sábado, 20 de agosto de 2016

Ministro da Saúde participa na 66.ª sessão do Comité Regional para África da OMS

O ministro da Saúde e Segurança Social, Arlindo do Rosário (Foto Daniel Almeida)
CABO VERDE

O ministro da Saúde e Segurança Social de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, participa na 66.ª sessão do Comité Regional para África da Organização Mundial da Saúde (OMS), que decorre de hoje até a próxima terça-feira em Addis Abeba, capital da Etiópia.

Ministros da Saúde dos 47 países membros vão definir políticas e aprovar orçamento e o programa de trabalho da OMS na região africana.

Depois da reunião do órgão diretor da OMS na região africana, Arlindo do Rosário irá participar, de 24 a 27 de agosto, no Quénia, num encontro de alto nível para a cobertura universal da saúde em África.
Daniel Almeida, Cabo Verde
abola.pt/mundos

Arlindo do Rosário, Ministro da Saúde e Segurança Social: A Saúde e Segurança Social podem e devem caminhar de uma forma paralela e integrada

Arlindo do Rosário, Ministro da Saúde e Segurança Social: A Saúde e Segurança Social podem e devem caminhar de uma forma paralela e integrada
Nesta primeira entrevista exclusiva ao Expresso das Ilhas, Arlindo do Rosário expõe as grandes linhas de actuação do ministério da Saúde e Segurança Social para esta legislatura. Nas suas palavras, o ministério que tutela irá consolidar os ganhos do Serviço Nacional de Saúde que deverá ser sustentado não só pelo sector público, mas também pelo sector privado. Em relação à segurança social preconiza uma segurança social mais justa e equilibrada e a sustentabilidade financeira  do sistema a longo prazo. O ministro defende pelo que se torna importante a definição de uma política para a Saúde e Segurança Social. “De facto, há uma visão em que a Saúde praticamente aproveita-se da segurança social. Isso é um erro. A saúde nunca irá aproveitar-se da segurança social. A saúde irá potencializar a segurança social”.
Qual é a sua visão para a área da Saúde para esta legislatura?
O ministério da Saúde irá procurar, por um lado, consolidar os ganhos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), ganhos esses que vêm desde a independência, consolidar os dados e os indicadores e melhorá-los dentro do possível numa visão também sustentada pela estratégia dos objectivos de desenvolvimento do milénio, mas também numa visão de um país que tem na sua preocupação a inclusão social, a equidade dos serviços, mas que entende também que esse SNS deverá ser sustentada não só pelo sector público, mas também pelo sector privado. Iremos durante toda a legislatura criar condições, através da regulação do sector privado por forma a que haja parcerias entre os dois sectores. Isto para acabar de uma vez por todas que existem dois sistemas de saúde em Cabo Verde: o sistema público e o privado, quando, na realidade, existe apenas um único sistema de serviço nacional de saúde que integra um serviço público e um serviço privado. É essa integração que nós queremos fazer, cada um percorrendo evidentemente o seu caminho, mas encontrando parcerias importantes que poderão ser estabelecidas entre os dois sectores.

Não vai ser um exercício fácil.
Não é um exercício fácil, mas é um exercício que tem que ser enfrentado. É que o deixar arrastar as coisas tem contribuído para que, de um lado, o sector privado não se tenha desenvolvido da melhor forma possível e, por outro lado, tem permitido alguma promiscuidade, ao invés de parcerias entre os dois serviços.

Falou no encontro alargado do MSSS da necessidade da humanização dos cuidados da Saúde. É neste ponto que irá querer marcar a diferença com os seus antecessores?
No sector da Saúde existem questões de regime. Isto é, há questões que, em termos de objectivos,  não se alteram de um governo para outro. Essa é a minha percepção. Agora, a forma de encarar esses desafios, a estratégia para tentar ultrapassá-los é que varia de um governo para outro. Uma das estratégias, é, de facto, a criação de parcerias público/privadas; uma outra é tentar enfrentar com uma equipa multissectorial, em que a Saúde terá a liderança, as questões que têm contribuído para uma má percepção em relação aos cuidados de Saúde em Cabo Verde. Refiro-me concretamente à questão das listas de espera e das evacuações. Creio que se nós conseguirmos resolver esses problemas irá haver ganhos importantes para a população. O que podemos garantir às pessoas é que iremos atacar de frente as questões que têm contribuído para estrangulamentos na qualidade da Saúde. As situações estão bem identificadas e trabalhando com garra, com zelo, com o envolvimento de todos os profissionais de Saúde creio que nós poderemos sim dar um passo importante na melhoria dos cuidados da Saúde.

A questão das evacuações põe-se com maior acuidade nas ilhas com ligações aéreas e marítimas inexistentes ou deficitárias, aliadas à falta de especialistas. Qual será a estratégia?
O importante aqui é que tenhamos a percepção do todo nacional e permitir que haja uma melhor distribuição dos recursos humanos em todo o país. Temos de ter a nível das regiões capacidade de resposta, não só a nível dos cuidados primários, mas de cuidados de algumas especialidades sobretudo nas regiões sanitárias de Santo Antão, Fogo e Brava e do Sal. Permitir que possamos resolver essas situações sem recurso às evacuações para os hospitais centrais, será um ganho importante. Os recursos humanos deverão estar lá, tendo em conta, inclusivamente as maiores demandas e os níveis de competências dos hospitais regionais. Creio que primeiramente terá que haver uma boa articulação entre os próprios hospitais. De facto, nós estamos a propor a criação de um Conselho dos Hospitais que irá permitir, por um lado, a uniformização da gestão dos vários hospitais que nós temos no país.

O Presidente da República vetou, no mês de Março, o PCCS da carreira médica e o estatuto dos enfermeiros, com a justificação que poderão afectar a motivação desses profissionais. Quando irá retomar essa questão?
Creio que o arrastar de um processo há já vários anos é, de facto, um factor de desmotivação. Iremos retomar esse processo brevemente, tendo em conta os argumentos apresentados pelo Sr. Presidente da República para o veto dos diplomas. Já na próxima terça-feira iremos retomar esse processo com a equipa que esteve nas negociações ainda no anterior governo. Isso já será um primeiro passo. Iremos trabalhar com os médicos, e praticamente em simultâneo iremos trabalhar com os enfermeiros. Queremos que pelo menos essas duas classes avancem com propostas concretas, porque não queremos começar do zero. Eu entendo que para o sucesso de uma negociação as duas partes devem ceder alguma coisa. E com esse sentido de razoabilidade, de querer encontrar uma solução que ainda que não seja a ideal, mas a possível, poderemos, de facto, concluir um processo que, como já disse, tem sido um factor de desmotivação de ambas as classes.  

O governo tem um programa ambicioso para a Saúde, mas vê-se que a fatia do Orçamento do Estado para a Saúde continua quase a mesma e com uma vigência de apenas cinco meses. O que irá poder concretizar?
Bom, cerca de 10% do Orçamento Geral do Estado vai para o sector da Saúde. Não alterou muito, mas devemos ter em conta a situação do país e as demandas dos outros ministérios. Já alcançamos os 10%, o que vai permitir concretizar alguma coisa. Certamente que a fatia que cabe ao ministério da Saúde irá variando ao longo da legislatura, à medida que o próprio crescimento do país o permitir. O que nós teremos de equacionar é a questão das fontes do financiamento do sector. Eu creio que há propostas concretas nesse sentido. Serão evidentemente discutidas a nível do Conselho de Ministros, a nível da Chefia do Governo e do ministério das Finanças. Tendo em conta a importância da Saúde, não só em relação à parte social, mas fundamentalmente até do próprio desenvolvimento económico do país, essa questão é partilhada por todo o governo.

A luta anti-vectorial, como mosquitos transmissores de Zika, foi declarada como uma prioridade nacional. Como está a decorrer a campanha?
Zica está integrado na luta contra as arboviroses, nas quais estão incluídas a febre-amarela, chikungúnia, dengue e o próprio paludismo. Portanto, devemos criar as resiliências necessárias para enfrentar as eventuais epidemias, não apenas durante o período das crises, mas, através de um programa mais abrangente de fortalecimento do sector da Saúde por forma a dar melhor resposta e essas situações. E estamos a fazer isso, não só a nível da luta anti-vectorial propriamente dita, mas também através da criação de capacidades internas, nomeadamente a nível de laboratórios de entomologia e de virologia, através do melhoramento da nossa comunicação e mobilização social, de uma visão de actuação estratégica e em plataformas com o envolvimento de outros ministérios, das ONGs, das confissões religiosas e das associações comunitárias para que todos entendam que não é uma luta de responsabilidade exclusiva do ministério da Saúde, mas que se trata de uma luta, que para ser ganha, necessita da participação de todos.

Uma das recomendações saídas do encontro alargado quais são as mais prioritárias?
Saíram deste encontro recomendações várias e muito importantes. O que eu gostaria é que não ficássemos por aqui. O que tem acontecido muitas vezes nas reuniões é que fazem-se grandes reflexões e depois as coisas ficam como estão. As soluções para as recomendações saídas das comissões de trabalho deverão ser nos próximos dois meses encontradas e implementadas. A ideia é manter e dar continuidade a esse grande envolvimento demostrado pelos responsáveis da Saúde que estiveram reunidos na Cidade Velha.

O representante da OMS referiu-se a si como uma brisa refrescante que chega ao ministério da Saúde. Como interpreta as suas palavras?
Apreciei as considerações do Sr. Representante da OMS [Mariano Salazar]. A Organização Mundial da Saúde tem sido uma excelente parceira do ministério da Saúde. Pelo seu perfil, pelo seu historial, não só a nível da OMS, mas também como profissional, creio que nós não podíamos encontrar neste momento melhor parceiro que o Dr. Mariano Salazar. Estou certo que se depender da OMS muito daquilo que nós estamos a projectar vai ser, de facto, concretizado.

Os seus dois últimos antecessores não eram profissionais da área da Saúde. Acha que como médico poderá marcar a diferença?
Não gostaria de entrar por ai. Acredito que quaisquer dois meus antecessores, dito sem nenhuma hipocrisia, deram o seu máximo para a Saúde em Cabo Verde. E falo com muito respeito acerca disso, porque hoje estou e amanhã vem outro. Devemos ter em conta que a visão para a Saúde, não é a visão do ministro da Saúde. É a visão de um governo e é uma visão de partilha. É algo que deve ser entendida e incorporada por todos os profissionais. Na Saúde, independentemente de quem for o ministro, não poderá fazer nada se estiver sozinho. Portanto, tudo o que podermos alcançar, o grande mérito deverá ser sempre dos profissionais da Saúde.

Foi criticado por ter começado a visita às estruturas hospitalares do país por Santo Antão, ilha de onde é originário e foi delegado da Saúde. Afectou-lhe esta crítica?
Comecei por Santo Antão como podia ter começado por outra ilha. Foi o retorno à minha ilha, onde trabalhei durante mais de 20 anos. Conheci o sector na qualidade de delegado de Saúde, mas regressei lá na qualidade de ministro da Saúde que deverá visitar não só Santo Antão, mas todas as estruturas de Saúde do país. Comecei por Santo Antão como podia ter começado por outro lugar e vou visitar todas as ilhas.

O programa do governo para o ministério da Saúde prevê a construção de um novo Hospital Regional na Praia, a requalificação de todos os Hospitais Regionais, Centros de Saúde e a construção de mais um Hospital Regional em Santiago. Quando vão ter início essas obras?
É um programa para ser implementado em toda uma legislatura, mas já começamos. Por exemplo, nós já estamos a regular o sector da Saúde, sobretudo do sector privado: nós estamos a criar condições claras e transparentes para a implantação do sector privado em Cabo Verde. Quando falamos de novos hospitais, podem ser hospitais públicos ou não. Nós estamos a resolver o problema do atendimento hospitalar num grande centro urbano como é a cidade da Praia que tem quase um terço da população de Cabo Verde, com uma demanda enorme e que necessita claramente de resposta que pode vir do sector público, mas também do privado.

Critica-se que a construção do Hospital Regional de Santiago-Norte não correspondeu plenamente às expectivas, pois muitos pacientes acabam por ser transferidos para Praia.
Não concordo e faço esta análise baseado inclusivamente nos próprios dados desses hospitais. Mas antes de tudo as pessoas têm que saber quais são as competências de um hospital regional, para saberem o que podem esperar desses serviços.  O hospital regional tem um nível de competência para cuidados secundários. Terá necessariamente que evacuar quando for necessário e em função da complexidade do problema de saúde. Então, o hospital regional é um nível intermédio e terá sempre como seu hospital de referência o hospital central, por exemplo, aqui na ilha de Santiago, o Hospital Agostinho Neto. Esse é um aspecto fundamental: conhecer as competências. Segundo, vamos analisar a capacidade de resposta que o hospital regional tem dado. Tem melhorado bastante e pode-se constatar isso até a nível de confiança no Hospital Regional de Santiago Norte. Quando começamos, o hospital regional tinha uma taxa de ocupação à volta de 40 a 50 por cento. O maior gasto na Saúde está ligado ao custo da ocupação de camas. Ter uma cama não utilizada representa custos elevadíssimos. Se analisarmos os dados estatísticos do Hospital Regional de Santiago Norte, constatamos que progressivamente tem aumentado a sua taxa de ocupação, situando-se, neste momento, à volta de 80 a 90 por cento. O que isso quer dizer? Que as pessoas estão procurando mais este hospital e que a resposta local e regional tem sido encontrada. Portanto, não é verdade que nenhum hospital não está a desempenhar o seu papel. Poderá melhorar? Mas onde é que não se poderá melhorar? O ministério da Saúde, lá onde for necessário, irá reforçar as suas competências, as suas capacidades, quer em termos de meios humanos e materiais, mas até da própria logística. Há muita coisa que pode ser melhorada, não  só nos hospitais regionais, mas nos hospitais de uma forma geral.

Falemos da Segurança Social. Quais serão as grandes medidas do governo para garantir a sustentabilidade do sistema?
Creio que vamos ter um caminho importante a percorrer para uma melhor integração da Saúde e Segurança Social. Foi criado o ministério da Saúde e Segurança Social e queremos que estes dois sectores podem e devem caminhar não apenas de uma forma paralela, mas integrada. Esse é um aspecto importante da definição de uma política, não apenas para a Saúde, não apenas para a Segurança Social, mas uma política para a Saúde e Segurança Social. São dois desafios importantes que temos que consolidar, porque possibilitar-nos-á inclusive de melhorarmos a nossa visão em relação aos dois sectores. De facto, há uma visão da segurança social em que a Saúde praticamente aproveita-se da segurança social. Isso é um erro. A saúde nunca irá aproveitar-se da segurança social. A saúde irá potencializar a segurança social, sobretudo se nós entendermos que as acções na saúde, não tem apenas o aspecto curativo, mas são acções de promoção e de prevenção. O que quero dizer com isso? Imagine o que representa em termos de custos para a segurança social uma situação de insuficiência renal. Se houver uma acção forte e eficaz sobre as infecções respiratórias desde criança, provavelmente nós iremos diminuir várias situações que irão culminar depois num quadro de insuficiência renal com custos elevados para a segurança social. Isso significa ter um pensamento integrado de saúde e segurança social. Temos de ver isso não como gastos, mas investimentos nesse sector. Esse é um aspecto fundamental. As pessoas contribuem para a segurança social e é evidente que nós temos que garantir que mais tarde recebam as suas pensões. Na área da saúde temos que ver as prestações e ver lá onde podemos melhorar essas prestações. É nessa base que iremos trabalhar.

O INPS é o rosto mais visível da segurança social. O governo prometeu despartidarizar, mas foi criticado por ter colocado no novo conselho de administração militantes do MpD. O que diz?
Os novos membros do conselho de administração do INPS, com excepção da Dra. Orlanda Ferreira, que até recentemente exerceu cargos importantes a nível do aparelho partidário e do Parlamento, mas ela é quadro do INPS e já tutelou inclusivamente a Segurança Social. É uma mais-valia para o instituto e a mesma coisa digo para os outros dois membros. Portanto, o critério fundamental que norteou a escolha dos novos membros do conselho de administração do INPS foi a sua competência, conhecimento e a capacidade de gestão desse grande instituto que é o INPS.

O programa do governo determina que o INPS irá abrir mão de aplicações de duvidosa racionalidade financeira. O que significa concretamente?
O que o INPS irá fazer é assegurar que as suas aplicações sejam seguras. Portanto, a participação em empresas que garantam o retorno importante para a segurança do INPS.

O programa do governo fala da avaliação da aplicação financeira das reservas existentes fora do território nacional dada a exiguidade do mercado nacional.
Muito bem, da análise das possibilidades de investimento e dos retornos que esses investimentos poderão trazer, essas aplicações poderão ser feitas a nacional ou internacional.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 768 de 17 de Agosto de 2016
sábado, 20 agosto 2016 06:00Fonte:expressodasilhas

PORTUGAL AINDA NÃO TOMOU MEDIDAS CONTRA FILHOS DE EMBAIXADOR


 
José Sena Goulão / Lusa
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva
O Ministério dos Negócios Estrangeiros esclareceu esta sexta-feira que as autoridades judiciárias não lhe solicitaram qualquer diligência, no caso da agressão ao jovem de Ponte de Sor, mas, caso seja feita, desenvolverá as ações “necessárias e adequadas”.
O MNE, através do gabinete de imprensa, esclarece que não foram ainda efectuadas diligências formais por não ter havido ainda um pedido das autoridades judiciárias competentes.
“O MNE ainda não foi solicitado para desenvolver qualquer diligência no âmbito das suas competências”, refere um esclarecimento enviado à agência Lusa, pelo gabinete do ministro Augusto Santos Silva.
“Se for solicitado pelas autoridades judiciárias competentes, e logo que o seja, o MNE desenvolverá as diligências que se revelarem necessárias e adequadas, no âmbito do Direito Internacional, para favorecer a administração da justiça, num caso de tamanha gravidade e com consequências tão extremas e condenáveis”, diz a nota.
O gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República, por seu lado, assegurou à Lusa que o caso deu origem à “existência de um inquérito, o qual se encontra em investigação“.
Na quinta-feira à tarde, o MNE informou que “eventuais diligências diplomáticas poderão ser consideradas”, no caso dos dois filhos gémeos do embaixador do Iraque em Portugal, suspeitos de na quarta-feira terem agredido um jovem de 15 anos em Ponte de Sor.
“O caso em concreto está a ser devidamente acompanhado pelas autoridades judiciais competentes. O Ministério dos Negócios Estrangeiros poderá servir de intermediário com a missão diplomática em questão se tal for solicitado”,  indicou então o MNE, em resposta a questões colocadas pela Lusa.
“Eventuais diligências diplomáticas poderão ser consideradas, de acordo com o Direito Internacional, se tal vier a revelar-se necessário no decurso do processo”, acrescenta o MNE.
“Sendo filhos de um chefe de missão diplomática, os jovens têm imunidade diplomática nos termos da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, esclarece o Ministério, segundo o qual “a imunidade de jurisdição penal é absoluta e só pode ser objeto de levantamento ou renúncia por parte do Estado representado por essa missão diplomática”.
A imunidade diplomática é uma forma de imunidade legal que assegura às Missões diplomáticas inviolabilidade e, aos diplomatas, salvo-conduto, isenção fiscal e de outras prestações públicas, assim como de jurisdição civil e penal e de execução.
Os dois rapazes suspeitos de terem agredido esta quarta-feira um jovem de 15 anos em Ponte de Sor são filhos do embaixador do Iraque em Portugal e têm imunidade diplomática.
A vítima, de 15 anos, sofreu múltiplas fraturas ao ser agredido numa rixa em Ponte de Sor, distrito de Portalegre, alegadamente por outros dois rapazes de 17 anos, e foi transferido para Lisboa, segundo disseram à agência Lusa fontes do INEM e da GNR.
O rapaz “apresentava múltiplas fraturas, escoriações e perda de conhecimento” no momento em que foi assistido, disse à Lusa fonte do INEM.

Marcelo está chocado

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “está preocupado e chocado” com o caso da agressão em Ponte de Sor e contactou esta sexta-feira o hospital onde está internado o jovem que foi espancado.
“O Presidente da República contactou esta tarde, através da sua Casa Civil, o Hospital de Santa Maria, para se inteirar do estado de saúde do jovem Ruben, espancado em Ponte de Sor”, indica uma nota divulgada na página da Internet da Presidência da República.
A nota adianta ainda que o Presidente da República “está preocupado e chocado com estes acontecimentos e espera que Ruben possa recuperar dos seus graves ferimentos”.
ZAP / Lusa
Comentário: dúvidas? Total impunidade neste mísero País onde tudo é possível acontecer. Temos o que merecemos? Pelo que nos á dado observar sim...
J. Carlos

IGREJAS ESTÃO A RECEBER (CADA VEZ MAIS) NOTIFICAÇÕES PARA PAGAR IMI DE BENS ISENTOS


 
Igreja matriz de Penalva do Castelo, em Viseu
Igreja matriz de Penalva do Castelo, em Viseu
As paróquias afirmam que estão a receber notificações excessivas para o pagamento do IMI, quando deviam estar isentas – algo que está a ser visto como desrespeito aos acordos assinados entre o Estado e a Santa Sé.
A Conferência Episcopal diz que não é de agora que as dioceses recebem notificações indevidas para pagar o imposto – mas agora, estão a chegar em excesso.
Residências paroquiais, salas de catequese e largos em frente a igrejas são alguns dos alvos.
O Governo garante que não mudou nada na lei nem deu ordens para tal, mas ainda não há qualquer explicação acerca dos pedidos de pagamento indevidos.
Numa entrevista à RR, Álvaro Bizarro, especialista em direito canónico, afirmou que alguns serviços de Finanças não tiveram um entendimento imediato das normas que o Estado e a Igreja se comprometeram a cumprir, desde 2005.
De acordo com a Concordata assinada, “estão isentas de qualquer imposto ou contribuição geral, regional ou local os lugares de culto ou outros prédios ou parte deles diretamente destinados àrealização de fins religiosos“.
No entanto, segundo destacou à TVI Manuel Barbosa, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, “se a Igreja Católica desenvolver atividades para além das religiosas – como as de solidariedade social, de educação ou cultura – fica sujeita ao regime fiscal aplicável à entidade”.
Manuel Barbosa alega que, muitas vezes, os estabelecimentos podem desenvolver várias atividades ligadas tanto à religião como à educação, e o Fisco está “a misturar tudo“.
“Não está a respeitar um acordo internacional que está acima das leis locais. É de lamentar essas situações”, disse.
O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa esclareceu que as dioceses conhecem as normas e já estão a contestar o pagamento à Autoridade Tributária.
BZR, ZAP

SISMO DE 4,1 COM EPICENTRO NO CANHÃO DA NAZARÉ FOI SENTIDO EM LISBOA


 
Jolly Janner / Wikimedia
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O IPMA explicou que o sismo, de magnitude 4,1 na escala de Richter, teve o epicentro no Canhão da Nazaré e foi sentido na região de Mafra e em Lisboa.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera registou esta sexta-feira um sismo de magnitude 4,1 às 12h44, com epicentro no mar, a cerca de 80 quilómetros a oeste de Peniche, mas que “não causou danos pessoais ou materiais”.
Em comunicado, o IPMA explica que o abalo “foi sentido com intensidade máxima III (escala de Mercalli modificada) na região de Mafra e em Lisboa“.
Testemunhas ouvidas pela Lusa deram conta de que sentiram o abalo em diferentes locais dos distritos de Lisboa e Leiria.
De acordo com o instituto, o epicentro localizou-se no Canhão da Nazaré.
Em declarações à Lusa, o especialista Jorge Cruz, do IPMA, explicou que “é normal acontecerem estes fenómenos de vez em quando”, que decorrem “do movimento da crosta [terrestre]“.
Salientando que este “foi um evento só sentido pela população, que não causou danos“, o especialista admitiu a ocorrência de réplicas, que serão, contudo, “de intensidade menor”.
A escala de Richter, que mede a magnitude dos sismos, vai até ao valor 10. Um abalo de 4,1 é considerado ligeiro, de acordo com esta escala. A escala de Mercalli, que avalia a intensidade, vai até XII.
O Comando Distrital de Operações de Socorro de Leiria informou, pouco depois das 13h00, não ter recebido qualquer comunicação.
/Lusa

HÁ 20 MIL CASAMENTOS POLÍGAMOS EM ITÁLIA (E A LEI É IMPOTENTE)


 
Poderá haver actualmente mais de 20 mil casamentos polígamos em Itália, país onde são ilegais, mas a lei não consegue puni-los.
Segundo o diário espanhol ABC, o número de casamentos polígamos em Itália triplicou nos últimos 7 anos, podendo actualmente ascender a mais de 20 mil.
No entanto, apesar de em Itália as uniões entre mais do que duas pessoas serem ilegais, a lei italiana é impotente para agir, porque estas uniões são habitualmente contraídas em mesquitas e não é obrigatório o seu registo civil.
Ou seja, os casamentos polígamos em Itália são válidos para os muçulmanos, mas à luz da lei italiana, simplesmente não existem.
Segundo o ABC, que cita dados recentes da Associação Italiana de Mulheres Marroquinas, estes casamentos são reais e efectivos, uma vez que o Corão permite que um muçulmano case com até 4 mulheres.
Recentemente, o líder da principal organização muçulmana em Itália, Hamza Roberto Piccardo, defendeu publicamente a legalização da poligamia no país – que há cerca de um mês legalizou o casamento homossexual.
A poligamia é permitida por algumas religiões e pela legislação de alguns países, embora a prática tenha estado a cair em desuso nas últimas décadas.
Ao longo da história da humanidade há registos de sociedades polígamas, habitualmente em épocas ou regiões em conflito ou com uma grande discrepância entre a população masculina e feminina.
O Islão é uma das religiões que prevê a poligamia. O Corão sugere aos homens que tomem duas a quatro esposas – se puderem “tomar conta delas” – e o próprio profeta Maomé chegou a ter 9 casamentos simultâneos.
Afinal, é preciso praticar para saber lidar com as 70 virgens que temos à nossa espera no paraíso.
AJB, ZAP

PIVÔS EGÍPCIAS FORAM SUSPENSAS POR ESTAREM DEMASIADO GORDAS


 


Oito apresentadoras de televisão foram suspensas do canal estatal do Egípcio por estarem “acima do peso”.
Depois da revolta que, em 2011, levou à renúncia do presidente egípcio Hosni Mubarak, a audiência da televisão estatal caiu drasticamente no país.
Entre muitos egípcios, o órgão de comunicação é considerado como uma fonte de propaganda do novo regime e altamente tendencioso.
Para fazer frente a essa queda de audiências, a diretora da estação, Safaa Hegazyà, decidiu suspender oito apresentadoras por estarem “acima do peso”.
A decisão “surge no quadro do desenvolvimento, tanto na forma como no conteúdo, da programação”, disse a diretora à AFP.
As profissionais foram suspensas durante um mês, período no qual devem perder peso. Só assim poderão voltar ao pequeno ecrã.
Em declarações à mesma agência noticiosa, Khadija Khatab, uma das pivôs afetadas pela decisão, afirmou sentir-se caluniada e desrespeitada pela direção.
Diversos grupos de defesa pelos direitos humanos e pelos direitos das mulheres manifestaram-se contra a atitude de Hegazyà, considerando-a “discriminatória”.
É “vergonhosa” e “contrária” à Constituição, apontou o Centro de Assistência Jurídica para as Mulheres Egípcias.
Por sua vez, a diretora da estação não compreende a revolta e rejeitou qualquer acusação de sexismo.
“Como pode haver discriminação contra as mulheres numa instituição gerida por uma?”, questionou.
ZAP / Lusa / Hypeness

ADOLESCENTE CHINÊS CONDENADO A PRISÃO PERPÉTUA POR COMPRAR ARMAS DE BRINCAR


 
CNS
As armas de imitação compradas por Liu Dawei
As armas de imitação compradas por Liu Dawei
Há brincadeiras que nunca se esquecem. Que o diga o jovem Liu Dawei de 18 anos, que comprou 24 réplicas de armas de brincar, e que por causa disso terá que passar o resto da vida na prisão.
Segundo o SCMP, Liu Dawei foi detido em setembro do ano passado, em Quanzhou, na província de Fujian, quando atravessava a alfândega com 24 armas de imitação que tinha comorado em Taiwan.
Liu certamente estaria longe de imaginar que a polícia iria considerar 20 das 24 armas de brincar como sendo armas a sério, o que lhe valeu uma acusação de tráfego de armas e a pesada sentença.
O problema não está no entanto na polícia em si, mas sim na definição do que constitui uma “arma real” na China.
A lei chinesa determina que qualquer arma que dispare um objecto com uma energia de 1.8 j/cm2seja considerada uma arma a sério.
Basicamente, o equivalente a alguém atirar um feijão contra outra pessoa.
A energia cinética de uma arma, medida em joules por centímetro quadrado, é uma medida da potência com que a arma consegue disparar o seu projéctil.
Este valor é substancialmente mais baixo que o que o valor adoptado por outros países, e mesmo na China, até 2008 esse valor era de 16 j/cm2.
CNS
O jovem Liu Dawei, condenado a prisão perpétua por comprar armas de brincar
O jovem Liu Dawei, condenado a prisão perpétua por comprar armas de brincar
O mais absurdo ainda é que a sentença poderia ter sido a pena de morte, mas o juiz terá tido em consideração a juventude a ausência de antecedentes, tendo comutado a pena para “apenas” prisão perpétua.
O jovem Liu Dawei, que já recorreu da sentença, disse por seu turno que se prontificaria desde já a ser fuzilado com as armas que comprou -  e que se morresse, seria a sua admissão de culpa.

O RABO VOADOR (OU O MAIOR AVIÃO DO MUNDO) JÁ FEZ O SEU PRIMEIRO VOO


 


Hybrid Air Vehicles
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O Airlander 10, o maior avião do mundo e também conhecido por Rabo Voador, fez o seu voo de estreia na passada quarta-feira.
O voo inaugural do Airlander 10 deveria ter acontecido no último domingo mas, devido a alguns problemas técnicos, teve de ser adiado para esta quarta-feira.
Os adeptos de aviões puderam então assistir à descolagem do maior avião do mundo, tambémapelidado de Rabo Voador, no aeroporto de Cardington, próximo da cidade de Londres.
A estreia aconteceu exatamente no mesmo local em que, durante e depois da I Guerra Mundial, este tipo de aeronave era construída. O voo durou cerca de uma hora.
Este veículo voador, de 93 metros de comprimento e 44 metros de largura, é uma espécie de cruzamento entre um dirigível e um avião.
A aeronave começou por ser um projeto do exército norte-americano, que gastou 300 milhões de dólares, mas que depois acabou por desistir desta ideia.
Felizmente, a empresa britânica envolvida, a Hybrid Air Vehicles, decidiu continuar com ele, assumindo as despesas de desenvolvimento mas também apoiada pelo Governo inglês.
Segundo o fabricante, este Rabo Voador, que se enche com gás hélio, pode voar até 4.900 metros de altitude e desenvolver 148 km/h.
Para já, é capaz de levantar dez toneladas de carga ou pessoas, gastando menos combustível do que as aeronaves convencionais.
Orçado em mais de 100 milhões de euros, pode descolar verticalmente como um helicóptero, o que significa que consegue levantar voo e aterrar em quase qualquer tipo de superfície, nomeadamente gelo, água e deserto.
Até 2020, a Hybrid Air Vehicles tem planos para construir um Airlander ainda maior, capaz de carregar 50 toneladas.
ZAP / Hypescience

ER=EPR. UMA NOVA EQUAÇÃO PODERÁ FINALMENTE UNIR OS DOIS CAMPOS DA FÍSICA


 
O tecido do espaço-tempo
O tecido do espaço-tempo. Alice e Bernardo criam um wormhole a partir de dois buracos negros criados com partículas entrelaçadas
Um dos mais teimosos problemas da física actual é o facto de que as duas principais teorias para explicar o Universo – a Relatividade Geral e a Mecânica Quântica – funcionam bem isoladamente, mas quanto se tenta combinar as duas, a matemática não bate certo.
A Relatividade Geral explica perfeitamente o mundo das pessoas e dos planetas, e a Mecânica Quântica explica muito bem o mundo dos átomos e do Homem-Formiga.
E todos os esforços para unificar as duas teorias numa só teoria teoria geral da física – a famosa Teoria das Cordas – falharam redondamente.
Mas agora, uma nova equação, tão simples como a conhecida E=mc², reclama a proeza de o ter feito, e está a dar a volta à cabeça dos físicos de todo o mundo.
A nova equação, apresentada por um físico da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, não é uma fórmula algébrica, mas uma simples expressão simbólica.

ER=EPR

Cada letra na revolucionária equação é na realidade a inicial do nome de um cientista.
A primeira parte da equação, ER, significa Einstein-Rosen, e refere-se ao trabalho publicado por Einstein com Nathan Rosen, em 1935, que descreve as chamadas “pontes de Einstein-Rosen”, que estão relacionadas com os famosos wormholes, ou túneis do espaço-tempo.
Os wormholes funcionam como túneis – não apenas entre dois lugares distantes do Universo, mas entre dois pontos no tempo.
Quando uma coisa cai num dos lados do wormhole, aparece no outro lado instantaneamente, mesmo que as duas extremidades estejam a biliões de anos-luz uma da outra.
A segunda parte da equação, EPR, refere-se aos três físicos responsáveis por postular o famosoParadoxo de EPR: uma vez mais Einstein e Rosen, aos quais se juntou Boris Podolsky.
Paradoxo de EPR refere-se ao que Einstein chamou de “acção fantasmagórica à distância”, o famosoentrelaçamento quântico.
Nele, os estados quânticos de um par de partículas estão interligados por forças quânticas, e o que acontece com uma partícula é reflectido instantaneamente na outra partícula – mesmo que as duas estejam a milhões de anos-luz de distância uma da outra.

O Santo Graal da física moderna

A nova equação ER=EPR foi criada pelo físico teórico Leonard Susskind, e basicamente representa a ideia de que o entrelaçamento quântico e os wormholes descrevem a mesma coisa.
Esta ideia não é totalmente nova.
Em 2013, Susskind publicou um trabalho com um outro físico, Juan Maldacena, no qual a ideia era já proposta.
O que Susskind agora fez foi publicar um novo estudo, com o título “Copenhagen vs Everett, Teleportation, and ER=EPR” no qual descreve as implicações concretas da equação que ER=EPR.
E entre as implicações que Susskind aponta, está o Santo Graal da física moderna: a unificação da mecânica quântica e da relatividade geral.
Essa unificação explicaria o mistério do entrelaçamento, e que o próprio espaço-tempo pode emergir do entrelaçamento quântico, e as controvérsias sobre como deve ser interpretada a mecânica quântica.
No seu trabalho, Susskind propõe um cenário hipotético, em que Alice e Bernardo pegam cada um num punhado de partículas que entrelaçadas. Alice fica com um dos membros de cada par de partículas entrelaçadas, e Bernardo com o outro membro.
Alice e Bernardo partem então, nas suas naves espaciais ultra-rápidas, em direcções opostas do Universo.
Uma vez que os dois viajantes espaciais estejam em locais distantes um do outro, Alice e Bernardoesmagam as partículas com tanta força que criam dois buracos negros separados.
De acordo com a teoria de Susskind, estes dois buracos negros estarão emaranhados, ligados por um gigantesco wormhole.
Segundo Tom Siegfried, cronista da ScienceNews, “se ER=EPR estiver certo, um wormhole irá ligar estes buracos negros, e o emaranhamento, portanto, pode ser descrito usando a geometria dos buracos negros”.
O trabalho de Susskind realça também que a implicação de ER=EPR é que a mecânica quântica e a gravidade estão muito mais fortemente relacionadas entre si do que jamais imaginámos.
O trabalho de Susskind ainda não passou pelo processo de revisão por pares. Se a comunidade científica validar a teoria de que ER=EPR, finalmente os dois campos da física terão sido unificados.
E o nosso mundo poderá mudar de formas inimagináveis.

ARQUEÓLOGOS DESCOBREM COMO SE FAZIA UMA CIRURGIA AO CÉREBRO HÁ 3 MIL ANOS


 
Sergey Slipchenko
Abertura no crânio - resultado de uma cirurgia cerebral na Idade do Bronze
Abertura no crânio – resultado de uma cirurgia cerebral na Idade do Bronze
Um grupo de cientistas russos do Instituto de Arqueologia e Etnografia em Novosibirsk, na Sibéria, estudou um crânio masculino encontrado numa povoação pré-histórica, que permitiu determinar como terá decorrido uma cirurgia cerebral praticada na Idade do Bronze.
Segundo o Siberian Times, o crânio encontrado pertencia a um homem que, segundo os cientistas, terá morrido entre os 30 e 40 anos de idade, e viveu algum tempo depois da operação ao cérebro.
Os arqueólogos observaram que o osso parietal esquerdo do paciente tinha uma abertura com sinais evidentes de cicatrização óssea e indicações de uma reação inflamatória nas placas ósseas.
Tal indica que o homem sobreviveu à operação, e que a sua morte do homem poderá ter sido causada por uma inflamação pós-operatória a longo prazo.
De acordo com Sergey Slipchenko, investigador do Instituto de Arqueologia e Etnografia da Academia Russa de Ciências, “a chave para o sucesso da operação foi a total confiança do paciente de que o cirurgião tinha as habilidades e o conhecimento para levar a cabo uma operação deste tipo”.
“Durante a operação, enquanto o cirurgião fazia uma incisão, um assistente ajudava, esticando a pele nas bordas da ferida e fornecendo instrumentos passageiras e outros materiais”, diz Slipchenko.
A fim de reduzir tanto quanto possível a dor, terão sido administradas drogas ao paciente, revelou o estudo, publicado no International Journal of Osteoarchaeology.
Segundo os cientistas, há diversos analgésicos que poderiam ter sido usados – alguns grupos étnicos usavam zimbro e tomilho; o povo Nivkhi queimava alecrim e folhas, e os povos indígenas usavam cogumelos alucinogénios – mas a droga “mais óbvia” da época era, provavelmente, a cannabis.
Ao que tudo indica, há mais 3 mil anos que o homem faz cirurgias ao cérebro – e usa drogas para afogar as suas mágoas.
BZR, ZAP