domingo, 30 de agosto de 2020

O papel decisivo da instituição familiar na economia

Fonte: Revista Catolicismo, Nº 836, Agosto/2020.
Hoje, mais do que nunca, fala-se exaustivamente de economia; o que deixa muitos preocupados, não só com a gravidade da situação econômica como ela se apresenta, mas também com as concepções marxistas de economia. Mas para a família católica, qual a importância que se deve atribuir às questões econômicas? O que ensina a doutrina social da Igreja sobre o assunto? Estas e outras perguntas são respondidas cabalmente nesta entrevista com Ettore Gotti Tedeschi [foto acima], concedida com exclusividade ao colaborador de Catolicismo na Itália, Sr. Julio Loredo de Izcue.
Para o nosso entrevistado, que é banqueiro, economista, professor universitário, escritor, ex-presidente do IOR (Banco do Vaticano), menosprezar o papel da família produz crises socioeconômicas e culturais; e o estopim do colapso econômico foi o colapso dos nascimentos, devido às teorias ambientais malthusianas”, pois teve como consequência o envelhecimento da população.
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Enquanto católico apostólico romano, e como homem público, qual o seu enfoque sobre a economia?
Hoje a economia parece ter-se tornado uma ferramenta utilizada para “assustar” e “deformar a visão moral”, por isso tomo o máximo cuidado ao tratar da questão. Veja bem, toda decisão econômica produz consequências morais, e toda visão moral influencia a utilização de instrumentos econômicos. Mas a economia não é uma ciência. Simplificando, a “maçã” da economia não é a “maçã de Newton”.
Uma decisão econômica raramente produz o efeito desejado. Se a economia é submetida a projetos “políticos” (para “assustar”), pode ser tentada a inventar utopias (pense no marxismo). Mas se essas utopias forem incorporadas ao Magistério da Igreja, elas correm o risco de produzir heresias (pense na pseudo-teologia da libertação), e mesmo uma heresia pode influenciar o comportamento econômico (pense no luteranismo).
A moral e a economia estão muito conectadas, por isso a Igreja interveio, a partir de Leão XIII, ao propor a sua própria Doutrina Social. Hoje, como se considera que a Igreja não deve mais se dedicar ao magistério e à evangelização, a antiga Doutrina Social Católica se tornou inaplicável; mas uma nova parece estar em gestação, podendo advir do evento de Assis (Economia de Francisco).
Conforme acabei de dizer, a economia também pode se tornar uma ferramenta aplicável para deformar a visão moral. Num recente documento pontifício (Evangelii Gaudium), lemos que existe uma economia que mata; e o pior dos males sociais é a desigualdade — isto é, a má alocação de recursos econômicos — e não o pecado. Porém, como explicam com absoluta clareza João Paulo II na Sollecitudo Rei Socialis, e Bento XVI na Caritas in Veritate, quem usa bem ou mal o instrumento econômico é o homem, portanto é o homem que deve ser treinado, deve ser convertido. Não é a ferramenta que precisa ser alterada, embora alguma alteração seja lícita.
Lendo essas considerações, fiquei preocupado. E a preocupação aumentou quando notei no atual pontificado a ênfase colocada nas questões econômicas. Até ontem a Igreja não tinha que lidar com a economia, na melhor das hipóteses lidava apenas com as consciências individuais. Hoje se diria que ela deve e quer lidar tão-só com a economia, e apenas secundariamente com as consciências. Mas parece lidar com problemas econômicos — tais como pobreza, capitalismo, finanças, desigualdades, redistribuição de riqueza, migração, meio ambiente etc. — sem demonstrar conhecer as causas, mas apenas os efeitos. A suspeita, portanto, é que alguém possa inclusive pensar em utilizar a ferramenta econômica para outros fins até agora inimagináveis, talvez para reinterpretar o próprio Gênesis.
Quais são suas previsões sobre as propostas que poderão surgir em 21 de novembro próximo em Assis, por ocasião da Conferência sobre Economia convocada pelo Papa Francisco?
No próximo 21 de novembro realizar-se-á em Assis a Conferência sobre Economia, convocada pelo Papa Francisco. Nascerá dela uma nova doutrina social cristã?
Lendo os textos dos organizadores e dos principais convidados, posso imaginar, mais do que fazer previsões, que essa conferência tentaria estabelecer regras de uma nova doutrina social da Igreja. Posso igualmente imaginar que, na visão dos organizadores, uma nova doutrina social cristã se torne necessária, pois o Gênesis até hoje teria sido mal interpretado, portanto mal utilizado.
A famosa compreensão da “realidade”, muito realçada neste pontificado, explicaria que o homem não é uma prioridade na criação; pois, tendo abusado dela, desequilibrou a ordem da criação. O resultado seria a necessidade de reduzir o seu próprio papel na criação, levando-o talvez a se identificar novamente com a natureza, como os povos primitivos e pagãos (pense no Sínodo da Amazônia).
Ainda não entendi bem se isso foi uma preliminar, pela necessidade de convencer todos os homens a reconhecer no ambientalismo uma religião universal para a humanidade, de acordo com a nova gênese reconstruída. Pode-se deduzir que o novo bem comum esteja centrado na conservação do meio ambiente, e não no homem ganancioso e egoísta.
Em Assis pode-se tentar explicar como fazê-lo, propondo mudanças nas estruturas e ferramentas socioeconômicas do sistema capitalista. Tais mudanças poderiam agradar muito ao homem, no entanto prejudicariam a criação, por se oporem ao surgimento de desigualdades baseadas em modelos meritocráticos.
Também poderia ser possível propor em Assis uma “reumanização” da economia, mudando a “velha e errada ordem natural” por meio da proposta de um novo humanismo ambiental. O significado da vida humana poderia não ser apenas a sua salvação eterna, mas antes a salvação da natureza. Veremos.
Qual é o papel da família para a economia?
Uma nova gênese reconstruída, pela qual os homens terão que reconhecer no ambientalismo uma religião universal para a humanidade.
A família mereceria o prêmio Nobel de Economia. E a Igreja Católica mereceria também esse prêmio, pelo valor que atribui a esse núcleo social indispensável. O valor econômico da família decorre do estímulo, empenho e ações responsáveis, visando apoiar e organizar seu próprio desenvolvimento. Numa sociedade em que a família não é valorizada, os danos econômicos são enormes.
Numa família se originam projetos que exigem maiores compromissos na geração de riqueza, poupança, investimento. No seio da família surgem estímulos competidores saudáveis, sobretudo graças à educação e treinamento subjetivos de cada membro, que em perspectiva se torna motor da produção de riqueza que beneficia toda a sociedade. Além disso ela absorve os problemas sociais e econômicos de seus membros, sem transferi-los ao Estado; tende a ajudar e proteger seus membros mais fracos e vulneráveis, que de outra forma sempre pesariam para a sociedade.
A família assume três áreas de valor social, criando as condições para o crescimento do PIB, formando e educando, limitando os custos do Estado assistencial. Portanto a família é fonte de investimento em capital humano, fonte de maior comprometimento produtivo, de autoprodução e redistribuição de renda dentro dela. Por isso ela é o primeiro posto de criação de riqueza da sociedade.
Ignorar ou mesmo degradar este papel, ao invés de incentivá-lo, é uma das primeiras causas do declínio socioeconômico e cultural da sociedade. Se um país não acreditar na família, verá ruir o crescimento da riqueza produzida e do seu bem-estar econômico e social.
Se a família estivesse listada na bolsa de valores, seria o melhor investimento para se criar riqueza sustentável. Pelo contrário, ela não é amada pelo fato de competir na educação com o Estado, além de ser considerada uma “invenção” da religião católica. Só por isso a religião católica e seus valores naturais e sobrenaturais já deveriam ser estudados com mais profundidade.
Antes da pandemia do coronavírus, a Europa e todo o Ocidente chegarem a uma situação econômica insustentável. Como foi isso possível?
Para sustentar o PIB no Ocidente, inventou-se o consumismo; ou seja, compensa-se o crescimento natural mínimo equilibrado (pelo menos a taxa de reposição) com um crescimento artificial do consumo per capita
Isso se tornou possível fazendo com que a Europa e todo o Ocidente negassem as leis naturais inerentes às suas raízes cristãs, negassem o princípio de proteção à vida humana. Historicamente isto aconteceu no final da década de 1960, pela confluência de três acontecimentos que nunca serão suficientemente explicados e compreendidos: a conclusão do Concílio Vaticano II; a revolução da Sorbonne em maio de 1968; e o nascimento da Nova Ordem Mundial (pense em globalização).
O fato econômico mais contundente, que acendeu o estopim do colapso econômico, foi o colapso dos nascimentos, devido à aplicação das teorias ambientais malthusianas. Em razão do colapso dos nascimentos no Ocidente, a taxa de crescimento do PIB desacelerou. No entanto, como pode o PIB crescer, se a população diminui? Para sustentar o PIB, inventou-se o consumismo; ou seja, compensa-se o crescimento natural mínimo equilibrado (pelo menos a taxa de reposição) com um crescimento artificial do consumo per capita.
Em primeiro lugar, a expansão do consumismo sacrificou a poupança, para transformá-la em consumo, reduzindo a matéria-prima da intermediação de crédito para os bancos, com efeitos imagináveis. O crescimento do consumismo exigiu um aumento no poder de compra, o que foi alcançado graças à realocação da produção em países com custos trabalhistas muito baixos. Como consequência, houve uma rápida desindustrialização do Ocidente e uma industrialização acelerada e desequilibrada do Oriente. É curioso notar que esse hiperconsumo no Ocidente, ao lado de hiperindustrialismo de baixo custo no Oriente, é o que gera o fenômeno ambiental de emissões excessivas de CO2
Chama a atenção igualmente que alguns “sábios” da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano sejam os mesmos ambientalistas neo-malthusianos que deram origem ao fenômeno. Mais tarde, ao dar-se conta de que a queda de nascimentos gerava o fenômeno irreversível de envelhecimento da população — com seus fenômenos induzidos, como o aumento exponencial dos custos da velhice, aposentadorias, saúde —, percebeu-se que o crescimento artificial do consumidor só podia ser sustentado contraindo dívidas. E o endividamento atingiu níveis insustentáveis, até que em 2007, com a quebra dos bancos, nasceu a crise em curso, ainda não resolvida até o momento dessa pandemia de covid.
Mas um segundo fenômeno, ao qual me referi acima, vem criando condições para transformar ainda mais o Ocidente. Consiste ele na modificação substancial dos fundamentos éticos na utilização da economia. Até alguns anos atrás, tais fundamentos viam na economia um instrumento a serviço do bem-estar da criatura. Os novos fundamentos éticos poderiam correr o risco de transferir a centralidade para a criação e ver sua nocividade na criatura, que será contida para salvar a natureza.
Antes a economia devia servir ao homem, hoje teria de servir à natureza para protegê-la contra o homem. A criatura-ambiente poderia substituir o homem-criatura, e a natureza deve ser aprimorada em si mesma, deixando de ser um instrumento para o homem. Assim, pode-se especular uma vez mais que a economia esteja sendo utilizada para mudar o Gênesis.
O senhor se define como um economista que faz filosofia nas horas vagas? Ou seria um filósofo que trabalha no campo econômico?
O Papa Bento XVI recebe Ettore Gotti Tedeschi e sua esposa
Há tempos tive uma reunião privada com o então Cardeal Ratzinger, que se tornou o Papa Bento XVI. Na ocasião ele me perguntou para que serve a economia. Foi-me fácil responder que servia para satisfazer as necessidades humanas. Mas ele pediu-me que especificasse tais necessidades e quem decide sobre elas.
Fui então forçado a refletir e intuir que a necessidade do homem, além de material, é também intelectual e espiritual. É claro que a economia deve se limitar à primeira, mas deve permitir satisfazer a segunda e a terceira. Tive a intuição de que, portanto, o verdadeiro economista é quem, acima de tudo, conhece o homem. Mas nesta Terra, e neste momento, quem conhece o homem e suas necessidades melhor que um santo?
Graças a essa reflexão, comecei a me perguntar como o economista poderia se dar bem, se antes não entendesse quais são as reais necessidades do homem para se satisfazer. Nesse ponto, fui forçado a me “converter” um pouco em filósofo, perguntando-me qual é o homem que pretendemos satisfazer materialmente.
Filosofar torna-se também uma forte tentação. Para mim, foi sem dúvida uma forte tentação eu poder contradizer o cogito ergo sum (penso, logo existo) de Descartes, e também compreender o pensamento filosófico subjacente na teologia de Karl Rahner. Gostaria de lembrar que, depois da referida reunião, o Papa Bento XVI me chamou em 2007 para trabalhar na parte econômica da Caritas in Veritate; posteriormente me encarregou de sanear as contas do Estado do Vaticano; e por fim, em 2009, indicou-me para Presidente do IOR (Banco do Vaticano).
Tendo a revista Catolicismo sido fundada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, nossos leitores gostariam de saber como o senhor conheceu esse intelectual e líder católico brasileiro. Que impressões lhe causaram tal encontro?
Conheci o Prof. Plinio em São Paulo, em 1973. O motivo dessa primeira visita foi entregar-lhe uma carta confidencial que Giovanni Cantoni me havia confiado. Até o meu retorno à Itália, em março de 74, eu o encontrei em outras ocasiões, e ele me presenteou com o livro Reforma Agrária – Questão de Consciência.
Um encontro com o Prof. Plinio muda a vida de uma pessoa; e de tal maneira que, em um livreto que escrevi no ano passado — Colloqui massimi —, dediquei uma entrevista imaginária ao Prof. Plinio; e a encerrei com uma pergunta provocativa. O penúltimo parágrafo da “conclusão” de seu livro Revolução e Contra-Revolução se inicia com o conhecido dístico Ubi Ecclesia ibi Christus, ubi Petrus ibi Ecclesia. E a minha pergunta era se ainda hoje ele o transcreveria.
O senhor tem manifestado publicamente devoção à Santa Casa de Loreto, e sustenta que a sua trasladação foi milagrosa. Estamos também no ano do Jubileu Lauretano, e seria oportuno ouvir a sua opinião a respeito, como também sobre as atitudes de autoridades eclesiásticas na Itália sobre essa devoção.
Santa Casa de Loreto
Apresentei em duas ocasiões o livro de Federico Catani [No Brasil: O milagre da Santa Casa de Loreto – Editora Ambientes e Costumes]e escrevi vários artigos sobre o assunto, especialmente depois que o Papa declarou no Avvenire (18 de setembro de 2019) que a Casa de Loreto possui “um tesouro precioso: algumas pedras da casa da família de Nazaré”, simplificação que permite implicitamente negar a trasladação milagrosa.
A Igreja parece intimidada pela ciência e pela recusa do mundo moderno aos milagres. Receio que esteja em jogo não a trasladação milagrosa, que qualquer incrédulo insistiria em negar, ainda que tivesse sido fotografada ou filmada. O que está em jogo é a negação do milagre, pois contradiz a ciência. Parece que hoje a Igreja, para conseguir que se acredite no Credo, quer tentar fazê-lo cientificamente. Isso, no entanto, significa admitir que só a ciência é portadora da verdade, e qualquer manifestação deve ser explicada cientificamente, caso contrário seria superstição.
Na ansiedade de conciliar a todo custo a fé com a ciência, para que se possa acreditar em um mistério, os teólogos de hoje não querem parecer rígidos como nos tempos de Galileu. Decidiram então ser cientistas em questões de fé. Mesmo negando as evidências mais científicas da Trasladação milagrosa da Santa Casa, transformam aquele milagre medieval num serviço de transportadora de mudanças.
O senhor poderia transmitir aos nossos leitores algo sobre suas experiências no alto cargo que ocupou no chamado Banco do Vaticano?
Apenas uma consideração. Em certas circunstâncias “misteriosas”, na Igreja pode ser mais fácil e mais remunerador fazer o mal do que o bem…
ABIM

Altice Forum Braga lança aplicação móvel


Após o lançamento do renovado website e da plataforma que permite visitas virtuais ao espaço, o Altice Forum Braga apresenta agora uma app, com funcionalidades únicas a nível nacional, para estar ainda mais perto do seu público.

A App do Altice Forum Braga está já disponível para todos os dispositivos Android e iOS e foi lançada como ferramenta principal na divulgação dos seus eventos. A partir de agora, é possível consultar a agenda completa das atividades que irão ter lugar no Altice Forum Braga, definir os eventos favoritos e receber notificações segmentadas ao perfil de cada utilizador. Ao permitir a escolha das categorias favoritas de eventos, o utilizador irá conseguir receber em primeira mão todas as novidades de acordo com os seus interesses.

Contribuindo para aproximar quem visita o Altice Forum Braga, o aplicativo vem reforçar, a par do recente lançamento do site [http://www.forumbraga.com], a presença digital do espaço para eventos que é já uma referência no norte do país. Carlos Silva, Administrador Executivo da InvestBraga, entidade gestora do espaço, adianta que “com esta App queremos ficar ainda mais próximos do público que nos visita, numa altura em que é preciso reafirmar a segurança e a retoma dos eventos”. Salienta ainda que “os utilizadores que instalarem a aplicação serão sempre os primeiros a receber a informação sobre os nossos eventos, podendo até beneficiar de vantagens adicionais”.

Dentro de cada evento o utilizador poderá obter todas as informações úteis, como horários de abertura de portas, locais de compra de bilhetes ou parques de estacionamento disponíveis, e ainda consultar o programa completo do evento e os detalhes sobre os oradores e artistas envolvidos.

Está, também, à distância de um clique o acesso ao virtual tour das várias salas do Altice Forum Braga, onde o utilizador poderá ficar a conhecer todos os circuitos antes da sua visita.

Para além da ampla informação divulgada na app, e da possível personalização no que diz respeito aos favoritos e notificações, o utilizador poderá também pesquisar através de um calendário ou por tipologia de evento.

Adicionalmente, Carlos Silva explica que “a aplicação poderá também ser uma mais valia para os organizadores que terão a possibilidade de fazer todo o processo de inscrição e controlo de acessos do evento dentro da plataforma e, posteriormente, o público poderá aceder aos bilhetes ou fazer a acreditação a partir da própria aplicação”. “Isto permitirá que o acesso no evento seja mais rápido e seguro”, reforça ainda Carlos Silva.

Para promover o lançamento da App Altice Forum Braga, a InvestBraga oferecerá, a todos os utilizadores que façam a compra através da aplicação móvel, um desconto na compra dos bilhetes para o Salão Auto de Braga, que acontece já nos dias 18, 19 e 20 de setembro.

A app é compatível com qualquer smartphone com Android 5.0 ou superior e iOS 8.0 ou superior. O aplicativo poderá ser descarregado a partir do site do Altice Forum Braga [www.forumbraga.com/SobreNos/App-Altice-Forum-Braga] ou nas lojas online Google Play e App Store.


Teatro Stephens retoma programação em setembro



A Casa da Cultura Teatro Stephens vai retomar a programação regular, após o interregno provocado pela pandemia. No dia 11 de setembro dá-se início à sétima temporada, com um espetáculo do mestre da guitarra portuguesa António Chainho que trás consigo uma vida de música para partilhar com o público da Marinha Grande e que estava inicialmente agendado para maio.

A programação do Teatro Stephens para setembro e outubro de 2020 e a seguinte:

11 de setembro . sexta . 21h30
MÚSICA | MESTRE ANTÓNIO CHAINHO CONVIDA ISABEL NORONHA

Sinopse |
A história de António Chainho e Isabel de Noronha cruza-se nas raízes profundas que ambos partilham, vincadas na experiência inigualável que as casa de fado lisboetas proporcionam. As bases genuínas que unem estes dois talentos de distintas gerações, expressam bem a sua marca incontornável, nomeadamente, no álbum “LisGoa”, trabalho ímpar de fusão entre geografias musicais em que António Chainho conta com Isabel de Noronha para ampliar a alma fadista dessa longa viagem. Uma viagem que se prolongou, em parceria, pelo Brasil, Marrocos, Coreia do Sul, Sérvia, Espanha e China, entre outros países.

António Chainho: guitarra em Português
Se a guitarra portuguesa é um símbolo de um país, Mestre António Chainho é hoje o seu mais notável embaixador. Os mais de 50 anos de carreira de Mestre António Chainho interpretam e traduzem as múltiplas emoções deste instrumento único no mundo e o talento inigualável de um dos "50 músicos mais influentes da World Music", segundo a revista internacional Songlines. Artista completo, guitarrista e compositor profícuo, Mestre António Chainho é o exemplo vivo de como o talento, a perseverança e a solidariedade - em forma de cumplicidade - moldam a vida de um homem e com ele a história da música popular.

Isabel de Noronha – a tradição do fado, no feminino
Nascida em Lisboa, Isabel de Noronha fez sua estreia com apenas 10 anos. O Fado está na sua vida desde a infância. As histórias e o universo do Fado, no seu estilo crú e profundo, são uma tradição que vive dentro de sua alma. Isabel de Noronha traz consigo a força e a inigualável experiência das apresentações diárias em casas de Fado, verdadeiras guardiãs da tradição, mas move igualmente a sua experiência musical para outros ambientes e experiências, como comprova a sua colaboração com a OCCO, Orquestra de Lisboa, que revela todo o seu talento e comprova a universalidade das melodias e das palavras do Fado.
Na Casa da Cultura Teatro Stephens, António Chainho revisita uma carreira ímpar com a cumplicidade dos músicos de excelência Tiago Oliveira e Ciro Bertini, a que se junta a voz singular de Isabel Noronha, uma das jovens e seguras novas vozes do fado. Emoção garantida, numa linguagem do mundo inteiro.

Ficha Artística
Guitarra Portuguesa | António Chainho
Voz | Isabel de Noronha
Viola de fado | Tiago Oliveira
Baixo | Ciro Bertini
Duração: Aprox. 60m
Classificação etária: M6

Este espetáculo está inserido na Candidatura CIMRL Região de Leiria Rede Cultural

19 de setembro . sábado . 21h30
MÚSICA | CAIS SODRÉ FUNK CONNECTION “BACK ON TRACK”

Sinopse |
Se quiserem perceber o que é o som de um motor bem afinado, em que todas as peças se encaixam na perfeição e todas concorrem para nos fazer mover, então não precisam de ir mais longe: basta meterem a tocar o novo álbum dos Cais Sodré Funk Connection.
Back On Track conta com produção de João Cabrita e Francisco Rebelo e foi realizado graças a um sério departamento de recursos humanos que soube um dia meter em palco Silk e Tamin, as vozes carregadas de alma deste colectivo, e ainda Rui Alves e Francisco Rebelo, a bateria e o baixo que sustentam tudo o resto, João Cabrita, José Raminhos e Miguel Marques a secção de metais que enche o som de brilho (e a quem o trombonista Jorge Ribeiro dá uma ajuda no tema “The Payback”), e ainda, João Gomes e David Pessoa, nos teclados e guitarra, respectiva e respeitosamente, que isto é tudo gente séria.
O novo álbum dos Cais Sodré Funk Connection foi gravado por Joaquim Monte no estúdio histórico Namouche no Verão de 2018, mas bem que poderia ter sido gravado em Muscle Shoals, Alabama, algures em 1968: soul de recorte intemporal, com mais classe que James Bond quando chega ao casino no seu tuxedo impecável, tocada por barras dos palcos muito habituados a todos os tipos de ritmo e contexto (anda por aqui gente de The Legendary Tigerman ou Fogo Fogo e Orelha Negra, gente habituada a tocar com tantos mais projectos, de Ana Moura aos Dead Combo, todos grandes músicos).
Os Cais Sodré Funk Connection nasceram como uma experiência de palco, afinada até à exaustão em míticas noites de quinta-feira no clube Musicbox, do Cais do Sodré, em Lisboa. Nessas memoráveis e intermináveis sessões, o grupo foi tocando os mestres, as pérolas da Atlantic, da Stax ou da Motown, moldando o seu som com os mais refinados tesouros da soul clássica. E essa aprendizagem rendeu uma estreia em álbum em 2012, You Are Somebody, um registo pioneiro de soul criada em Portugal. Seguiu-se Soul, Sweat & Cut The Crap! em 2016 e, claro, inúmeros concertos por todo o país, com os Cais Sodré Funk Connection a serem chamados sempre que se queria injectar classe, rigor e groove num qualquer evento ou espaço. É que com eles é tiro e queda.
E agora cá está Back On Track, mais uma lição de como o estudo dos mestres pode render material original e vibrante no presente: temas assinados por João Cabrita, Francisco Rebelo, David Pessoa, Telma Santos ou Fernando Nobre em diversas combinações exploram todas as nuances da soul, com o grupo a soar por vezes mais próximo de arrebatadas baladas que rendem bandas sonoras perfeitas para o lado mais romântico da vida ou mais rendido ao groove que as pistas também sabem exigir, quando a dança se quer mais solta e louca. Os arranjos são de classe mundial, com os metais a brilharem intensamente, o backbeat sempre certeiro e pianos, orgãos e guitarras sempre capazes de cobrir de nuances melódicas e harmónicas todas aquelas canções que nos entram na alma e se recusam depois a sair. E em cima de tudo há Silk, o shouter desenfreado que sabe arrancar palavras ao mais fundo de si, e a melodiosa Tamin, cantora de exceção com uma alma maior do que o planeta.
Os Cais Sodré Funk Connection estão de volta, Back On Track, e como eles mesmo asseguram logo no tema de abertura que dá título ao álbum, “you better stay tuned”. É isso: “go straight to the funk connection!”
Cais Sodré Funk Connection_Texto Promocional Back On Track _2019, by Rui Miguel Abreu
Ficha Artística |
Voz: Fernando Nobre “Silk” e Tamin Santos
Saxofone: João Cabrita
Baixo: Francisco Rebelo
Bateria: Rui Alves
Trombone: Miguel Marques
Guitarra: David Pessoa
Teclados: João Cardoso
Trompete: José Raminhos
Classificação Etária: M6
Duração:  90 minutos (sem intervalo)
Preço: 15€

10 de outubro . sábado . 21h30
MÚSICA | NOISERV

Sinopse |
David Santos aka Noiserv apresenta quase em primeira mão ao público da Marinha Grande o seu novo trabalho. O CD é composto por 11 músicas sendo duas delas instrumentais, o primeiro tema a ser editado foi “Meio” já lançado em dezembro de 2019 com um vídeo produzido pelos leirienses Casota Colective com a participação do bailarino Marco Silva Ferreira. Este foi o primeiro single do quarto trabalho, de Noiserv que já se apresentou duas vezes no Teatro Stephens a 1ª em janeiro de 2015, e a 2ª em maio de 2017.

Ficha Artística |
Voz e instrumentos - David Santos
Classificação Etária: M6
Duração:  90 minutos (sem intervalo)
Preço: 8€

17 de outubro . sábado . 16h00
CONCERTO PARA BEBÉS  | JAZZ DE EMBALAR com o pianista DANIEL BERNARDES

Sinopse |
Bábáp
Bábáp
O Jazz importa-nos porque fala-nos, também, de liberdade. E desde a sua estreia, em 1998, os Concertos para Bebés tiveram todos os anos um concerto de Jazz. Nas primeiras temporadas foi Bernardo Sassetti que nos presenteou com manhãs mágicas, da Casa da Música no Porto à intimidade pianística no Teatro Miguel Franco em Leiria. Depois tivemos o fulgor virtuoso do compositor e pianista Mário Laginha que nos tem acompanhado com um programa anual. Em 2020 Daniel Bernardes é o compositor e solista convidado, e teve carta-branca para imaginar e conceber um programa inteiramente seu. Estamos muito curiosos para ouvir o também papá Daniel neste seu primeiro Concerto para Bebés.
Bábáp
Sããão Martinho
Ficha Técnica |
Produção Musicalmente
Classificação Etária: Para todos
Duração: 45 minutos
Preço: 7,5€ (adulto+bebé palco) 5€ (plateia)

22 de outubro . quinta-feira . 21h30
TEATRO | O FAROLEIRO encenação de Tiago Mateus para Estado Zero Associação Cultural – Integrado no XXV FESTIVAL ACASO

Sinopse |
Espetáculo de teatro com música improvisada por Flak e prosa poética dita pelo ator David Pereira Bastos. Texto de Tiago Mateus e direção partilhada dos artistas acima mencionados.
O Faroleiro é um testemunho sobre a solidão do ofício e sua responsabilidade. A procura do Amor Absoluto que salve este homem a cada noite passada no farol. O mar como único interlocutor de desejos, medos e desesperos - A redenção como objetivo. O devaneio ansioso a cada noite pelo passar das horas e o sono diurno acompanhado pelo cantar dos pássaros.
"Solidão não é caminho. Nenhuma onda morre sozinha" in "O Faroleiro".
Ficha Técnica |
Texto – Tiago Mateus
Interpretação - Dinarte Branco e Flak
Classificação Etária: M12
Duração: 60 minutos
Preço: 5€

25 de outubro . domingo . 17h00
MÚSICA | DEAD COMBO FINAL TOUR

Sinopse |
“Decidimos acabar, mas acabar em grande. Não é um final triste, há muita coisa para ser celebrada” foi assim que os Dead Combo anunciaram em Outubro de 2019 no FB que iriam acabar. “De uma forma concreta, acabamos como começámos: os dois. Voltamos aos palcos com uma tour, num passeio pela nossa história. Começará no final de 2019 e acabará em 2020” apenas com os dois músicos fundadores, o baixista Pedro Gonçalves e o guitarrista Tó Trips.“Voltam aos palcos com uma final tour, num passeio pela história de uma carreira com mais de 16 anos, seis álbuns de originais e várias centenas de concertos por Portugal e pelo estrangeiro”, refere a editora Sony Music, citando a banda.
O Teatro Stephens na data em que celebra o 6º Aniversário da sua reabertura ao público, acolhe um dos últimos espetáculos desta dupla, que já se havia apresentado ao público marinhense em 17.10.15 para um concerto memorável.
Ficha Artística |
Tó Trips: Guitarras
Pedro Gonçalves: Guitarras, Contrabaixo e Melódica
Classificação Etária: M6
Duração: 90 minutos
Preço: 15€

29 de outubro . quinta-feira . 21H30
TEATRO | O DOM DE RIXOTE encenação de Pedro Wilson para O Nariz – Integrado no XXV FESTIVAL ACASO

Sinopse |
"Uma peça burlesca de natureza patética, baseada no extraordinário romance escrito, no século XVI, por Miguel de Cervantes,"Dom Quixote".  Esta comédia dramática, parte da premissa de que o papel dos guerreiros - heróis de antigamente, hoje em dia é interpretado pelas estrelas de futebol.  Rixote é um homem de meia-idade que perdeu a razão, de tanta literatura de jornais desportivos que devorou.  Toda a peça se passa no mundo da bola, girando à volta do idealismo fantasioso da personagem principal e a realidade futebolística, onde este e o seu companheiro Sancho actuam.  Na fronteira do palpável e do imaginário, os nossos heróis, lá vão avançando no relvado das suas fantasias grotescas."
Ficha Técnica |
Texto e Encenação – Pedro Wilson
Interpretação – Pedro Oliveira e Nuno Crespo
Produção – O Nariz Teatro  
Classificação Etária: M12
Duração: 60 minutos
Preço: 5€

ORGANIZAÇÃO: Câmara Municipal Marinha Grande

RECOMENDAÇÕES
Face às novas condições para realização de espetáculos relativas ao cumprimento de todas as orientações da Direção Geral da Saúde, é necessário o cumprimento de algumas recomendações:

- As portas abrem 45 minutos antes do início do espetáculo para que a entrada e acomodação dos espectadores se faça de modo ordeiro e cumprindo as regras de distanciamento físico;
- Os espetáculos têm início à hora marcada;
- Após o início dos espetáculos não será permitida a entrada na sala;
- Os espectadores devem cumprir rigorosamente as indicações dos assistentes de sala e em nenhum caso podem trocar de lugares ou deslocar-se pelo recinto sem motivo justificado;
- No final de cada espectáculo, os espectadores devem permanecer sentados nos seus lugares até indicação pelos assistentes de sala para abandonar o recinto, seguindo os circuitos definidos de forma disciplinada e respeitando o distanciamento físico;
- É obrigatório o distanciamento físico de 2 metros no acesso ao recinto e à bilheteira;
- É obrigatória a medição de temperatura, sem registo escrito, bem como a higienização das mãos, à entrada no recinto;
- É obrigatório o uso de máscara por parte do público durante todo o tempo de permanência em qualquer dos espaços do Teatro Stephens;
- A abertura do teatro será antecipada para assegurar o acesso atempado ao mesmo, devendo os espectadores dirigir-se de imediato aos lugares indicados pelos assistentes de sala, cumprindo rigorosamente as instruções dos mesmos;
- A permanência nos locais de atendimento deve ser limitada ao tempo estritamente necessário à realização do atendimento;
- Nas instalações sanitárias, feminina e masculina, apenas são permitidas duas pessoas em simultâneo, situação que será sempre controlada por um assistente de sala à entrada das mesmas;
- Não é permitida a permanência de espectadores no interior do Teatro após o final dos espetáculos.

Distúrbios na Suécia depois de militantes de extrema-direita queimarem um Corão

A madrugada de sábado foi marcada por distúrbios em Malmö, na Suécia, com cerca de 300 pessoas, que protestavam por simpatizantes de extrema-direita terem queimado um exemplar do Corão, a envolverem-se em confrontos com a polícia.

A polícia da cidade, a terceira maior da Suécia, no sul do país, anunciou que 10 a 20 pessoas foram detidas e vários polícias sofreram ferimentos ligeiros.
Os detidos já "foram todos libertados", disse um porta-voz da polícia, Patric Fors.
Os primeiros incidentes ocorreram ao princípio da noite de sexta-feira e agravaram-se cerca das 21:00 locais (20:00 em Lisboa).
Os manifestantes lançaram objetos contra a polícia e incendiaram lixo, depois de "um Corão ter sido queimado, na zona, horas antes", explicou Rickard Lundqvist, porta-voz da polícia, citado hoje pelo jornal sueco Expressen.
Também segundo a imprensa, um grupo de pessoas ligadas ao partido de extrema-esquerda dinamarquês Stram Kurs (Linha Dura) juntaram-se numa zona industrial de Malmö e queimaram um exemplar do livro sagrado para os muçulmanos.
Um vídeo publicado pela imprensa mostra várias pessoas a pontapear um Corão, mas não é claro tratar-se das mesmas pessoas ou do mesmo livro.
Seis dos participantes foram detidos por suspeita de "incitamento ao ódio", segundo a polícia.
Estes incidentes ocorrem um dia depois de o líder do Linha dura, Rasmus Paludan, ter sido expulso da Suécia e declarado 'persona non grata', o que lhe proíbe a entrada no país durante dois anos.
Rasmus Paludan pretendia chegar a Malmö, para uma manifestação anti-muçulmanos, mas a sua entrada na Suécia tinha sido recusada por "motivos de segurança", ordem que não cumpriu, tendo sido detido em Lernacken, perto de Malmö.
Fonte e Foto: Lusa

Encontrados mais vestígios pré-históricos na Ota

Arqueólogos consideram o local “um dos sítios mais intrigantes da península de Lisboa”.

Uma torre do período Calcolítico e vários artefactos que testemunham a sucessão de ocupações no planalto do Canhão Cársico de Ota, em Alenquer, foram descobertos durante a segunda campanha de escavações, realizada neste mês por arqueólogos portugueses e espanhóis.
Depois de na primeira fase de escavações, em 2019, ter sido descoberta uma estrutura murada com uma extensão de 170 metros, datada de 2500-2250 a.C., os arqueólogos puseram agora a descoberto “uma torre que lhe está adossada, na área que seria o acesso ao sítio [arqueológico da OTA], em períodos pré-históricos”, disse à agência Lusa Ana Catarina Basílio, investigadora do Centro Interdisciplinar em Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano da Universidade do Algarve.
A escavação realizada até sexta-feira na Ota, no concelho de Alenquer, permitiu aos arqueólogos perceber que naquele que é ainda “um dos sítios mais intrigantes da península de Lisboa” existiu desde as primeiras ocupações, no período Calcolítico, “uma combinação muito óbvia entre o que já existia, entre a base geológica, e uma construção antrópica [feita pelo homem] por cima do geológico de base”, acrescentou a arqueóloga corresponsável pela segunda campanha arqueológica, decorrida durante todo o mês de agosto.
A par dos “resultados muito sugestivos da magnitude desta construção”, a campanha permitiu “identificar materiais bastante atípicos para um conceito que inicialmente se pensaria de habitat, como, por exemplo, um recipiente calcário”.
Ao nível dos materiais foram também descobertos vários elementos típicos do período Calcolítico, como cerâmicas decoradas, pontas de seta e lâminas em sílex, elementos de osso polido ou uma enxó (instrumento usado para desbastar).
As informações arquitetónicas e os materiais recuperados resultaram num maior conhecimento sobre as dinâmicas de ocupação da zona ao longo da História, demonstrando que por ali passaram povos desde o Calcolítico ao período Romano (o mais representado) e à época medieval, quer cristã, quer islâmica.
Os trabalhos permitiram “construir uma biografia e falar sobre as pessoas que aqui viviam, de uma forma um bocadinho mais aprofundada e mais complexa”, explicou Ana Catarina Basílio.
Aprofundar essa vertente da História será um dos objetivos da campanha arqueológica do próximo ano, altura em que os arqueólogos pretendem estudar “uma estrutura de cariz funerário”, já identificada, e que poderá resultar na descoberta de ossos que possibilitem “alguma datação radiométrica”.
Para já, da campanha deste ano fica ainda a constatação de que o chão pisado na serra da Ota, ao longo da campanha, “seria possivelmente o mesmo que [pisaram] as populações que aqui habitariam anteriormente”, uma vez que “a potência estratigráfica”, ou seja, relativa às camadas de terras que cobrem os achados estudados, “é muito reduzida”.
O sítio arqueológico da Ota foi descoberto em 1932 e as campanhas atuais inserem-se num projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, com coordenação de Ana Catarina Basílio e de André Texugo Lopes, investigador do Centro de Estudos Geográficos e do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa.
Os trabalhos de campo contaram este ano com a participação de voluntários de seis universidades nacionais e internacionais, incluindo, além das academias de Lisboa e do Algarve, a Universidade de Coimbra, a Universidade do Porto, a Universidade Autónoma de Madrid e Universidade de Jaén, estas duas últimas de Espanha.
o Projeto Arqueológico Ota é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e conta com o apoio do município de Alenquer (distrito de Lisboa), da Junta de Freguesia de Ota e da Associação de Baldios de Ota.
Texto: Lusa 
Foto: Tiago Petinga / Lusa

Bombeiros de Arouca com nove casos confirmados de Covid-19

Corporação está reduzida a metade.

O corpo ativo dos Bombeiros Voluntários de Arouca está reduzido a metade, depois de confirmados nove casos de covid-19 entre os seus operacionais e 30 estarem em quarentena, revelou essa corporação do distrito de Aveiro.
Segundo informa o comandante José Gonçalves, todos os contagiados com o vírus SARS-CoV-2 "estão bem e sem sintomas", tendo ficado em isolamento no Centro de Formação do Gamarão, na freguesia de Canelas, uma vez que esse imóvel, do qual a corporação é proprietária, dispõe de "ótimas condições para acomodar os nove doentes em segurança", evitando riscos para as respetivas famílias durante a sua convalescença.
Todos os cerca de 80 operacionais foram sujeitos a testes de diagnóstico, sendo que, de acordo com as datas em que os 30 bombeiros em isolamento domiciliário contactaram com os infetados, alguns dos que estão em quarentena "já começam a regressar ao trabalho a partir da próxima quarta-feira e os outros podem voltar no dia 9 de setembro".
A assegurar o serviço no quartel - que é o único no território de Arouca, cuja área é de quase 330 quilómetros quadrados, 80% dos quais de espaço florestal - estão agora 38 bombeiros, em horários rotativos.
Continuamos a fazer tudo o que nos compete e só interrompemos o transporte de doentes para consultas de diálise e fisioterapia, porque são utentes de risco", diz José Gonçalves à Lusa, indicando que esse serviço é agora assegurado pela corporação vizinha de Castelo de Paiva, também no distrito de Aveiro.

"CONTAREMOS COM OS NOSSOS COLEGAS BOMBEIROS DE OUTRAS CORPORAÇÕES"

Quanto à eventualidade de incêndios rurais ou outras ocorrências de grandes dimensões, o comandante mostra-se tranquilo: "Se houver alguma situação dessas, contaremos com os nossos colegas bombeiros de outras corporações, como sempre aconteceu até aqui".

PRESIDENTE DA CÂMARA DEFENDE QUE NÃO É ALTURA DE FACILITAR

Entre os corpos ativos mais próximos, já de sobreaviso, incluem-se não só os de Castelo de Paiva, mas também os de Fajões e Vale de Cambra, ainda no distrito de Aveiro, e igualmente os da Nespereira, já em Cinfães, no distrito de Viseu.
Para a presidente da Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém, o recente aumento de casos de covid-19 no concelho demonstra que não é altura de se descurar a adotação de comportamentos responsáveis. Após o pico da pandemia, o território foi registando cada vez menos diagnósticos positivos e chegou a ter apenas dois casos ativos de SARS-CoV-2 entre os seus cerca de 22.500 habitantes, mas esta sexta-feira contabilizava 43 doentes em tratamento, somando assim um acumulado de 105 infetados desde março.
Nestes últimos dias tem-se verificado um aumento do número de pessoas infetadas no concelho, situação que está a ser acompanhada de forma próxima e atenta pelo Município, em estreita articulação com os serviços de saúde e demais agentes da proteção civil. Na origem destes focos recentes de infeção poderão estar situações de convívio familiar, nomeadamente em contexto de festas e outras celebrações, com eventual relaxamento no cumprimento dos comportamentos de contenção", declara a autarca socialista.
Neste contexto, a autarquia impôs esta sexta-feira um novo horário de funcionamento aos estabelecimentos locais de restauração e similares, que, até 11 de setembro, só podem ter portas abertas até às 23:00, devendo os últimos clientes abandonar o recinto até às 23:59.
A medida é "transitória e excecional", mas necessária porque a câmara considera "imperioso adotar medidas para a prevenção, contenção e mitigação da transmissão da doença na área geográfica do concelho".
Lusa