e desolado da segregação para o caminho ensolarado da justiça racial. É hora de arrancar nossa nação da areia movediça da injustiça racial e levá-la para a rocha sólida da fraternidade. Agora é a hora de fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.
Seria fatal para a nação passar por cima da urgência do momento e subestimar a determinação do negro. Este verão sufocante da insatisfação legítima do negro não passará enquanto não chegar um outono revigorante de liberdade e igualdade.Mil novecentos e sessenta e três não é um fim, mas um começo.
Os que esperam que o negro precisasse apenas extravasar e agora ficará contente terão um despertar rude se a nação voltar à normalidade de sempre. Não haverá descanso nem tranquilidade na América até que o negro receba seus direitos de cidadania. Os turbilhões da revolta continuarão a abalar as fundações de nossa nação até raiar o dia iluminado da justiça.
Mas há algo que preciso dizer a meu povo posicionado no morno liminar que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso lugar de direito, não devemos ser culpados de atos errados. Não tentemos saciar nossa sede de liberdade bebendo do cálice da amargura e do ódio.
Temos de conduzir nossa luta para sempre no alto plano da dignidade e da disciplina. Não devemos deixar nosso protesto criativo degenerar em violência física. Precisamos nos erguer sempre e mais uma vez à altura majestosa de combater a força física com a força da alma.
A nova e maravilhosa militância que tomou conta da comunidade negra não deve nos levar a suspeitar de todas as pessoas brancas, pois muitos de nossos irmãos, conforme evidenciado por sua presença aqui hoje, acabaram por entender que seu destino está vinculado ao nosso destino e que a liberdade deles está vinculada indissociavelmente à nossa liberdade.
Não podemos caminhar sozinhos.
E, enquanto caminhamos, precisamos fazer a promessa de que caminharemos para frente. Não podemos retroceder. Há quem esteja perguntando aos devotos dos direitos civis 'quando vocês ficarão satisfeitos?'. Jamais estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos desprezíveis horrores da brutalidade policial.
Jamais estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados da fadiga de viagem, não puderem hospedar-se nos hotéis de beira de estrada e nos hotéis das cidades. Não estaremos satisfeitos enquanto a mobilidade básica do negro for apenas de um gueto menor para um maior. Jamais estaremos satisfeitos enquanto nossas crianças tiverem suas individualidades e dignidades roubadas por cartazes que dizem 'exclusivo para brancos'.
Jamais estaremos satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não puder votar e um negro em Nova York acreditar que não tem nada em que votar.
Não, não estamos satisfeitos e só ficaremos satisfeitos quando a justiça rolar como água e a retidão correr como um rio poderoso.
Sei que alguns de vocês aqui estão, vindos de grandes provações e atribulações. Alguns vieram diretamente de celas estreitas. Alguns vieram de áreas onde sua busca pela liberdade os deixou feridos pelas tempestades da perseguição e marcados pelos ventos da brutalidade policial. Vocês têm sido os veteranos do sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fé de que o sofrimento imerecido é redentor.
Voltem ao Mississippi, voltem ao Alabama, voltem à Carolina do Sul, voltem a Geórgia, voltem a Louisiana, voltem aos guetos e favelas de nossas cidades do norte, cientes de que de alguma maneira a situação pode ser mudada e o será. Não nos deixemos atolar no vale do desespero.
Digo a vocês hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades de hoje e de amanhã, ainda tenho um sonho.
É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e corresponderá em realidade o verdadeiro significado de seu credo: 'Consideramos essas verdades manifestas: que todos os homens são criados iguais'.
Tenho um sonho de que um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos de ex-escravos e os filhos de ex-donos de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da irmandade.
Tenho um sonho de que um dia até o Estado do Mississippi, um Estado desértico que sufoca no calor da injustiça e da opressão, será transformado em um oásis de liberdade e de justiça.
Tenho um sonho de que meus quatro filhos viverão um dia em uma nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo teor de seu caráter.
Tenho um sonho hoje.
Tenho um sonho de que um dia o Estado do Alabama, cujo governador hoje tem os lábios pingando palavras de rejeição e anulação, será transformado numa situação em que meninos negros e meninas negras poderão dar as mãos a meninos brancos e meninas brancas e caminharem juntos, como irmãs e irmãos.
Tenho um sonho hoje.
Tenho um sonho de que um dia cada vale será elevado, cada colina e montanha será nivelada, os lugares acidentados serão aplainados, os lugares tortos serão endireitados, a glória do Senhor será revelada e todos os seres a enxergarão juntos.
Essa é nossa esperança. Essa é a fé com a qual retorno ao Sul. Com esta fé poderemos talhar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé poderemos transformar os acordes dissonantes de nossa nação numa bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé podemos trabalhar juntos, orar juntos, lutar juntos, ir à cadeia juntos, defender a liberdade juntos, conscientes de que seremos livres um dia.
Esse será o dia em que todos os filhos de Deus poderão cantar com novo significado: "Meu país, é de ti, doce terra da liberdade, é de ti que canto. Terra em que morreram meus pais, terra do orgulho do peregrino, que a liberdade ressoe de cada encosta de montanha".
E, se quisermos que a América seja uma grande nação, isso precisa se tornar realidade.
Então que a liberdade ressoe dos prodigiosos picos de New Hampshire.
Que a liberdade ecoe das majestosas montanhas de Nova York!
Que a liberdade ecoe dos elevados Alleghenies da Pensilvânia!
Que a liberdade ecoe das nevadas Rochosas do Colorado!
Que a liberdade ecoe das suaves encostas da Califórnia!
Mas não só isso --que a liberdade ecoe da Montanha de Pedra da Geórgia!
Que a liberdade ecoe da Montanha Sentinela do Tennessee!"
Que a liberdade ecoe de cada monte e montículo do Mississippi. De cada encosta de montanha, que a liberdade ecoe.
E quando isso acontecer, quando deixarmos a liberdade ecoar, quando a deixarmos ressoar em cada vila e vilarejo, em cada Estado e cada cidade, poderemos trazer para mais perto o dia que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestante e católicos, poderão se dar as mãos e cantar, nas palavras da velha canção negra, "livres, enfim! Livres, enfim! Louvado seja Deus Todo-Poderoso. Estamos livres, enfim!"
Comentário:
sempre que leio artigos ou ouço os vídeos de Martin Luther King fico mais
preocupado com este mundo em chamas provocadas pelo ódio, que as pessoas
carregam dentro de si.
Nota-se
que as pessoas tudo fazem, para não pensar em acontecimentos sérios, então
refugiam-se nas discotecas, no álcool, nas mais diversas qualidades de drogas,
em tantos refúgios julgando que se escapam de ter um encontro com elas próprias,
mais tarde ou mais cedo.
A relação
que o homem tem consigo próprio é confusa, ele desconhece-se a si próprio.
Olha-se ao espelho não gosta de contemplar o seu rosto, o seu cabelo, os olhos,
o nariz, até a roupa que veste não lhe assenta bem no dia seguinte, para não
falar de outros pormenores como sexo.
Ler
sempre que for possível o Livro “Homem esse Desconhecido” ajuda-nos a reflectir
melhor para onde caminhamos.